Não é de hoje que o desmatamento da Amazônia estampa as capas dos jornais do Brasil e do mundo. Reconhecida mundo afora como o pulmão do mundo, diversos países já demonstraram preocupação com as más condições com que o nosso país trata a Amazônia. Falta recursos, falta vigilância e falta legislação. O desmatamento, as emissões de gás carbônico exacerbadas, as poluições nos rios e o consequente aquecimento global preocupam cada vez mais as autoridades mundiais.
As projeções científicas são alarmantes: o aumento de sete graus de aquecimento até o ano de 2100 na falta de ação dos governos, além da completa savanização da Amazônia e a possibilidade de florestas tropicais com emissões líquidas de CO2.
Para o francês Stephane Hallaire, fundador da Reforest Action, uma instituição francesa fundada em 2010 com o intuito de conscientizar a humanidade sobre a importância de salvar as florestas, afirmou ao Jornal Les Échos que as empresas têm “uma capacidade, interesse e uma responsabilidade histórica de se tornar o principal suporte financeiro para o reflorestamento global”. Ele defende que elas têm uma grande responsabilidade nisso, afinal, além de se utilizarem dos recursos florestais para produzirem e enriquecerem há décadas, são ágeis e responsivas e devem conseguir mobilizar rapidamente os fundos necessários.
Para evitar a preocupante concretização dessas projeções científicas e suas drásticas consequências socioeconômicas, todos os compromissos em todos os setores devem incluir a redução da emissão de gases poluentes por cidadãos, governos e empresas. Só assim será possível derrubar o desmatamento desenfreado ao redor do planeta e na Amazônia. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas está recomendando o reflorestamento de pelo menos um bilhão de hectares de florestas para ser capaz de conter o aquecimento global de 1,5°C até 2050. Dessa forma, será possível reconstituir florestas diversificadas em benefício das pequenas comunidades locais. No entanto, serão necessárias somas em enorme quantidade de dinheiro, e para Stephane, este investimento deve vir primariamente das empresas.
Ele defende que as empresas devem ser protagonistas nesse contexto, afinal:
Recentemente o vice-presidente Mourão recebeu uma carta assinada por mais de trinta e cinco empresas nacionais e estrangeiras pedindo ações para combater o desmatamento na Amazônia. Ou seja, essa preocupação é legítima e não é de hoje. Na carta, o grupo colocou-se a disposição do Conselho da Amazônia para contribuir com soluções focadas nos seguintes departamentos:
- Possuem recursos financeiros para fazê-lo;
- Possuem responsabilidade com o público e com o mundo;
- Devem tornar-se exemplos de instituições, com responsabilidade, protagonismo e integridade, deixando um legado para as próximas gerações;
- Extraem e utilizam-se dos recursos naturais há anos na região.
Grupo de empresas enviam carta ao vice-presidente
- Inclusão econômica e social de comunidades locais visando garantir a preservação das florestas;
- Combate definitivo ao desmatamento ilegal na região da Amazônia;
- Minimizar com urgência o impacto ambiental no uso dos recursos naturais, buscando mais eficiência e produtividade nas atividades econômicas derivadas de lá;
- Maior preservação e valorização da biodiversidade como parte íntegra das estratégias das empresas;
- Uma adoção mais eficaz de mecanismos para negociação de créditos de carbono;
- Direcionamento de investimentos e financiamento para uma economia de baixo carbono;
- Pacotes urgentes de incentivos para a pronta recuperação econômica dos efeitos da pandemia da covid-19.