Especialistas afirmam que o pior está por vir na Amazônia. Tal declaração, sem dúvida, se deve ao fato de que o inverno de 2021 promete ser o mais seco, somando-se a isso a alta de desmatamento na região, registrando os piores índices de queimadas dos últimos anos.
As consequências dos incêndios florestais já podem ser vistas
O efeito de tantas queimadas já pode ser sentido e visto. Em 9 de agosto de 2019, por exemplo, produtores rurais do Pará começaram um incêndio para grilagem e desmatamento.
Pouco mais de uma semana depois disso, a fumaça originada desse ato, transformou o céu diurno da cidade de São Paulo em noite. Vale destacar que a maior capital do Brasil fica há pelo menos 3 mil km do Pará.
Os alarmantes índices do Instituto de Pesquisas
Naquele mesmo mês, o Inpe registrou nos dias 10 e 11, cerca de 1.457 focos de calor neste estado. Dessa forma, vale destacar que o IBAMA na época foi alertado, no entanto, não tomou nenhuma medida para impedir tal atividade.
Em 2020, os impactos ambientais voltaram ainda piores. Pois houve um aumento de quase 20% das queimadas na maior floresta do mundo. Além disso, cresceu o desmatamento por fogo no Pantanal, 376%, em relação à média dos últimos 20 anos.
O pior, sem dúvida, é que 43% dessa área era de mata virgem.
Desmatamento atinge área de preservação ambiental
Na região amazônica, cerca de 65% da parte devastada pelo fogo em 2020, era formada por florestas.
Isso significa que o desmatamento e as invasões chegaram até as áreas preservadas. No entanto, o pior ainda está por vir, uma prova disso é que março e maio de 2021, em comparação a este período em 2020, teve 29% a mais de espaços desmatados.
Neste intervalo, 199 mil hectares, uma área maior do que a cidade de São Paulo, foram derrubados.
Agora essa madeira, sem dúvida, vai servir de combustível para os incêndios na época de seca.
Sabe-se que as árvores precisam ficar até 90 dias no chão, a fim de perder a sua umidade e a partir disso, queimar de modo mais fácil.
Com essa fase de poucas chuvas, é um fator adicional que contribui e muito para o alastre do fogo.
Risco de incêndios aumenta em junho e começo de julho de 2021
Junho e julho registraram 124.819 hectares desmatados, ou seja, o risco de queimadas cresceu ainda mais.
O pior é que isso não parece ser reversível. Já que o orçamento do Ministério do Meio Ambiente deste ano é o menor em mais de duas décadas.
A fiscalização ambiental e o setor de combate a incêndios tiveram uma baixa de 27% em suas verbas em relação a 2020.
Pandemia do coronavírus e a Amazônia
As queimadas e os incêndios podem deixar a Covid-19 ainda mais perigosa, já que a fumaça que se origina piora a qualidade do ar.
Pesquisas na época mais seca de 2020, demonstraram que houve quase 2.200 hospitalizações na região da Amazônia por conta de problemas respiratórios. Aliás, a maior parte dos pacientes, cerca de 50% dos casos, era de idosos com 60 anos ou mais.
É essencial colocar em prática melhores medidas de proteção
Os grupos de grileiros são os principais invasores de áreas protegidas na região. A fim de combater esses atos ilegais, é preciso mais iniciativa, tanto da Polícia Federal quanto do IBAMA.
Ambos precisam se organizar em conjunto e operar nas partes da Amazônia que mais sofrem com a derrubada de árvores.
Também é essencial que o governo faça a sua parte. Por exemplo, há um projeto de lei, a 11.276/2018, que trata sobre o manejo correto do fogo, ou seja, é uma iniciativa de educação para que as comunidades manipulem o fogo de modo mais adequado na região.
Incêndios na Amazônia Legal sobem 49% em maio
Esse foi o total de focos de queimadas detectados no quinto mês de 2021, 49% a mais do que em maio de 2020, de acordo com o Inpe.
Isso gera ainda mais alarme, já que é apenas o início do período de queimadas no país. Ele começa entre junho e julho, logo se estende até setembro e outubro.
Em maio de 2020, houve 1.798 focos de incêndio na floresta. Por outro lado, em 2021 no mesmo mês, esse número chegou a 2.679.
O maior recorde de maio foi em 2004, com 5.155 pontos de queimadas. Assim, desde 1998, o Instituto de Pesquisas vem monitorando e coletando todos esses dados sobre incêndios florestais em todos os biomas do Brasil.
A Amazônia Legal equivale a quase 60% do território brasileiro e faz parte de 8 estados:
- Acre;
- Mato Grosso;
- Amazonas;
- Roraima;
- Tocantins;
- Rondônia;
- Amapá;
- Pará.
O recorde é na região Norte do país
É ela que detém a maior parte das queimadas, de acordo com o Governo Federal. Além disso, parece haver uma crescente no decorrer dos anos, por exemplo:
- Em maio de 2016, teve 999 focos de incêndios;
- Já em 2021, neste mesmo mês: 1210.
Sabe-se que o fogo na Amazônia acontece por conta de três elementos juntos:
- Clima seco, muito comum neste período do ano;
- Material combustível, como árvores derrubadas;
- E criminosos ateando fogo.
A falta de fiscalização na área deu abertura para as pessoas cometerem ainda mais crimes contra o meio ambiente.
Depois de tantos recordes de desmate e queimadas, o pior ainda está por vir
A maior floresta do mundo está muito ameaçada e não só pelos desmatamentos e incêndios.
Uma em cada 10 espécies de árvores nascem na Amazônia. Como resultado, mais da metade delas podem sofrer extinção em 30 anos.
Esse estudo de pesquisadores brasileiros e holandeses, combinou diversos cenários preocupantes relacionando o desmate com as mudanças no clima.
Os cenários mais pessimistas e otimistas do estudo
A hipótese mais pessimista do grupo revelou que metade do sul da Amazônia pode se perder, o que quer dizer que muitas espécies correm um risco bem sério de desaparecer.
Outro cenário previsto, o mais otimista deles, acredita que mais da metade das áreas adequadas à distribuição das árvores da Amazônia vão ser extintas.
Em outras palavras, é preciso haver uma mudança de atitude já, para evitar um futuro catastrófico.
A floresta amazônica precisa de ajuda, por isso, faça a sua parte, entre em contato com a Famazonia, que apoia soluções de preservação e veja como contribuir com a causa.