O desmatamento na Amazônia já registrou destruição em uma área quatro vezes maior que o tamanho da cidade de Nova York. Conheça as ações de combate!
As últimas notícias sobre a situação na Amazônia seguem sendo alarmantes. Só no primeiro semestre deste ano, o desmatamento cresceu 17% na região, fato este que foi influenciado pela derrubada de 3610 quilômetros quadrados de floresta. Em comparação com o mês de junho de 2020, o mesmo período do cenário atual obteve 1,8% de aumento na destruição.
Para os especialistas, o caso evidencia um sinal preocupante, já que o Brasil está mais próximo da alta na temporada de seca. A estimativa é que os meses de agosto e setembro sigam sendo o período em que os incêndios alcançam o ápice mais crítico.
Diante desse cenário, o vice-presidente Mourão decidiu organizar uma coletiva de soldados para ações de apoio e combate ao desmatamento na Amazônia. O evento foi batizado como “Operação Samaúma” para marcar a nova iniciativa militar. Continue lendo e entenda mais sobre essa manifestação do governo.
Atualização sobre o desmatamento da Amazônia
A Amazônia Legal é uma região correspondente a 59% do território brasileiro., abarcando 8 estados:
- Acre;
- Amapá;
- Amazonas;
- Mato Grosso;
- Pará;
- Rondônia;
- Roraima;
- Tocantins;
- parte do Maranhão.
É uma área que vem sofrendo um processo de desmatamento por inúmeros motivos, como: exploração de madeira ilegal, desastres naturais, mineração, atividades agrícolas e urbanização. A remoção de árvores por meio de corte e as queimadas são as duas principais formas de desmatar a Amazônia.
Segundo o Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais até 2020 foram desmatados 729.781,76 km2 do Bioma Amazînco e na Amazônia Legal o montante chegou a 813.063,44 km2. O Inpe vem desde 1988 produzindo estimativas do nível de desmatamento da Amazônia Legal.
Uma das taxas mais recentes evidenciou que o nível de desflorestamento da região subiu 17% de janeiro até junho deste ano, resultando em uma maior área em alerta dentro de 6 anos. A taxa equivale a quatro vezes mais o tamanho da cidade de Nova York, no Maranhão, que, de acordo com o IBGE, possui 978,340 km².
Em junho, 1.062 km² estavam sob alarme de desmate, sendo considerado o quarto mês consecutivo a evidenciar recorde histórico nos níveis de destruição mensal, ultrapassando o recorde de junho de 2020, que chegou a 1.043 km² de área em alerta. Além disso, a floresta amazônica teve uma alta no número de focos de queimadas, resultando no maior período dessa condição em 14 anos.
O desmatamento e os soldados de Mourão
A liderança de Bolsonaro não tem sido vista como efetiva no que tange o combate aos focos de queimadas na floresta. Desde que assumiu o governo, os níveis de desmatamento subiram, visto que o presidente incentiva atividades agrícolas em áreas protegidas.
Segundo a rede do Observatório do Clima (OC), os índices indicam que o desmatamento anual, medido de agosto a julho, deve ultrapassar pela terceira vez consecutiva a marca de 10 mil km² de destruição, algo que não acontecia desde o ano de 2008.
Diante disso, recentemente o vice-presidente Hamilton Mourão, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, prometeu 12% de queda no desmatamento da Amazônia em ação militar. A Operação Samaúma visa levar 3 mil soldados militares à região para que atuem em combate a essa situação.
Sem informar demais detalhes dos custos da nova ação, o plano é que o grupo permaneça na floresta até o fim de agosto, com possibilidade de prorrogação se assim o governo julgar necessário. Segundo o vice-presidente, os militares têm impedido o avanço dos crimes na floresta.
“Nós vínhamos numa trajetória muito boa até o final do mês de abril. Após a saída das Forças Armadas, houve um aumento significativo do desmatamento, principalmente no mês de maio. Os índices foram bem elevados”, disse Mourão.
Nesse período, que foi nos primeiros meses deste ano, o vice-presidente planejou ações com foco em 11 municípios críticos, que, segundo Mourão, concentravam 70% dos crimes ambientais, sendo distribuídos em quatro estados. Essa operação custou entre R$400 milhões e R$410 milhões e os municípios em estado crítico foram:
- Pará – Itaituba, Rurópolis, Portel, Pacajá, São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso;
- Amazonas – Apuí e Lábrea;
- Rondônia – Porto Velho;
- Mato Grosso – Colniza.
Em relação a isso, Mourão afirmou que logo que os militares retornaram da Amazônia, no fim de abril, o desmatamento sofreu aumento. No entanto, é importante observar que foi o período em que as chuvas cessaram, o que, naturalmente, ocasionou em mais criminosos nas áreas protegidas.
Desta vez, as forças armadas devem atuar nos estados do Amazonas, Rondônia, Pará e Mato Grosso, focando em 26 municípios:
- Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré e Novo Aripuanã (Amazonas);
- Apiacás, Aripuanã, Colniza, Cotriguaçu, Marcelândia, Nova Bandeirantes, Peixoto de Azevedo e Paranaíta (Mato Grosso);
- Altamira, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, São Félix do Xingu e Trairão (Pará);
- Candeias do Jamari, Cujubim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste e Porto Velho (Rondônia).
Ações em outras áreas só poderão ocorrer com pedido do governador do estado ao presidente da República, como no caso de Rondônia. Desde 2019, 2 operações das Forças Armadas ocorreram na Amazônia, chamadas de Verde Brasil 1 e 2. A última foi a de abril.
Por fim, Mourão também disse que o objetivo é que todas as agências possam colaborar sinergicamente nesse processo, pois o intuito é que se possa chegar ao final de julho com redução de 1 mil quilômetros quadrados de desflorestamento.