A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil, mas também é uma das que mais impactam a natureza de forma negativa. Dessa maneira, entenda aqui a relação entre o aumento das pastagens e o crescente risco que isso causa à natureza.
Veja como a pecuária impacta o meio ambiente
A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do país como um todo, não só da região Sul.
Com isso, ela vem ganhando o mercado mundial e se expandindo cada vez mais. Sabe-se que o setor mais produtivo do ramo é o de gado leiteiro e em seguida, o de corte.
Há anos, a agricultura e a pecuária do Brasil acontecem de modo separados. No entanto, essa prática fez com que a degradação da natureza aumentasse, tanto nas áreas de pastagens quanto de lavouras.
Em relação à primeira, o impacto negativo tem como resultado:
- A degradação do solo;
- E a perda da biodiversidade.
Com a demanda de mercado cada vez maior, as consequências para o meio ambiente são impossíveis de se calcular.
O que é um problema que vai além da questão ecológica, mas sim de sobrevivência, pois o gado precisa da natureza para a sua dessedentação e alimentação.
Sistemas de exploração de pastagens causam impactos ao ambiente
Em geral, os pecuaristas fazem uso de três modelos de exploração de pastagens, assim são eles:
- Extensivo, os animais ocupam uma área maior, o que gera mais impacto;
- Semiextensivo, gado é criado solto, mas com uma nutrição melhor;
- Intensivo, uso maior de tecnologias, animais ficam em um espaço restrito.
Cada um gera, por sua vez, um grau diferente de impacto. De fato, como dito antes, o extensivo é o pior deles, por causa do superpastoreio. O pisoteio em excesso, altera a camada do solo, bem como as espécies vegetais.
Pecuária sustentável é a solução
O superpastoreio compacta o solo e remove a cobertura vegetal, isso faz com que ocorra a erosão.
Esse processo acontece quando o solo perde a sua camada mais superficial em decorrência da água, do vento e de outros fatores.
Quando o terreno fica sem essa parte que o cobre, ele não retém mais água para as plantas, bem como nutrientes. Dessa forma, ocorre a degradação.
É fundamental informar os pecuaristas sobre modos mais sustentáveis
Para evitar tudo isso, é preciso implantar uma pecuária sustentável. Dessa forma, o primeiro passo é conscientizar os pecuaristas a respeito da conservação ambiental.
O segundo passo é dar a ele os meios necessários para aplicar a sustentabilidade em sua criação.
Uma das opções é integrar as atividades de lavoura-pecuária. Já que traz diversos benefícios para o produtor. Pois neste sistema, o solo é usado de modo eficiente e sem degradação.
Também há a vantagem econômica, porque a utilização de defensivos agrícolas é menor, o que, aliás, melhora a qualidade dos produtos.
O ciclo de impactos gerados pela pecuária
Com o aumento das áreas de pastagens, mais cobertura vegetal é retirada. Logo, isso acaba comprometendo:
- A biodiversidade;
- O ciclo da água, pois diminui a infiltração e o armazenamento;
- Libera mais CO₂ no ar, o que contribui para o aquecimento global;
- Aumenta a lixiviação;
- O que por sua vez, vai compactar o solo e torná-lo erosivo.
O solo e a água, sem dúvida, são essenciais para o sustento da vida. No entanto, são recursos mal geridos e preservados. Por exemplo, cerca de 11% da área mundial é para a agropecuária.
Resíduos animais são as principais fontes poluidoras
Com o aumento das pastagens, cresce a capacidade de agrupar mais animais. Mas, estes também são fontes de poluição, em especial:
- Os resíduos de animais;
- Antibióticos e hormônios;
- Produtos químicos que vem dos curtumes;
- Fertilizantes e pesticidas, maiores vilões do meio ambiente.
De acordo com o Inpe, quase 63% da área desmatada na Amazônia até 2008 foi ocupada por pastagens. Além disso, grande parte do espaço também é para o plantio de grãos usados na alimentação dos animais.
Também segundo o IBGE, o Brasil é o país com maior número de gado comercial no mundo, com mais ou menos 209 milhões de bois.
O solo não é o único recurso afetado
A água é impactada com a pecuária. Afinal, com o solo compactado, infiltra menos água para os lençóis freáticos e também degrada a margem dos rios.
Diante desse cenário, a questão que fica é como solucionar tudo isso. Isto é, como prosperar na economia e preservar a natureza ao mesmo tempo. Assim, surgiu uma opção: os sistemas Silvipastoris, ou seja, o SSP.
Plantio de árvores em pastagens se faz essencial
No contexto do SSP, esse modelo agroflorestal agrega em um único espaço: animais, árvores e pastagens.
Com o manejo correto, é possível conseguir ao mesmo tempo, leite, carne e madeira. Dessa forma, dá para garantir o lucro para o produtor e benefícios para o meio ambiente e a sociedade.
As vantagens no uso do Silvipastoril
Segundo a Embrapa, as árvores ajudam a preservar melhor a estrutura do solo e a sua qualidade. Pois ele controla a erosão e ainda agrega matéria orgânica, tornando a terra mais úmida, sendo desnecessário inserir nutrientes.
Também contribui para o bem-estar do rebanho, já que as árvores servem como proteção contra as chuvas, vento e calor. Em outras palavras, isso interfere na saúde dos animais, deixando-os mais saudáveis, o que estimula a produtividade.
Aplicar esse método é cada vez mais importante, até mesmo para a economia, porque assim o Brasil ganha mais destaque no mercado mundial. E isso faz com que o produto seja mais valorizado, rendendo maiores lucros aos pecuaristas.
O aumento das pastagens requer soluções sustentáveis
A partir de agora, você tem uma ideia do quanto a pecuária pode afetar a natureza. Bem como, desgastar os seus recursos naturais, que ao contrário do que muitos acreditam, são finitos.
Os impactos são sérios, com desmate e compactação do solo devido a criação de gado em áreas grandes. Aliás, muitas das vezes sem qualquer tipo de manejo.
É essencial, então, controlar melhor o deslocamento do rebanho. Além disso, implantar técnicas mais evoluídas de criação.
Os sistemas silvipastoris e a integração lavoura-pecuária ajudam nessas questões e reduzem os impactos ao meio ambiente.
Inclusive, plantar árvores de grande porte como madeireiras, frutíferas e forrageiras ainda servem de alimento para os bovinos. Logo, é um sistema que vale a pena do ponto de vista ambiental e socioeconômico.