Os estados amazônicos sofrem com alto índice de desemprego e miséria. As dificuldades encontradas por trabalhadores, os levam a buscar renda em ‘empresas’ que cometem crimes ambientais. Fenorte precisa buscar soluções para esse problema. 

Entidades públicas e privadas vão discutir no Amapá ações que visam fomentar o desenvolvimento sustentável na região da Amazônia Legal. As discussões ocorrem durante o Fórum das Federações da Amazônia Legal (Fenorte), que será sediado no próximo ano em Macapá.

A região amazônica ocupa 59% do território nacional e possui mais de 20 milhões de moradores.  Discutir e colocar em prática ações relacionadas à sustentabilidade é uma maneira de desenvolver a economia sem colocar em risco a sobrevivência da floresta.

O evento de 2022 terá como tema “A Amazônia desenvolvida com sustentabilidade” e contará com apoio da Rede Amazônica. A previsão é que o fórum ocorra já no início do primeiro semestre, nos dias 21, 22 e 23 de março.

Organização do evento

Apesar de ocorrer só no próximo ano, a organização do evento já começou. Em setembro, foram iniciadas as primeiras discussões para acertar os pontos iniciais relacionados ao Fenorte. Nesta etapa, a reunião contou com integrantes da Federação do Transporte do Amapá (Fetrap), organizadora do evento, e o CEO da Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior.

O objetivo principal da Fenorte é buscar união entre os estados que compõem a região amazônica para encontrar soluções para os problemas que atingem a todos os que vivem na região, ao mesmo tempo em que valoriza o meio ambiente.  Os debates também visam o crescimento dos setores produtivos como indústria, comércio, agricultura e transportes.

Segundo os organizadores, o debate é necessário para entender os problemas e desafios de quem vive e investe na Amazônia Legal.

O que é Amazônia Legal?

Imagem de mapa da Amazônia Legal de 2020

 

A Amazônia Legal foi criada no ano de 1950 com a finalidade de desenvolver a região economicamente e integrar os estados e municípios da bacia amazônica por meio de incentivos fiscais. A região abrange uma área de mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, representando dois terços do país, cerca de 60% do território brasileiro.

A Amazônia Legal é composta pelos seguintes estados:

  • Acre,
  • Amapá,
  • Pará,
  • Amazonas,
  • Rondônia,
  • Roraima,
  • parte dos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

A região tem fauna e flora diversificadas. Mais de 43% de sua área é protegida por unidades de conservação e por Terras Indígenas.

Mas mesmo com tantas áreas preservadas e com uma legislação ambiental rigorosa, a Amazônia Legal vem sofrendo com desmatamento, queimadas, tráfico de animais, grileiros, invasão de terras indígenas e diversos outros problemas.

Esses que acabamos de citar colaboram para a degradação da floresta e do meio ambiente como um todo. Mas há aqueles que são de cunho social, que também são muito preocupantes, porque colaboram diretamente para a destruição do bioma.

Problemas socioambientais

A região amazônica é uma das que mais sofrem com o índice elevado de desemprego. Só para se ter uma ideia, o estado do Amazonas é o terceiro com maior número de desempregados no Brasil, ficando atrás apenas da Bahia e do Maranhão.

Segundo uma pesquisa da PUC-Rio para o projeto Amazônia 2030, a Amazônia Legal apresenta os piores indicadores sociais do país. O desemprego e a baixa renda são os que mais preocupam, principalmente os jovens.

Os dados da universidade revelam que a população adulta tem uma taxa de participação de 70% no mercado de trabalho, enquanto no resto do país esse índice é de 77%

A diferença cresce para 12 pontos percentuais entre jovens de 18 a 30 anos. A informalidade também é grande. A pesquisa apontou um índice de 20 pontos percentuais, bem maior que no resto do país. Em 2019, mais de 58% dos trabalhadores ocupados não tinham carteira de trabalho assinada. Já em outros estados brasileiros a informalidade é 38%.

Os pesquisadores acreditam que a situação econômica da Amazônia Legal se deve à exploração de recursos naturais e subsídios excessivos para a instalação de empresas. Esse modelo prejudicou a geração de empregos e renda na região. Os postos de trabalho não conseguem absorver a população local desempregada.

O alto desemprego entre os jovens obriga-os a buscar uma fonte de renda, sendo atraídos por oferta de extrações ilegais na floresta, como desmatamento, mineração, entre outros.

Modelo sustentável

O desenvolvimento sustentável na região amazônica enfrenta muitas barreiras. Entre esses, os problemas fundiários e um ambiente de negócio que estimula a ilegalidade.

Resolver esse problema não é fácil. Por isso, o Fórum das Federações da Amazônia Legal (Fenorte) é importante para a região. O evento visa discutir soluções para o desenvolvimento mento sustentável, a fim de o Brasil cumprir seus compromissos ambientais e melhorar a qualidade de vida de uma das regiões mais pobres do país.

Alguns projetos promovidos na região já apresentam alguns resultados, como o cooperativismo. Esse modelo de negócio tem ajudado a criar consciência ambiental nos trabalhadores.

O resultado tem sido promissor:

  • Sustentabilidade;
  • Geração de emprego e renda;
  • Inclusão social.

Mesmo com esse sucesso, as cooperativas não são suficientes para atender à demanda da população. Isso mostra o quanto é importante buscar a independência econômica dos estados amazônicos para atrair os jovens, melhorar a vida dos moradores e salvar o bioma.