As queimadas e o desmatamento são notícias frequentes durante o ano de 2020. Quem acompanha, sabe que o índice tem estado acelerado. O desmatamento, por exemplo, disparou mais uma vez, mantendo a destruição da floresta batendo recorde em comparação a outros períodos.
O desmatamento é o ato de remoção da vegetação nativa de um determinado espaço ambiental. Especialmente ligado à atuação antrópica, para fins de atividades produtivas, é um processo que reflete na perda da biodiversidade e na extinção de espécies, provocando vários impactos ambientais negativos.
Os quatro últimos meses, com a soma de 4.736 mil quilômetros quadrados (km2), já ultrapassaram o desmatamento ocorrido em todo 2011-2012 (que teve 4.541km² desmatados). Julho e agosto, por exemplo, passaram de 1000km² derrubados e setembro não ficou muito diferente disso.
Em outubro, houve mais uma alta no que diz respeito ao desmatamento da Amazônia. Segundo dados do Deter, foram devastados cerca de 836,23 km² da região. O último recorde para um mês de outubro foi de 2016, que teve cerca de 750km² de desmatamento.
Seguindo conforme os meses anteriores, em outubro a região mais afetada foi o Pará, somando 398 km², cerca de 48%, tendo atingido os maiores números também em setembro e agosto.
Outras unidades federativas mais desmatadas em outubro tiveram os seguintes registros:
Últimos índices de desmatamento da Amazônia
Junho terminou com recorde nos alertas de desmatamento, cujo aumento foi de 25%. A estimativa era de que em agosto de um ano a julho do próximo ano a taxa registrada fosse ainda maior que no período de encerramento em 2019, sendo este considerado o maior em 11 anos. Até esse período, o acúmulo de desmate estava com alta de 64% em comparação ao mesmo período do ano anterior, sendo mais de 7,5 mil km² de focos agora em 2020 para 4,5 mil km² em 2019. Com relação ao período de agosto de 2019 a julho de 2020, mais de 9,2 mil quilômetros quadrados (km²) foram desmatados, tamanho equivalente a seis vezes o da cidade de São Paulo. Em comparação, no mesmo período de agosto de 2018 a julho de 2019, o desmate chegou a 6,8 mil km². O mês de julho deste ano, embora tenha apresentado a primeira queda em relação ao mesmo período do ano passado, os números ainda foram considerados maiores que os de alertas do Deter em cinco anos. Então, julho apresentou perda de 1.654,32 km² em comparação a 2.255,33 km² de 2019. Já em agosto, a Amazônia teve 1.359 km² de desmatamento, sendo o Pará a região com maior foco, somando 517,74 km². Por conseguinte, o mês de setembro registrou 964 km², o que pode ser visto como uma queda, mas ainda chegando a quase mil quilômetros quadrados devastados.Desmatamento no mês de outubro bate recorde
Dados do Deter evidenciaram 50,6% de alta em relação aos alertas do mesmo período em 2019, que somaram 555,26 km². Os alertas de desmatamento em outubro deste ano atingiram 836,23 km² até o dia 30, sendo considerado o maior valor do mês em relação à série histórica, que teve início em 2015. Esses dados estão disponíveis no site Terrabrasilis do Inpe e foram atualizados durante a viagem do vice-presidente Hamilton Mourão à Amazônia, seguido de embaixadores estrangeiros e representantes do governo brasileiro. O objetivo da viagem foi de melhorar a imagem do Brasil com as relações internacionais. Com isso, os dados são da atualização de 13 de novembro e tem referência de alteração na cobertura florestal tanto para áreas integralmente desmatadas quanto para as que estão em processo de desmatamento, como por meio de:- Exploração de madeira;
- Mineração;
- Queimadas;
- Cortes;
- Maquinaria.
Áreas mais afetadas pelo desmatamento em outubro
- Rondônia (135 km²);
- Mato Grosso (114 km²);
- Amazonas (89 km²);
- Acre (63 km²);
- Maranhão (19 km²);
- Roraima (17 km²);
- Tocantins (1 km²);
- Amapá (1 km²).
- Lábrea (AM): 36,67 km²;
- Pacajá (PA): 36,55 km²;
- São Félix do Xingu (PA): 28,09 km²;
- Portel (PA): 27,76 km²;
- Placas (PA): 23,97 km²;
- Senador José Porfírio (PA): 23,26 km²;
- Altamira (PA): 22,93 km²;
- Anapu (PA): 21,31 km²;
- Uruará (PA): 18,51 km².