O que a influência do La Niña pode causar ao meio ambiente em 2021?

Fenômeno diminui a temperatura média da Terra e pode alterar o mercado de pescados na América do Sul

Vindo na contramão de 2020, que registrou o mês de janeiro mais quente da história, o La Ninã deve diminuir a temperatura média do globo, evitando novos recordes de calor. O fenômeno ocorre a partir do fortalecimento de zonas de alta pressão subtropicais que, consequentemente, aumentam a intensidade dos ventos. A partir disso, massas de água aquecidas são movidas em direção às Filipinas, permitindo que as águas mais profundas subam e resfriem a atmosfera.

Entre os países que sentem essas mudanças mais rápido estão:

  • Chile;
  • Equador;

Desse modo, os territórios banhados pelo Oceano Pacífico recebem menos chuvas, uma vez que a dispersão de nuvens nesses locais ocorre com maior intensidade. A soma desses fatores pode refletir economicamente em atividades costeiras, além de impactar diversas partes da Oceania.

Na Costa Oeste da América do Sul

Ao permitir que águas mais profundas subam, o La Niña aumenta a concentração de nutrientes e fitoplânctons na superfície. Sendo esses pontos essenciais para o desenvolvimento da vida marinha, atividades como a pesca se tornam ainda mais produtivas em regiões afetadas por esse acontecimento, que é chamado por cientistas de “ressurgência”.

A ressurgência beneficia tanto a pesca industrial quanto a artesanal, mercados fundamentais nas economias do Chile e do Peru. Um levantamento feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontou um crescimento de 5,4% dessa operação em 2018, resultando em 96,4 milhões de toneladas de animais capturados.

Esse mesmo estudo indica que esses dois países foram os principais responsáveis por essa mudança, decorrente da pesca de anchovetas em suas costas. No caso dos peruanos, a exportação da farinha produzida com esse peixe movimentou mais de 1,6 bilhões de dólares nesse meio.

Apesar disso, a irresponsabilidade ecológica pode causar um declínio marcante para esses dois países. Um monitoramento nos estoques pesqueiros desses locais indicou que a vida marinha “biologicamente sustentável” regrediu de 90%, em 1974, para 65,8% em 2017. Grande parte dessa queda se deve ao fato de os governos terem afrouxado algumas políticas ambientais.

Por isso, visando diminuir os impactos negativos na natureza, a World Wide Fund for Nature (WWF) estreou, em 2018, uma campanha pelo consumo consciente. A ideia é ensinar as populações da Argentina, Brasil, Chile, Equador e Peru a manter um hábito menos predatório nesse segmento.

No Brasil

Por possuir dimensões continentais, o Brasil deve perceber os reflexos do La Niña de maneiras distintas a depender da região. No Norte e no Nordeste, por exemplo, a tendência é que as temporadas de chuvas sejam ainda mais intensas, resultando em maiores cheias nos rios e enchentes mais expressivas nos litorais. Na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins deve haver uma alta na temperatura média.

Entre 2010 e 2012, os últimos anos em que se teve registro desse evento, alguns fatores influenciaram diversos setores da economia. No Sul, por conta do baixo nível das chuvas, a produção de cana-de-açúcar operou em queda. O resultado foi a diminuição dessas safras que, consequentemente, elevou o valor do etanol, produzido a partir dessa matéria-prima.

A união desses acontecimentos com o aumento da necessidade de consumo de combustível, além da necessidade de exportação dessa substância, criou impactos significativos na economia do país.

Em Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, o aquecimento das águas do Oceano Pacífico deve se converter em um menor volume de chuva. Porém, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMet), as possibilidades de temporais nessas regiões não são nulas.

Na Austrália

Apesar de estar do outro lado do globo, a Austrália também tem seu clima alterado pelas atividades do La Niña. Os ventos, que tiram as chuvas de algumas regiões da América do Sul, levam as mesmas para os quase 25 milhões de habitantes do maior país da Oceania. Essa alta pode contribuir com a redução de queimadas, muito comuns por conta do clima frequentemente árido do local.

Nos Estados Unidos

Mesmo possuindo sistemas agrícolas modernos e eficientes, os Estados Unidos sentiram no bolso a força desse fenômeno. A produção de trigo, uma das cinco maiores do mundo, teve prejuízos por conta das secas causadas pelo La Niña.

Apesar disso, conforme apontaram levantamentos feitos pela Companhia Nacional de Abastecimento (CoNAb) com dados do United States Department of Agriculture (USDA), os estadunidenses permanecem estáveis nesse mercado, com mais de 52 milhões de toneladas produzidas entre 2019 e 2020.

La Niña fake

Filipe Pungirum, um dos analistas de tempo da empresa Climatempo, acredita na possibilidade de um fenômeno mais discreto. Conforme relatou o portal Terra, o meteorologista afirma: “(...) será como termos uma La Niña fake”. A hipótese pode parecer confusa, mas é explicável.

Apesar das medições apontarem que há probabilidade dessas atividades se manterem moderadas ou fortes durante o ano de 2021, pode não haver uma influência considerável nas precipitações de verão. Isso aconteceria porque, conforme análises de Filipi Pungirum, as Zonas de Convergência Intertropical (ZCIt), que levam as chuvas para o Norte e Nordeste do país, não poderiam se estabelecer em suas localizações normais.

Ele diz: “(...) durante quase todo o verão 2020 e 2021, o calor excessivo da porção norte do Atlântico Norte vai fazer com que a ZCIt se posicione, em média, ao norte de sua posição média normal. Isto vai desfavorecer a chuva no verão na porção norte das Regiões Norte e Nordeste do Brasil”.

Patricia Madeira, companheira de trabalho de Filipi Pungirum na Climatempo, considera que algumas convergências de umidade vindas do Norte para o Sudeste podem alterar o clima da primeira estação do ano. Ela diz: “Vamos ter chuva, mas a maior parte das pancadas vai ter caráter isolado e passageiro”.

Picos e fim da atividade

A National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) estima que o desvio de temperatura do La Niña não atinja -1,5ºC entre janeiro e fevereiro de 2021. Porém, essa mudança é suficiente para que a atividade seja considerada a terceira mais intensa dos últimos 20 anos.

Os primeiros efeitos do fim desse fenômeno estão previstos para maio de 2021. Nesse período, a primeira onda de frio com potenciais geadas podem aparecer na região Sul e em partes de São Paulo.


Já ouviu falar no rio subterrâneo Hamza?

Reflexos ambientais podem ser percebidos até 150 quilômetros dentro do Oceano Atlântico

Cientistas brasileiros estimam que a região amazônica abriga o maior rio subterrâneo do mundo. A teoria partiu de pesquisas realizadas pela professora doutora Elizabeth Tavares Pimentel para uma de suas pós-graduações na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em 2010. Segundo o trabalho, algumas das características desse curso de água são (em medidas aproximadas):

  • 6 mil quilômetros de comprimento;
  • 1 a 60 quilômetros de largura;
  • 2 a 4 mil metros abaixo da superfície.

Todos esses números são voláteis e se alteraram conforme cada território analisado. De qualquer forma, apresentam uma descoberta gigante que aumenta, ainda mais, os potenciais econômicos dessa área, realçando a necessidade da continuação e melhora de políticas ambientais nacionais.

A pesquisa

O estudo foi orientado pelo professor doutor Valiya Mannathal Hamza, um geofísico indiano que dedicou anos de sua jornada acadêmica a região norte do país. Juntos, os dois analisaram 241 perfurações feitas pela Petrobras entre os anos 1970 e 1980, buscando fazer medições de temperatura nos locais.

Após constatarem uma diferença de 5ºC entre algumas camadas, a hipótese começou a ser investigada. Em uma conversa com o Portal Amazônia, Elizabeth Pimentel explicou essa fase: “(...) me dediquei a desenvolver vários modelos para explicar porque isso acontecia. Foi então que chegamos ao modelo de circulação de fluídos. Este foi o que melhor explicou os dados e, a partir daí, constatei que havia um fluxo de água constante na vertical (...)”.

Após a confirmação, Valiya Hamza esclareceu como sua equipe concluiu que se tratava de um rio, e não um aquífero. Ao G1, ele disse: “Não é um aquífero, que é uma reserva de água sem movimentação. Nós percebemos movimentação de água, ainda que lenta, pelos sedimentos”.

A detecção de deslocamento nessas águas fez toda a diferença para a compreensão desse fenômeno. Porém, por precisar fluir entre terra e rochas, sua velocidade é bem mais baixa que a de correntezas na superfície, atingindo 218 metros por ano. Enquanto isso, o rio Amazonas, que percorre toda sua extensão, alcança cinco metros por segundo.

Apesar disso, o volume de água dissipado por segundo é maior que o do rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais e também deságua no Oceano Atlântico. Ao todo são 3,1 mil m³/s contra 2,7 mil m³/s do rio mineiro. Ambos são considerados grandes apesar de, juntos, não atingirem um décimo dos 133 m³/s do rio Amazonas.

De qualquer forma, as proporções dessa corrente aquífera são colossais mesmo estando nessas condições. As margens do rio Hamza, em alguns pontos, podem atingir 400 km de distância. Essa medida é equivalente a um trajeto entre São Paulo e Rio de Janeiro, e quase duas vezes maior que um entre Pernambuco e Maceió.

Conhecimento popular

Apesar da pesquisa apresentar algo inédito para a academia, algumas populações não foram surpreendidas pelo fato. Muitos vilarejos na Cordilheira dos Andes cavavam poços artesanais para buscar água e, consequentemente, se supriam através do rio Hamza. Porém, por ele seguir o mesmo fluxo do rio Amazonas, muitos consideravam que os dois eram uma unidade.

Naquela mesma conversa com o G1, Valiya Hamza afirma: “Essa linha de água permanece subterrânea desde sua nascente, só que não tão distante da superfície. Tanto que temos relatos de povoados daquele país, instalados na região de Cuzco, que utilizam este rio para agricultura. Eles sabem desse fluxo debaixo de terrenos áridos e por isso fazem escavações para poços ou mesmo para plantações”.

O mar sente

A quantidade de água é tão grande que reflexos ambientais podem ser percebidos mar adentro. Conforme apuraram os cientistas, a salinidade do Oceano Atlântico é mais baixa a até 150 km da foz do rio. Essa mudança permite que a biodiversidade da água doce viva em ambientes que, teoricamente, não fazem parte de seu habitat natural.

A utilidade pública

Apesar dessa preciosidade ter potencial para abastecer diversas áreas do Brasil, ainda não existe uma maneira viável de se fazer proveito disso. Na entrevista para o Portal Amazônia, Elizabeth Pimentel afirma que o rio Hamza deve ser observado como um “reservatório para o futuro”.

Ela diz: “Essa descoberta é, na verdade, mais um reservatório de água em subsuperfície na região Amazônica, que deságua lentamente no Oceano Atlântico. No entanto, devido à grande profundidade em que se encontra, não é possível sua captação neste momento. Porém, se houver necessidade, com certeza será desenvolvida uma tecnologia para sua extração, beneficiando toda sociedade”.

Mesmo a retirada sendo um grande obstáculo, técnicas de purificação podem ser aplicadas para tornar o rio Hamza potável. Entre os métodos mais populares e eficazes, vale destacar o processo da empresa estadunidense P&G. Nele, um pó especial é despejado dentro de um recipiente com água e, através de diversas reações químicas, o líquido é limpo. No Brasil, os sachês com esse produto são distribuídos desde 2014 e auxiliam mais de 38 mil pessoas.

Entretanto, falta incentivo político. Em entrevista à Folha do Meio Ambiente, Valiya Hamza salienta que o Brasil tem capacidade técnica, mas precisa de investimentos em projetos científicos. Ele diz: “É fundamental que essas pesquisas sejam comandadas por brasileiros. O custo da pesquisa de campo é relativamente modesto, porque o país já possui base de dados no Observatório Nacional, da pesquisa da Petrobras (...)”.

As contrapartidas científicas

Apesar dos diversos dados coletados por Elizabeth Pimentel e Valiya Hamza, parte da comunidade científica não aceita as teorias apresentadas pela dupla. Muitos apontam que o fenômeno se trata, na verdade, de um aquífero que, como citado anteriormente, é uma reserva de água sem movimentação. Essa vertente de pesquisadores sugere que as descobertas são infundadas e discordam quanto a existência de uma nascente e de uma foz para o rio.

Entretanto, Elizabeth Pimentel se protege nas análises feitas ao longo dos anos e destaca a invalidez de alguns argumentos. Ao Portal Amazônia, ela disse: “Sobre isso, me lembro de alguns geólogos não concordarem ou não aceitarem minha teoria. Ocorre que, até hoje, não recebi nenhuma contestação com base científica. Ao contrário disso, meus resultados foram obtidos a partir de dados reais, e analisados através de método científico, ou seja, o método geotérmico. Portanto, não foi uma invenção sem fundamento e sim baseada em dados científicos”.


Quanto os agrotóxicos influenciam no mantenimento dos biomas?

Sabemos que o uso de agrotóxicos é essencial para a manutenção de grandes lavouras e plantações, já que eles protegem as plantas de pestes, parasitas, bactérias, insetos, entre outros. E são facilmente deplorados por todo o território plantado.

Muitos dos aspectos do impacto ambiental registrado pelos agrotóxicos já foram colocados em questão, já que em grande parte eles são negativos. Como por exemplo: o maior poluidor do ar da atmosfera é o agrotóxico, mais do que os veículos em cidades grandes.

Mas o quão importante são os agrotóxicos, no quesito de manter os biomas sustentáveis? A resposta é que ele não é nem um pouco importante para fazer isso. Os biomas são autocorretivos e dependem apenas que o ser humano tome ações sustentáveis de desenvolvimento para não serem destruídos.

Impactos dos Agrotóxicos no ambiente

Como dito anteriormente, os agrotóxicos tem um impacto negativo no meio ambiente. O uso desenfreado ou incorreto dele causa diversos problemas para o solo e água, para os animais, e para os seres humanos que ocupam parte de cada bioma.

Além disto, o uso de agrotóxicos pressupõe que há o desenvolvimento de áreas de agricultura ou de agropecuária. Logo, podemos concluir que para o desenvolvimento desta área em um bioma denso que houveram queimadas e desmatamento para a obtenção de um local apropriado para desenvolver essas atividades.

Impacto dos Agrotóxicos no solo e água

O uso de agrotóxicos em longo prazo, ou médio a curto de acordo com a quantidade usada e como é usada, acaba por poluir os solos das áreas de cultivo e das áreas adjuntas, já que o solo se estende, assim como suas formações subterrâneas.

Destas formações subterrâneas estão incluídos os lençóis freáticos, extremamente importante para a sustentação de vida dentro do bioma. Eles são essenciais para as plantas e para parte da população.

Além do solo, os agrotóxicos são alguns dos maiores agressores contra os rios, tanto devido a deploração aérea deles que acaba atingindo parcialmente os rios, devido ao despejo de dejetos como embalagens, deles e dos fertilizantes.

Segundo o IBGE, os agrotóxicos são os responsáveis pela segunda maior poluição atribuída a rios no Brasil. Ele só fica atrás dos esgotos como meio de poluição fluvial.

Impactos do uso de Agrotóxicos na Fauna

Bem, como os agrotóxicos interferem na flora e nos rios, eles acabam interferindo com a cadeia alimentar e com o hábitat natural de diversos animais. Sendo que um animal sem poder beber da água irá busca-la em outro lugar, assim como comida.

Este animal saindo, ‘move’ seus predadores dos locais habituais e causa um desbalanço no sistema ecológico como um todo.

Ainda há os problemas de contaminação, já que não necessariamente o animal irá sair, mas irá consumir da água contaminada e acabar tendo sérios problemas de saúde.

Inclusive, a contaminação pode acabar extinguindo espécies marítimas que necessitem da água em certas condições para sobreviver.

Da mesma forma que o agrotóxico afeta a água, também causa estes mesmos efeitos no solo e em animais que dependem de plantas para a sobrevivência. Assim como, das próprias plantas e possivelmente de animais que vivem em algum nível do subsolo.

Impactos dos Agrotóxicos na alimentação

Em relação a alimentação ser contaminada, os seres humanos que moram nas áreas dos biomas com índices de uso de agrotóxico sofrem com os mesmos efeitos. Ou seja, tomar água contaminada de lençóis freáticos, banhos em rios e consumo de alimento contaminado, seriam possibilidades de coisas ruins a acontecer com eles.

Entre os efeitos negativo mais comuns contra a saúde registrados do consumo de agrotóxicos estão:

  • Lesões nos rins;
  • Cânceres;
  • Redução de Fecundidade;
  • Problemas no sistema nervoso;
  • Convulsões;

Estes efeitos são melhores observados em seres humanos, devido a tecnologia médica dedicada para encontrar estas doenças ser mais acessível, porém não é coerente concluir que animais de todos os tipos podem sofrer dos mesmos efeitos.

Novos agrotóxicos recebendo aval do Governo

Desde a mudança de gestão do Governo Nacional, atual mandato do presidente Bolsonaro, houve um esforço para aprovação de novos agrotóxicos, junto com a expansão do setor agrícola e de pecuária.

O destaque se deve ao fato de a aprovação de novas substâncias ser a maior quando comparada no período de 15 anos de gestões anteriores.

Bem, quando dizemos novos agrotóxicos podemos presumir que eles são diferentes dos antigos em relação de periculosidade e toxicidade? A resposta é: infelizmente não.

674 agrotóxicos liberados

Este número, de 674 agrotóxicos, é o número oficial do Ministério da Agricultura para o período de 2019 até junho de 2020.

Sendo que o robô Robotex, criado para acompanhar o número de agrotóxicos liberados através do projeto “Por Trás do Alimento”, registra a liberação de 745 novos agrotóxicos.

Esta discrepância se deve ao Ministério dizer que parte dos 745 agrotóxicos já haviam sido liberados, porém só tiveram a divulgação, no Diário Oficial da União, de sua liberação em uma data posterior.

Toxicidade e Periculosidade dos novos agrotóxicos

Segundo dados da Anvisa, instituto que realiza os testes de toxicidade dos produtos, dos 674 agrotóxicos liberados em apenas 11% são pouco tóxicos e 26% não possuem uma classificação de toxicidade por serem muito próximo ao produto técnico de referência.

Ou seja, dos produtos liberados ao menos 63% deles podem ser nocivos à saúde humana, com a as taxas de toxicidade médias (39%), altas (7%) ou extremas (17%).

E para os biomas brasileiros? O Ibama é o responsável pelos testes em água e solo, com testes toxicológicos, físicos, químicos e etc. Com o intuito de verificar a degradação que o agrotóxico pode causar ao ambiente onde ele é usado.

O Ibama julgou que 88% dos produtos podem ser considerados perigosos (36%), muito perigosos (49%) ou altamente perigosos (3%).

Além desses casos mais generalizados temos também alguns mais específicos, como a liberação do uso de agrotóxicos com a substância clorpirifós, que já foi associado com causar problemas de desenvolvimento neurológico em crianças, e a liberação de substâncias que tiveram seu uso proibido em outros continentes e países.

Importância do Agrotóxicos

Os agrotóxicos são muito utilizados devido a sua eficácia em manter as lavouras e plantações em bom estado por um período de tempo mais elevado, além de alguns ajudarem com a produção.

Porém, este benefício faz valer a pena o custo que pagaremos no futuro com o uso desenfreado e irresponsável dessas substâncias? Esta é a pergunta essencial, para o qual a resposta é que: o uso a longo prazo deles trará diversos malefícios e a justificativa do uso constante de agrotóxicos se enfraquece.

Já está na hora de buscarmos outras alternativas na produção e na manutenção das lavouras e plantações, além de buscar por ações de apoio a tal causa para que esta parte essencial da nossa economia não venha a nos trazer problemas muito mais sérios no futuro.


Corais na Bacia Amazônica: verdade ou mentira?

Em um estudo divulgado pelo Greenpeace em 2016, houve a confirmação da existência submarina de um recife de corais localizado na foz do Rio Amazonas. Algo que muitos acreditavam não ser possível existir na área, porém que teve sua presença confirmada como verdadeira.

O resultado deste estudo causou controvérsias em relação à existência do recife, e colocou sob perspectiva a importância desses ecossistemas. Assim como, as políticas de exploração petroleira off-shore (fora de terra) no literal da Região Norte do país.

Neste artigo exploraremos os resultados do estudo, as controvérsias, o que é um recife de corais, sua importância para o meio ambiente e manutenção de vida de diversas criaturas.

O que são corais?

Corais são pequenos animais marítimos, com um exoesqueleto, usualmente, em formato de tubo e tentáculos, sendo que estes são invertebrados. Eles se reproduzem tanto de modo assexuado como sexuado, e assim formam colônias, filhotes e até mesmo recifes.

Os corpos dos corais têm o nome de pólipo, e são os responsáveis pela fixação do coral para formação de outros corais e para a proteção dos mesmos. Eles se alimentam paralisando suas presas em seus tentáculos antes de consumi-las.

Além disto, dentro do corpo do coral existem algas microscópicas que sobrevivem de forma simbiótica com o coral. Oferecendo, através de fotossíntese, energia e alimentação ao coral e em troca recebendo a proteção do exoesqueleto do mesmo.

Então o que são os recifes de corais?

Recifes de corais, são um ecossistema único submarino. Eles são tão variados em cores e formatos quanto as florestas tropicais e outros ecossistemas que vemos na superfície terrestre. Inclusive muitos parecem com elas quando observados em fotos.

Porém, sua formação é completamente diferente. Eles são majoritariamente constituídos por pólipos, formações calcárias que se originam do carbonato de cálcio liberado pelas colônias de corais, algas e moluscos.

Quando um dos pólipos morre, novos pólipos se formam em cima dos corpos dos antigos, que deixam uma camada fina carbonato de cálcio. Assim, aparentando ser similar a uma formação rochosa de vários corais.

Devido a este processo de formação apenas as camadas superficiais dos recifes de corais são realmente vivos.

O milagre: Recife de Coral na foz do Rio Amazonas

Levando em consideração como os corais funcionam, eles precisam de algumas coisas fundamentais para subsistência, uma delas sendo a fotossíntese e estar próximo há uma grande variedade de vida aquática para alimentação.

Isto ocorre em recifes de corais como o maior do mundo localizado na Austrália, quando eles estão relativamente próximos da superfície com boa penetração de luz solar, temperatura próxima a 24,5 °C até 28,3° e concentração salina baixa.

Por essas condições é que tais corais, apesar da exploração do rio amazonas, não ter sido encontrado rapidamente. Muitos pensavam que não havia nenhum recife de corais na região.

Porém, o coral localizado na foz do Rio Amazonas é uma exceção e considerado pelo Greenpeace como um milagre da natureza. Na região subaquática onde o recife foi encontrado não havia nem mesmo 2% de penetração solar, o que impossibilita que os corais se sustentem com a fotossíntese.

Isto deve-se tanto a profundidade quanto às águas turvas do Rio Amazonas, que sendo o maior rio do mundo em extensão traz consigo diversos dejetos naturais, como troncos, materiais decompostos, entre outros, e qualquer outra coisa que venha a cair na correnteza do rio.

Então como que este coral continua a existir?

Existência da Recife de Coral Subaquática

Bem, pelo fato de na região onde ele se encontra haver bactérias das quais eles se utilizam para gerar matéria orgânica e energia través do gás carbônico, da própria água e de outras substâncias presentes no mar, o recife conseguiu se manter vivo.

Outro fato sobre o coral é que ele é grande e adaptável, ou seja, ele não é uniforme pela sua extensão. Ele pareceu se adaptar tanto as mudanças de luz como aos teores de água e temperatura de cada parte da região pela qual ele se estende.

Além disto, há a possibilidade de que novas espécies ainda não descobertas auxiliam com a manutenção de vida do coral. Afinal, este foi o primeiro recife de coral subaquático a existir nestas condições.

A extensão do Coral foi mapeada desde a fronteira com a Guiana Francesa até o Maranhão, por volta de 9,5 mil quilômetros quadrados, em 2017. Porém, com uma expedição no ano posterior foram descobertas novas áreas do recife.

Estima-se que ele possa ir desde o Caribe até alguma região do Sul do Oceano Atlântico. Formando um gigantesco corredor ecológico subaquático.

Controvérsia: Petróleo

Não é novidade que há alguns anos, com o foco da Petrobrás mudando para exploração do pré-sal, diversos lotes da região da Amazônia foram e estão sendo vendidos para petroleiras com o intuito de exploração dos mesmos.

Sendo que, inclusive, foram vendidos lotes que sobrepunham parte do recife de corais e de suas redondezas. Sendo um deles pertencente à empresa Total. Então mesmo antes de sua descoberta e possível exploração ecológica ele já sofre com possibilidades de destruição.

Houve também uma tentativa de negação da existência do recife de corais, por um professor da Universidade Federal do Pará, apesar de diversas expedições terem sidos realizadas ao mesmo, dos relatos, e das evidências fotográficas.

No lado contrário, houve a tentativa de aprovação de um projeto de lei que transformava a área do recife dos corais e suas redondezas no Amazonas e Amapá, em áreas protegidas, ou seja, onde não é permitido exploração dos recursos naturais.

Este projeto de Lei, 10333/18, foi rejeitado pela Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, em 2019. Onde foi dito que a exploração de recursos naturais nesta região é permitida, desde que acompanhada de medidas rigorosas de proteção ambiental.

Verdade sobre os Corais na Foz do Rio Amazonas

Estes corais são realmente importantes para o ecossistema marinho, e para o ambiente? A resposta é sim. Algumas das razões são:

  • Corais são responsáveis por ao menos 25% da diversidade marinha;
  • Eles são parte integral para a existências de diversas espécies como peixes e algas (estas que são as maiores produtoras de O2, no mundo.);
  • O coral subaquático descoberto desafia as regras antes previstas para existência de corais;
  • É o primeiro do mundo a ser descoberto nessas condições;
  • Pode possuir diversidade biológica gigantesca, com novas espécies de plantas e animais;
  • Auxilia com o estudo da biologia do local e de condições para se manter a vida aquática;
  • Primordial para o possível descobrimento de outros recifes de corais no mundo;
  • É um tesouro da natureza no quesito ecológico, um verdadeiro milagre.

Esta é uma das maiores descobertas ecológicas dos últimos anos, tanto que até 2017 não se havia nenhuma foto deste tipo de coral registrada no mundo. O que o torna um propulsor para novas expedições e novas descobertas.

Além do mais, irá gerar um novo conhecimento sobre as espécies que o habitam, podendo incluir espécies nunca vistas antes. Como se diz em uma frase bem famosa: “Conhecimento não tem preço.”

E por todas estas razões este recife de corais é extremamente importante, logo sua preservação é basicamente obrigatória.


Militares ficam na Amazônia até abril

Hoje, acreditamos, não seja novidade para muitos que há uma ocupação militar na Amazônia. Esta já se estende desde maio de 2020, dia 11 para termos mais precisão. Bem, apesar de críticas e polêmicas seguindo a ação, no dia 4 de novembro de 2020 esta ação foi estendida para até 30 de abril de 2021.

O decreto de nº 10.539 foi ao ar com a assinatura do Governo Federal, e subsequentemente do presidente Jair Bolsonaro. O documento permite que as forças armadas ajam com intuito de manter a Lei e Ordem em ações subsidiárias na faixa da fronteira, em território indígena, em unidades federais de conservação ambiental, e em outras áreas federais nos Estados da Amazônia Legal.

O que isto significa? Basicamente, que o Exército Brasileiro estacionado na Amazônia tem como propósito proteger a constituição nacional e impedir ações que vão contra ela e contra os interesses público. Ou seja, desmatamento, mineração ilegal, dentre outros.

Efeitos da ação militar na Amazônia

Apesar de um dos propósitos da ação militar na Amazônia ser o de controle do desmatamento e abuso ambiental da área, as estatísticas levantadas não demonstram sucesso nesse quesito.

Temos que no ano de 2020, segundo dados do INPE (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), houve um aumento de por volta de 9,5% de quilômetros quadrados no desmatamento quando comparado ao ano anterior.

Além disso, o número de queimadas, em 2020, já havia superado o número do ano anterior, 2019, meses antes do término do ano. Isto, segundo dados preliminares registrados pelo Inpe no mês de outubro.

Há também críticas, publicadas pelo portal de notícias do UOL em junho de 2020, onde fiscais do Ibama chegaram a caracterizar a atuação das forças armadas na região como inexperiente e até mesmo mal-intencionada.

A inexperiência militar neste quesito é algo que nem mesmo o ministério nacional da Defesa negou ou reagiu contra. Porém, ainda assim, o mesmo ministério apoia a continuação da iniciativa.

Diversos pontos foram levantados em relação a ineficácia da ação militar na preservação ambiental da Amazônia, principalmente no quesito operacional das ações. Onde, o exército possui o aval para a tomada de decisões de inteligência as quais operações serão efetuadas.

No entanto, devido a anonimidade dos fiscais, não há como realizar a asserção das intenções e o quanto o relato, neste quesito, condiz com a realidade. O que se sabe é que há indícios da ineficiência das ações.

Problemas com os métodos utilizados

Com os métodos sendo utilizados, os relatos são que há o uso de veículos de grande porte e com pouca sutileza, o que permite que madeireiros ilegais e praticantes de outras formas de exploração ilegais tenham tempo de fugir e remover seus equipamentos.

A sugestão dos fiscais do Ibama é que se pode usar veículos de grande porte, mas com cautela. Por exemplo, ao utilizar do helicóptero fazer o sobrevoo baixo e descer para desmantelar a quadrilha.

Outro método ineficaz, segundo os relatos, é o da inviabilização do equipamento exploratório das quadrilhas. Onde é feito pelas Forças Armadas através da destruição física dele, com a remoção de peças, e painéis e o uso do disparo de armas.

A recomendação dos fiscais, entretanto, é de que seja utilizado outro método. O uso do fogo, já que segundo eles, ele queima rápido e impossibilita que seja realizada a manutenção do equipamento no futuro. O que de acordo com os relatos não é o caso utilizando da metodologia das Forças Armadas.

Sem um alinhamento técnico onde ambas as partes estejam de acordo, infelizmente, os que mais se beneficiam da situação são os propagadores das ações ilegais na exploração dos recursos naturais da Amazônia.

Necessidade da ação militar

Em setembro de 2020, a ex-ministra do STF, Cármen Lúcia, chegou a questionar a necessidade da ação e de sua duração longa, já que ela é caracterizada, legalmente, como GLO (Garantia da Lei e Ordem) e usualmente tem duração muito menor, a menor possível como sugerido pela Constituição Nacional.

Em outubro do mesmo ano, foi divulgado pela Folha de SP que houve um gasto gigantesco com uma operação de simulação na Amazônia. Esta que simulava uma invasão por um exército estrangeiro usando a Amazônia como o início da invasão territorial.

Um mês depois da simulação, o general Edson Leal Pujol disse em entrevista ao Amazonas Atual que o Exército Brasileiro não tem militares o suficiente para defender a Amazônia de um futuro ataque que possa vir a ocorrer.

Tendo em vista esta evolução e os dados ambientais, fica a ponderação de muitos dos defensores ambientais sobre a necessidade de as Forças Armadas estarem presentes e se as prioridades ambientais não acabam ficando de lado, ou ainda, se seriam melhor distribuídas para outro grupo ou entidade.

Possível Alternativa Orçamentária

Levando em consideração a declaração do vice-presidente Mourão de que pretende deixar alocadas as Forças Armadas na Amazônia até o término do mandato presidencial atual, e aparentemente, julgando pela renovação de tempo do decreto, está mantendo seu posicionamento, é estimado um gasto de R$ 1,7 bilhões contando de junho de 2020 até o término do mandato.

Este valor, podendo ser redistribuído para organizações estatais como o Ibama, levaria maior experiência e discutivelmente profissionais mais preparados para exercer esta função específica: a de fiscalização ambiental.

Considerando que as Forças Armadas Brasileiras já possuem uma grande carga de responsabilidade, atribuir responsabilidades onde não há experiência, pode causar uma sobrecarga e dividir a eficácia das outras responsabilidades que os soldados já possuem.

Futuro dos militares na Amazônia

Levando em conta o histórico dos tomadores de decisão sobre as políticas públicas, é seguro dizer que os militares brasileiros continuarão na Amazônia até mesmo após abril com um possível novo decreto estendendo o tempo de serviço deles.

O que podemos fazer para ajudar com a situação é trazer atenção a ela, e buscar demonstrar nosso apoio a organizações que tenham iniciativas de suporte contra a destruição ambiental da Amazônia. Sejam elas públicas ou privadas.

Afinal, os resultados das ações não podem continuar deste modo e manter esta tendência de aumento de desmatamento e queimadas que podemos observar que está ocorrendo.


A Amazônia terá petróleo extraído?

No dia 4 de dezembro de 2020, o governo através da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) ofereceu 14 setores do território da Amazônia em leilão para possível exploração realizada por empresas privadas. Apenas 6 destes setores receberam ofertas, gerando uma receita de por volta de R$ 56,7 milhões e garantindo o investimento de pelo menos mais R$ 160,6 milhões para desenvolvimento da exploração destes blocos.

O foco do desenvolvimento destes blocos fica na exploração do gás natural e do petróleo encontrados na região. Porém, o modo como esta exploração é realizada é complexo e envolve aspectos sociais, ambientais, econômicos e podendo até mesmo afetar políticas internacionais.

Com este artigo vamos buscar entender estes aspectos e refletir na possibilidade de que a Amazônia venha a ser explorada em busca de petróleo.

Campo de Juruá e o Azulão

Neste leilão houve uma grande vencedora, a empresa Eneva. Empresa que já havia há anos atrás adquirido o campo de gás Azulão próximo de Manaus, agora a organização também arrebatou a área do Campo de Juruá. Isto deve-se a um movimento da estatal Petrobrás em desinvestimento sobre o gás natural e foco na exploração do pré-sal.

O campo de petróleo de Juruá já havia sido descoberto em 1978 e o Azulão em 1989. A falta de exploração destas áreas se dá por diversas razões, desde contexto macroeconômico até o simples desinteresse.

Além destes blocos, a Eneva também conseguiu a concessão de mais três blocos próximos ao Azulão. Com isto, a empresa já prevê a exploração de mais 2 poços até 2022. Além de prever mais dois poços exploratórios em 2021 no campo do Azulão.

Expectativas do Setor de Produção de Petróleo e Gás Natural

Estes são alguns passos para atender a expectativa do setor de conseguir levar gás natural desde Urucu, Amazonas, até a Rondônia, em contrapartida da diminuição de mais de 40% das reservas nos últimos 10 anos, na área.

Esta diminuição, podendo ser atribuída pelas dificuldades de produção, a característica da energia que é não-renovável e às mudanças de interesse exploratórios. Inclusive, devido a isto, é previsto que sem ação exploratória na região, o gás natural na Amazônia acabaria no período de 8 anos.

Agora com a mudança dos responsáveis pela exploração da área há uma expectativa da resolução do problema logístico que os poços exploratórios possuíam, onde antes havia interferência da Petrobrás, e problemas com parcerias, escoamento e ligação com o mercado consumidor.

Apesar de que, muito disto depende da obtenção e exploração do polo produtor de Urucu que está sendo disputado pela Eneva e pela 3R Petroleum, já que ele conecta Urucu e Manaus via gasoduto, e encontra-se próxima de Juruá.

Isto possibilita um transporte eficaz e razoavelmente mais sustentável, enquanto que a produção em Azulão pode ter seu escoamento em rodoviárias que se conectam até Rondônia.

Exploração de Gás Natural e Petróleo é bom para a Amazônia?

Segundo o diretor interino da ANP, Rafael Moura, a exploração irá contribuir para o desenvolvimento econômico da região, e que a descoberta de novas jazidas de gás natural irá contribuir para uma matriz energética mais limpa, já que a região depende ainda térmicas a óleo.

Realmente, é inegável que a ampliação da exploração do Petróleo irá aquecer o mercado, trazer novos investimentos e pode ajudar com o desenvolvimento, no quesito econômico da região. Porém, há também problemas socioambientais atribuídos com a construção e manutenção de polos produtores de Gás Natural e Petróleo.

Podemos citar o próprio polo de Urucu que é considerado um polo sustentável de exploração de gás natural e petróleo. Já que não há rodovias de acesso a ele, e o mesmo foi construído em uma clareira, assim sendo minimizada a necessidade de desmatamento da região próxima ao polo.

Todavia, o polo de Urucu é uma exceção devido a diversos fatores geográficos favoráveis que permitiram que isto acontecesse.

Possíveis problemas da exploração de Gás Natural e Petróleo na Amazônia

Para compreender os possíveis problemas com as ofertas destas áreas a serem exploradas a Organização sem fins lucrativos, 350.org, divulgou um estudo que diz que dos blocos oferecidos, 1 possui sobreposição com uma Unidade de Conservação (UC), O Parque Estadual Nhamundá, e o restante faz divisas com Terras Indígenas (TIs).

O estudo estima que a exploração de 16 dos blocos na Bacia do Amazonas pode provocar impactos socioambientais severos em 47 Terras Indígenas e em 22 Unidades de Conservação.

Outro ponto trazido pelo mesmo relatório é de que, além do desmatamento proveniente das atividades de exploração de gás natural e petróleo, estas estimulariam o desmatamento para atividades como:

  • Abertura de estradas;
  • Formação de campos urbanos precários;
  • Invasão de áreas públicas, na região do empreendimento.

Outro argumento levantado é o de que há ameaças à saúde, à segurança e à cultura das comunidades indígenas, ao estimular, mesmo que indiretamente, tentativas expropriação de terras e conflitos com grupos de invasores.

A organização 350.org, está com petições e com a ação “Resistência Amazônica” em conjunto com líderes de tribos indígenas para impedir o avanço dessas políticas exploratórias. Estas que incluem, além da exploração petroleira:

  • Expansão desordenada da agropecuária;
  • A mineração ilegal;
  • A atividade madeireira sem controle.

Já que para o diretor da 350.org na América Latina, Illan Zugman, todas estas atividades destroem riquezas culturais e biológicas, em troca de ganhos concentrados nas mãos de poucas pessoas, estas que nem sequer vivem na região.

Além disto, é preciso ficar atento a possíveis represarias estadunidenses devido a troca de mandatos e das políticas e tratados ambientais assinados pelo Brasil referente a exploração e preservação da Amazônia.

Haverá, ou não, exploração de Petróleo e Gás na Amazônia?

Apesar das investidas de grupos como a 350.org, não há indicação de que o governo brasileiro tenha a intenção de não explorar a Amazônia para obtenção de Petróleo e Gás Natural.

A única resposta do Governo Federal publicada em relação aos pontos levantados pela 350.org foi de que não serão vendidos blocos que façam parte de terras indígenas. Ao que as evidências concretas indicam, sim, haverá exploração de Petróleo e Gás na Amazônia.

Por quanto tempo? De que forma? Ou se ela será impedida de acontecer por alguma razão, são respostas que somente o futuro nos dirá.


Ipê: por que é tão importante para o Brasil

Árvore é um substantivo feminino empregado para denominar aqueles vegetais com caules, troncos e ramificações. A altura pode ser variável e de modo geral as espécies ficam um pouco distantes do solo, formando-se as copas.

A importância das árvores não se restringe apenas ao singelo significado da palavra, mas diz respeito a toda nossa existência. A sociedade que sabe valorizar as árvores está preservando a própria vida.

E neste universo de biodiversidade, destaca-se o Ipê que simboliza nossa nação. Se o pau-brasil dá nome à nossa nação, o Ipê é árvore que a simboliza. Pode medir até cerca de 30 metros e floresce no fim de julho até o mês de setembro.

E ainda pode-se destacar o fato de como os coloridos dos ipês decoram a paisagem e trazem maravilhas para o nosso país. Percebe-se como a natureza é capaz de se impor de forma exuberante ao longo das estações do ano.

E prova de que o ipê é uma espécie nacionalista, é o fato de estar com flores sempre no dia 7 de setembro e nas espécies de ipê amarelo trazer uma das cores da bandeira de nosso país.

Algumas características do Ipê

O Ipê faz parte das espécies do gênero Tabebuia e Handroantus, da família Bignoniace. É famosa pela beleza das flores e distribuição por todo território brasileiro.

As árvores de ipê são caducifólias, isso significa que perdem a folhagem em substituição por flores de cores vívidas. São de grandes portes e gostam de bastante calor e clima intensos.

As flores têm formato de funil e podem ser:

  • Amarela;
  • Roxa;
  • Rosa;
  • Branca;

Ipê vem do tupi, com significado de casca dura. Os índios antigamente utilizavam sua madeira para montar arcos de caças e flechas. De tal modo, em um período remoto os ipês eram matéria-prima de artefatos, dada a qualidade de sua madeira:

  • Madeira densa e resistente;
  • Pesadas e duras, difícil de cortar;
  • Grande resistência e durabilidade;
  • Alta resistência a parasitas e umidades.

Por se tratar de boa madeira, o Ipê possui material de grande valia para alicerce de obras e pode ser utilizado até mesmo para decoração:

  • Vigas;
  • Esquadria;
  • Ponte;
  • Piso;
  • Escada;
  • Peça.

Com isso, é de se perceber que o uso pode ser variado, desde um uso mais decorativo até mesmo um uso voltado para construção civil. Além do fato de que é uma arbórea que é símbolo nacional de nosso país, compondo nosso patrimônio.

Conheça os tipos de Ipê

Ipê com flores amarelas: Pode alcançar até 15 metros. Árvore de flores amarelas que surgem no fim de julho indo até o mês de setembro. É bastante utilizada em decoração e é tido como um dos tipos de maior beleza e exuberância.

Ipê da região da Serra: Tem grande porte, chegando alcançar cerca de 35 metros de comprimento. Árvore de flores amarelas que também florescem entre julho a setembro. É uma arbórea totalmente ornamental, dado suas folhas com tonalidade prateada.

Ipês do Serrado: Mais comum na Amazônia, mas pode ser encontrado em outras regiões como a Nordeste e Sudeste. Sua altura chega a 20 metros. Possui uso para arborização de travessas.

Ipê com flores brancas: Chega a medir até 16 metros. É difícil de ser encontrada no nordeste brasileiro, mas mais comum nas regiões sudeste e centro-oeste. Sua floração é branca, mas pode ser encontrada em tons rosados. Adapta-se bem em terrenos mais secos e pode ser usado para paisagismo.

Ipê com flores rosa: Mais frequente no sul do Brasil, podendo alcançar até 35 metros de altura. Suas flores são de tons rosados a roxos, sendo a espécie mais comum nas paisagens do Sul do Brasil.

Ipê com flores roxas: Possui flores roxas que aparecem entre os meses de julho e setembro. É muito utilizado em decoração e paisagismo. Outro fator que chama bastante atenção no Ipê Roxo é o que diz respeito às suas propriedades medicinais. Através de pesquisas, pesquisadores dos EUA descobriram que o caule do Ipê Roxo possui propriedades capazes de combater células cancerígenas do pulmão.

Ipês Roxos de Bola: Apresentam flores roxas, mas a floração ocorre entre os meses de maio e agosto.

Mas, afinal, por que o Ipê é tão importante para o Brasil?

Como visto, são as mais diversas variedades de Ipê que fazem parte da paisagem do Brasil. E seu uso vai desde o paisagismo até mesmo como matéria-prima para construções de modo geral, dada a boa qualidade da madeira.

Ademais, as espécies de ipê são as arbóreas mais conhecidas de nosso país. Por isso, o Ipê conjuntamente com o pau-brasil são árvores símbolos de nosso país, daí sua importância.

Há quem diga que o pau-brasil é árvore símbolo da nação e o ipê é a flor símbolo.  Com isso, é de se perceber mais uma vez a importância que o ipê tem para nossa nação. Ou seja, trata-se de espécie de patrimônio cultural/natural brasileiro.

Por outro lado, por se tratarem de árvores de grande porte e com madeiras nobres, sua utilização é de suma importância para indústria naval e civil. Além disso, são utilizadas em processos de reflorestamento.

Outro fato muito interessante é que assim que a floração do Ipê-roxo vai diminuindo, a do amarelo já vai surgindo. Isso forma um contraste tão bonito na paisagem e é mais um fator que acaba justificando o fato de ser um símbolo do Brasil.

Cabe ressaltar que embora se tratem de árvores de madeira nobre e bastante utilizada na construção civil, seu uso e corte sem autorização pode ser considerado espécie de crime ambiental, passível cominação legal.

E um uso pouco divulgado, é o uso do Ipê para fins culinários. Saiba que todas as flores de quaisquer tipos de Ipê são comestíveis. E um fato interessante é que o gosto das flores, indiferente da tonalidade, é bastante semelhante entre as variadas espécies.

De tal modo, o Ipê por se tratar de árvore ou flor símbolo do Brasil e presente em praticamente todo território brasileiro nas mais variáveis espécies é, sem dúvida, uma das arbóreas mais importantes de nosso país!


Em que as mudanças climáticas afetam o Brasil e vice-versa?

Na atualidade, além do assunto pandemia temos também, um outro assunto que sempre está em pauta de alguma forma, a sustentabilidade. Há um certo estigma ao se ouvir a palavra sustentabilidade, já que o termo já foi usado muitas vezes em muitos contextos diferentes, alguns positivos e outros negativos.

Porém, a sustentabilidade é algo de extrema importância, pois inserida nela há meios de preservação do ambiente e logo, métodos para que se possa ter uma qualidade de vida constante e duradoura. Já que mudanças no ambiente, causam mudanças no comportamento e mudanças no comportamento irão causar nos resultados deste comportamento, e assim por diante.

Como exemplo podemos citar o surgimento de combustíveis alternativos aos combustíveis fósseis como uma dessas mudanças. Outro ponto de extrema importância, há o ambiente, em geral, influencia em nosso clima também.

Dave Reay, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, cita em entrevista à BBC sobre o estado do clima global: “O estado do clima global? Perigoso.”

Vamos entender um pouco como o clima, e essas mudanças climáticas repentinas influencia a nossa vida aqui no Brasil, e como nós brasileiros afetamos o clima como um todo. Além de como podemos fazer para evitar que os efeitos causados sejam muito negativos.

 

Em que as mudanças climáticas afetam o Brasil?

 

As mudanças climáticas repentinas trazem diversos problemas para o Brasil, tendo que grande parte do rendimento e de espaço do mercado nacional brasileiro vem da exportação de insumos advindos de matéria-prima, para outros países.

Segundo relatórios apresentados pelo Governo Federal, em sua balança comercial de janeiro de 2020 até novembro de 2020, o governo brasileiro movimentou mais de 191 bilhões de dólares em exportação.

Destas exportações, por volta de 65% do valor movido em exportações vem de insumos industriais básicos e elaborados, assim como alimentos básicos e elaborados. Estes que são bens que requerem o uso e exploração de matéria-prima.

Tendo isso em mente, e que no ranking de produtos mais exportados pelo Brasil em 2019, segundo a SECINT, ao menos 4 deles são diretamente afetados pelo clima.  Estes sendo, em suas respectivas posições no ranking:

  1. Soja (1);
  2. Milho (5);
  3. Farelo de Soja (derivado da Soja) (9);
  4. Café (10).

Logo, podemos compreender o quanto o clima consistente e previsível é importante para o desenvolvimento da nossa nação. Podemos considerar também alguns outros efeitos negativos de um clima descontrolado, estes podem levar à ou agravar:

  • Enchentes;
  • Queimadas;
  • Desmoronamentos;
  • Doenças respiratórias;
  • Tornados;

Então, com estas informações em mente podemos concluir que as mudanças climáticas repentinas ou fortes acabam afetando negativamente o Brasil, seus residentes e a economia do país no geral.

 

Como o Brasil afeta as mudanças climáticas?

O Brasil, de acordo com estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem por volta de 211,8 milhões de habitantes. E considerando que muitos cientistas atribuem o aumento da instabilidade climática a ações humanas que impactam negativamente o meio ambiente, o Brasil tem um grande poder para influenciar o clima.

O Brasil em 2015, tendo em visão esse potencial e devido a motivos de política e economia internacional, aderiu ao acordo de Paris, onde se comprometeu a diminuir a emissão de gases de efeito estufa, e a recuperação florestal de 12 milhões de hectares de terra.

O Brasil, também possui alguns dos maiores biomas do mundo em termos de extensão. Sendo que a Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. E segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) , as florestas e o aumento do plantio de árvores pode frear as mudanças repentinas de clima.

Porém, um problema que vêm ocorrendo bastante são as queimadas que degradam a terra, e contribuem para o aumento de gases de efeito estufa sendo liberados na atmosfera. Estas queimadas atingem diversos biomas e estados brasileiros.

Por exemplo: O estado de Rondônia teve mais de 560 focos de queimada no mês de setembro, enquanto o Pantanal teve cerca de 20 mil focos de incêndio no ano de 2020.

Além das queimadas temos também o desmatamento que, segundo o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), tem expectativa de aumento de por volta de 4 mil quilômetros quadrados quando comparado ao ano de 2019.

Seja isto devido a políticas públicas, a complicações dentro de órgãos reguladores e de pesquisa, ou a alguma construção cultural contemporânea, não é relevante de início. Sabemos que o problema existe, precisamos pensar em uma solução.

Todas estas adversidades citadas levam a um clima descontrolado, que traz junto consigo os problemas descritos no item anterior.

Mas nem tudo é ruim, o Brasil também tem grande potencial para o uso de meios alternativos de geração de energia, com o maior complexo eólico da América Latina e novas usinas de energia solar sendo utilizadas em alguns locais do país.

 

O que podemos fazer para ajudar?

 

Bem, parte dos problemas que causam as mudanças climáticas podem ser resolvidas com mudanças sérias de comportamento, como uso de combustíveis alternativos, diminuição do uso de água, e etc.

Outra parte dos problemas não está sob o nosso controle como cidadãos individuais completamente, pois envolvem políticas públicas, política internacional, micro e macroeconomia, dentre outros.

Entretanto, até mesmo nesses casos podemos fazer algo. No aspecto político apoiar candidatos com projetos que tenham sustentabilidade como um dos focos, no aspecto socioeconômico podemos conscientizar e compartilhar informações importantes, podemos apoiar e ajudar ONGs e institutos como voluntários, ou através de doações.

Lembrando que queimadas e desmatamento, afeta também os animais da região e até mesmo os moradores próximos. Então, estes fatores que afetam o clima também afetam as vidas de diversas pessoas e animais.

Seguindo alguns passos simples, podemos todos lutar para melhorar o nosso ambiente e mantê-lo sadio o suficiente para que a nossa qualidade, e até mesmo possibilidade, de vida seja duradoura.

Conscientize, ajude, e apoie, para um amanhã melhor.


Balanço do desmatamento na Amazônia em 2020

Conforme dados que foram divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a taxa de desmatamento na Amazônia, compreendida no período de 1 de agosto de 2019 a 31 de julho de 2020, foi de 11.088 km² de floresta na região da Amazônia Legal.

Percebe-se que houve um crescimento de 9,5% se comparado com o mesmo período do ano anterior, que foi de aproximadamente de 10.000 km² de desmatamento. Além disso, os estados que mais desmataram a Floresta Amazônica foram:

  • Pará;
  • Mato Grosso;
  • Amazonas;
  • Rondônia.

Os valores foram divulgados pelo PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), que há anos trabalha no monitoramento do avanço no desmatamento na Amazônia Legal.

Até o momento foi apresentada uma estimativa do nível de desmatamento, os dados consolidados serão divulgados até o fim do primeiro semestre do ano de 2021. No entanto, já é perceptível um aumento do desmatamento na Amazônia no atual Governo.

Diversos ativistas acusam a atual gestão de ser omissa quanto às causas ambientais, o que contribui para maior devastação da floresta e impunidade.            Com isso, é de ressaltar que o Brasil descumpriu o Acordo de Paris e a própria lei de mudanças climáticas, cuja ratificação se deu no ano de 2009.

Por outro lado, o aumento do desmatamento contribui para uma constante ameaça às populações locais, sobretudo à população indígena. Estas populações vivem em constantes ameaças por ações de grileiros e garimpeiros na região.

Entenda os números

Defensores ambientais afirmam que o aumento no número do desmatamento na Amazônia, no ano de 2020, se deu, sobretudo, pela sensação de impunidade que se valem os criminosos. De tal modo, os dados confirmam essa tese, visto que apontam que nos anos de 2019 e 2020 houve menos punições ambientais nos últimos 20 anos.

O Governo tem apostado em um desenvolvimento colonial, típico da década de 70. Com isso, não se preocupa com a adoção da bioeconomia pautada no desenvolvimento sustentável e na proteção das populações locais.

Acontece que ao adotar um modelo de economia arcaico e baseado na desproteção do meio-ambiente, faz com que o Brasil continue sendo um país capaz de exportar apenas commodities de pequeno valor agregado.

Por isso, é de se primar por soluções baseadas no respeito à floresta, aos povos indígenas e comunidades tradicionais. Adotar um modelo de desenvolvimento sustentável é o pontapé para que nosso país seja líder em um modelo de economia baseado na natureza e no desenvolvimento sustentável.

A destruição dos órgãos de proteção ambiental

Segundo o Greenpeace, o sucateamento dos órgãos ambientais e adoção de políticas contrárias ao meio-ambiente fez com que não houvesse a redução no nível desmatamento esperada para o ano de 2020.

“Foi perdida uma área sete vezes maior que a cidade de São Paulo de floresta desmatada. Conforme a estimativa do PRODES, foram perdidas três árvores para cada brasileiro. Era uma cenário esperado. Mas causa ojeriza a postura do governo em tentar maquiar a realidade ou fazer vista grossa”, afirma Cristiane Mazzetti, representante do Greenpeace.

As regiões que mais destacam no número de desmatamento são as regiões da BR-163 e da terra do meio do Pará. No Pará, por exemplo, já há alerta para áreas de proteção ambiental que estão sendo devastadas.

E mais alarmante e vindo para contribuir ainda mais para o aumento do desmatamento na Amazônia, os órgãos de proteção ambiental sofrerão um corte de 35% em seus orçamentos neste ano de 2021, em caso da aprovação da proposta apresentada pelo Governo ao Congresso Nacional.

É uma política totalmente contrária aos que os brasileiros almejam. Ou seja, contrária à preservação do meio-ambiente. Isso contribui para um desrespeito aos ideais democráticos e preservação do meio-ambiente para gerações futuras, conforme preconizado por nossa Carta Magna.

“A visão do Governo Bolsonaro é totalmente arcaica. É uma visão destoante da vontade dos milhões de brasileiros e que não condiz com o trabalho necessário para enfrentar as crises climáticas e problemas de biodiversidade. Os números mostram a ineficácia da gestão do atual Governo”, alerta a porta-voz do Greenpeace.

Conheça o PRODES

O PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) entende como desmatamento a extração completa da cobertura vegetal primária por corte raso na floresta. Isso independe de uma futura reutilização da área devastada.

Como é sabido, grande parte do desmatamento na Amazônia é ocasionado por:

  • Crimes de grilagem de terra;
  • Cortes ilegais;
  • Garimpo clandestino.

Por meio da utilização de imagens de satélite Landsat ou equivalente, é possível quantificar áreas devastadas maiores que 6,25 hectares. Geralmente, a taxa consolidada é apresentada no meio do ano de 2021 depois de concluído o processamento das 229 localizações que recobrem a Amazônia Legal.

O Acordo de Paris

Mesmo completando cinco anos da assinatura do Acordo de Paris, a Amazônia no ano de 2019 (dados já consolidados) queimou mais que nos sete anos anteriores. E é de esperar que esse número aumente quando na consolidação dos dados efetivos atinentes ao ano de 2020.

Além disso, outro destaque negativo foi a extinção do Fundo da Amazônia. Este era uma grande cooperação internacional que angariava fundos para a preservação da Floresta Amazônica. Deste modo, contava com apoio de capital de países como a Noruega e a Alemanha.

Até o ano de 2015, quando na assinatura do Acordo de Paris, a taxa de desmatamento, na Amazônia, girava em 6 mil km². Já no ano de 2020, a taxa girou em 11 mil km² de desmatamento na região. Ou seja, os números praticamente duplicaram.

Com isso, dada a postura negacionista do atual Governo, a credibilidade do nosso país tem entrado em decadência na esfera internacional. Ademais, pode-se falar, inclusive, no descumprimento do que foi ratificado pelo Brasil no momento da assinatura do Acordo de Paris.

Se no passado nosso país figurava uma liderança climática, hoje, nossa agenda tem retrocedido. Isso acaba levando a um desgaste da nossa imagem na esfera internacional.

Por isso, mais do que nunca, é preciso mudar nossa gestão antes que seja muito tarde. Os números têm mostrado e, se nada for feito, podemos chegar a uma posição que não terá mais volta!


Informe aponta que Europa e EUA podem ter comprado madeira ilegal do Brasil e ainda estão

As madeiras ilegais extraídas da Amazônia brasileira estão sendo exportadas para os Estados Unidos e países da União Europeia. A informação é do grupo ambientalista londrino Earthsight. Segundo relatório divulgado pela instituição, a comercialização ocorre após suspensão das sanções governamentais a Indusparquet, maior exportadora de pisos de madeira do Brasil.

A empresa brasileira, que está crescendo nos Estados Unidos e na Europa, é acusada de estar vinculada ao desmatamento ilegal na Floresta Amazônica. Mas mesmo com as evidências, continua atuando no mercado.

O próprio Ibama foi responsável pela apreensão de mais de 1.800 metros cúbicos de madeira em uma filial da Indusparquet em 2018. O valor estimado chegava US$ 2,5 milhões. Na época descobriu-se que um agente do Ibama estava envolvido. De acordo com denúncias, ele ajudava madeireiros ilegais a "lavar" sua matéria-prima com a emissão de licenças falsificadas.

A partir de 2019, todas as acusações contra a empresa Indusparquet foram retiradas. Com isso, a multa de R$ 482,3 mil também foi anulada. Além disso, a nova gestão do Ibama liberou mais de 1.600 metros cúbicos de madeira apreendidas à exportadora.

Quando questionado, o órgão governamental alegou que os argumentos da Indusparquet foram convincentes. Segundo eles, o problema estava relacionado a um erro administrativo.

A empresa acusada negou qualquer irregularidade, lamentando ter sido envolvida em suspeitas infundadas. De acordo com o comunicado da Indusparquet, tudo não passou de interesses políticos.

Aumento das exportações

A Earthsight não está convencida com as alegações da empresa brasileira. Em um levantamento feito pela instituição ambiental foi identificada uma possível violação dos regulamentos de importação.

O relatório da organização londrina aponta que nos Estados Unidos, o volume de importação da Indusparquet apresenta aumento de 15% desde 2018. Entretanto, não é apenas o estado norte-americano que compra da Brasileira, países como França, Itália, Dinamarca e Bélgica continuam adquirindo madeiras, que podem ter como origem o desmatamento ilegal.

O diretor da Earthsight, Sam Lawson, mostrou-se indignado com a situação. Para ele, a solução está em impedir a chegada das madeiras ilegais aos portos internacionais. “Cabem aos governos dos Estados Unidos, França, Bélgica e outros construírem uma política para que madeiras retiradas de maneira ilegal de florestas tropicais não sejam comercializadas no mercado internacional. Isso vai reduzir os danos causados na Amazônia e preservar vidas”, afirmou Sam Lawson.

Várias empresas envolvidas

Não é de hoje que o mercado brasileiro se utiliza das madeiras ilegais para comercializar a outros países.

No ano passado, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal entraram em contato com países europeus solicitando cooperação para o combate a exportação e importação de madeiras originárias do desmatamento ilegal da Amazônia.

A cooperação visa identificar empresas estrangeiras que importam madeira ilegal do Brasil. O outro objetivo é que os países apliquem algum tipo de punição às indústrias, já que o que estão fazendo é crime ambiental.

O procurador Leonardo Galiano afirma que os países não são culpados pelas importações de madeiras ilegais, mas, sim, as companhias instaladas neles. O procurador é responsável pela operação Arquimedes, que tem como objetivo desarticular a rede de exportação ilegal de madeiras.

Segundo Galiano, as madeiras são de alto valor agregado, sendo utilizadas na fabricação de móveis, pisos e outros produtos. Apesar de não ter números precisos, a operação Arquimedes estima que até 90% das madeiras exportadas para a Europa e outros continentes são de origem irregular.

A cooperação internacional realizada pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal não tem apenas a Europa como alvo. Os responsáveis também dialogam com os Estados Unidos para que as punições também sejam adotadas. As tratativas com os norte-americanos estão avançadas e buscam uma solução eficaz para o problema.

Dados da operação Arquimedes

Em 2017, foram apreendidas pela operação Arquimedes cerca de 10 mil m³ de madeira. Só para se ter ideia da dimensão, se o volume fosse enfileirado, cobriria o percurso entre Brasília e Belém (1,5 mil quilômetros). O destino da carga era empresas instaladas nos Estados Unidos, e em países da Ásia e da Europa.

O que já foi feito?

  • Em 2020, foram compartilhadas provas da operação Arquimedes, com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O acordo, visava a repatriação da madeira ilegalmente exportada.
  • Durante a operação foi descoberto que o manejo sustentável de madeira tem sido usado para favorecer os criminosos. Eles utilizam o manejo como pano de fundo para extrações ilegais na Amazônia.
  • Os investigadores buscam o compartilhamento de provas com diversos países e montam equipes conjuntas para o levantamento das informações.

Dados sobre o desmatamento

Levantamento do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que 2020 foi o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia Legal desde 2015. Os dados revelam que uma área de 8.426 km² foi completamente desmatada. Em primeiro lugar aparece o ano de 2019, que apresentou um recorde histórico de 9.178 km².

O responsável pelos alertas é o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). O sistema revela sinais de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares.

O desmatamento causa muitos danos à Amazônia Legal, prejudicando a flora e a fauna. E é uma ameaça à vida humana. A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, abrangendo oito estados. São eles:

  • Acre;
  • Amapá;
  • Amazonas;
  • Mato Grosso;
  • Pará;
  • Rondônia;
  • Roraima;
  • Tocantins;
  • parte do Maranhão.

Durante todo ano de 2020 foram detectados recordes de desmatamento na área que deveria estar protegida. Julho foi o mês com maior índice de áreas sob alerta de desmatamento no ano: 1.658,97 km². Já outubro os alertas foram os mais altos para o mês desde 2015, quando o monitoramento começou.

Os meses de agosto e setembro não ficaram para trás. Na verdade, registraram os segundos piores índices dos últimos cinco anos: 1.358,78 km² e 964,45 km², respectivamente.

É para reduzir o crescimento do desmatamento ilegal que a Operação Arquimedes e organizações ambientais buscam a cooperação de vários países. Enquanto houver empresas importando as madeiras de extrações ilegais, mas risco sofre a floresta em desaparecer.