716 espécies ingressaram na lista de animais ameaçados de extinção no Brasil

ICMBIO sugere que identificação desse cenário é ‘resultado direto do grande universo abrangido pelo esforço de avaliação’

Conforme apontou um levantamento publicado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), 716 espécies entraram na lista de animais ameaçadas de extinção no Brasil. Entre elas, estão:

  • Ararajuba (Guaruba guarouba);
  • Ariranha (Pteronura brasiliensis);
  • Baleia-franca-austral (Eubalaena australis);
  • Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis);
  • Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus);
  • Cuxiú-preto (Chiropotes satanas);
  • Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus);
  • Macaco-aranha-de-cara-preta (Ateles chamek);
  • Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia);
  • Onça-pintada (Panthera onca).

Quer saber mais? Continue no nosso artigo.

Analisando os dados divulgados pelo ICMBIO

Imagem de Ariranha descansando em galho de árvore
Ariranha

Estruturado pelo ICMBIO, a última edição do documento Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção foi produzida em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e divulgada no ano de 2018. Nesse sentido, apresenta dados referentes a análises desenvolvidas desde 2008. Além disso, as medições são realizadas através dos seguintes critérios:

  • População

O número total de indivíduos de uma espécie capazes de se reproduzirem.

  • Tempo geracional

O tempo de renovação de indivíduos de uma espécie.

  • Extensão de ocorrência

O menor espaço em que se pode identificar a incidência de uma espécie.

  • Fragmentação da população

O distanciamento de indivíduos através de populações mais vulneráveis.

Através deles, cada espécie analisada pode ser inserida em um dos graus de risco de extinção. Três dessas categorias não fornecem um diagnóstico preciso por diversos motivos, sendo elas a “não avaliada” (NE), a “não aplicável” (NA) e a “dados insuficientes” (DD). No entanto, cada divisão subsequente concebe dados extremamente concisos, estruturados em oito níveis:

  • Menos preocupante (LC);
  • Quase ameaçada (NT);
  • Vulnerável (VU);
  • Em perigo (EN);
  • Criticamente em perigo (CR);
  • Regionalmente extinta (RE);
  • Extinta na natureza (EW);
  • Extinta (EX).

Segundo o Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção, 716 animais passaram a compor as categorias VU, EM e CR durante suas últimas medições. Ao todo, são 1.173 animais nessas mesmas três divisões.

Quais são as causas?

O mesmo material publicado pelo ICMBIO posiciona a agropecuária como a principal atividade responsável por essas mudanças. Em seguida, constam a expansão urbana e a produção de energia, assim como é possível observar no gráfico a seguir:

Conforme aponta o artigo, a agropecuária se destaca como uma das ações mais predatórias nesse sentido, uma vez fragmenta e diminui os espaços e a qualidade das áreas de existência de diversos animais. Segundo o texto, “(...) essas atividades atingem 58% das 1.014 espécies continentais consideradas ameaçadas”.

Mesmo postos em colunas distintas, a expansão urbana e o aumento do consumo de energia podem ser diretamente relacionados, conforme sugerem dados recentes publicados através do Boletim trimestral de consumo de eletricidade, desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Elétrica (EPE). Conforme apontou a entidade, a utilização desse insumo cresceu 12,8% no segundo trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Para acompanhar esse aumento, diversos investimentos estão sendo feitos nesse setor, conforme indica um levantamento da CNN Brasil publicado em setembro desse ano. Segundo a empresa, “(...) o país tem 19 usinas termelétricas em construção e uma nuclear. Juntas, elas vão adicionar 5.080 megawatts ao Sistema Interligado Nacional (SIN) até 2026”.

O ICMBIO complementa essas informações através do Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. De acordo com a entidade, também são fatores consideráveis a “(...) construção de barragens e represas para empreendimento hidroelétricos, parques eólicos e linhas de transmissão”.

Além disso, a soma desses pontos aliados a diversas outras atividades humanas contribuem com o aumento da degeneração da água, do ar e da terra. Segundo a pesquisa, “(...) a poluição, seja industrial, urbana, ou agrícola, causada pelo uso de agrotóxicos, é a quarta ameaça que mais afeta as espécies continentais, atingindo principalmente os invertebrados”. Nessa lista, constam nomes como borboletas, caranguejos-de-rio, colêmbolos e moluscos límnicos.

Por fim, a organização destaca que “(...) outros fatores, como extração florestal, empreendimentos de transportes, introdução de espécies exóticas e domésticas, assentamentos, incidência de doenças, desastres naturais, aquicultura e destruição de mangues, também foram citados como fatores que afetam as espécies”.

E na Amazônia?

A predominância desses problemas na região amazônica se altera consideravelmente se comparada a outras partes do país. Segundo o ICMBIO, os principais agravantes para a potencial extinção de animais nesse espaço são a produção de energia, a agropecuária e a caça e captura de animais. Confira o gráfico:

Em números brutos, a Amazônia é o terceiro local no Brasil com o maior número de espécies ameaçadas de extinção, com 182. Em seguida, estão a caatinga, com 131, os pampas, com 77, e o pantanal, com 38. No entanto, a mata atlântica e o cerrado lideram essa contagem, com 596 e 308 respectivamente.

Além do ICMBIO...

As projeções desastrosas apresentadas pela entidade podem ser complementadas através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa Contas de ecossistemas: espécies ameaçadas de extinção no Brasil 2014, divulgada em 2020, o país possuía 3.299 espécies de animais e plantas sob risco de desaparecimento até o ano de realização do levantamento, números equivalentes a 19,8% das 16.645 categorias analisadas.

Além disso, o artigo corrobora os causadores desses problemas, destacando a caça predatória, a destruição de espaços e a introdução de espécies exóticas. Mais uma vez, a poluição aparece como um dos fatores mais relevantes, posição realçada por outro estudo, dessa vez estadunidense, publicado pela revista científica Nature em 2012. Segundo o material, a redução da fauna e da flora pode causar reflexos tão graves ao meio ambiente quanto a poluição.

Portanto...

Organizações independentes sempre devem ser consideradas como alternativas para auxiliar nessa preservação, colaborando e fiscalizando atividades estatais de maneira crítica e eficiente.


Condições da Amazônia permitem que peixes gigantes possam se desenvolver

O ambiente nutritivo favorece o surgimento dos gigantes, que estão desaparecendo por causa da ação humana             

 

A região amazônica tem a maior biodiversidade do mundo e possui diversas particularidades. O bioma apresenta uma vegetação densa, a fauna e flora são diversificadas. A floresta também tem rios extensos e de extrema importância para o país.

O bioma da Amazônia corresponde a 49% do território brasileiro. Porém, não é só isso que chama atenção. A região tem a maior bacia hidrográfica e a maior floresta tropical do mundo, que ajudam a manter o equilíbrio ambiental do Planeta. Por todas essas características e importância, a preservação torna-se mais do que necessária.

Entretanto, o que vemos é o contrário do que se deveria fazer. Os altos índices de desmatamento têm prejudicado a floresta, os animais terrestres e os peixes. A exploração e a pesca predatória têm levado ao desaparecimento de muitas espécies, inclusive dos famosos peixes bagres, gigantes dos rios amazônicos.

Por que há peixes gigantes na Amazônia?

Imagem de homem carregando peixa
Imagem de Pinterest

Pirarucu e Dourada são uma das espécies gigantes que podem ser encontradas nas águas doces dos rios amazônicas. Muito apreciados na culinária, esses peixes têm um motivo para serem grandes. A Amazônia oferece condições que permitem o desenvolvimento desses gigantes, embora estejam cada vez mais sumidos.

Um dos motivos para os peixes gigantes é a mistura das águas do rio e do oceano, conhecido como estuários. O fenômeno é definido como um corpo de água semi fechado localizado no limite entre o continente e o oceano

Os estuários são muito produtivos. Isso porque os rios oferecem grandes quantidades de nutrientes. Já as ondas e marés ajudam a manter a água bem oxigenada e agitam o sedimento, suspendendo nutrientes e matéria orgânica do fundo. A região costeira oferece muitos recursos pesqueiros, geralmente muito explorados pela pesca comercial. As condições abióticas da área são propícias para a variedade de espécies.

É um ambiente nutritivo e que favorece o surgimento dos peixes tipo bagre. Só para ter ideia, muitos desses animais podem passar dos 2 metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos.

Cadê os peixes?

Assim como as florestas, os rios amazônicos são ricos em diversidade e a sua bacia hidrográfica abriga cerca de 3 mil tipos de peixes. Mas muitas dessas espécies estão ameaçadas por diversos motivos.

De acordo com o professor de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Carlos Freitas, há muitos fatores para o desaparecimento dos peixes, como pesca predatória, captura de peixes jovens ou durante a reprodução, quando a pesca é proibida. A sobrepesca, feita de forma desenfreada e insustentável, é uma das maneiras mais predatórias e que exterminam várias espécies.

As hidrelétricas também são um problema na Amazônia. A construção desses equipamentos ameaça os estoques de peixes dos rios, entre eles os bagres e outros tipos.

Todas as ações humanas têm contribuído para o sumiço de pequenos peixes, tanto quanto dos gigantes fluviais, causando um grande problema para os pescadores locais, que dependem da pesca para sobreviverem.

Uma pesquisa realizada pela revista "Fisheries Research", as hidrelétricas são as maiores responsáveis pelo sumiço dos gigantes fluviais. Somente em Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), a construção energética fez reduzir drasticamente os peixes amazônicos, impactando especialmente os migradores, como a Dourada.

De acordo com os dados do estudo, entre os anos de 1995 e 2009, houve uma queda de 74% no número de pescas da Dourada e de 63% dos peixes migratórios de longa distância.

Para o professor Carlos Freitas, as hidrelétricas causam impactos imensuráveis nos ecossistemas da Amazônia. Na sua opinião, o sistema deveria ser proibido em rios da região, evitando o sumiço dos peixes gigantes.

Freitas explica que a "piscina" construída ao lado das hidrelétricas, para que os peixes migratórios continuem o seu percurso, não são soluções viáveis para os bagres. Isso porque, os gigantes como o Piraíba e Dourada não conseguem saltar para escalar os degraus, dificultando o seu trajeto natural.

A pesca predatória também é um dos causadores do desaparecimento de peixes como o Pirarucu. A pesca sustentável ajudaria a tirar essa espécie do perigo da extinção e continuaria a fazer parte da economia local.

Então, reforçando as principais causas para o desaparecimento dos peixes gigantes são:

  • Construção de hidrelétricas;
  • Pesca predatória;
  • Desequilíbrio ambiental;
  • Sobrepesca.

Aplicativos para encontrar bagres

Mesmo com todos os problemas ocasionados com a exploração predatória da floresta e pelas ações humanas desastrosas, pesquisadores encontraram uma maneira de registrar aparições dos peixes gigantes que vivem nas águas da Amazônia.

Cientistas brasileiros e da América Latina desenvolveram o aplicativo Ictio, que é capaz de localizar os bagres. O registro dos peixes é realizado não apenas na natureza, mas no mercado. Os dados ajudam os estudiosos a entenderem mais sobre o sumiço das espécies, encontrando soluções para evitar o desaparecimento total.

O estudo também conta com o apoio de pescadores, que ao lado dos pesquisadores já conseguiram registrar mais de 7 mil peixes gigantes. O aplicativo ajuda na preservação e os dados fornecidos por ele devem ser utilizados para propor manejo das espécies de maneira mais consciente.


Por que a biodiversidade da floresta amazônica é tão importante para o mundo

Considerada o pulmão do mundo, a Amazônia representa equilíbrio ambiental e preservação da vida humana

A Amazônia é uma floresta essencial não só para o Brasil, mas para o mundo. A sua destruição representa o desequilíbrio ambiental que ameaça a sobrevivência da humanidade e do Planeta.

Um dos papéis fundamentais da floresta amazônica é estabilizar o clima global, influenciar o regime de chuvas e levar umidade para toda a América do Sul. Além disso, a biodiversidade garante a sustentabilidade natural para todas as espécies de fauna e flora. Além disso, o Rio Amazonas é responsável por quase um quinto das águas doces que desaguam nos oceanos no mundo.

Chuvas para a América do Sul

O regime de chuvas é provocado pela umidade da floresta tropical, produzindo imensas quantidades de água. Conhecida9 como “rios voadores”, a água gerada pela evapotranspiração influencia nas chuvas do Brasil e demais países da América do Sul, como Bolívia, Argentina, Uruguai e extremo sul do Chile. No Brasil, a Bacia Amazônica leva umidade para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Com base em vários estudos, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia constatou que apenas uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro bombeia cerca de 300 litros de água em forma de vapor por dia na atmosfera. Isso é mais que o dobro da água usada diariamente por um brasileiro.

Já uma árvore com copa de 20 metros de diâmetro evapora mais de 1.000 litros por dia. Essa quantidade de água é suficiente para gerar chuva suficiente para irrigar lavouras, encher rios e represas. O alto índice de desmatamento e de queimadas tem prejudicado o regime de chuvas. Não à toa, o país já vive a sua pior seca em 91 anos.

Emergência hídrica

A crise hídrica já ameaça o fornecimento de energia no país, causando risco de apagão. O governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro para cinco estados, entre eles São Paulo.

Como principais causas estão:

  • Desmatamento da Amazônia;
  • Aquecimento global;
  • O fenômeno La Niña.

A falta de chuvas também influencia na qualidade da lavoura, causando impactos negativos na agropecuária. Segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), o déficit de chuvas é considerado severo e ameaça o agronegócio brasileiro.

Esse é um dos vários motivos para preservar a floresta tropical brasileira. Caso isso não ocorra, a produção de alimentos e de energia no Brasil pode estar em perigo. O efeito em cadeia é inevitável.

O desmatamento afeta a rota dos rios e, consequentemente, afeta o regime de chuvas no restante do país, comprometendo atividades econômicas. Ao afetar a economia, problemas sociais são intensificados, como a fome e a desigualdade social.

Imagem de sapo na chuva segurando folha
Imagem de Envolverde

Mudanças climáticas

As florestas tropicais, inclusive a Amazônia, são responsáveis pelo armazenamento de 90 bilhões a 140 bilhões de toneladas métricas de carbono. A ação dos biomas é importante porque estabiliza o clima em todo o mundo. Enquanto isso, as florestas degradadas são as maiores fontes de emissões de gases do efeito estufa. Elas perdem apenas para a queima de combustíveis fósseis.

Para reter e armazenar carbono, as florestas precisam estar saudáveis, ou seja, preservadas. Porém, a intervenção humana tem levado a Amazônia a uma devastação desenfreada. Não só o desmatamento contribui para o aumentar as emissões de gases do efeito estufa, mas também o uso agrícola e a extração de madeira colaboram para desestabilizar o clima.

Pensando em uma maneira de ajudar na preservação de ecossistemas, diversos países se uniram para firmar o Acordo de Paris, em 2015. Uma das principais finalidades é impedir que a temperatura média do planeta não suba além de 2º C. Mas isso depende muito da preservação das florestas.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), já em 2015, o Brasil estava entre os dez países que mais emitem gases do efeito estufa no mundo. A contribuição brasileira à atmosfera representa 2,48% das emissões dos gases.

Para tentar resolver o problema, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir em 43% as emissões de gases do efeito estufa até 2030. Para isso, seria necessário:

  • Aumentar a participação de energia sustentável em sua matriz energética;
  • Reflorestar 12 milhões de hectares de florestas;
  • Fortalecer políticas e medidas com o objetivo de zerar até 2030 o desmatamento ilegal na Amazônia Legal;
  • Compensação das emissões de gases de efeito estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030.

Embora o país tenha se comprometido internacionalmente com a preservação do meio ambiente, nada foi feito com esse objetivo. Muito pelo contrário. O que se vê é o desmatamento crescente, invasão de terras públicas, queimadas e perseguição aos povos indígenas.

Por que preservar?

A biodiversidade da floresta amazônica é essencial para o equilíbrio ambiental do planeta. Até o momento, pouco se conhece sobre as milhares de espécies presentes nesse bioma. O que sabemos é que se não garantirmos a preservação da floresta tropical, prejudicamos a sustentabilidade natural de todas as formas de vida existentes na região e de outros ecossistemas que dependem da Amazônia.

Por exemplo, o recife de corais da Amazônia, entre a foz do Amazonas e o Caribe, serve como refúgio para corais ameaçados pelo aquecimento global. Destruí-los significa riscos de degradação dos oceanos.

A agricultura também é beneficiada com a biodiversidade da Amazônia. Áreas plantadas com florestas saudáveis em seu entorno são mais ricas de polinizadores. Plantações de alimentos, como café, milho e soja dependem da polinização para terem qualidade.

Por essas e outras razões, a biodiversidade da Amazônia deve ser preservada. Disso depende qualquer meio de vida, inclusive dos humanos.


Os encontros climáticos e a preservação ambiental

Os encontros climáticos ou conferências ambientais acontecem de tempos em tempos e reúnem diversos países, que discutem questões sobre o meio ambiente. Veja aqui algumas delas, além de saber como está o acordo entre Brasil e EUA na proteção à Amazônia.

Entenda o que são as conferências ambientais

Logo após a Revolução Industrial, bem como a Segunda Guerra Mundial, o mundo parou para olhar de modo mais atento para o planeta.

Vários pesquisadores e cientistas iniciaram diversos estudos sobre o meio ambiente. Dessa forma, chegaram à conclusão de que o ser humano estava impactando o mesmo de forma negativa.

Para frear os danos e impedir prejuízos piores, os líderes de vários países se organizaram, a fim de criar planos que estimulasse o crescimento da economia, mas sem afetar a natureza e sua integridade.

O objetivo é desenvolver-se de modo econômico e também sustentável. Assim, esses encontros acabam em acordos e resoluções internacionais, logo a seguir você vai acompanhar um resumo sobre cada um deles.

Conferência de Estocolmo

Esta foi a primeira de todas e aconteceu em 1972, na Suécia. Na época, 113 países participaram e o debate teve como tema central a poluição hídrica e atmosférica.

O constante crescimento populacional começava a gerar preocupação. Como resultado, isso colocava ainda mais pressão sobre o uso dos recursos naturais.

Protocolo de Montreal

Aqui realmente aconteceu o primeiro acordo ambiental entre 197 países. Após cerca de 15 anos desde o primeiro encontro, um documento foi assinado com o objetivo de reduzir a emissão de gases CFC, responsáveis por diminuir a camada de ozônio do planeta.

ECO 92

Um novo encontro climático com sede no Rio de Janeiro aconteceu no ano de 1992. Dessa forma, nesse grande evento foi criado o conceito chamado de desenvolvimento sustentável.

Que é uma maneira de suprir as demandas do presente sem, no entanto, comprometer as necessidades das gerações futuras. Por outro lado, outra ideia firmada na ECO 92 foi a seguinte:

  • Países desenvolvidos são os maiores causadores da poluição no mundo;
  • As nações em desenvolvimento não têm recursos para preservar o meio ambiente;
  • Logo, precisam de investimento e tecnologias vindos dos países industrializados.

Nos momentos finais do encontro, formulou-se a Agenda 21 com alguns parâmetros, a fim de aliar economia, proteção ambiental e justiça para todos.

RIO +10

No ano de 2002, foi a vez de Joanesburgo receber o encontro climático entre os países. Dessa maneira, o propósito desta conferência era analisar os avanços de cada nação que participou da ECO 92.

Confira, então, o que se estabeleceu na pauta do Rio +10:

  • Discutir de novo a Agenda 21;
  • Achar meios para colocá-la em ação;
  • Criar responsabilidade ambiental nos cidadãos.

Protocolo de Kyoto e Copenhague

Esse foi um tratado internacional, com a missão de reduzir a emissão dos gases de efeito estufa. Portanto, o objetivo era diminuir para que chegasse ao patamar do que era emitido em 1990.

Já em dezembro de 2009, na Dinamarca, aconteceu o Encontro Climático de Copenhague. Ali um novo acordo seria firmado entre os países, a fim de substituir o de Kyoto, com ações mais práticas para reduzir as emissões de CO₂ e parar o aquecimento global.

A conferência, no entanto, não teve o final esperado, pois todos chegaram a um impasse, por conta das opiniões divergentes entre as nações desenvolvidas e as subdesenvolvidas.

O Acordo de Paris

Em 2015, 195 países se reuniram na França para criar um novo tratado. Assim, ficou combinado que os mesmos diminuiriam as emissões de gases CFC, além disso, manteriam o aumento da temperatura do planeta inferior a 2 ºC pelos anos seguintes.

O Brasil nesse caso se comprometeu a reduzir a poluição e recuperar 12 milhões de hectares de florestas, a fim de combater o aquecimento global.

Cúpula da Ambição Climática 2020

O Brasil não participou desta reunião, que foi feita com o objetivo de avaliar a evolução das metas combinadas no Acordo de Paris.

Em 2015, o desmatamento no país chegou a  6 mil km². Cinco anos depois, a taxa de desmate atingiu 11 mil km², ou seja, quase o dobro. Por outro lado, a emissão de CO₂ ao invés de diminuir, aumentou 10%.

Acordo entre Brasil e EUA sobre o desmatamento na Amazônia

Imagem de pessoas segurando uma réplica do planeta terra
Imagem de Mata Nativa

Esse pacto, com o intuito de diminuir o desmate na maior floresta do mundo, chegou a um impasse em abril de 2021, uma semana antes da Cúpula do Clima, por questões financeiras.

O governo brasileiro pediu um adiantamento para os EUA, a fim de melhorar a proteção na Amazônia e também para criar projetos de sustentabilidade na área.

A nação de Biden, no entanto, negou e insistiu em ver resultados sólidos antes de enviar a verba para o combate ao desmatamento. Mesmo depois de muitos encontros entre os países, nenhum acordo se estabeleceu.

Brasil pede 1 bilhão de dólares para reduzir o desmatamento na Amazônia

Esse foi o pedido do governo brasileiro ao norte-americano: 1 bilhão de dólares para diminuir o desmate de 30% a 40% em até um ano.

Sem esse dinheiro, o país não conseguiria contribuir muito para as metas de mudanças climáticas. Afinal, a situação econômica do mesmo enfrenta dificuldades.

Até o momento, os americanos foram firmes em seus argumentos, frisando que só realizariam o pagamento diante de amostras sólidas do comprometimento do Brasil. Aliás, vale destacar que algumas dessas provas seriam:

  • Queda no nível de desmatamento na Amazônia;
  • Melhoria nas operações das agências

Cúpula do Clima

Em 22 de abril de 2021, no Dia da Terra, houve uma nova reunião entre países, incluindo o Brasil.

O presidente do mesmo, Jair Bolsonaro, fez um discurso onde se comprometeu a dobrar os esforços na fiscalização ambiental. Além disso, voltou a pedir verba aos países internacionais, a fim de custear a proteção da floresta Amazônica.

A atuação do Brasil, no entanto, tem sido questionada no exterior, por causa dos recordes de desmate e da falta de uma política severa de repressão ao desmatamento.

O país sempre foi um dos protagonistas nessas agendas ambientais, por sempre ter assumido a liderança, bem como por ter a maior parte da Amazônia.

Nos últimos anos, entretanto, esse cenário tem mudado, com o país perdendo cada vez mais hectares da maior floresta do mundo e tendo poucas iniciativas do governo e dos órgãos ambientais para reverter a situação ambiental no Brasil.


Desenvolvimento sustentável: o que é e quais os principais objetivos

A sobrevivência das gerações futuras depende da preservação dos recursos naturais. Bem como, do entendimento de que eles não vão durar para sempre. Então, veja o conceito de desenvolvimento sustentável e como você pode fazer sua parte ajudando a Famazonia.

O que é desenvolvimento sustentável?

É a ideia de que é possível suprir as necessidades de hoje sem colocar em risco as do futuro. Por isso, a sustentabilidade é essencial tanto nas pequenas esferas (empresas) quanto nas grandes (um país).

Vale ressaltar que é isso que vai garantir um futuro melhor para todos. Tanto em nível socioeconômico quanto cultural.

E para isso, deve-se utilizar os recursos da natureza de forma sábia. A fim de não esgotá-los para as futuras gerações.

Para atingir essa meta é necessário muito planejamento. Além disso, todos precisam saber que alguns recursos são finitos. Ou seja, vão acabar algum dia, se não forem preservados.

Desenvolvimento sustentável não é o mesmo que econômico

É importante não confundir essas ideias. Já que o segundo depende do consumo cada vez maior de energia e recursos para crescer. Por outro lado, o primeiro pensamento busca unir:

  • Desenvolvimento econômico;
  • Social;
  • E conservação ambiental.

Quando surgiu esse conceito?

Foi na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, na Suécia, em 1972. Portanto, esse foi o primeiro evento criado para tratar de assuntos ambientais em uma escala global.

O que é preciso para ser sustentável?

Muito planejamento e conscientização sobre o uso dos recursos naturais não renováveis.  Afinal, a sustentabilidade crê na ideia de qualidade e não de quantidade.

Também acredita que deve haver uma redução na utilização de matérias-primas. Além disso, incentiva ações como a reutilização e a reciclagem.

O primeiro serve para dar uma nova função ao produto, diferente da original. No entanto, sem transformá-lo em outro item.

Já a reciclagem, visa transformar o produto descartado em um novo. Por exemplo, é o caso de garrafas PET que são recicladas e viram tecidos.

Objetivos do desenvolvimento sustentável

Esses ODS foram criados em 2015. Aliás, o Brasil foi um dos países a participar do debate para defini-los.

Feito isso, o país lançou a Agenda Pós-2015. Com o intuito de planejar e executar os princípios a seguir:

  • Acabar com a pobreza;
  • E com a fome, com uma agricultura mais sustentável;
  • Disponibilizar serviços de saúde para todos;
  • Bem como, educação;
  • Homens e mulheres como iguais;
  • Assegurar água potável e saneamento para as pessoas;
  • Investir em energias renováveis e mais acessíveis;
  • Oferecer empregos dignos, favorecendo o desenvolvimento econômico;
  • Crescimento industrial, com inovações mais sustentáveis;
  • Reduzir as desigualdades do mundo e em cada país;
  • Ter cidades e comunidades mais seguras;
  • Criar padrões de produção e consumo responsáveis;
  • Planejar medidas contra as mudanças do clima;
  • Conservar os recursos hídricos;
  • Preservar os biomas terrestres e a biodiversidade;
  • Estimular a paz e a justiça;
  • União entre todas as nações em favor desses objetivos.

A sustentabilidade no Brasil

O país vê as ODS como uma prioridade, em especial, no que diz respeito às desigualdades. Além disso, o Brasil já foi o anfitrião de dois grandes eventos internacionais muito importantes, como:

  • O Rio-92;
  • E o Rio+20.

Ele também se destaca por ter tido um grande papel na aprovação de ofícios como:

  • Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento;
  • Agenda 21;
  • Princípios sobre Florestas.

Seus desafios

Apesar de tudo isso, o país ainda possui dificuldades nesse quesito. Por exemplo, um deles é a ausência de bons planejamentos urbanos. Isto é, as cidades crescem de forma desordenada, o que leva a:

  • Enchentes;
  • Trânsito conturbado;
  • Muita poluição;
  • Redução de áreas verdes.

Outro problema em relação a isso também é a chamada especulação imobiliária. Ou seja, a população menos favorecida é obrigada a ocupar terrenos inadequados. Aliás, sem direito a tratamento de esgoto.

A agropecuária impede o Brasil de ser sustentável

É preciso que a agricultura se desenvolva, sem ocupar novos espaços. Assim, o país quer alcançar uma maior produtividade por meio da modernização dos maquinários. Mas, o lado negativo disso é:

  • Erosão do solo;
  • Poluição pelo uso de fertilizantes;
  • Diminuição da mão de obra humana.

Por que ser sustentável é tão importante?

Caso as pessoas não mudem suas atitudes consumistas, as consequências serão irreversíveis. Dessa forma, o planeta vai sofrer com:

  • Degradação ambiental;
  • Secas;
  • Tsunamis;
  • Furacões;
  • E aumento da temperatura.

Devido a isso, algumas ações foram tomadas em relação aos incêndios florestais. Por exemplo, em 2012, foi criada a Lei n° 12.651, com o objetivo de recuperar os ecossistemas.

O órgão do Meio Ambiente também desenvolveu o programa CAR. A fim de ajudar o poder público a regularizar as propriedades rurais.

Além dessas ações, outras podem ser feitas. Mas, o que importa é a união entre sociedade e governo. Ou seja, aliar atitudes individuais e localizadas. Com o intuito de ter um mundo mais sustentável.

Imagem de mão segurando muda de planta

Faça a sua parte pelo planeta

A colaboração de cada um pode trazer o tipo de mudança que o mundo precisa. Aliás, pequenos hábitos geram um grande impacto a longo prazo. Dessa maneira, confira a seguir alguns deles:

  • Separe seu lixo da forma correta;
  • Não use sacolas plásticas;
  • Evite o desperdício de água;
  • Recicle;
  • Não descarte o óleo na pia da cozinha;
  • Economize na energia;
  • Repense sua forma de consumo;
  • Evite usar o carro em curtas distâncias;
  • Use produtos biodegradáveis ou materiais que podem ser reutilizados;
  • Escolha combustíveis menos poluentes, como gás natural e etanol.

 

Uma pessoa produz cerca de um quilo de lixo todos os dias. Por isso, vale a pena sim fazer a sua parte. Pois, reduzindo a quantidade, o impacto na natureza também diminui. Além disso, é importante dar um bom exemplo aos mais novos.

Conheça o FAMAZONIA Foundation

A Famazonia é uma ONG que apoia ideias de preservação, direitos socioambientais e justiça social. Então, com apoio financeiro, ela trabalha em projetos no coração da floresta Amazônica.

Ela também tem uma equipe que gerencia os recursos e as iniciativas voltadas para:

  • O suporte e a proteção dos índios, quilombolas, ribeirinhos e mais;
  • Restauração da biodiversidade;
  • Dá apoio a projetos que cuidam dos recursos hídrico e da flora;
  • Incentiva ações que reduzem o impacto gerado pelas mudanças do clima.

Faça a sua parte e colabore com a Famazonia. Com certeza, sua doação fará a diferença em todas as causas citadas. Afinal, o que está em risco é a própria espécie humana. Bem como, o seu futuro.

A sua contribuição será enviada de forma totalmente segura. Enfim, saiba mais sobre essa ONG e ajude a proteger a Amazônia e o planeta.

 

 


Você sabia que as onças passam parte do ano em cima de árvores?

Atividade pode ser um recurso para escapar de eventos climáticos nesses locais

Um artigo publicado em janeiro de 2021 na revista Ecology apresentou dados singulares sobre os hábitos de algumas onças-pintadas amazonenses. Segundo as informações, coletadas por pesquisadores brasileiros, os felinos podem passar até um terço do ano em cima de árvores. Isso é facilitado por alguns fatores exclusivos de animais dessas áreas, como:

  • O porte, menor que média da espécie no pantanal;
  • A alimentação, que ocorre, consequentemente, em menor escala;
  • A reprodução, que se adapta ao clima.

Quer entender mais sobre esses bichos? Continue no nosso artigo!

Qual a origem do estudo?

Todo o processo foi realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), a primeira do ramo no Brasil. Ao todo, são mais de 11 mil quilômetros quadrados dispostos na região de Tefé, cidade à 522 quilômetros de Manaus. O espaço busca promover tanto trabalhos científicos quanto atividades de moradores locais, que exploram os recursos naturais da área a partir de planos de manejo consciente.

A proposta deu certo, uma vez que foi graças aos contatos da população que os pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (IDSM) descobriram esses hábitos. Para que essa rotina fosse catalogada, diversos felinos foram capturados e, em seguida, soltos utilizando uma coleira de monitoramento.

O material final compilava as informações de oito onças-pintadas, tanto machos quanto fêmeas, durante a época de cheias. Dessa forma, foi possível registrar, pela primeira vez na história, ações dessa categoria praticadas por bichos desse porte.

Por que isso ocorre?

Imagem de onça deitada em galho de árvore
Imagem de Viajar Verde

Todos os anos a região da RDSM sofre com uma temporada em que a média de chuvas é elevada, resultando em longos períodos de cheias por conta da ampliação das margens do rio Amazonas. Esse processo dura por volta de quatro meses, com inundações que podem atingir até sete metros de profundidade. Foi durante esses momentos que as atividades foram detectadas.

O biólogo Emiliano Ramalho, diretor técnico-científico do IDSM e um dos autores do artigo, explicou um pouco sobre essa prática. Em entrevista à Folha de Pernambuco, em abril desse ano, ele disse: “Uma área inteiramente de várzea como Mamirauá, com florestas que alagam todos os anos, é um ambiente peculiar, e os animais que vivem ali têm de ser adaptáveis, assim como as pessoas”.

Darwin explica...

A declaração de Emiliano Ramalho possui a flexão de um verbo essencial para compreender esse fenômeno, que é “adaptar”. Desde que Charles Darwin revolucionou os estudos da biologia com a publicação de sua principal obra, em 1859, essa palavra passou explicar muitos hábitos e características de diversos bichos ao redor do mundo.

No caso das onças-pintadas amazônicas, muitos desses pontos puderam ser percebidos e, consequentemente, foram apresentados no documento exposto pela revista Ecology. A começar pelo porte desses animais, que pode ser até 50% menor que indivíduos da mesma espécie encontrados no pantanal.

Em números mais diretos, esses dados mostram uma perda significativa de peso. Enquanto esses bichos podem chegar a, aproximadamente, 120 quilos na região centro-oeste do país, no Noroeste essa média cai para 60 quilos. Isso se deve, justamente, à situação de sobrevivência em cada um desses locais, visto que rotinas arborícolas são mais vantajosas conforme cada realidade.

A dieta também se molda conforme as particularidades desses espaços. Macacos, bichos-preguiças e outros seres desse tipo são as principais refeições desses felinos enquanto estão no topo das árvores. É possível que o peso desses predadores também esteja relacionado a essa alimentação, visto que suas presas não são animais grandes.

Por fim, a reprodução é outro fator extremamente exótico. Conforme os dados coletados pelo grupo de pesquisa, nenhuma fêmea dessa espécie abandonou a região durante os períodos de alagamentos. Dessa forma, todo esse processo ocorre em cima das árvores, porém, o período de gestação se mantém o mesmo, de cerca de três meses e meio.

Os resultados dos projetos

A soma dos dois programas auxiliou na construção de um aumento significativo no número de indivíduos dessa espécie. Isso pode ser percebido analisando a média do setor amazônico como um todo. Pesquisas apontam que dois a quatro felinos dessa categoria podem ser encontrados a cada 100 quilômetros quadrados desse ecossistema. Por outro lado, dentro da RDSM essa estimativa sobe para dez.

Mesmo em uma escala reduzida, esses números mostram um aumento considerável. Porém, em uma ótica mais ampla, esses dados são ainda mais promissores. Segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, do Instituo Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as onças-pintadas estão classificadas como “vulneráveis”, rótulo que tende a piorar. Dessa forma, essa melhora discreta representa algo positivo, mesmo à curto prazo.

O que isso significa para a Amazônia?

A região tende a perceber essa recuperação com mais afinco a longo prazo. Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, 55 mil animais dessa espécie viviam no Brasil até 2019, sendo 40 mil na Amazônia. Porém, tanto a caça quanto os sistemas viários se unem aos incêndios para reduzir esse número de forma contundente.

Em entrevista ao G1, Rogério Fonseca, coordenador do programa de pós-graduação em ciências florestais e ambientais da Universidade Federal do Amazonas (UFAm), falou sobre o assunto. Ele disse: “(...) as queimadas estão afetando as onças, e isso se deve à falta de um planejamento preventivo dos incêndios florestais na região. Não basta apenas combater, é necessário que haja um controle e um planejamento para evitar que incêndios florestais aconteçam”.

Dados fornecidos pela World Wide Fund for Nature (WWF) mostraram que nesses ataques, intensificados desde 2018, mais de 500 indivíduos dessa espécie foram afetados. Por isso, atividades de conservação promovidas por entidades privadas ou não governamentais são essenciais para fortalecer essa luta, que está longe de acabar.


No que as cheias dos rios impactam na vida dos ribeirinhos?

Pandemia ajuda a intensificar os problemas econômicos nesses locais

Um boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil apontou que as cheias de 2021 tendem a ser as maiores dos últimos anos. Segundo o levantamento, existe a possibilidade de que os rios atinjam seus maiores níveis desde 2012, ano da máxima histórico, medida desde 1902.

Diversos locais continuam a registrar números alarmantes, que geram receio em relação à intensificação da crise causada pelo coronavírus. Entre esses lugares, estão:

  • Manacapuru, em que o rio Solimões já está acima do previsto
  • Itacoatiara, em que o rio Amazonas já está acima do previsto
  • Porto de Manaus, em que o rio Negro pode atingir sua cota máxima até o fim do ano

Dessa forma, a aplicação de serviços básicos à população ribeirinha tem ficado cada vez mais complexa e, consequentemente, tem gerado inúmeros efeitos negativos nessas comunidades.

Quer entender melhor essa situação? Continue no nosso artigo.

O aumento da fome amazonense

Dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em setembro de 2020, voltaram a colocar o Brasil no mapa da fome. Segundo as informações, referentes ao período entre junho de 2017 e julho 2018, cerca de 10,3 milhões de brasileiros não possuíam acesso regular a alimentação. E a região amazonense não é uma exceção.

O biólogo inglês Daniel Tregidgo, funcionário do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (ISDM), promoveu uma pesquisa junto a membros da Universidade Federal de Lavras (UFLa), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade de Lancaster para entender essa condição de forma mais direcionada.

A equipe percorreu mais de mil quilómetros ao longo do rio Purus, em seis meses, para visitar 331 famílias ribeirinhas em 22 comunidades. O levantamento apresentou dados assustadores sobre a situação dos cidadãos locais, que tem comido em menor quantidade e com menos frequência que em outros períodos.

Os números apontaram que 85% dessas famílias precisaram substituir o peixe ou a carne, pelo menos uma vez, em 30 dias. Além disso, 65% comeram menos do que gostariam nesse intervalo. Por fim, o estudo mostrou que 33% dessas pessoas não puderam realizar todas as suas refeições durante um dia, e 17% não comeram nada, ao menos uma vez, por 24 horas.

Ao contrário do que acontece no Nordeste, por exemplo, as cheias são extremamente responsáveis por esse período de dificuldade. Na mesma pesquisa comandada por Daniel Tregidgo, foi constatado que uma elevação de 15 metros no nível do rio Purus é suficiente para promover resultados catastróficos nas camadas sociais e econômicas dessas comunidades.

Segundo a publicação, esse volume resulta em uma captura de peixes 73% menor em relação aos períodos de seca. Isso representa um esforço três vezes maior para capturar a quantidade de animais necessários para a sobrevivência do local. Quando o resultado da pesca não é o suficiente, a população opta por caçar animais silvestres para saciar suas necessidades. Seres como antas, patos e macacos são as principais opções nesses casos.

Principais áreas atingidas

imagem de barcos a beira de rio

De acordo com a Defesa Civil, até o dia 26 de março desse ano quase 98 mil pessoas foram diretamente atingidas pelas cheias, apenas nas calhas dos rios Juruá e Perus. Além disso, até aquele momento, os seguintes municípios estavam em situação de emergência:

  • Na calha do rio Juruá, os municípios de Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati e Juruá.
  • Na calha do rio Purus, os municípios de Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Pauini e Tapauá.

Em Boca do Acre, segundo dados também da Defesa Civil, as cheias causaram a inundação de 90% da cidade. O acesso foi comprometido ao ponto que o fornecimento de água potável foi suspenso, afetando mais de seis mil pessoas em toda a região.

Além disso, a pandemia

Não bastasse enfrentar os problemas causados pela falta de infraestrutura, os ribeirinhos ainda precisam lidar, assim como o resto do mundo, com a pandemia de COVID-19. A soma desses dois fatores resultou em perdas significativas para diversos pilares das comunidades.

Em uma reportagem especial, o UOL apresentou o relato da professora Zeneide de Melo, de 43 anos. A docente dava aulas para turmas do quinto ano do ensino fundamental, na região sul do Amazonas. Porém, viu suas carteiras serem carregadas pelo rio Aripuanã no período de cheias, e ainda precisou lidar com o afastamento dos alunos durante a pandemia. Sem ter onde morar, passou a viver nos fundos da escola com seu marido.

Visando manter as crianças próximas dos ambientes educacionais, ela visitou cada um dos pais de seus alunos para incentivar os garotos e garotas a não abandonarem seus estudos. A tarefa era ainda mais complicada pela falta de instrução das próprias famílias visto que, em alguns casos, apenas os mais novos eram alfabetizados.

Em um âmbito mais geral, a história de Zeneide de Melo é apenas mais uma adversidade a ser resolvida por entidades governamentais, que sequer conseguem lidar com o descontrole no sistema de saúde local. Até janeiro desse ano, 57% dos casos de COVID-19 foram diagnosticados no interior do estado.

Ao todo, sem contar as subnotificações, foram mais de 270 mil pessoas infectadas e mais de 10 mil vítimas fatais. O agravamento se intensifica à medida que o transporte de suprimentos se torna cada vez mais restrito. Em entrevista ao UOL, Raylton dos Santos, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDeSAm) falou sobre essa escassez, alegando que as medidas de prevenção podem prejudicar esses pontos.

Ele disse: “Com a pandemia, o acesso à cidade ficou ainda mais restrito, e alguns barcos que levavam alimentos deixaram de fazer esse fluxo de viagem”. Dessa forma, fica ainda mais evidente o quanto o trabalho de organizações independentes se torna necessário em um momento tão áspero. Além de fiscalizar entidades estatais, é preciso garantir que, mesmo sem elas, o povo amazonense receba a ajuda que precisa, antes, durante ou depois da pandemia.


Alguns produtos típicos da Amazônia brasileira

A Amazônia brasileira além de ser um dos biomas mais ricos do mundo, não deixa de ser fonte de várias iguarias. Alguns exemplos mais conhecidos são:

  • Buriti;
  • Camu camu;
  • Cará Roxo;
  • Pupunha;
  • Tucumã, entre outros.

Essa variedade é comum de ser encontrada nas feiras e mercados da capital do Amazonas. Além disso, são alimentos ricos em nutrientes, que proporcionam muitos benefícios à saúde de seus consumidores.

A seguir vamos especificar alguns alimentos típicos da Amazônia brasileira e suas propriedades. Ficou curioso? Então siga com a leitura!

Buriti

É fruta típica rica em vitamina A. Além disso, mesmo contendo um teor de gordura, é recomendada para dietas, visto seu potencial energético. Só é importante ter um pouco de cuidado, uma vez que produtos ricos em vitamina A podem causar problemas renais e hepáticos, mas isso se consumido em excesso. Recomenda-se preparar o suco da fruta ou fazer sorvetes, mousses, picolés etc.

Camu camu

A principal característica do Camu camu é o fato de ser a fruta que contém a maior quantidade de vitamina C do mundo. É encontrada nas regiões de várzea da Amazônia e recentemente começou a ser produzida em terra firme com o escopo de facilitar seu comércio.

Cará Roxo

É um produto composto por muita fibra e antocioanina, que é coadjuvante no envelhecimento das células do nosso organismo. Seu consumo se dá através do cozimento ou na confecção de tortas e bolos.

Caruru

Recomendado para pessoas que apresentam quadro de anemia, visto que é produto com grande teor de ferro. Pode ser usado em salada e no preparo de alguns pratos quentes.

Jerimum

É produto composto de vitamina A e fibras. Recomendam-se os produtos que apresentam coloração mais forte. É ideal para dietas, uma vez que dá saciedade e é pobre em teor calórico.

Macaxeira

Macaxeira é produto da família das raízes e tubérculos, da mesma forma que o inhame. Apresenta boa concentração de fibras e amido, tornando-se opção excelente de substituição do pão. A forma mais recomenda de consumo é cozida, visto que é a forma de preparo que mais mantém as propriedades.

Pupunha

A pupunha apresenta grande concentração de vitamina A e fibras. As de coloração mais acentuadas são as mais indicadas para consumo, por serem as mais ricas em nutrientes. Ou seja, quanto mais forte a cor, mais rica em nutrientes e vitamina A.

Tucumã

O Tucumã é outro produto rico em vitamina A e fonte de fibras, que são excelentes para o bom funcionamento do intestino. Quanto maior a coloração, maior será a quantidade de vitaminas. Os especialistas recomendam que se compre o produto para ser descascado e higienizado em casa, pois se evita risco de contaminação.

Plantas da Amazônia com poder de cura

Hibisco

A Amazônia brasileira não se resume apenas a frutas ou produtos comestíveis ricos em vitaminas e nutrientes. Um grande destaque do bioma são as plantas que apresentam poder de cura.

Não e à toa que o conhecimento popular indígena dita que sempre há alguma planta para cura de alguma doença. Abaixo reunimos as principais plantas medicinais da Amazônia e suas propriedades contra algumas doenças. Veja:

Açoita cavalo: combate a má circulação sanguínea, o colesterol alto, hipertensão, artrites, diarreia, tumor, entre outros.

Anauera: excelente contra doenças parasitárias causadas por amebas, giárdia e dores no estômago.

Assacu: ideal para o tratamento e prevenção de cânceres.

Banchá: auxilia na desintoxicação digestiva e é um bom diurético.

Confrei: dá estímulo à produção dos glóbulos vermelhos e pode usada como cicatrizante.

Damiana: excelente no combate de paralisias.

Endro: ajuda no combate da insônia.

Fucus: auxilia nos problemas da tireoide, tais como hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Guaco: combate as tosses fortes e rebeldes, auxilia na limpeza do pulmão.

Hibisco: Moderador de apetite, laxante natural e diurético.

Ipecacuanha: Usada no tratamento de bronquite asmática e pneumonias.

João da Costa: ajuda no combate de inflamações no útero.

Losna: ajuda mulheres que têm problemas de menstruação.

Murure: ajuda no combate da sífilis.

Nó de cachorro: poder afrodisíaco e estimulante.

Orégano: conhecido nosso no preparo de condimentos, mas também auxilia nas cólicas, enjoos etc.

Porangaba: ajuda nas infecções urinárias.

Quassia: ajuda no combate dos cálculos renais

Romã: ajuda nas infecções da garganta

Sucupira: auxilia no combate do reumatismo

Tília: usada no combate do vírus da gripe.

Umbaúbac: utilizada nos problemas de doenças de pele

Velame: auxilia no tratamento de crises epiléticas graves.

Os principais pratos típicos da Amazônia

Imagem de Amazonas Atual

Maniçoba: prato típico da Amazônia que é produzido com carne, mandioca e chicória. Sua origem é indígena e são usadas folhas de mandioca que precisam ser picadas e cozidas. É prato servido com arroz e farelo de mandioca.

Tacacá: é uma espécie de sopa produzida com jambu e tucupi (espécie de caldo de mandioca), camarão seco e pimentão amarelo. É servido bem quente em cuia ou cabaça.

Peixe: não é nenhuma novidade que os peixes fazem parte da dieta das populações da Amazônia. Basta considerarmos a extensão do Rio Amazonas e seus principais afluentes. Com isso, por ter peixe fresco em abundância, é muito comum encontrá-lo nos pratos.

Pato no tucupi: o pato é servido no molho de tucupi e apresenta um sabor bem específico e exótico. Torra, rala e cozinha com alho, chicória, manjericão e tucupi, depois serve com arroz e farinha de mandioca.


Ipê: por que é tão importante para o Brasil

Árvore é um substantivo feminino empregado para denominar aqueles vegetais com caules, troncos e ramificações. A altura pode ser variável e de modo geral as espécies ficam um pouco distantes do solo, formando-se as copas.

A importância das árvores não se restringe apenas ao singelo significado da palavra, mas diz respeito a toda nossa existência. A sociedade que sabe valorizar as árvores está preservando a própria vida.

E neste universo de biodiversidade, destaca-se o Ipê que simboliza nossa nação. Se o pau-brasil dá nome à nossa nação, o Ipê é árvore que a simboliza. Pode medir até cerca de 30 metros e floresce no fim de julho até o mês de setembro.

E ainda pode-se destacar o fato de como os coloridos dos ipês decoram a paisagem e trazem maravilhas para o nosso país. Percebe-se como a natureza é capaz de se impor de forma exuberante ao longo das estações do ano.

E prova de que o ipê é uma espécie nacionalista, é o fato de estar com flores sempre no dia 7 de setembro e nas espécies de ipê amarelo trazer uma das cores da bandeira de nosso país.

Algumas características do Ipê

O Ipê faz parte das espécies do gênero Tabebuia e Handroantus, da família Bignoniace. É famosa pela beleza das flores e distribuição por todo território brasileiro.

As árvores de ipê são caducifólias, isso significa que perdem a folhagem em substituição por flores de cores vívidas. São de grandes portes e gostam de bastante calor e clima intensos.

As flores têm formato de funil e podem ser:

  • Amarela;
  • Roxa;
  • Rosa;
  • Branca;

Ipê vem do tupi, com significado de casca dura. Os índios antigamente utilizavam sua madeira para montar arcos de caças e flechas. De tal modo, em um período remoto os ipês eram matéria-prima de artefatos, dada a qualidade de sua madeira:

  • Madeira densa e resistente;
  • Pesadas e duras, difícil de cortar;
  • Grande resistência e durabilidade;
  • Alta resistência a parasitas e umidades.

Por se tratar de boa madeira, o Ipê possui material de grande valia para alicerce de obras e pode ser utilizado até mesmo para decoração:

  • Vigas;
  • Esquadria;
  • Ponte;
  • Piso;
  • Escada;
  • Peça.

Com isso, é de se perceber que o uso pode ser variado, desde um uso mais decorativo até mesmo um uso voltado para construção civil. Além do fato de que é uma arbórea que é símbolo nacional de nosso país, compondo nosso patrimônio.

Conheça os tipos de Ipê

Ipê com flores amarelas: Pode alcançar até 15 metros. Árvore de flores amarelas que surgem no fim de julho indo até o mês de setembro. É bastante utilizada em decoração e é tido como um dos tipos de maior beleza e exuberância.

Ipê da região da Serra: Tem grande porte, chegando alcançar cerca de 35 metros de comprimento. Árvore de flores amarelas que também florescem entre julho a setembro. É uma arbórea totalmente ornamental, dado suas folhas com tonalidade prateada.

Ipês do Serrado: Mais comum na Amazônia, mas pode ser encontrado em outras regiões como a Nordeste e Sudeste. Sua altura chega a 20 metros. Possui uso para arborização de travessas.

Ipê com flores brancas: Chega a medir até 16 metros. É difícil de ser encontrada no nordeste brasileiro, mas mais comum nas regiões sudeste e centro-oeste. Sua floração é branca, mas pode ser encontrada em tons rosados. Adapta-se bem em terrenos mais secos e pode ser usado para paisagismo.

Ipê com flores rosa: Mais frequente no sul do Brasil, podendo alcançar até 35 metros de altura. Suas flores são de tons rosados a roxos, sendo a espécie mais comum nas paisagens do Sul do Brasil.

Ipê com flores roxas: Possui flores roxas que aparecem entre os meses de julho e setembro. É muito utilizado em decoração e paisagismo. Outro fator que chama bastante atenção no Ipê Roxo é o que diz respeito às suas propriedades medicinais. Através de pesquisas, pesquisadores dos EUA descobriram que o caule do Ipê Roxo possui propriedades capazes de combater células cancerígenas do pulmão.

Ipês Roxos de Bola: Apresentam flores roxas, mas a floração ocorre entre os meses de maio e agosto.

Mas, afinal, por que o Ipê é tão importante para o Brasil?

Como visto, são as mais diversas variedades de Ipê que fazem parte da paisagem do Brasil. E seu uso vai desde o paisagismo até mesmo como matéria-prima para construções de modo geral, dada a boa qualidade da madeira.

Ademais, as espécies de ipê são as arbóreas mais conhecidas de nosso país. Por isso, o Ipê conjuntamente com o pau-brasil são árvores símbolos de nosso país, daí sua importância.

Há quem diga que o pau-brasil é árvore símbolo da nação e o ipê é a flor símbolo.  Com isso, é de se perceber mais uma vez a importância que o ipê tem para nossa nação. Ou seja, trata-se de espécie de patrimônio cultural/natural brasileiro.

Por outro lado, por se tratarem de árvores de grande porte e com madeiras nobres, sua utilização é de suma importância para indústria naval e civil. Além disso, são utilizadas em processos de reflorestamento.

Outro fato muito interessante é que assim que a floração do Ipê-roxo vai diminuindo, a do amarelo já vai surgindo. Isso forma um contraste tão bonito na paisagem e é mais um fator que acaba justificando o fato de ser um símbolo do Brasil.

Cabe ressaltar que embora se tratem de árvores de madeira nobre e bastante utilizada na construção civil, seu uso e corte sem autorização pode ser considerado espécie de crime ambiental, passível cominação legal.

E um uso pouco divulgado, é o uso do Ipê para fins culinários. Saiba que todas as flores de quaisquer tipos de Ipê são comestíveis. E um fato interessante é que o gosto das flores, indiferente da tonalidade, é bastante semelhante entre as variadas espécies.

De tal modo, o Ipê por se tratar de árvore ou flor símbolo do Brasil e presente em praticamente todo território brasileiro nas mais variáveis espécies é, sem dúvida, uma das arbóreas mais importantes de nosso país!


Em que as mudanças climáticas afetam o Brasil e vice-versa?

Na atualidade, além do assunto pandemia temos também, um outro assunto que sempre está em pauta de alguma forma, a sustentabilidade. Há um certo estigma ao se ouvir a palavra sustentabilidade, já que o termo já foi usado muitas vezes em muitos contextos diferentes, alguns positivos e outros negativos.

Porém, a sustentabilidade é algo de extrema importância, pois inserida nela há meios de preservação do ambiente e logo, métodos para que se possa ter uma qualidade de vida constante e duradoura. Já que mudanças no ambiente, causam mudanças no comportamento e mudanças no comportamento irão causar nos resultados deste comportamento, e assim por diante.

Como exemplo podemos citar o surgimento de combustíveis alternativos aos combustíveis fósseis como uma dessas mudanças. Outro ponto de extrema importância, há o ambiente, em geral, influencia em nosso clima também.

Dave Reay, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, cita em entrevista à BBC sobre o estado do clima global: “O estado do clima global? Perigoso.”

Vamos entender um pouco como o clima, e essas mudanças climáticas repentinas influencia a nossa vida aqui no Brasil, e como nós brasileiros afetamos o clima como um todo. Além de como podemos fazer para evitar que os efeitos causados sejam muito negativos.

 

Em que as mudanças climáticas afetam o Brasil?

 

As mudanças climáticas repentinas trazem diversos problemas para o Brasil, tendo que grande parte do rendimento e de espaço do mercado nacional brasileiro vem da exportação de insumos advindos de matéria-prima, para outros países.

Segundo relatórios apresentados pelo Governo Federal, em sua balança comercial de janeiro de 2020 até novembro de 2020, o governo brasileiro movimentou mais de 191 bilhões de dólares em exportação.

Destas exportações, por volta de 65% do valor movido em exportações vem de insumos industriais básicos e elaborados, assim como alimentos básicos e elaborados. Estes que são bens que requerem o uso e exploração de matéria-prima.

Tendo isso em mente, e que no ranking de produtos mais exportados pelo Brasil em 2019, segundo a SECINT, ao menos 4 deles são diretamente afetados pelo clima.  Estes sendo, em suas respectivas posições no ranking:

  1. Soja (1);
  2. Milho (5);
  3. Farelo de Soja (derivado da Soja) (9);
  4. Café (10).

Logo, podemos compreender o quanto o clima consistente e previsível é importante para o desenvolvimento da nossa nação. Podemos considerar também alguns outros efeitos negativos de um clima descontrolado, estes podem levar à ou agravar:

  • Enchentes;
  • Queimadas;
  • Desmoronamentos;
  • Doenças respiratórias;
  • Tornados;

Então, com estas informações em mente podemos concluir que as mudanças climáticas repentinas ou fortes acabam afetando negativamente o Brasil, seus residentes e a economia do país no geral.

 

Como o Brasil afeta as mudanças climáticas?

O Brasil, de acordo com estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem por volta de 211,8 milhões de habitantes. E considerando que muitos cientistas atribuem o aumento da instabilidade climática a ações humanas que impactam negativamente o meio ambiente, o Brasil tem um grande poder para influenciar o clima.

O Brasil em 2015, tendo em visão esse potencial e devido a motivos de política e economia internacional, aderiu ao acordo de Paris, onde se comprometeu a diminuir a emissão de gases de efeito estufa, e a recuperação florestal de 12 milhões de hectares de terra.

O Brasil, também possui alguns dos maiores biomas do mundo em termos de extensão. Sendo que a Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. E segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) , as florestas e o aumento do plantio de árvores pode frear as mudanças repentinas de clima.

Porém, um problema que vêm ocorrendo bastante são as queimadas que degradam a terra, e contribuem para o aumento de gases de efeito estufa sendo liberados na atmosfera. Estas queimadas atingem diversos biomas e estados brasileiros.

Por exemplo: O estado de Rondônia teve mais de 560 focos de queimada no mês de setembro, enquanto o Pantanal teve cerca de 20 mil focos de incêndio no ano de 2020.

Além das queimadas temos também o desmatamento que, segundo o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), tem expectativa de aumento de por volta de 4 mil quilômetros quadrados quando comparado ao ano de 2019.

Seja isto devido a políticas públicas, a complicações dentro de órgãos reguladores e de pesquisa, ou a alguma construção cultural contemporânea, não é relevante de início. Sabemos que o problema existe, precisamos pensar em uma solução.

Todas estas adversidades citadas levam a um clima descontrolado, que traz junto consigo os problemas descritos no item anterior.

Mas nem tudo é ruim, o Brasil também tem grande potencial para o uso de meios alternativos de geração de energia, com o maior complexo eólico da América Latina e novas usinas de energia solar sendo utilizadas em alguns locais do país.

 

O que podemos fazer para ajudar?

 

Bem, parte dos problemas que causam as mudanças climáticas podem ser resolvidas com mudanças sérias de comportamento, como uso de combustíveis alternativos, diminuição do uso de água, e etc.

Outra parte dos problemas não está sob o nosso controle como cidadãos individuais completamente, pois envolvem políticas públicas, política internacional, micro e macroeconomia, dentre outros.

Entretanto, até mesmo nesses casos podemos fazer algo. No aspecto político apoiar candidatos com projetos que tenham sustentabilidade como um dos focos, no aspecto socioeconômico podemos conscientizar e compartilhar informações importantes, podemos apoiar e ajudar ONGs e institutos como voluntários, ou através de doações.

Lembrando que queimadas e desmatamento, afeta também os animais da região e até mesmo os moradores próximos. Então, estes fatores que afetam o clima também afetam as vidas de diversas pessoas e animais.

Seguindo alguns passos simples, podemos todos lutar para melhorar o nosso ambiente e mantê-lo sadio o suficiente para que a nossa qualidade, e até mesmo possibilidade, de vida seja duradoura.

Conscientize, ajude, e apoie, para um amanhã melhor.