Como o aumento do desmatamento pode prejudicar o agronegócio

A questão do desmatamento no Brasil hoje em dia é uma pauta cada vez mais urgente. Então, veja a seguir qual a previsão da ação no ritmo atual. Além disso, saiba o que pode ser feito para combater a prática.

O cenário atual do agronegócio

Mesmo levando em conta a crise que o país passa, esse setor soube se adaptar. Aliás, conseguiu gerar resultados que causam surpresa e até bateram alguns recordes.

O PIB, por exemplo, obteve um avanço de 24,3% no ano de 2020. Dessa forma, sua fatia chegou à marca de 26,1% no Brasil. Muito dessa boa fase está ligado às exportações, que cresceram por dois fatores:

  • Commodities com preços mais altos no cenário estrangeiro;
  • Baixo valor da moeda brasileira diante do dólar.

Na prática, isso fez com que os custos dos produtos ficassem maiores por terem valores em dólar. Assim, os seus preços ficaram mais competitivos.

Bons recordes

Ainda que os números sejam bons, é preciso considerar os fatos a seguir:

  • Na verdade, é uma recuperação da queda de 2017 e 2018 no setor;
  • Os preços altos não influenciam alguns produtos com as safras negociadas;
  • A margem dos produtores caiu por causa do aumento dos custos de produção.

O outro lado: 1 milhão de hectares desmatados até 2030

Com a carne se tornando mais escassa devido à crise, a produção bovina deve crescer. Nesse sentido, espera-se produzir, por ano, pelo menos 12 milhões de toneladas do alimento.

A promessa é que seja até 2030, o que significa um número em torno de 1,4% até 2,4%. Agora, aos fazendeiros, a lógica quer dizer elevar em 17% a produção pelos próximos 10 anos.

Com a produtividade por hectare sem nenhuma adição, o futuro não é tão bom. A princípio, o agronegócio terá, por ano, mais de um milhão de hectares desmatados na Amazônia.

O prejuízo causado pelo desmatamento

Imagem de troncos de árvore cortados

Um estudo publicado em maio de 2021 prevê prejuízo em mais de R$ 5 bilhões. Entretanto, a parte financeira é só um dos problemas causados pelo desmatamento. Isso porque, o volume de chuvas por ano cai com essa ação.

Como resultado, as plantações podem ter queda no lucro devido à produção reduzida. Mas, essa questão pode ir além, segundo os pesquisadores. Assim, o sistema praticado na região, de dupla safra, poderá ser extinto em breve.

Há como evitar

Existem formas de contornar a situação e o próprio Brasil consegue ser produtivo sem precisar desmatar. Nesse sentido, Paulo Barreto, um engenheiro florestal, publicou um estudo sobre reforma de hectares.

Com isso, os pecuaristas da região deveriam remodelar de 170 mil até 290 mil hectares em estado de degradação até 2030. Dessa maneira, a produção iria subir de 80 kg para 300 kg por hm².

Barreto afirma que essa opção não se sustenta, ainda que seja mais viável. Segundo ele, o estímulo ao desmatamento pode fazer dessa a escolha mais vantajosa.

Investimento em produtividade baixa

Caso olhe de modo histórico, o setor costuma receber muitos financiamentos e estímulos. Por exemplo, teve cerca de R$ 12,3 bilhões em recursos. Agora, em 2020, estados das regiões Norte receberam R$ 9,15 bilhões para a pecuária bovina.

Os resultados geraram um grande aumento (10 vezes) de cabeças de gado na Amazônia Legal. Antes de tudo, elas eram cerca de nove milhões em 1974. Por fim, o número chegou aos 89 milhões no ano de 2019.

Entre os pequenos agricultores, no entanto, os incentivos saem pela culatra. Afinal, colaboram com a pouca renda gerada e a baixa produtividade, que é influenciada por:

  • Colaboração baixa entre os produtores menores;
  • Falta de informação e, por fim, de normas políticas ajustadas.

Principais eixos para combater a prática

O engenheiro Paulo Barreto ainda mostrou quatro caminhos principais para o combate ao desmatamento, sendo eles:

  1. Fiscalizar de modo mais eficaz;
  2. Proteger as terras públicas e dirigi-las para conservação;
  3. Maior transparência para incentivar medidas de combate ao desmatamento;
  4. Aumentar a remuneração pelas florestas conservadas.

A solução para atrair investidores

No Brasil, a Amazônia é vista como um grande atrativo para investidores e seus planos. Dessa forma, é natural que eles fiquem de olho no estado da região verde.

Uma maneira útil de atraí-los para aplicar no país é reduzir os níveis de desflorestamento. Mas, teriam que voltar ao que se registrou em 2012. Ou seja, algo em torno de 3,5 km² de floresta desmatada.

Em 2020 e 2019, por exemplo, o número passava de 11 km². Como resultado, a política ambiental do governo recebeu várias críticas internacionais.

As métricas importam e os resultados também

Essas métricas são cruciais para os investidores por indicarem como o país se preocupa com a causa. Contudo, só anunciar esforços não é suficiente, é preciso mostrar resultados para ter transparência.

Fatos como o aumento da área desmatada, portanto, causam maior receio. Por exemplo, algumas maneiras de produzir sem desflorestar incluem:

  • Integrar a produção de carne com a de grãos;
  • Fazer a rotação de áreas.

O motivo de preservar o meio ambiente ser essencial

No rumo atual, o Brasil segue para desfazer várias das conquistas no setor obtidas desde 2005. Segundo os pesquisadores, projeta-se que em 2025 os níveis de desmatamento cheguem a 27 mil km² ao ano.

Este ritmo, portanto, pode prejudicar de modo grave o agronegócio no país. Afinal, elas alteram o clima e afetam vários detalhes do meio ambiente. A redução das chuvas, por exemplo, ajuda no aumento da temperatura e abala:

  • A umidade e a qualidade do solo;
  • Os polinizadores e as pragas.

Boa parte da produção agrícola nacional, inclusive, depende da água da chuva. Portanto, qualquer alteração pode causar um problema mais grave no processo.

Mais questões

O desmatamento afeta também o solo, prejudicando sua proteção e causando perda da área produtiva. Sobretudo, não há como repor a vegetação nativa, visto que as raízes das plantas ficam na superfície.

A consequência disso é a água não se infiltrar no solo, o que gera:

  • Falta de reposição nos lençóis freáticos;
  • Erosão e poluição de vários rios.

O agronegócio vai desmatar mais e é preciso cautela

Neste artigo você viu como o desmatamento causado pelo agronegócio pode gerar um cenário complicado. Ou seja, tende a criar um forte retrocesso em tudo o que o país avançou.

Mais do que isso, o ritmo atual tem projeção de acabar em um ponto sem volta. Dessa forma, é urgente que o Brasil diminua os níveis da prática para contornar a situação.

A solução não é simples e depende de vários fatores, sobretudo, uma boa governança. No entanto, diante do estado atual, tomar essas medidas vai fazer toda a diferença.


Iniciativas ambientais em prol da floresta Amazônica

Entidades como a Famazonia tem feito parcerias em prol do meio ambiente. Os principais objetivos da ONG são a conscientização e conservação ambiental, bem como a justiça social. Nos tópicos a seguir, você vai conhecer mais sobre essas iniciativas sustentáveis.

Famazonia e a ADRA

Imagem de reunião entre FAMAZONIA e Copasa
Imagem de FAMAZONIA

Essa primeira apoia ações sociais e ambientais por meio de doações que recebe de pessoas e de empresas. Então, em conjunto com outras instituições, como a ADRA, tem como objetivo principal:

  • A sustentabilidade;
  • Conscientização ambiental;
  • Justiça social;
  • Preservação e conservação do meio ambiente.

A Famazonia entende que a floresta precisa de ajuda e conhece também as necessidades da população que vive na região. Por isso, se reuniu com os diretores da ADRA, a fim de apoiar os seus projetos que tem o intuito de tornar a Amazônia mais sustentável.

Conheça uma das ações em curso

No estado de Roraima, existe uma iniciativa entre a ADRA, Famazonia e o SENAI. Assim, essa parceria oferece aos homens e mulheres da área, a capacitação profissional de pintor de obras.

Com essa opção, essas pessoas podem conseguir um trabalho tanto na construção civil ou ainda ingressar como autônomo. Dessa forma, garantem uma renda para as suas famílias e não se veem obrigados a desmatar a Amazônia.

Projeto Agroflorestal

imagem de mulher em plantação
Imagem FAMAZONIA

Mais um projeto ambiental, desta vez entre a Famazonia e o IDAM, com a missão de incentivar o cooperativismo na área rural de Manaus.

Os beneficiários da ação serão os membros da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Projeto de Assentamento do Tarumã-Mirim (Copasa).

As ONG's querem estimular o desenvolvimento de modo mais sustentável, por meio da aplicação de SAF's ou Sistemas Agroflorestais. Então, os cooperados cultivam ali cacau e cupuaçu junto com mogno africano.

Quanto mais pessoas aderirem, mais agroflorestas, o que gera mais sustentabilidade e conservação ambiental. Além disso, tal projeto ajuda as famílias que poderão tirar o seu sustento dali.

Os Sistemas Agroflorestais

Aqui, o objetivo é reflorestar, além de gerar renda ao cooperado. Assim, ela é feita por meio da combinação entre culturas agrícolas e espécies da própria floresta em uma única área.

Com isso, a proposta é usar os recursos (solo e água) de modo mais eficiente, graças ao espaçamento adequado e técnicas ideais de manejo.

O papel das entidades parceiras

A ideia é que o IDAM dê todo o suporte técnico à Copasa, em especial, na parte de gestão da cooperativa.

Em relação à Famazonia, por outro lado, a mesma irá fornecer adubos, sementes e mudas para implantar os SFA’s. Dessa forma, nota-se que os principais benefícios do trabalho por meio de cooperativas são, portanto:

  • O fácil acesso ao crédito rural;
  • Bem como, uma participação mais ativa em programas de comercialização.

A Copasa

Hoje em dia, a cooperativa conta com 78 famílias. Assim, a produção da mesma é no plantio de hortaliças, bem como frutas, das quais ganham destaque:

  • Couve, banana;
  • Alface, cheiro-verde;
  • Cupuaçu e açaí.

Entenda porque a Amazônia precisa de ajuda

A chamada Amazônia Legal teve cerca de 10.476 km² de sua área desmatada, entre agosto de 2020 e julho de 2021. É nesse período, aliás, em que tem início a época de desmate.

Esse índice mostra que houve um aumento de 57% em relação ao período anterior a esse. Além disso, é a pior taxa dos últimos 10 anos.

O Pará, inclusive, foi a região que mais desmatou em julho, 771 km² de floresta, ou seja, 37% do total. Neste estado estão 7 das 10 áreas indígenas mais desmatadas, além de 5 das 10 unidades de conservação.

A importância da Amazônia

Essa região é essencial para o mundo, afinal, ela detém a maior floresta tropical do mundo, bem como a maior bacia hidrográfica. Assim, em conjunto elas equilibram tanto o clima quanto a temperatura do planeta. Também ajuda a regular o ciclo das chuvas.

Outro elemento vital que só reforça a sua importância, é a sua biodiversidade. Dessa maneira, protegê-la é fundamental, a fim de assegurar a sustentabilidade.

As espécies ali presentes servem para produzir remédios, cosméticos e ajudam no controle de pragas.

Fora as vantagens ecológicas, ela também sustenta a cultura indígena, isso porque ali é o lar de várias tribos. Por isso, conservar a floresta Amazônica é importante para a sobrevivência da Terra e dos seres humanos.

Iniciativas que fazem a diferença

O trabalho das ONG's é muito importante, tanto do ponto de vista social quanto ambiental. A Famazonia, por exemplo, está sempre em busca de recursos, a fim de manter os seus projetos ativos. Tal renda é destinada, em especial, para:

  • A população indígena;
  • Para conservar a biodiversidade da maior floresta tropical do mundo;
  • Reduzir os impactos causados pelas mudanças no clima;
  • Proteger rios e matas.

Como a verba do governo é bastante limitada, é necessário que a população se una a entidades sem fins lucrativos para ajudar como puder nessas causas para preservar a Amazônia.

A Famazonia

Ela apoia diversas organizações não governamentais e tem como objetivo, os 17 princípios de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Ao captar recursos e transferi-los para várias entidades, a mesma consegue gerar impactos bem positivos na vida de muitas famílias e na preservação da floresta Amazônica.

Entidades se unem em prol da floresta

São muitos os desafios quando o assunto é proteger a Amazônia e a sua rica biodiversidade. No entanto, com o suporte de ONG’s como a Famazonia, ADRA e IDAM, é possível vislumbrar um futuro melhor e mais sustentável para todos.

O apoio às cooperativas é um grande trabalho, que além de gerar renda para os produtores e suas famílias, preserva o meio ambiente e ensina sobre a importância da conscientização ambiental.

Ajude as iniciativas ambientais na busca de melhores resultados

Imagem de mulher apontando para apresentação de slides que pede para entrar em contato com a FAMAZONIA
Imagem de FAMAZONIA

Todas as iniciativas aqui citadas têm o objetivo de melhorar a vida da população e salvar a Amazônia. Em resumo, sustentabilidade e justiça social devem estar lado a lado.

Auxilie o FAMAZONIA Foundation a fazer a diferença, contribua para o bem-estar da floresta, dos povos indígenas e demais comunidades locais.

Faça a sua parte nas causas sociais e ambientais, saiba mais sobre a atuação da Famazonia e se torne um aliado do meio ambiente.


Obras de arte homenageiam protetores da Amazônia

Está acontecendo na cidade de São Paulo, uma exposição com obras exclusivas mostrando quem são os verdadeiros protetores da Amazônia. Assim, essa ação artística faz parte da campanha da ONU, de nome "Nós >>o movimento".

A arte em prol da natureza

Uma nova campanha lançada pela ONU traz diversas ações no Parque Ibirapuera, na capital paulistana. Dessa forma, a exposição conta com obras assinadas por Moara Tupinambá, bem como projeções. A visitação acontece até o dia 15 de setembro.

Tal projeto é uma homenagem ao Dia Nacional da Amazônia, ou seja, em 5 de setembro, quando inaugurou a amostra. De fato, ali estão expostos em colagens, os rostos daqueles que lutam por essa floresta e a preservação de sua área.

A campanha da ONU

O intuito desse movimento artístico, antes de tudo, é falar sobre as mudanças do clima no país. Além disso, ressalta a todos os cidadãos que o cuidado com o meio ambiente está ligado de forma direta a uma existência mais justa, bem como saudável.

Também retrata que essas alterações climáticas estão conectadas aos principais problemas atuais do Brasil, por exemplo:

  • Desemprego;
  • Segurança alimentar;
  • Entre outros.

Ao expor os fatos, mostra-se também a solução para todos esses desafios. E, acima de tudo, que eles são acessíveis, práticos e estão ao alcance de todos.

Esta exposição mostra as várias ações tomadas em prol da natureza em diversas regiões do Brasil.

Logo, a intenção é envolver os cidadãos na COP26, isto é, a 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Assim, a mesma ocorre entre os dias 1 até 12 de novembro, na cidade de Glasgow, na Escócia.

Os protagonistas do movimento em prol da conservação da Amazônia

Na primeira semana de setembro acontece a celebração do Dia da Amazônia. Então, esse ano, a ONU teve a ideia de lançar uma campanha que reúne vozes, compromissos e ações, a fim de criar um presente melhor para todos e para o meio ambiente.

Para isso, estreou no Parque Ibirapuera, rostos e histórias de pessoas que têm feito o possível para preservar a região amazônica.

A exposição tem o título de "As vozes pela Amazônia e seus recados para o mundo". Dessa maneira, os cidadãos ali homenageados são:

  • Samilly Valadares, psicóloga e também educadora social;
  • Denis Minev, que é um dos fundadores da FAS;
  • Micaela Valentim, oceanógrafa;
  • Celina Pinayé, ativista socioambiental;
  • Valmir Ortega, geógrafo;
  • Jander Manauara, articulador sociocultural;
  • Patrícia Cota Gomes, gerente no Imaflora e coordenadora da rede Origens Brasil;
  • Hamilton Condack, coordenador presidente da RECA.

O objetivo da campanha é mobilizar o público

Imagem de criança indígena abraçando árvore

Essa iniciativa também quer fortalecer as pessoas, comunidades, organizações, bem como os líderes que têm feito a diferença em busca de um mundo melhor.

De acordo com a diretora do UNIC Rio e coordenadora do evento, é essencial colocar em pauta a preservação da Amazônia e a agenda climática do planeta.

Com isso, a missão é reforçar para as pessoas a importância dessa floresta e daqueles que estão lutando por sua conservação. A fim de que todos tenham um futuro com mais qualidade.

Nós >> o movimento

É possível ver os materiais dessa campanha, bem como a história dos homenageados no site: www.nosomovimento.com.br.

A exposição no Parque do Ibirapuera, em SP, conta com totens digitais que exibem mensagens falando sobre como o clima afeta a saúde humana e o bem-estar.

Em uma delas, mostra um texto do próprio Secretário-geral da ONU, onde o mesmo afirma que cuidar do meio ambiente é essencial para a sobrevivência do planeta.

Essa iniciativa é mais uma maneira de atrair pessoas para participar, debater e compartilhar conhecimento.

O principal objetivo da campanha, de fato, é expor quem são aqueles que têm atuado na preservação da natureza e a urgência que é a pauta da questão climática. Ainda mais com a COP26 tão perto de acontecer.

Mulheres indígenas se unem ao movimento

Algumas integrantes do ATL 2021, uniram-se à causa, a fim de expor a situação das tribos indígenas no Brasil e a conservação ambiental.

Cinco mulheres de diferentes povos (Baré, Guajajara, Iny, Kaxuyana e Pankararu) realizaram declarações sobre gênero, etnia e clima. A fim de dar mais destaque às índias no processo da COP26.

A 26ª Conferência das Partes

Os líderes de 196 nações vão se reunir na Escócia do dia 1 ao 12 de novembro para esta conferência sobre o clima.

A expectativa é que eles cheguem a um acordo, a fim de frear as mudanças climáticas e suas consequências.

Para quem não sabe, a COP faz parte da Convenção Quadro da ONU, ou seja, um acordo mundial assinado por quase todos os países para diminuir o impacto humano no clima do planeta.

Esse tratado entrou em vigor em 1994, portanto, essa é a vigésima sexta reunião desde então.

As expectativas para a COP26

O aumento do nível do mar, secas e ondas de calor já são uma realidade. Logo, as principais demandas são que os países ricos financiem formas de adaptar essas mudanças.

E também compensem de modo financeiro as consequências de tais alterações. E ajudem as nações mais pobres a desenvolver economias mais sustentáveis.

Conheça a importância da COP26

Para se ter uma ideia da sua importância, é nesse evento que o Acordo de Paris (2015) será reavaliado. Este foi, sem dúvida, um dos passos mais importantes dados pelas nações mundiais em relação às mudanças climáticas e o que fazer para evitar maiores problemas.

Os quase 200 países, de fato, concordaram em manter a temperatura média global em até no máximo 1,5º C. Assim, até o momento, o aquecimento subiu 1,2º C.

Como em qualquer acordo, para que funcione, é preciso que todas as condições se cumpram. Por isso, existem as COPs, isto é, elas servem para que todos revejam suas estratégias e cobrem medidas uns dos outros.

Os objetivos do último encontro internacional

Na 21ª COP, por exemplo, algumas metas foram colocadas em pauta e todos os participantes aceitaram:

  • Diminuir a emissão de gases do efeito estufa;
  • Investir em energia renovável;
  • Doar bilhões de dólares para ajudar os países pobres.

O acordo também inclui uma avaliação do progresso conquistado a cada cinco anos, dessa forma, o mesmo deveria ter acontecido em 2020, mas com a pandemia, foi adiado para 2021.


Imagem de cipó

Brasil é o 2º país no mundo com maior número de árvores selvagens em risco de extinção

Pesquisa desenvolvida pela BGCI sugere que a exploração de madeira, a pecuária e a produção agrícola interferem diretamente nesse ponto

Um estudo publicado em setembro desse ano pela Botanic Gardens Conservation International (BGCI) colocou o Brasil entre os países com maior número de árvores selvagens ameaçadas de extinção, o equivalente a:

  • 788 espécies;
  • 20% do total global;
  • 42% das espécies endêmicas.

Quer saber mais? Continue no nosso artigo.

Analisando os dados divulgados pela BGCI

Apesar de ser revelada pela BGCI, a pesquisa State of the world’s trees foi desenvolvida através de uma parceria com diversas entidades. Entre as principais marcas envolvidas, estão a International Union for Conservation of Nature’s (IUCN) e algumas de suas ramificações internas, como a Global Tree Assessment (GTA).

Segundo levantamentos feitos por essas companhias a partir de uma base composta por 60 mil árvores distintas, existem 17,510 mil espécies ameaçadas de extinção ao redor do mundo. Além dessas, outras 440 possuem menos de 50 indivíduos de seu gênero na natureza, realçando a necessidade de observações mais direcionadas.

Na lista das nações mais predatórias, o Brasil amarga a segunda colocação, com 1.788 espécies em risco de extinção. Assim como citamos anteriormente, esses números representam 20% do total global ou 42% das espécies endêmicas do país.

Esse problema se mostra ainda mais intenso ao ser comparado a outras vertentes da destruição promovidas pela raça humana. Conforme apontou a BCGI, “(...) há duas vezes mais espécies de árvores ameaçadas globalmente do que mamíferos, pássaros, anfíbios e répteis ameaçados juntos”. Por isso, ao fazer declarações sobre o assunto, o secretário geral da entidade, Paul Smith, reforça que “(...) este relatório é um alerta para todos ao redor do mundo de que as árvores precisam de ajuda”.

Os resultados práticos dessas ações

Imagem de Incra - Aroeira do Sertão

Informações coletadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) indicam alguns dos reflexos imediatos desse extermínio. Segundo a entidade, aproximadamente oito espécies de árvores não foram encontradas na natureza nos últimos 50 anos, sendo elas:

  • Uma araucária

- Araucaria angustifólia (bertol) o. kuntze

Podia ser encontrada em Minas gerais, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e em São Paulo.

  • Uma aroeira-do-sertão

- Astronium urundeuva (fr.all.) engl

Podia ser encontrada na Bahia, no Ceará, no Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, no Mato Grosso, em Minas Gerais, no Piauí e no Rio Grande do Norte.

  • Três bromélias

- Aechmea blumenavii reitz

- Aechmea kleinii reitz

- Aechmea pimenti-velosii reitz

Ambas podiam ser encontradas em Santa Catarina.

  • Um cipó-escada-de-macaco

- Bauhinia smilacina (schott) steudel

Podia ser encontrada na Bahia e no Rio de Janeiro.

  • Um gonçalo-alves

- Astronium fraxinifolium schott

Podia ser encontrado na Bahia, no Ceará, no Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, no Mato Grosso, em Minas Gerais, no Piauí e no Rio Grande do Norte.

  • Um pau-de-rosa

- Aniba roseodora ducke

Podia ser encontrada no Amazonas e no Pará.

Os principais fomentadores de destruição

Os mesmos dados coletados pela BCGI destacam que os três principais causadores desses problemas são atividades humanas, sendo eles:

  • A exploração de madeira

Dados levantados pela Rede Simex em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV), com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM), com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) e com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) apresentam números extremamente perigosos. Segundo esses órgãos, a exploração de madeira destruiu mais de 464 mil hectares da região amazônica entre agosto de 2019 e julho de 2020.

Conforme a pesquisa, 50,8% desse desmatamento ocorreu no Mato Grosso, 15,3% no Amazonas e 15% em Rondônia. Além de ocorrer em propriedades cadastradas em sistemas estatais, essa destruição também atingiu assentamentos rurais, terras indígenas e unidades de conservação.

Em entrevista cedida à CNN Brasil, a pesquisadora do IDESAM, Tayane Carvalho, explica falhas públicas abrem brechas para essa destruição. Segundo ela, “(...) as terras não destinadas são áreas públicas que ainda não tiveram seu uso decretado. Por isso, não tem autorização para serem exploradas e ficam suscetíveis a ações de ilegalidade. Precisamos de políticas públicas que contemplem essa questão”.

  • A pecuária

Segundo uma projeção desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para acompanhar o crescimento desse setor seria necessário desmatar entre 634 mil e 1 milhão de hectares da região amazônica por ano até 2030.

Mesmo possuindo altas constantes desde o início do século XXI, esse crescimento foi ligeiramente suavizado através do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), promovido em 2004 pelo governo federal brasileiro.

Entre as ações utilizadas, estavam o aperfeiçoamento da fiscalização e punição de infratores, a criação de áreas protegidas, o condicionamento do crédito rural, o boicote de produtos associados à destruição de florestas e o incentivo à preservação através de famílias pouco abastadas. Apesar disso, o cenário ainda continua extremamente grave.

  • A produção agrícola

Um relatório desenvolvido pela Planet Tracker indica que o desmatamento para a abertura de espaços para agricultura e para a pecuária estão alterando o regime de chuvas no país, interferindo diretamente na eficiência dos plantios de duas safras anuais.

Conforme apontou a pesquisa, “(...) evidências recentes sugerem que a temporada de chuvas está mudando nas áreas desmatadas da Amazônia. No estado de Rondônia, o início das chuvas mudou, em média, 11 dias nas últimas três décadas. No entanto, onde o desmatamento pesado não aconteceu, o início das chuvas não teve alteração significativa”.

Os reflexos internos e externos

A disseminação desse problema se estende a níveis ainda mais profundos, conforme indica o estudo realizado pela BGCI. Segundo a entidade, além de atingir a flora brasileira, essas alterações alcançam diversas áreas do planeta.

Conforme os dados apresentados pela companhia, existem pelo menos 180 espécies de árvores diretamente ameaçadas de extinção devido ao aumento dos mares e condições climáticas severas. O artigo ainda destaca que “(...) isto é particularmente preocupante porque muitas ilhas têm espécies de árvores que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar”.

Por isso...

É extremamente importante investir em organizações especializadas locais, que auxiliem na preservação e nas atividades governamentais de maneira consciente e eficaz.


É possível reflorestar a Amazônia?

Muitos questionam se é viável reflorestar a Amazônia, a maior floresta do mundo. Sem dúvida, tal plano seria uma maneira de ajudar no combate contra o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas, então veja quais projetos ambientais estão em ação.

Desmatamento é um dos principais causadores do aquecimento global

5 de setembro é comemorado o Dia da Amazônia. Por isso, muito tem se falado sobre como o Brasil pode contribuir para lutar contra as mudanças do clima.

Ela é a maior floresta tropical do planeta e tem um bioma muito rico quando se trata da sua biodiversidade. Além disso, é fonte de diversos recursos naturais e abriga várias tribos indígenas, que dependem dela para sobreviver.

Mesmo com toda essa exuberância e poder, o aquecimento global é uma realidade que se faz cada vez mais presente. Assim, é isso que mostram os mais recentes relatórios divulgados, inclusive, pela ONU.

As principais causas dessas alterações climáticas são as emissões de gases do efeito estufa, ou seja: queima de combustíveis fósseis.

Eles, devido a ação humana, contribuem para o aumento da temperatura no planeta e suas consequências no mundo. Mas, uma maneira de refrear esses desastres, é o reflorestamento da Amazônia.

Reflorestar é preciso

Os estudiosos acreditam que é sim possível reflorestar a Amazônia, mas tudo depende de onde e como fazer isso.

A Assembleia da ONU expressou que entre 2021 e 2030, acontecerá a restauração dos ecossistemas.

De fato, a ideia principal é restabelecer as áreas impactadas, lançando ações eficazes para combater a crise do clima, bem como a alimentar, hídrica e a perda de espécies da fauna e flora.

Fica claro que o reflorestamento é uma necessidade, no entanto, a questão é como fazer isso. Assim, a iniciativa não é apenas plantar o maior número de mudas possível. Reflorestar então, é um meio para atingir um objetivo e não um fim por si só.

As 10 regras para o reflorestamento

Imagem de duas pessoas plantando mudas na terra

Sabe-se que o processo não é tão simples, portanto, é fundamental levar os seguintes critérios em conta:

  1. Acima de tudo, deve-se proteger a floresta que já existe;
  2. Realizar uma ação conjunta, envolvendo órgãos oficiais e comunidades;
  3. Expandir a recuperação das várias espécies, a fim de atender a diversos objetivos;
  4. Fazer um estudo das melhores áreas para a restauração;
  5. Usar a regeneração natural;
  6. Selecionar as mudas que mais favorecem a biodiversidade;
  7. Escolher materiais vegetais resistentes;
  8. Planejar a infraestrutura, levando em conta a capacidade e a provisão de sementes;
  9. Ter uma abordagem adaptativa;
  10. Fazer valer a sustentabilidade econômica da ação.

Veja a seguir, alguns dos principais projetos ambientais de reflorestamento que estão em andamento no país.

1 - Corredor Verde

O objetivo aqui é criar uma conexão entre a Amazônia e o Cerrado. Assim, a primeira fase já chegou ao fim, com o plantio de 80 mil árvores nativas em um município do Pará.

A ideia é reflorestar cerca de 1 milhão de hectares nas margens dos rios Araguaia e Tocantins. De fato, esse corredor de biodiversidade vai passar por regiões como:

  • Mato Grosso do Sul;
  • Goiás;
  • Mato Grosso;
  • Tocantins;
  • Maranhão.

Uma grande porção dessas áreas foram degradadas, bem como desmatadas. Com esse projeto, a missão é restaurar esses terrenos com espécies amazônicas e do Cerrado, cerca de quase 2 bilhões de árvores.

No caso deste segundo bioma, o desmatamento já superou 70% da sua área natural total por meio da agricultura.

O Corredor Verde vai conectar os 30% restantes. Dessa forma, milhares de espécies serão salvas e isso vai converter as terras agricultáveis em florestas nativas.

Recuperar o meio ambiente também é bom para a economia

Ainda sobre este plano de reflorestamento, a fundação idealizadora precisa do apoio dos produtores rurais. Isso porque entre os mais de 110 municípios envolvidos no projeto, o Corredor passa por quase 24 mil imóveis, sendo que 96% são particulares.

Cada uma delas, vai destinar 20% de seus terrenos para áreas de preservação. Assim, de todas essas fazendas, cerca de 14 mil delas, contam com déficits de reservas legais.

O objetivo é que elas se unam a parques nacionais e também as reservas indígenas, com isso, a ideia é formar um mosaico de habitats naturais.

As vantagens ambientais, econômicas e sociais

Uma pesquisa indicou que recuperar essa vegetação é rentável e tem a capacidade de gerar mais de 21 bilhões de dólares em cinco décadas. Além disso, também há outros benefícios como:

  • O surgimento de 38 mil trabalhos;
  • Diminuição de 527 milhões de toneladas de solos erosivos;
  • A captura de mais de 262 milhões de toneladas de carbono originado do plantio das espécies.

2 - Eneva e Embrapa

Essa parceria pretende reflorestar dois municípios do Amazonas. Essa ação, de fato, quer beneficiar as famílias de agricultores que moram em uma área de 8 hectares (80 mil m²), ou seja, oito campos de futebol.

A Eneva é uma empresa de gás natural que junto com a Embrapa, deseja implantar sistemas agroflorestais de produção nesse estado.

Para isso, as duas organizações vão usar tecnologias, bem como recursos para desenvolver ações sustentáveis no plantio de espécies nativas.

Os agricultores vão receber benefícios como cursos de capacitação técnica para o manejo agrícola. Então, o intuito é integrar mulheres e jovens para que tenham um papel mais ativo em prol da educação ambiental e restauração da área em que vivem.

A expectativa desse projeto

Em dois anos, ambas esperam ter viveiros com espécies de árvores nativas, por exemplo, andiroba, castanheira e muitas outras. A fim de usá-las no reflorestamento e integrá-las também no sistema de produção.

A Eneva conta ainda com o Projeto Azulão-Jaguatirica, que contém planos de assegurar:

  • A segurança alimentar;
  • Geração de renda sustentável;
  • Produção de alimentos, a fim de reduzir a fome e a pobreza no Amazonas.

Reflorestamento requer planejamento

De modo resumido, é possível reflorestar a maior floresta do mundo, além disso, tal fato é uma necessidade. Entretanto, deve contar com um bom plano estratégico, para uma implantação adequada.

O desmatamento é uma questão urgente e um dos maiores desafios ambientais que o mundo vem enfrentando. Dessa forma, é essencial lutar contra ele, mas isso não deve ser feito de qualquer jeito.

Requer também a ação coletiva entre órgãos ambientais, empresas e comunidade. Pois o planeta é a moradia de todos, portanto, somente um plano em conjunto pode frear o aquecimento global e suas consequências.


Garimpos ilegais no Brasil nos últimos 10 anos

Os problemas causados pela mineração/extração ilegal voltaram a ser notícia depois que a Polícia Federal realizou uma operação junto com outras forças de segurança pública. De fato, isso teve como fim o fechamento do garimpo Maria Bonita, no estado do Pará.

Operação Muiraquitã 2

A PF, entre os dias 23 e 25 de agosto, deu início à Operação Muiraquitã 2. Assim, fez parte dessa ação:

  • Exército;
  • Força Nacional de Segurança;
  • IBAMA;
  • FUNAI;
  • Bem como, o Ministério Público Federal.

A atividade teve como missão, acabar com a prática da extração ilegal de minérios no território dos índios Kayapó. Aliás, o mesmo fica entre os municípios de Cumaru do Norte e Ourilândia do Norte.

Essa manobra contou com a ajuda de 220 agentes de segurança pública. O efetivo partiu de Marabá em helicópteros rumo ao garimpo Maria Bonita.

Já na chegada eles lançaram bombas de gás lacrimogêneo, a fim de impedir os garimpeiros criminosos de esconderem as máquinas na área da floresta.

A força tarefa não tinha como objetivo prender os trabalhadores do local, mas sim, desfazer a estrutura de extração ilegal de ouro daquele lugar. Por fim, apreenderam vários equipamentos e destruíram alguns maquinários.

O garimpo Maria Bonita

Um fato que chama a atenção é o domínio dessa atividade. Afinal, o Maria Bonita cresceu, nos últimos 5 anos, cerca de 495%. Dessa forma, ocupa hoje uma área igual a 2.200 campos de futebol. E, sem dúvida, gerou muito impacto ambiental na região.

Na área do garimpo, a polícia encontrou vários acampamentos menores, conhecidos como “pontos de extração”. Logo, sofreram vistorias, com o intuito de garantir que não houvessem trabalhadores nos locais. Mas, no final, acabaram sendo destruídos.

Durante esse trabalho, também encontraram ainda mais equipamentos e máquinas usadas na exploração de ouro, além de uma grande quantidade de combustível. Assim, as apreensões incluem:

  • 26 escavadeiras hidráulicas;
  • 67 motores bombas;
  • 59 mil litros de combustível (óleo diesel);
  • 3 caminhões, um deles bitrem;
  • 4 pessoas presas em flagrante e duas resgatadas de uma situação de escravidão.

Máquinas destruídas

A equipe também coletou amostras de ouro do garimpo. Assim, as mesmas serão registradas no banco de dados da PF. Dessa forma, vão poder ajudar a saber a origem de eventuais apreensões futuras do mineral.

Certos equipamentos achados no local eram grandes e pesados demais. Portanto, a sua retirada do local teria um custo muito alto. Por isso, a polícia optou pela destruição dos mesmos. Além disso, resultaria em um processo de logística muito difícil.

Proteção dos povos indígenas

Isso faz parte das ações da PF, a fim de oferecer proteção às tribos de índios mais indefesas. Com isso, uma vez identificadas quais são as áreas com maior presença de invasores, mais medidas protetivas poderão ser tomadas.

Tal tarefa tem como base uma decisão da justiça dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apresenta como objetivo principal da atuação, a retirada de criminosos da região em questão, bem como a intenção de desativar os garimpos.

Com os materiais apreendidos e máquinas destruídas, a prática ilegal foi desarmada. Também foi possível combater outros crimes ambientais gerados por meio da extração ilegal de minérios.

Por conta dos diversos pontos de mineração, a dificuldade de acesso por terra e o tamanho da área, exigiu-se o uso de helicópteros ao longo da operação: três das Forças Armadas e um da própria PF.

O que é Muiraquitã

De acordo com a Polícia, o título se refere a objetos construídos em um tipo de pedra conhecida como amazonita e representam animais, por exemplo, répteis e anfíbios.

Inclusive, os mesmos eram muito usados pelas tribos Tapajós e Konduri, desde antes da chegada dos europeus, servindo de talismã, ou seja, um símbolo de poder. Além disso, esse amuleto era dado pelas índias guerreiras aos seus companheiros.

Brasil e suas riquezas naturais

O subsolo do país chama a atenção pela grande variedade de minérios que existem ali. Assim, ele ocupa um lugar de destaque no cenário mundial, o que favorece a expansão da ação extrativista.

A Amazônia, berço de tantos recursos, é também a área com maior exploração mineral (cerca de 72,5% da área), sendo que as maiores produções são as de ferro, alumínio e ouro.

O que também se destaca é que a mineração industrial, isto é, aquela que é feita dentro da lei, com licenças ambientais, diminuiu. Por outro lado, os garimpos ilegais aumentaram.

Isso acaba levando ao avanço dessa atividade para as áreas protegidas ou territórios dos índios, onde não há qualquer tipo de fiscalização. Assim, o impacto ambiental gerado é enorme.

Os problemas causados pelo garimpo ilegal

Imagem G1

Ele não segue as diretrizes ambientais de nenhum órgão. Logo, os danos causados por esse tipo de operação são bem graves. Dentre os problemas causados pelo extrativismo ilegal pode-se destacar:

  • Mudança no meio físico;
  • Desmatamento;
  • Erosão;
  • Poluição da água;
  • Disseminação de metais pesados;
  • Alteração da paisagem e do solo;
  • Espécies da flora e fauna locais em risco.

Além desses, o garimpo ocasiona impactos e alterações no modo como as populações que habitam na área ou nos seus arredores vivem. Sem dúvida, os mais afetados são os índios, que tem sua área invadida.

Entre os que mais sofrem devido à prática da atividade extrativista ilegal estão os Kayapó, os Munduruku (no Pará) e os Yanomami (em Roraima e no Amazonas).

Tribos cujos territórios somados equivalem a uma área do tamanho do estado de São Paulo e que vivem em alguns dos pontos mais preservados da parte brasileira da Amazônia.

Prejuízos financeiros

Além da destruição ambiental, os garimpos ilegais também geram danos financeiros. Isto é, não promovem lucro para os cofres públicos. Afinal, não há fiscalização sobre o que é produzido e tampouco existem taxas ou impostos sendo arrecadados.

Leis trabalhistas também não existem nesses locais e a exposição aos riscos dessa atividade é constante. Então, os trabalhadores que aceitam esse tipo de serviço são, em geral, pessoas que estão em regiões violentas ou com grande carência estrutural.

Na maioria das vezes, é possível encontrar os mesmos manipulando metil mercúrio, um metal pesado nocivo tanto ao meio ambiente quanto ao organismo humano, sem proteção alguma. Em outras palavras, tais áreas precisam de uma fiscalização constante.


Por que o aumento de pastagens representa risco constante a natureza?

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil, mas também é uma das que mais impactam a natureza de forma negativa. Dessa maneira, entenda aqui a relação entre o aumento das pastagens e o crescente risco que isso causa à natureza.

Veja como a pecuária impacta o meio ambiente

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do país como um todo, não só da região Sul.

Com isso, ela vem ganhando o mercado mundial e se expandindo cada vez mais. Sabe-se que o setor mais produtivo do ramo é o de gado leiteiro e em seguida, o de corte.

Há anos, a agricultura e a pecuária do Brasil acontecem de modo separados. No entanto, essa prática fez com que a degradação da natureza aumentasse, tanto nas áreas de pastagens quanto de lavouras.

Em relação à primeira, o impacto negativo tem como resultado:

  • A degradação do solo;
  • E a perda da biodiversidade.

Com a demanda de mercado cada vez maior, as consequências para o meio ambiente são impossíveis de se calcular.

O que é um problema que vai além da questão ecológica, mas sim de sobrevivência, pois o gado precisa da natureza para a sua dessedentação e alimentação.

Sistemas de exploração de pastagens causam impactos ao ambiente

Em geral, os pecuaristas fazem uso de três modelos de exploração de pastagens, assim são eles:

  • Extensivo, os animais ocupam uma área maior, o que gera mais impacto;
  • Semiextensivo, gado é criado solto, mas com uma nutrição melhor;
  • Intensivo, uso maior de tecnologias, animais ficam em um espaço restrito.

Cada um gera, por sua vez, um grau diferente de impacto. De fato, como dito antes, o extensivo é o pior deles, por causa do superpastoreio. O pisoteio em excesso, altera a camada do solo, bem como as espécies vegetais.

Imagem de pasto com gado

Pecuária sustentável é a solução

O superpastoreio compacta o solo e remove a cobertura vegetal, isso faz com que ocorra a erosão.

Esse processo acontece quando o solo perde a sua camada mais superficial em decorrência da água, do vento e de outros fatores.

Quando o terreno fica sem essa parte que o cobre, ele não retém mais água para as plantas, bem como nutrientes. Dessa forma, ocorre a degradação.

É fundamental informar os pecuaristas sobre modos mais sustentáveis

Para evitar tudo isso, é preciso implantar uma pecuária sustentável. Dessa forma, o primeiro passo é conscientizar os pecuaristas a respeito da conservação ambiental.

O segundo passo é dar a ele os meios necessários para aplicar a sustentabilidade em sua criação.

Uma das opções é integrar as atividades de lavoura-pecuária. Já que traz diversos benefícios para o produtor. Pois neste sistema, o solo é usado de modo eficiente e sem degradação.

Também há a vantagem econômica, porque a utilização de defensivos agrícolas é menor, o que, aliás, melhora a qualidade dos produtos.

O ciclo de impactos gerados pela pecuária

Com o aumento das áreas de pastagens, mais cobertura vegetal é retirada. Logo, isso acaba comprometendo:

  • A biodiversidade;
  • O ciclo da água, pois diminui a infiltração e o armazenamento;
  • Libera mais CO₂ no ar, o que contribui para o aquecimento global;
  • Aumenta a lixiviação;
  • O que por sua vez, vai compactar o solo e torná-lo erosivo.

O solo e a água, sem dúvida, são essenciais para o sustento da vida. No entanto, são recursos mal geridos e preservados. Por exemplo, cerca de 11% da área mundial é para a agropecuária.

Resíduos animais são as principais fontes poluidoras

Com o aumento das pastagens, cresce a capacidade de agrupar mais animais. Mas, estes também são fontes de poluição, em especial:

  • Os resíduos de animais;
  • Antibióticos e hormônios;
  • Produtos químicos que vem dos curtumes;
  • Fertilizantes e pesticidas, maiores vilões do meio ambiente.

De acordo com o Inpe, quase 63% da área desmatada na Amazônia até 2008 foi ocupada por pastagens. Além disso, grande parte do espaço também é para o plantio de grãos usados na alimentação dos animais.

Também segundo o IBGE, o Brasil é o país com maior número de gado comercial no mundo, com mais ou menos 209 milhões de bois.

O solo não é o único recurso afetado

A água é impactada com a pecuária. Afinal, com o solo compactado, infiltra menos água para os lençóis freáticos e também degrada a margem dos rios.

Diante desse cenário, a questão que fica é como solucionar tudo isso. Isto é, como prosperar na economia e preservar a natureza ao mesmo tempo. Assim, surgiu uma opção: os sistemas Silvipastoris, ou seja, o SSP.

 

Plantio de árvores em pastagens se faz essencial

No contexto do SSP, esse modelo agroflorestal agrega em um único espaço: animais, árvores e pastagens.

Com o manejo correto, é possível conseguir ao mesmo tempo, leite, carne e madeira. Dessa forma, dá para garantir o lucro para o produtor e benefícios para o meio ambiente e a sociedade.

As vantagens no uso do Silvipastoril

Segundo a Embrapa, as árvores ajudam a preservar melhor a estrutura do solo e a sua qualidade. Pois ele controla a erosão e ainda agrega matéria orgânica, tornando a terra mais úmida, sendo desnecessário inserir nutrientes.

Também contribui para o bem-estar do rebanho, já que as árvores servem como proteção contra as chuvas, vento e calor. Em outras palavras, isso interfere na saúde dos animais, deixando-os mais saudáveis, o que estimula a produtividade.

Aplicar esse método é cada vez mais importante, até mesmo para a economia, porque assim o Brasil ganha mais destaque no mercado mundial. E isso faz com que o produto seja mais valorizado, rendendo maiores lucros aos pecuaristas.

O aumento das pastagens requer soluções sustentáveis

A partir de agora, você tem uma ideia do quanto a pecuária pode afetar a natureza. Bem como, desgastar os seus recursos naturais, que ao contrário do que muitos acreditam, são finitos.

Os impactos são sérios, com desmate e compactação do solo devido a criação de gado em áreas grandes. Aliás, muitas das vezes sem qualquer tipo de manejo.

É essencial, então, controlar melhor o deslocamento do rebanho. Além disso, implantar técnicas mais evoluídas de criação.

Os sistemas silvipastoris e a integração lavoura-pecuária ajudam nessas questões e reduzem os impactos ao meio ambiente.

Inclusive, plantar árvores de grande porte como madeireiras, frutíferas e forrageiras ainda servem de alimento para os bovinos. Logo, é um sistema que vale a pena do ponto de vista ambiental e socioeconômico.


Realmente existe chance de a Amazônia se tornar uma savana?

Velhos conhecidos podem ser responsáveis por essa drástica alteração

A cada dia que passa nos aproximamos mais rápido do temido ponto de inflexão da Amazônia, em que todo esse ecossistema poderá vir a se tornar uma imensa savana. Para piorar, especialistas indicam que os motivos para isso ainda são:

  • As políticas públicas inconsequentes;
  • O aquecimento global;
  • O desmatamento;
  • Os incêndios.

Quer entender melhor esse risco? Continue no nosso artigo.

Afinal, esse risco existe?

A comunidade científica global não possui um consenso quanto a essa resposta, mas algumas teses possuem mais força que outras nesse meio. Um grande exemplo é o material publicado pela revista Science produzido pelo climatologista Carlos Nobre, em 1990. Desde aquele momento, ele defendia que “(...) se desmatarmos grandes partes da Amazônia, ela se tornará uma savana”.

Portanto, sim, esse risco existe. E, apesar de uma redução gradual ter sido registrada ao longo dos anos, nos aproximamos desse problema a passos largos, uma vez que ainda não atingimos um patamar de exploração responsável.

Dados coletados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon, por exemplo, apontam que, entre o ano em que o artigo citado acima foi divulgado e 2010, mais de 55 milhões de hectares de florestas foram derrubados em território nacional. Conforme o mesmo instituto divulgou em seu portal, em fevereiro de 2014, “(...) o ritmo de destruição, nas últimas duas décadas, foi 170 vezes mais rápido do que aquele registrado na Mata Atlântica durante o Brasil-colônia”.

A Amazônia, por sua vez, perdeu mais de 780 mil km² de sua vegetação nativa, o equivalente a mais de duas vezes o espaço ocupado pela Alemanha, que mede aproximadamente 357 mil km². Além disso, uma queda constante registrada nessas taxas desde 2005, apesar algumas variações, se transformou em uma subida colossal desde 2018.

Informações apresentadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram que esses números cresceram mais de 85% em um intervalo de dois anos. O mesmo órgão indica que esse cenário tende a não mudar, visto que, em abril de 2021, o desmatamento no local foi o maior da série histórica.

Quanto tempo temos?

Imagem de Amazonia Latitude

Em conversa com a revista Yale Environment 360, publicada em setembro de 2019, Carlos Nobre reforçou seus pontos e afirmou que se seguirmos com o ritmo atual, o ponto de inflexão desse ecossistema vai ser atingido entre 20 e 30 anos. Além disso, o climatologista explicou como a savana que descreveu em 1990 pode se tornar possível, mesmo em um ambiente tão molhado.

Segundo ele: “(...) o clima pós-desmatamento não será mais um clima muito úmido, ficará mais seco, a Amazônia terá uma estação seca muito mais longa, como a das savanas tropicais da África. O que sabemos hoje é que se excedermos 40% da área desmatada, a Amazônia terá um ponto de inflexão. Cerca de 60 a 70% da floresta amazônica se tornará uma savana seca”.

Ele ainda explica o motivo que faz com que o Brasil seja mais propício a esse problema, e conta: “(...) somente no oeste, perto dos Andes, que é muito chuvoso, a floresta amazônica ainda estará lá. Portanto, esse é o ponto de inflexão”.

Os mesmos problemas de sempre...

É impossível produzir qualquer material sobre esse assunto sem reforçar pontos que, entre os pesquisadores desse setor, são considerados repetitivos e, em alguns casos, até redundantes. Acompanhe:

  • As políticas públicas inconsequentes

A postura do governo federal vem sendo extremamente criticada por diversos líderes estatais e órgãos voltados à preservação ambiental ao redor do mundo. Um dos principais símbolos desse movimento foram os protestos realizados em inúmeras esferas a respeito de 10 de agosto de 2019, data que entrou para a história nacional como o Dia do Fogo.

À época, Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, Boris Johson, primeiro-ministro do Reino Unido e Emmanuel Macron, presidente da França, foram alguns dos nomes que publicaram mensagens indignadas com a situação ecológica local, que se intensificou muito a partir daquele momento.

Em contrapartida, Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou os estragos e afirmou que “(...) a floresta não está pegando fogo como o pessoal está dizendo. O fogo é onde o pessoal desmata”. Apesar disso, confirmou que algumas nações se propuseram a ajudar no combate a esses crimes.

O presidente também virou alvo de críticas após seu governo publicar, em abril desse ano, sua primeira meta de redução de desmatamento na Amazônia. Apesar de parecerem promissores em um primeiro momento, os números propostos não significavam uma redução eficiente nessa luta.

  • O aquecimento global

Esse ponto funciona de maneira recíproca com todos os problemas listados em nosso texto. Afinal, o aquecimento global não só colabora com a propagação de incêndios, por exemplo, como também se fortalece com isso.

A explicação para isso é o fato de estarmos lidando com o maior consumidor sustentável de carbono do mundo, e alterações desse calibre geram consequências em diversas áreas do planeta.

Em um artigo publicado na Folha de S. Paulo, em março desse ano, José Marengo, climatologista e pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de desastres Naturais (CEMADEN), e Thomas Lovejoy, presidente do Amazon Biodiversity Center, reforçaram esse ponto. Segundo eles: “(...) a Amazônia não está piorando as mudanças climáticas: é a perda da Amazônia que está piorando as mudanças climáticas”.

  • Os desmatamentos e os incêndios

Esses tópicos são complementares e, juntos, podem ser considerados os dois principais problemas práticos enfrentados pela região amazônica. Utilizando o mesmo exemplo que apresentamos anteriormente, o Dia do Fogo foi um registro explícito de como essas duas atividades se completam.

Em uma reunião realizada com Jair Bolsonaro, em 27 de agosto de 2019, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), apresentou números sobre aquela ocasião. Segundo o político, apenas na Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, aproximadamente 3 mil hectares foram queimados “(...) para fazer pasto”. Segundo ele: “(...) o sujeito vai lá, desmata, queima, faz pasto e aluga a área para um produtor rural.

Todos esses pontos mostram a importância de apoiar inciativas independentes, que lutem por uma melhora na região amazônica desvinculada de propostas estatais.


O que as cheias dos rios dizem sobre o clima?

Alta em algumas regiões está entre as maiores registradas na história

A Amazônia continua sofrendo com enchentes no estado, e as últimas duas décadas tem intensificado ainda mais esse problema. Segundo informações colhidas pelo Grupo Globo, dois fatores podem explicar essas mudanças:

  • O aquecimento do oceano Atlântico;
  • O fenômeno La Niña.

Quer entender melhor todos esses acontecimentos? Continue no nosso artigo!

O que está acontecendo?

Dentre os 62 municípios do Amazonas, 58 foram ocupados pelos rios Negro e Solimões. Ao todo, mais de 455 mil pessoas foram atingidas diretamente por essas cheias, que ainda não começaram a diminuir.

Valderino Pereira é engenheiro civil e, atualmente, é responsável por realizar as medições desses cursos de água. Em entrevista ao Fantástico, da rede Globo, mostrou o livro em que todos os dados são registrados. Segundo o material, as regiões estão lidando com uma das maiores enchentes da história, catalogada nesses locais desde o ano de 1902.

“Porto de Manáos, no anno de 1902”

As páginas envelhecidas e amareladas, marcadas por uma língua portuguesa que condiz com esse desgaste, ajudam a estruturar uma ilustração assustadora, que se reforça pelos dados distribuídos ao longo do único exemplar. São quase 120 anos de história, mas apenas nos últimos 12 foram listadas seis das dez maiores cheias de todos os tempos.

No dia 1º de junho de 2021, uma terça-feira, foi oficializado o registro mais alto dessa coletânea dentro desse território. Segundo informações locais, o rio Negro atingiu 29,98 metros, um centímetro a mais que o recorde anterior, anotado em 2012.

Imagem de rio acima do normal invadindo casas em Manaus
Imagem de CNN Brasil

 

Qual a explicação para tudo isso?

O fenômeno chave que desencadeia todos esses problemas são as chuvas volumosas que ocorrem em toda a região amazônica. Apesar de serem registradas com muita frequência em outras épocas do ano, um conjunto de fatores tem feito com que esses eventos ocorram com maior intensidade e por mais tempo na atualidade.

A começar pelo aquecimento do oceano Atlântico, que tem aumentado consideravelmente nos últimos dez anos. No dia 12 de outubro de 2020, descobertas publicadas no Proceedings of the National Academy of Science, nos Estados Unidos, apontaram a década mais recente como a mais quente dos últimos 2900 anos.

Esse esquentamento foi explicado como um resultado direto de um acontecimento chamado de Atlantic munti-decadal oscillation (AMO), ou oscilação multidecadal do Atlântico. Segundo os cientistas, esse fenômeno se refere a uma variação de temperatura das águas na superfície do mar que pode gerar resultados variados, desde o aumento de furacões intensos até, no caso do Brasil, a alteração nos níveis de chuva.

Aliado a esse ponto está o que os cientistas chamam de La Niña, uma alteração brusca nas temperaturas do oceano Pacífico. Um de seus principais resultados é a atração de nuvens para a região amazônica, fazendo com que as chuvas se concentrem ainda mais nesses locais. Dessa forma, ao caírem em uma área plana e de escoamento lento, como a que estamos abordando, o nível das águas fica incontrolável.

Em entrevista ao Fantástico, no mesmo material que citamos anteriormente, a engenheira hidróloga Luna Gripp falou sobre um último fator, que colaborou ainda mais com a situação. Segundo ela, as chuvas concentradas em espaços específicos sobrecarregaram “(...) a maior bacia hidrográfica do mundo inteiro”.

Ela diz: “O que aconteceu de diferente esse ano, que fez com que todo o estado inundasse, foi que as chuvas ocorreram justamente nos locais (...) que realmente vão influenciar na subida do nível dos rios”.

Os pontos mais atingidos

Não demorou para que esse conjunto de fatores fosse percebido por populações locais. Em Roraima, por exemplo, a nascente do rio Branco, principal afluente do rio Negro, foi extremamente atingida pelas chuvas causadas pelos motivos que apresentamos anteriormente.

Além disso, o cenário fora do país não tem sido diferente, e colabora com essa intensificação. No Peru, na região em que se encontra a nascente do rio Solimões, o volume de água também tem sido desproporcional em comparação a outros momentos.

A soma desses dois pontos tem gerado enchentes ainda mais severas em território nacional, principalmente no espaço em que os dois rios se encontram. Até o momento, apenas em Manaus foram mais de 24 mil famílias prejudicadas entre os 15 bairros mais atingidos, com pontos de alagamento em locais como a Praça do Relógio e o prédio da Alfândega.

Lotes de madeira apreendida de extrações ilegais passaram a ser doados a moradores para a fabricação de marombas, elevações nos cômodos das casas que buscam impedir a subida da água. Além disso, a própria prefeitura promove a montagem de passarelas suspensas nas ruas, para que a circulação de pessoas seja facilitada.

Outra contribuição governamental se faz através do Auxílio Enchente em casos de emergência. Também em entrevista ao Fantástico, o secretário da defesa civil do Amazonas, Francisco Máximo, apresentou alguns números sobre o assunto.

Segundo ele: “(...) 12 mil famílias já estão sendo contempladas [com o Auxílio Enchente]”. Além disso, garantiu que ainda existe a possibilidade de multiplicar essa assistência, afinal: “(...) o planejamento está voltado para 100 mil famílias”.

A prefeitura de Manaus, por sua vez, informou em nota que cadastrou “(...) mais de 3 mil famílias na área urbana e rural para receberem o Auxílio Moradia, no valor de R$ 300, por três meses, e Auxílio Enchente, que completará a ajuda com mais R$ 200, durante dois meses”.

O pior momento possível...

Vale destacar que todos esses problemas tem se desenvolvido durante uma das fases mais turbulentas da pandemia causada pela COVID-19. No Brasil, o total de vítimas ronda os 475 mil mortos até o momento, sendo mais de 7800 no estado do Amazonas.

Apesar de não figurar no topo da lista nacional, especialistas indicam que é possível que esse número seja sete vezes maior, uma vez as subnotificações são recorrentes.

 


Saiba o que é o IBAMA e como ele atua

Você, com certeza, já ouviu falar no IBAMA, órgão federal que cuida do meio ambiente, inclusive neste ano ele completou 32 anos. Então, continue lendo para entender como ele atua, qual é a sua importância e quais são as suas principais funções.

O que é o IBAMA e qual a sua missão?

Essa é a sigla para Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Esse órgão faz parte da Lei de nº 7.735 de 1989, além disso, ele é ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O seu objetivo é:

  • Preservar a natureza;
  • Melhorar e recuperar a qualidade ambiental;
  • Promover o desenvolvimento econômico por meio de práticas sustentáveis;
  • E sem esgotar os recursos naturais.

Entenda como o IBAMA surgiu

Na verdade, ele é a junção entre 4 órgãos diferentes, assim são eles:

  • Secretaria do Meio Ambiente (SEMA);
  • A Superintendência da Borracha (SUDHEVEA);
  • Superintendência da Pesca (SUDEPE);
  • E o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).

A história do IBAMA

Esse órgão surgiu devido às crises que o país enfrentou. Pois, entre 1970 e 1980, a natureza sofreu muitos impactos ambientais causadas por certos empreendimentos, por exemplo:

  • A construção da rodovia Transamazônica;
  • E da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Por conta dessa última, o Brasil perdeu uma de suas maiores cachoeiras chamada Sete Quedas.

O que também levou a criação desse órgão foram os altos índices de desmatamento no país. Bem como, a caça e a pesca ilegais que estavam acabando com diversas espécies.

Junto a isso, havia os conflitos entre as comunidades e os seringueiros. Então, todos esses fatores tornaram urgente a necessidade de controlar a exploração do meio ambiente.

Em 1988, o presidente da época, José Sarney, criou o Nossa Natureza. Esse programa tinha o objetivo de recriar a arquitetura ambiental do Brasil. Por fim, um esboço do que se tornaria o IBAMA começou a ser formado.

Imagem de onça pintada em árvore

Saiba como esse órgão federal atua

De modo simples, ele é a polícia do meio ambiente. Já que é o responsável por negar ou aprovar licenças. Além disso, é ele quem fiscaliza as políticas de preservação ambiental. Dessa maneira, suas principais funções são as seguintes:

  • Regular, preservar e melhorar a qualidade do meio ambiente;
  • Garantir o desenvolvimento econômico de forma sustentável;
  • Criar leis a favor da proteção ambiental;
  • Coordenar o uso dos recursos da natureza;
  • Fiscalizar as ações ambientais;
  • E fazer campanhas com o objetivo de preservar o ambiente.

Para se fazer valer, o IBAMA pode punir pessoas ou empresas que cometeram qualquer crime contra a natureza. Aliás, a seguir você vai ver alguns deles.

1 - Queimadas e desmatamentos

De janeiro a agosto de 2019, houve um aumento de 83% nos casos de incêndios florestais na Amazônia. Aliás, esses dados foram comparados com o ano de 2018. Assim, nessa situação cabe ao IBAMA controlar os danos de forma bem rápida.

Ele faz isso monitorando as áreas afetadas. Em seguida, cria e coloca em prática ações para combater as queimadas. Inclusive, tudo depois fica registrado caso esse tipo de atividade ilegal volte a ocorrer.

Segundo o Inpe, esse órgão conseguiu reduzir em 75% os desmatamentos na Amazônia Legal. Isso foi no ano de 2004.

Para proteger as florestas, o IBAMA aplica multas graves a pessoas ou empresas que não respeitam o meio ambiente. Enfim, esse instituto já faturou cerca de 3 bilhões por ano apenas punindo essa ação.

2 - Poluição marinha

Outro grande problema ambiental teve destaque no ano de 2019. De fato, manchas de óleo surgiram no mar brasileiro.

Isso também é da responsabilidade deste órgão federal. Bem como, qualquer emergência que afete o meio ambiente. Dessa forma, eles buscaram soluções para a situação como, por exemplo:

  • Avaliou as áreas atingidas;
  • Identificou os animais marinhos oleados e resgataram os mesmos;
  • Por fim, recrutaram pessoas para ajudar a retirar o óleo das praias.

O IBAMA também teve que apurar a origem desse poluente. Além disso, impediram qualquer risco de contaminação por meio desse elemento.

A fiscalização ambiental é uma de suas principais funções

Faz parte de suas muitas atribuições garantir que a Política Nacional do Meio Ambiente seja cumprida. Afinal, é essencial ficar de olho nas empresas, a fim de que todas sigam as leis ambientais.

É por isso que existe esse tipo de fiscalização e as demais políticas de preservação. Logo, confira a seguir o que acontece se uma organização desrespeitar essas normas:

  • Multas;
  • Embargos;
  • Suspensões;
  • E até mesmo prisões.

Tudo isso com um único propósito: garantir o bem-estar da fauna e da flora do Brasil.

Veja onde as fiscalizações são aplicadas

Elas ocorrem em diferentes frentes, então confira algumas a seguir:

  • Monitoram qualquer atividade que possa poluir o ar, a água e o solo;
  • Também são responsáveis por investigar denúncias e infrações;
  • Preservar as espécies nativas e exóticas;
  • Evitar ações como desmatamentos e exploração das florestas;
  • Verificar o cultivo de OGM e garantir sua diversidade;
  • Fiscalizar os recursos naturais para que não se esgotem;
  • Cuidar das atividades referentes a pesca, evitando seu comércio ilegal.

Outra função importante do IBAMA é o licenciamento ambiental. Assim, é ele que decide como certos recursos serão utilizados, ou seja, a água e o solo.

Saiba como ajudar a preservar o meio ambiente

Como foi explicado aqui, esse órgão federal age observando e controlando as políticas do meio ambiente. Além disso, eles promovem ações e aplicam leis a fim de:

  • Proteger a fauna e a flora;
  • As bacias hidrográficas;
  • Bem como, todos os recursos naturais brasileiros.

O IBAMA é muito importante para a sobrevivência da biodiversidade. Aliás, sem ele o Brasil estaria arrasado do ponto de vista ambiental. Inclusive, a vida como é também estaria comprometida.

Mesmo tendo um órgão do governo que cuida do meio ambiente, é fundamental que cada um faça a sua parte. Então, para isso, entre em contato com a Famazonia.

Veja como apoiar grandes causas ambientais

Essa ONG desenvolve várias ideias de preservação e possui muitas iniciativas. Dessa maneira, conheça mais sobre ela e seu trabalho. Sem dúvida, sua contribuição fará toda a diferença.

O que está em risco é mais do que a natureza, é a própria espécie humana. Então, faça a sua parte e ajude a proteger o planeta.