Você conhece a buritirana?

Árvore pode ser encontrada em diversas regiões do território nacional

A buritirana, buriti-mirim ou xiriri é uma palmeira terrícola que pertence à família Arecacae. Pode ser encontrada ao longo de regiões banhadas pelo Rio Negro e Rio Orenoco em países como:

  • Brasil
  • Colômbia
  • Venezuela

Quer saber mais? Continue no nosso artigo!

Como é uma buritirana?

Imagem de FAMAZONIA

Essas plantas possuem uma altura variável entre três e oito metros, com um diâmetro que pode chegar à dez centímetros de espessura. Em sua base se formam touceiras (moitas) muito densas, parecidas com as que podem ser percebidas em plantas de menor porte como o agapanto, a flor-de-leopardo ou a moreia. Conforme apontou o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) em um material sobre o assunto, essas seções podem ser compostas por até 50 hastes.

Todas essas características são acompanhadas por um caule de envergadura discreta, percebida em diversos exemplares dessa árvore. Seu tronco se destaca como um dos componentes mais marcantes desse ser vivo, uma vez que é coberto por espinhos cônicos, normalmente medindo três centímetros de comprimento.

Suas folhas seguem um padrão típico de outras palmeiras e se enquadram no modelo flabeliforme (leque), podendo ser contabilizadas entre cinco e nove unidades por indivíduo. Em geral, alcançam entre 30 e 70 centímetros e são esverdeadas.

Seus frutos são similares aos do buriti, sendo ovais e com coloração que pode alterar entre laranja, marrom e verde. Além disso, possuem uma textura escamosa, atingindo uma forte rugosidade a depender de sua maturidade. Nascem em cachos extremamente populosos, sempre localizados no alto das árvores.

Como cultivar uma buritirana?

Essa planta não segue alguns parâmetros comuns para apreciadores desse meio, necessitando de exemplares femininos e masculinos para sua reprodução. Mesmo assim, possui uma forte adaptabilidade a variações climáticas.

Sua necessidade mais presente é referente à sua irrigação, que deve acontecer com frequência. Por isso, muito agricultores optam por plantar suas mudas próximas a faixas d’água, em solo aerado.

Também é válido destacar a carência desses indivíduos por sol pleno ou meia-sombra. Nesses cenários, essas plantas podem adquirir uma coloração branca-azulada extremamente única.

E na botânica?

Imagem de FAMAZONIA

Conceitos acadêmicos podem ser utilizados para descrever aspectos mais específicos da buritirana, a começar por suas folhas. Cada uma delas possui entre cinco e nove contemporâneas e apresentam a bainha parcialmente aberta, com aproximadamente 70 centímetros. O pecíolo tem medidas variáveis entre 30 e 70 centímetros de comprimento, sendo revestido por uma cera na cor branca.

A lâmina foliar é dividida até próximo à sua base, contendo entre 68 e 80 unidades de segmentos pêndulos. As frações de sua porção mediana medem entre 65 e 80 centímetros, possuindo suas faces interiores cerosas e com espinhos em sua margem.

As inflorescências interfoliares são ramificadas, com seu pedúnculo variando entre 20 e 40 centímetros. Por sua vez, a bráctea peduncular permeia entre os seis e sete centímetros enquanto sobrepostas, e quatro e cinco centímetros estriadas. Mesmo assim, o profilo é bem menor, tendo entre dois e quatro centímetros e meio.

Suas flores são estaminadas e simétricas, com cálice e coroa em formato tubular de seis estames. Indivíduos pistilados maiores que os estaminados possuem essa mesma aparência.

Por fim, vale destacar as especificações dos frutos da buritirana. Com formato oblongo-elipsoide, esses elementos possuem entre quatro e cinco centímetros, tendo um epicarpo revestido por escamas sobrepostas. Seu mesocarpo é esbranquiçado e muito denso, com um endocarpo diferenciado e endosperma homogêneo.

Segundo pesquisadores...

Em estudos científicos, a buritirana é catalogada como Mauritiella aculeata. Suas especificações são:

Mauritiella aculeata

Reino Plantae
Filo Tracheophyta
Classe Liliopsida
Ordem Arecales
Família Arecaceae
Gênero Mauritiella

 

Assim como em diversos outros meios, estudos mais aprofundados são desenvolvidos com base em acervos particulares. No Brasil, a coleção mais volumosa dessa categoria pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com 29 exemplares.

No entanto, instituições como o herbário Maria Eneyda P. Kaufmann Fidalgo e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) também somam uma quantidade considerável de indivíduos, mesmo em números mais baixos se comparados à entidade citada anteriormente.

A contribuição econômica da buritirana

Financeiramente, a buritirana é muito valorizada entre apreciadores e colecionadores de palmeiras, sendo uma espécie extremamente rara de se encontrar em cultivo. Além disso, possui uma aplicação ampla através do paisagismo, sendo uma das alternativas mais ousadas para profissionais desse meio.

Mesmo assim, a utilização de seus frutos através do cotidiano social pode ser considerada a principal contribuição econômica dessa árvore. Afinal, esses itens possuem inúmeras funcionalidades, principalmente na vertente gastronômica, que aproveita sua polpa para a produção de sucos e outras receitas.

Além disso, a buritirana é muito usada em produtos artesanais, sobretudo para o setor da moda. A confecção de acessórios como anéis, brincos e colares é apreciada em diversas regiões do Brasil, com produtos sendo vendidos em inúmeros endereços físicos e eletrônicos.

Na Amazônia...

Por não ser endêmica do Brasil, a buritirana dificilmente é encontrada em território nacional. Mesmo assim, seguindo a tendência de diversas outras espécies, a árvore tem na Amazônia um cenário extremamente positivo para seu desenvolvimento natural, sem interferência humana.

Vale destacar que isso não impede a disseminação de exemplares por outras regiões do país. Pesquisas indicam que a caatinga e o cerrado contam com indivíduos dessa categoria em suas extensões, mas em menor número.


Vitória-régia: o símbolo da Amazônia

A vitória-régia é a maior planta aquática do mundo e, acima de tudo, é vista como o símbolo da Amazônia. Inclusive, ela consegue suportar um peso de até 40 quilos em sua superfície. Conheça essa e outras curiosidades a respeito dessa bela espécie amazônica.

Vitória-régia é uma das riquezas da floresta Amazônica

Ela é uma planta aquática, que possui uma grande folha redonda, na cor verde-escura. Além disso, conta com uma dobra em sua borda, ou seja, tem o formato de uma bandeja rasa.

Típica da região Norte, ela está presente na bacia do Amazonas e, por isso, é considerada o símbolo da maior floresta tropical do mundo.

A vitória-régia pode chegar a medir cerca de dois metros de diâmetro. Uma curiosidade sobre ela é que a mesma suporta em sua superfície um peso de até 40 quilos. Portanto, uma criança pode deitar sobre ela, de modo bem distribuído, sem que ela afunde.

Ela tem uma flor branca que após algum tempo, torna-se rosa, ela se abre a noite e dela é liberado um aroma doce. Aliás, devido a sua beleza, é muito utilizada como decoração em lagos e jardins.

Conheça a origem do nome

Esse nome foi dado por um botânico da Inglaterra, John Lindley, em honra a rainha inglesa Vitória, no século XIX.

 

O mesmo participou de uma expedição à Amazônia e acabou levando sementes dessa planta aquática para os jardins do palácio real.

As propriedades da maior planta aquática do planeta

Imagem de vitórias-régias em lagoa
Imagem de FAMAZONIA

Também conhecida pelo nome de jaçanã, a vitória-régia tem a maior flor das Américas. Ela pode ser encontrada no Brasil e em outros países, por exemplo, Bolívia e nas Guianas.

Ela é 100% aquática, possui folhas que flutuam, canais que escoam, bem como duas aberturas laterais, que leva a água das chuvas para o corpo d’água. Além disso, ela é rica em sais minerais, ferro e amido.

O seu fruto amadurece em seis semanas e suas sementes são flutuantes. Assim, na época de vazante, ela se fixa no solo e dá origem a uma nova planta.

Um fato curioso sobre a folha da jaçanã é que, quando jovem, a mesma tem o formato de um coração. Inclusive, ela também:

  • Possui características laxantes;
  • Bem como cicatrizantes;
  • Os índios também a usam para colorir os cabelos e fortalecê-los.

As características da vitória-régia

O nome científico dessa planta é Victoria amazonica e ela é uma angiosperma com um ciclo de vida perene.

As suas bordas medem cerca de 10 cm e ela apresenta nervuras nessa área, além disso, tem um compartimento de ar na parte inferior. É por causa delas, aliás, que a mesma não afunda mesmo estando na água.

Por meio de um pecíolo longo e flexível, ela se conecta ao rizoma. Este, por sua vez, contém vários espinhos, o que torna essa planta mais resistente.

As flores desta bela planta

Para quem não sabe, as flores da vitória-régia, em um primeiro momento, têm cores brancas com bordas verdes. No entanto, após 48 horas (o seu tempo de vida máximo), já prontas para a polinização, mudam de cor e assumem um tom rosa.

Por último, também é possível que essa angiosperma aquática se multiplique por meio da divisão do rizoma.

Os diversos usos dessa planta

Uma de suas muitas utilidades é servir de inspiração, afinal, a vitória-régia é uma planta bela e majestosa.

A sua raiz, aliás, é um tubérculo que é bastante rico em sais minerais e amido. Dessa forma, quem vive em áreas próximas costuma consumir essa parte da mesma.

Outro uso bastante conhecido pelas tribos indígenas tanto do Norte quanto do Centro-Oeste é o de suas sementes. Onde os índios extraem o suco das raízes e a partir dele, fazem tinta para cabelo.

Conheça os outros nomes da vitória-régia

O que não faltam são nomenclaturas para essa espécie de planta, assim, confira alguns deles logo abaixo:

  • Milho-d’água;
  • Irupé;
  • Aguapé-açu;
  • Jaçanã;
  • Rainha-dos-lagos;
  • Forno-d’água e muitos outros.

Fatos curiosos sobre a vitória-régia

Além da sua beleza que chama a atenção e inspira artistas, a planta também é comestível e serve de sustento para diversas famílias. Isso porque o povo nativo que reside próximo a ela, consome um tipo de tubérculo que fica em seu rizoma, a raiz que fica debaixo d’água.

Soma-se a isso, as suas sementes que são tostadas e até mesmo as suas folhas. Outra curiosidade, diz respeito a sua flor, chamada de mini vitória-régia. Assim, ela pode chegar a medir 30 cm de diâmetro.

Para ter essa angiosperma em seu jardim, é necessário ter um lago bastante espaçoso. Além disso, saiba que ela não requer nenhum tipo de cuidado especial de jardinagem, no entanto, a temperatura ideal para a sua sobrevivência é acima dos 20ºC.

As lendas sobre a maior planta aquática do mundo

Diversas tribos indígenas relatam lendas sobre a origem da jaçanã. Então, uma delas fala de uma garota, que se apaixonou pelas estrelas e pela Lua.

Por conta desse amor, a menina tentou de várias formas chegar até elas no céu, aliás, conta-se que uma vez ela chegou a criar uma escada de cipó. Mas tudo isso foi em vão.

Até que viu o reflexo das estrelas e da Lua nas águas. Dessa maneira, imaginou que as mesmas moravam no fundo do rio. Assim, ela mergulhou nas profundezas e, a partir dali, desapareceu, não retornou mais à superfície.

Jaci, isto é, a Lua, teve piedade da garota e então, transformou a índia em uma das plantas aquáticas mais bonitas do Amazonas.

Moroti e Pitá é outra lenda sobre a vitória-régia

Outra lenda que tem como plano de fundo uma história de amor infeliz. Então, Pitá e Moroti eram um casal de índios muito apaixonados um pelo outro.

Um dia, a índia pediu uma prova de amor ao seu guerreiro. Portanto, jogou no rio uma de suas joias e pediu a Pitá que a recuperasse.

É claro que o índio mergulhou nas águas profundas, a fim de satisfazer a vontade de sua amada. Mas, depois de algum tempo, o mesmo não voltou à superfície.

Moroti, muito arrependida e preocupada, também entrou no rio e assim como o índio, desapareceu. Logo no dia seguinte, surgiu naquela mesma área, uma planta redonda enorme, com uma bela flor branca no centro, ou seja, a vitória-régia.


Por que o aumento de pastagens representa risco constante a natureza?

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil, mas também é uma das que mais impactam a natureza de forma negativa. Dessa maneira, entenda aqui a relação entre o aumento das pastagens e o crescente risco que isso causa à natureza.

Veja como a pecuária impacta o meio ambiente

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do país como um todo, não só da região Sul.

Com isso, ela vem ganhando o mercado mundial e se expandindo cada vez mais. Sabe-se que o setor mais produtivo do ramo é o de gado leiteiro e em seguida, o de corte.

Há anos, a agricultura e a pecuária do Brasil acontecem de modo separados. No entanto, essa prática fez com que a degradação da natureza aumentasse, tanto nas áreas de pastagens quanto de lavouras.

Em relação à primeira, o impacto negativo tem como resultado:

  • A degradação do solo;
  • E a perda da biodiversidade.

Com a demanda de mercado cada vez maior, as consequências para o meio ambiente são impossíveis de se calcular.

O que é um problema que vai além da questão ecológica, mas sim de sobrevivência, pois o gado precisa da natureza para a sua dessedentação e alimentação.

Sistemas de exploração de pastagens causam impactos ao ambiente

Em geral, os pecuaristas fazem uso de três modelos de exploração de pastagens, assim são eles:

  • Extensivo, os animais ocupam uma área maior, o que gera mais impacto;
  • Semiextensivo, gado é criado solto, mas com uma nutrição melhor;
  • Intensivo, uso maior de tecnologias, animais ficam em um espaço restrito.

Cada um gera, por sua vez, um grau diferente de impacto. De fato, como dito antes, o extensivo é o pior deles, por causa do superpastoreio. O pisoteio em excesso, altera a camada do solo, bem como as espécies vegetais.

Imagem de pasto com gado

Pecuária sustentável é a solução

O superpastoreio compacta o solo e remove a cobertura vegetal, isso faz com que ocorra a erosão.

Esse processo acontece quando o solo perde a sua camada mais superficial em decorrência da água, do vento e de outros fatores.

Quando o terreno fica sem essa parte que o cobre, ele não retém mais água para as plantas, bem como nutrientes. Dessa forma, ocorre a degradação.

É fundamental informar os pecuaristas sobre modos mais sustentáveis

Para evitar tudo isso, é preciso implantar uma pecuária sustentável. Dessa forma, o primeiro passo é conscientizar os pecuaristas a respeito da conservação ambiental.

O segundo passo é dar a ele os meios necessários para aplicar a sustentabilidade em sua criação.

Uma das opções é integrar as atividades de lavoura-pecuária. Já que traz diversos benefícios para o produtor. Pois neste sistema, o solo é usado de modo eficiente e sem degradação.

Também há a vantagem econômica, porque a utilização de defensivos agrícolas é menor, o que, aliás, melhora a qualidade dos produtos.

O ciclo de impactos gerados pela pecuária

Com o aumento das áreas de pastagens, mais cobertura vegetal é retirada. Logo, isso acaba comprometendo:

  • A biodiversidade;
  • O ciclo da água, pois diminui a infiltração e o armazenamento;
  • Libera mais CO₂ no ar, o que contribui para o aquecimento global;
  • Aumenta a lixiviação;
  • O que por sua vez, vai compactar o solo e torná-lo erosivo.

O solo e a água, sem dúvida, são essenciais para o sustento da vida. No entanto, são recursos mal geridos e preservados. Por exemplo, cerca de 11% da área mundial é para a agropecuária.

Resíduos animais são as principais fontes poluidoras

Com o aumento das pastagens, cresce a capacidade de agrupar mais animais. Mas, estes também são fontes de poluição, em especial:

  • Os resíduos de animais;
  • Antibióticos e hormônios;
  • Produtos químicos que vem dos curtumes;
  • Fertilizantes e pesticidas, maiores vilões do meio ambiente.

De acordo com o Inpe, quase 63% da área desmatada na Amazônia até 2008 foi ocupada por pastagens. Além disso, grande parte do espaço também é para o plantio de grãos usados na alimentação dos animais.

Também segundo o IBGE, o Brasil é o país com maior número de gado comercial no mundo, com mais ou menos 209 milhões de bois.

O solo não é o único recurso afetado

A água é impactada com a pecuária. Afinal, com o solo compactado, infiltra menos água para os lençóis freáticos e também degrada a margem dos rios.

Diante desse cenário, a questão que fica é como solucionar tudo isso. Isto é, como prosperar na economia e preservar a natureza ao mesmo tempo. Assim, surgiu uma opção: os sistemas Silvipastoris, ou seja, o SSP.

 

Plantio de árvores em pastagens se faz essencial

No contexto do SSP, esse modelo agroflorestal agrega em um único espaço: animais, árvores e pastagens.

Com o manejo correto, é possível conseguir ao mesmo tempo, leite, carne e madeira. Dessa forma, dá para garantir o lucro para o produtor e benefícios para o meio ambiente e a sociedade.

As vantagens no uso do Silvipastoril

Segundo a Embrapa, as árvores ajudam a preservar melhor a estrutura do solo e a sua qualidade. Pois ele controla a erosão e ainda agrega matéria orgânica, tornando a terra mais úmida, sendo desnecessário inserir nutrientes.

Também contribui para o bem-estar do rebanho, já que as árvores servem como proteção contra as chuvas, vento e calor. Em outras palavras, isso interfere na saúde dos animais, deixando-os mais saudáveis, o que estimula a produtividade.

Aplicar esse método é cada vez mais importante, até mesmo para a economia, porque assim o Brasil ganha mais destaque no mercado mundial. E isso faz com que o produto seja mais valorizado, rendendo maiores lucros aos pecuaristas.

O aumento das pastagens requer soluções sustentáveis

A partir de agora, você tem uma ideia do quanto a pecuária pode afetar a natureza. Bem como, desgastar os seus recursos naturais, que ao contrário do que muitos acreditam, são finitos.

Os impactos são sérios, com desmate e compactação do solo devido a criação de gado em áreas grandes. Aliás, muitas das vezes sem qualquer tipo de manejo.

É essencial, então, controlar melhor o deslocamento do rebanho. Além disso, implantar técnicas mais evoluídas de criação.

Os sistemas silvipastoris e a integração lavoura-pecuária ajudam nessas questões e reduzem os impactos ao meio ambiente.

Inclusive, plantar árvores de grande porte como madeireiras, frutíferas e forrageiras ainda servem de alimento para os bovinos. Logo, é um sistema que vale a pena do ponto de vista ambiental e socioeconômico.


Condições da Amazônia permitem que peixes gigantes possam se desenvolver

O ambiente nutritivo favorece o surgimento dos gigantes, que estão desaparecendo por causa da ação humana             

 

A região amazônica tem a maior biodiversidade do mundo e possui diversas particularidades. O bioma apresenta uma vegetação densa, a fauna e flora são diversificadas. A floresta também tem rios extensos e de extrema importância para o país.

O bioma da Amazônia corresponde a 49% do território brasileiro. Porém, não é só isso que chama atenção. A região tem a maior bacia hidrográfica e a maior floresta tropical do mundo, que ajudam a manter o equilíbrio ambiental do Planeta. Por todas essas características e importância, a preservação torna-se mais do que necessária.

Entretanto, o que vemos é o contrário do que se deveria fazer. Os altos índices de desmatamento têm prejudicado a floresta, os animais terrestres e os peixes. A exploração e a pesca predatória têm levado ao desaparecimento de muitas espécies, inclusive dos famosos peixes bagres, gigantes dos rios amazônicos.

Por que há peixes gigantes na Amazônia?

Imagem de homem carregando peixa
Imagem de Pinterest

Pirarucu e Dourada são uma das espécies gigantes que podem ser encontradas nas águas doces dos rios amazônicas. Muito apreciados na culinária, esses peixes têm um motivo para serem grandes. A Amazônia oferece condições que permitem o desenvolvimento desses gigantes, embora estejam cada vez mais sumidos.

Um dos motivos para os peixes gigantes é a mistura das águas do rio e do oceano, conhecido como estuários. O fenômeno é definido como um corpo de água semi fechado localizado no limite entre o continente e o oceano

Os estuários são muito produtivos. Isso porque os rios oferecem grandes quantidades de nutrientes. Já as ondas e marés ajudam a manter a água bem oxigenada e agitam o sedimento, suspendendo nutrientes e matéria orgânica do fundo. A região costeira oferece muitos recursos pesqueiros, geralmente muito explorados pela pesca comercial. As condições abióticas da área são propícias para a variedade de espécies.

É um ambiente nutritivo e que favorece o surgimento dos peixes tipo bagre. Só para ter ideia, muitos desses animais podem passar dos 2 metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos.

Cadê os peixes?

Assim como as florestas, os rios amazônicos são ricos em diversidade e a sua bacia hidrográfica abriga cerca de 3 mil tipos de peixes. Mas muitas dessas espécies estão ameaçadas por diversos motivos.

De acordo com o professor de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Carlos Freitas, há muitos fatores para o desaparecimento dos peixes, como pesca predatória, captura de peixes jovens ou durante a reprodução, quando a pesca é proibida. A sobrepesca, feita de forma desenfreada e insustentável, é uma das maneiras mais predatórias e que exterminam várias espécies.

As hidrelétricas também são um problema na Amazônia. A construção desses equipamentos ameaça os estoques de peixes dos rios, entre eles os bagres e outros tipos.

Todas as ações humanas têm contribuído para o sumiço de pequenos peixes, tanto quanto dos gigantes fluviais, causando um grande problema para os pescadores locais, que dependem da pesca para sobreviverem.

Uma pesquisa realizada pela revista "Fisheries Research", as hidrelétricas são as maiores responsáveis pelo sumiço dos gigantes fluviais. Somente em Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), a construção energética fez reduzir drasticamente os peixes amazônicos, impactando especialmente os migradores, como a Dourada.

De acordo com os dados do estudo, entre os anos de 1995 e 2009, houve uma queda de 74% no número de pescas da Dourada e de 63% dos peixes migratórios de longa distância.

Para o professor Carlos Freitas, as hidrelétricas causam impactos imensuráveis nos ecossistemas da Amazônia. Na sua opinião, o sistema deveria ser proibido em rios da região, evitando o sumiço dos peixes gigantes.

Freitas explica que a "piscina" construída ao lado das hidrelétricas, para que os peixes migratórios continuem o seu percurso, não são soluções viáveis para os bagres. Isso porque, os gigantes como o Piraíba e Dourada não conseguem saltar para escalar os degraus, dificultando o seu trajeto natural.

A pesca predatória também é um dos causadores do desaparecimento de peixes como o Pirarucu. A pesca sustentável ajudaria a tirar essa espécie do perigo da extinção e continuaria a fazer parte da economia local.

Então, reforçando as principais causas para o desaparecimento dos peixes gigantes são:

  • Construção de hidrelétricas;
  • Pesca predatória;
  • Desequilíbrio ambiental;
  • Sobrepesca.

Aplicativos para encontrar bagres

Mesmo com todos os problemas ocasionados com a exploração predatória da floresta e pelas ações humanas desastrosas, pesquisadores encontraram uma maneira de registrar aparições dos peixes gigantes que vivem nas águas da Amazônia.

Cientistas brasileiros e da América Latina desenvolveram o aplicativo Ictio, que é capaz de localizar os bagres. O registro dos peixes é realizado não apenas na natureza, mas no mercado. Os dados ajudam os estudiosos a entenderem mais sobre o sumiço das espécies, encontrando soluções para evitar o desaparecimento total.

O estudo também conta com o apoio de pescadores, que ao lado dos pesquisadores já conseguiram registrar mais de 7 mil peixes gigantes. O aplicativo ajuda na preservação e os dados fornecidos por ele devem ser utilizados para propor manejo das espécies de maneira mais consciente.


Por que a biodiversidade da floresta amazônica é tão importante para o mundo

Considerada o pulmão do mundo, a Amazônia representa equilíbrio ambiental e preservação da vida humana

A Amazônia é uma floresta essencial não só para o Brasil, mas para o mundo. A sua destruição representa o desequilíbrio ambiental que ameaça a sobrevivência da humanidade e do Planeta.

Um dos papéis fundamentais da floresta amazônica é estabilizar o clima global, influenciar o regime de chuvas e levar umidade para toda a América do Sul. Além disso, a biodiversidade garante a sustentabilidade natural para todas as espécies de fauna e flora. Além disso, o Rio Amazonas é responsável por quase um quinto das águas doces que desaguam nos oceanos no mundo.

Chuvas para a América do Sul

O regime de chuvas é provocado pela umidade da floresta tropical, produzindo imensas quantidades de água. Conhecida9 como “rios voadores”, a água gerada pela evapotranspiração influencia nas chuvas do Brasil e demais países da América do Sul, como Bolívia, Argentina, Uruguai e extremo sul do Chile. No Brasil, a Bacia Amazônica leva umidade para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Com base em vários estudos, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia constatou que apenas uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro bombeia cerca de 300 litros de água em forma de vapor por dia na atmosfera. Isso é mais que o dobro da água usada diariamente por um brasileiro.

Já uma árvore com copa de 20 metros de diâmetro evapora mais de 1.000 litros por dia. Essa quantidade de água é suficiente para gerar chuva suficiente para irrigar lavouras, encher rios e represas. O alto índice de desmatamento e de queimadas tem prejudicado o regime de chuvas. Não à toa, o país já vive a sua pior seca em 91 anos.

Emergência hídrica

A crise hídrica já ameaça o fornecimento de energia no país, causando risco de apagão. O governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro para cinco estados, entre eles São Paulo.

Como principais causas estão:

  • Desmatamento da Amazônia;
  • Aquecimento global;
  • O fenômeno La Niña.

A falta de chuvas também influencia na qualidade da lavoura, causando impactos negativos na agropecuária. Segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), o déficit de chuvas é considerado severo e ameaça o agronegócio brasileiro.

Esse é um dos vários motivos para preservar a floresta tropical brasileira. Caso isso não ocorra, a produção de alimentos e de energia no Brasil pode estar em perigo. O efeito em cadeia é inevitável.

O desmatamento afeta a rota dos rios e, consequentemente, afeta o regime de chuvas no restante do país, comprometendo atividades econômicas. Ao afetar a economia, problemas sociais são intensificados, como a fome e a desigualdade social.

Imagem de sapo na chuva segurando folha
Imagem de Envolverde

Mudanças climáticas

As florestas tropicais, inclusive a Amazônia, são responsáveis pelo armazenamento de 90 bilhões a 140 bilhões de toneladas métricas de carbono. A ação dos biomas é importante porque estabiliza o clima em todo o mundo. Enquanto isso, as florestas degradadas são as maiores fontes de emissões de gases do efeito estufa. Elas perdem apenas para a queima de combustíveis fósseis.

Para reter e armazenar carbono, as florestas precisam estar saudáveis, ou seja, preservadas. Porém, a intervenção humana tem levado a Amazônia a uma devastação desenfreada. Não só o desmatamento contribui para o aumentar as emissões de gases do efeito estufa, mas também o uso agrícola e a extração de madeira colaboram para desestabilizar o clima.

Pensando em uma maneira de ajudar na preservação de ecossistemas, diversos países se uniram para firmar o Acordo de Paris, em 2015. Uma das principais finalidades é impedir que a temperatura média do planeta não suba além de 2º C. Mas isso depende muito da preservação das florestas.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), já em 2015, o Brasil estava entre os dez países que mais emitem gases do efeito estufa no mundo. A contribuição brasileira à atmosfera representa 2,48% das emissões dos gases.

Para tentar resolver o problema, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir em 43% as emissões de gases do efeito estufa até 2030. Para isso, seria necessário:

  • Aumentar a participação de energia sustentável em sua matriz energética;
  • Reflorestar 12 milhões de hectares de florestas;
  • Fortalecer políticas e medidas com o objetivo de zerar até 2030 o desmatamento ilegal na Amazônia Legal;
  • Compensação das emissões de gases de efeito estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030.

Embora o país tenha se comprometido internacionalmente com a preservação do meio ambiente, nada foi feito com esse objetivo. Muito pelo contrário. O que se vê é o desmatamento crescente, invasão de terras públicas, queimadas e perseguição aos povos indígenas.

Por que preservar?

A biodiversidade da floresta amazônica é essencial para o equilíbrio ambiental do planeta. Até o momento, pouco se conhece sobre as milhares de espécies presentes nesse bioma. O que sabemos é que se não garantirmos a preservação da floresta tropical, prejudicamos a sustentabilidade natural de todas as formas de vida existentes na região e de outros ecossistemas que dependem da Amazônia.

Por exemplo, o recife de corais da Amazônia, entre a foz do Amazonas e o Caribe, serve como refúgio para corais ameaçados pelo aquecimento global. Destruí-los significa riscos de degradação dos oceanos.

A agricultura também é beneficiada com a biodiversidade da Amazônia. Áreas plantadas com florestas saudáveis em seu entorno são mais ricas de polinizadores. Plantações de alimentos, como café, milho e soja dependem da polinização para terem qualidade.

Por essas e outras razões, a biodiversidade da Amazônia deve ser preservada. Disso depende qualquer meio de vida, inclusive dos humanos.


Os encontros climáticos e a preservação ambiental

Os encontros climáticos ou conferências ambientais acontecem de tempos em tempos e reúnem diversos países, que discutem questões sobre o meio ambiente. Veja aqui algumas delas, além de saber como está o acordo entre Brasil e EUA na proteção à Amazônia.

Entenda o que são as conferências ambientais

Logo após a Revolução Industrial, bem como a Segunda Guerra Mundial, o mundo parou para olhar de modo mais atento para o planeta.

Vários pesquisadores e cientistas iniciaram diversos estudos sobre o meio ambiente. Dessa forma, chegaram à conclusão de que o ser humano estava impactando o mesmo de forma negativa.

Para frear os danos e impedir prejuízos piores, os líderes de vários países se organizaram, a fim de criar planos que estimulasse o crescimento da economia, mas sem afetar a natureza e sua integridade.

O objetivo é desenvolver-se de modo econômico e também sustentável. Assim, esses encontros acabam em acordos e resoluções internacionais, logo a seguir você vai acompanhar um resumo sobre cada um deles.

Conferência de Estocolmo

Esta foi a primeira de todas e aconteceu em 1972, na Suécia. Na época, 113 países participaram e o debate teve como tema central a poluição hídrica e atmosférica.

O constante crescimento populacional começava a gerar preocupação. Como resultado, isso colocava ainda mais pressão sobre o uso dos recursos naturais.

Protocolo de Montreal

Aqui realmente aconteceu o primeiro acordo ambiental entre 197 países. Após cerca de 15 anos desde o primeiro encontro, um documento foi assinado com o objetivo de reduzir a emissão de gases CFC, responsáveis por diminuir a camada de ozônio do planeta.

ECO 92

Um novo encontro climático com sede no Rio de Janeiro aconteceu no ano de 1992. Dessa forma, nesse grande evento foi criado o conceito chamado de desenvolvimento sustentável.

Que é uma maneira de suprir as demandas do presente sem, no entanto, comprometer as necessidades das gerações futuras. Por outro lado, outra ideia firmada na ECO 92 foi a seguinte:

  • Países desenvolvidos são os maiores causadores da poluição no mundo;
  • As nações em desenvolvimento não têm recursos para preservar o meio ambiente;
  • Logo, precisam de investimento e tecnologias vindos dos países industrializados.

Nos momentos finais do encontro, formulou-se a Agenda 21 com alguns parâmetros, a fim de aliar economia, proteção ambiental e justiça para todos.

RIO +10

No ano de 2002, foi a vez de Joanesburgo receber o encontro climático entre os países. Dessa maneira, o propósito desta conferência era analisar os avanços de cada nação que participou da ECO 92.

Confira, então, o que se estabeleceu na pauta do Rio +10:

  • Discutir de novo a Agenda 21;
  • Achar meios para colocá-la em ação;
  • Criar responsabilidade ambiental nos cidadãos.

Protocolo de Kyoto e Copenhague

Esse foi um tratado internacional, com a missão de reduzir a emissão dos gases de efeito estufa. Portanto, o objetivo era diminuir para que chegasse ao patamar do que era emitido em 1990.

Já em dezembro de 2009, na Dinamarca, aconteceu o Encontro Climático de Copenhague. Ali um novo acordo seria firmado entre os países, a fim de substituir o de Kyoto, com ações mais práticas para reduzir as emissões de CO₂ e parar o aquecimento global.

A conferência, no entanto, não teve o final esperado, pois todos chegaram a um impasse, por conta das opiniões divergentes entre as nações desenvolvidas e as subdesenvolvidas.

O Acordo de Paris

Em 2015, 195 países se reuniram na França para criar um novo tratado. Assim, ficou combinado que os mesmos diminuiriam as emissões de gases CFC, além disso, manteriam o aumento da temperatura do planeta inferior a 2 ºC pelos anos seguintes.

O Brasil nesse caso se comprometeu a reduzir a poluição e recuperar 12 milhões de hectares de florestas, a fim de combater o aquecimento global.

Cúpula da Ambição Climática 2020

O Brasil não participou desta reunião, que foi feita com o objetivo de avaliar a evolução das metas combinadas no Acordo de Paris.

Em 2015, o desmatamento no país chegou a  6 mil km². Cinco anos depois, a taxa de desmate atingiu 11 mil km², ou seja, quase o dobro. Por outro lado, a emissão de CO₂ ao invés de diminuir, aumentou 10%.

Acordo entre Brasil e EUA sobre o desmatamento na Amazônia

Imagem de pessoas segurando uma réplica do planeta terra
Imagem de Mata Nativa

Esse pacto, com o intuito de diminuir o desmate na maior floresta do mundo, chegou a um impasse em abril de 2021, uma semana antes da Cúpula do Clima, por questões financeiras.

O governo brasileiro pediu um adiantamento para os EUA, a fim de melhorar a proteção na Amazônia e também para criar projetos de sustentabilidade na área.

A nação de Biden, no entanto, negou e insistiu em ver resultados sólidos antes de enviar a verba para o combate ao desmatamento. Mesmo depois de muitos encontros entre os países, nenhum acordo se estabeleceu.

Brasil pede 1 bilhão de dólares para reduzir o desmatamento na Amazônia

Esse foi o pedido do governo brasileiro ao norte-americano: 1 bilhão de dólares para diminuir o desmate de 30% a 40% em até um ano.

Sem esse dinheiro, o país não conseguiria contribuir muito para as metas de mudanças climáticas. Afinal, a situação econômica do mesmo enfrenta dificuldades.

Até o momento, os americanos foram firmes em seus argumentos, frisando que só realizariam o pagamento diante de amostras sólidas do comprometimento do Brasil. Aliás, vale destacar que algumas dessas provas seriam:

  • Queda no nível de desmatamento na Amazônia;
  • Melhoria nas operações das agências

Cúpula do Clima

Em 22 de abril de 2021, no Dia da Terra, houve uma nova reunião entre países, incluindo o Brasil.

O presidente do mesmo, Jair Bolsonaro, fez um discurso onde se comprometeu a dobrar os esforços na fiscalização ambiental. Além disso, voltou a pedir verba aos países internacionais, a fim de custear a proteção da floresta Amazônica.

A atuação do Brasil, no entanto, tem sido questionada no exterior, por causa dos recordes de desmate e da falta de uma política severa de repressão ao desmatamento.

O país sempre foi um dos protagonistas nessas agendas ambientais, por sempre ter assumido a liderança, bem como por ter a maior parte da Amazônia.

Nos últimos anos, entretanto, esse cenário tem mudado, com o país perdendo cada vez mais hectares da maior floresta do mundo e tendo poucas iniciativas do governo e dos órgãos ambientais para reverter a situação ambiental no Brasil.


Desenvolvimento sustentável: o que é e quais os principais objetivos

A sobrevivência das gerações futuras depende da preservação dos recursos naturais. Bem como, do entendimento de que eles não vão durar para sempre. Então, veja o conceito de desenvolvimento sustentável e como você pode fazer sua parte ajudando a Famazonia.

O que é desenvolvimento sustentável?

É a ideia de que é possível suprir as necessidades de hoje sem colocar em risco as do futuro. Por isso, a sustentabilidade é essencial tanto nas pequenas esferas (empresas) quanto nas grandes (um país).

Vale ressaltar que é isso que vai garantir um futuro melhor para todos. Tanto em nível socioeconômico quanto cultural.

E para isso, deve-se utilizar os recursos da natureza de forma sábia. A fim de não esgotá-los para as futuras gerações.

Para atingir essa meta é necessário muito planejamento. Além disso, todos precisam saber que alguns recursos são finitos. Ou seja, vão acabar algum dia, se não forem preservados.

Desenvolvimento sustentável não é o mesmo que econômico

É importante não confundir essas ideias. Já que o segundo depende do consumo cada vez maior de energia e recursos para crescer. Por outro lado, o primeiro pensamento busca unir:

  • Desenvolvimento econômico;
  • Social;
  • E conservação ambiental.

Quando surgiu esse conceito?

Foi na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, na Suécia, em 1972. Portanto, esse foi o primeiro evento criado para tratar de assuntos ambientais em uma escala global.

O que é preciso para ser sustentável?

Muito planejamento e conscientização sobre o uso dos recursos naturais não renováveis.  Afinal, a sustentabilidade crê na ideia de qualidade e não de quantidade.

Também acredita que deve haver uma redução na utilização de matérias-primas. Além disso, incentiva ações como a reutilização e a reciclagem.

O primeiro serve para dar uma nova função ao produto, diferente da original. No entanto, sem transformá-lo em outro item.

Já a reciclagem, visa transformar o produto descartado em um novo. Por exemplo, é o caso de garrafas PET que são recicladas e viram tecidos.

Objetivos do desenvolvimento sustentável

Esses ODS foram criados em 2015. Aliás, o Brasil foi um dos países a participar do debate para defini-los.

Feito isso, o país lançou a Agenda Pós-2015. Com o intuito de planejar e executar os princípios a seguir:

  • Acabar com a pobreza;
  • E com a fome, com uma agricultura mais sustentável;
  • Disponibilizar serviços de saúde para todos;
  • Bem como, educação;
  • Homens e mulheres como iguais;
  • Assegurar água potável e saneamento para as pessoas;
  • Investir em energias renováveis e mais acessíveis;
  • Oferecer empregos dignos, favorecendo o desenvolvimento econômico;
  • Crescimento industrial, com inovações mais sustentáveis;
  • Reduzir as desigualdades do mundo e em cada país;
  • Ter cidades e comunidades mais seguras;
  • Criar padrões de produção e consumo responsáveis;
  • Planejar medidas contra as mudanças do clima;
  • Conservar os recursos hídricos;
  • Preservar os biomas terrestres e a biodiversidade;
  • Estimular a paz e a justiça;
  • União entre todas as nações em favor desses objetivos.

A sustentabilidade no Brasil

O país vê as ODS como uma prioridade, em especial, no que diz respeito às desigualdades. Além disso, o Brasil já foi o anfitrião de dois grandes eventos internacionais muito importantes, como:

  • O Rio-92;
  • E o Rio+20.

Ele também se destaca por ter tido um grande papel na aprovação de ofícios como:

  • Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento;
  • Agenda 21;
  • Princípios sobre Florestas.

Seus desafios

Apesar de tudo isso, o país ainda possui dificuldades nesse quesito. Por exemplo, um deles é a ausência de bons planejamentos urbanos. Isto é, as cidades crescem de forma desordenada, o que leva a:

  • Enchentes;
  • Trânsito conturbado;
  • Muita poluição;
  • Redução de áreas verdes.

Outro problema em relação a isso também é a chamada especulação imobiliária. Ou seja, a população menos favorecida é obrigada a ocupar terrenos inadequados. Aliás, sem direito a tratamento de esgoto.

A agropecuária impede o Brasil de ser sustentável

É preciso que a agricultura se desenvolva, sem ocupar novos espaços. Assim, o país quer alcançar uma maior produtividade por meio da modernização dos maquinários. Mas, o lado negativo disso é:

  • Erosão do solo;
  • Poluição pelo uso de fertilizantes;
  • Diminuição da mão de obra humana.

Por que ser sustentável é tão importante?

Caso as pessoas não mudem suas atitudes consumistas, as consequências serão irreversíveis. Dessa forma, o planeta vai sofrer com:

  • Degradação ambiental;
  • Secas;
  • Tsunamis;
  • Furacões;
  • E aumento da temperatura.

Devido a isso, algumas ações foram tomadas em relação aos incêndios florestais. Por exemplo, em 2012, foi criada a Lei n° 12.651, com o objetivo de recuperar os ecossistemas.

O órgão do Meio Ambiente também desenvolveu o programa CAR. A fim de ajudar o poder público a regularizar as propriedades rurais.

Além dessas ações, outras podem ser feitas. Mas, o que importa é a união entre sociedade e governo. Ou seja, aliar atitudes individuais e localizadas. Com o intuito de ter um mundo mais sustentável.

Imagem de mão segurando muda de planta

Faça a sua parte pelo planeta

A colaboração de cada um pode trazer o tipo de mudança que o mundo precisa. Aliás, pequenos hábitos geram um grande impacto a longo prazo. Dessa maneira, confira a seguir alguns deles:

  • Separe seu lixo da forma correta;
  • Não use sacolas plásticas;
  • Evite o desperdício de água;
  • Recicle;
  • Não descarte o óleo na pia da cozinha;
  • Economize na energia;
  • Repense sua forma de consumo;
  • Evite usar o carro em curtas distâncias;
  • Use produtos biodegradáveis ou materiais que podem ser reutilizados;
  • Escolha combustíveis menos poluentes, como gás natural e etanol.

 

Uma pessoa produz cerca de um quilo de lixo todos os dias. Por isso, vale a pena sim fazer a sua parte. Pois, reduzindo a quantidade, o impacto na natureza também diminui. Além disso, é importante dar um bom exemplo aos mais novos.

Conheça o FAMAZONIA Foundation

A Famazonia é uma ONG que apoia ideias de preservação, direitos socioambientais e justiça social. Então, com apoio financeiro, ela trabalha em projetos no coração da floresta Amazônica.

Ela também tem uma equipe que gerencia os recursos e as iniciativas voltadas para:

  • O suporte e a proteção dos índios, quilombolas, ribeirinhos e mais;
  • Restauração da biodiversidade;
  • Dá apoio a projetos que cuidam dos recursos hídrico e da flora;
  • Incentiva ações que reduzem o impacto gerado pelas mudanças do clima.

Faça a sua parte e colabore com a Famazonia. Com certeza, sua doação fará a diferença em todas as causas citadas. Afinal, o que está em risco é a própria espécie humana. Bem como, o seu futuro.

A sua contribuição será enviada de forma totalmente segura. Enfim, saiba mais sobre essa ONG e ajude a proteger a Amazônia e o planeta.

 

 


No que as cheias dos rios impactam na vida dos ribeirinhos?

Pandemia ajuda a intensificar os problemas econômicos nesses locais

Um boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil apontou que as cheias de 2021 tendem a ser as maiores dos últimos anos. Segundo o levantamento, existe a possibilidade de que os rios atinjam seus maiores níveis desde 2012, ano da máxima histórico, medida desde 1902.

Diversos locais continuam a registrar números alarmantes, que geram receio em relação à intensificação da crise causada pelo coronavírus. Entre esses lugares, estão:

  • Manacapuru, em que o rio Solimões já está acima do previsto
  • Itacoatiara, em que o rio Amazonas já está acima do previsto
  • Porto de Manaus, em que o rio Negro pode atingir sua cota máxima até o fim do ano

Dessa forma, a aplicação de serviços básicos à população ribeirinha tem ficado cada vez mais complexa e, consequentemente, tem gerado inúmeros efeitos negativos nessas comunidades.

Quer entender melhor essa situação? Continue no nosso artigo.

O aumento da fome amazonense

Dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em setembro de 2020, voltaram a colocar o Brasil no mapa da fome. Segundo as informações, referentes ao período entre junho de 2017 e julho 2018, cerca de 10,3 milhões de brasileiros não possuíam acesso regular a alimentação. E a região amazonense não é uma exceção.

O biólogo inglês Daniel Tregidgo, funcionário do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (ISDM), promoveu uma pesquisa junto a membros da Universidade Federal de Lavras (UFLa), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade de Lancaster para entender essa condição de forma mais direcionada.

A equipe percorreu mais de mil quilómetros ao longo do rio Purus, em seis meses, para visitar 331 famílias ribeirinhas em 22 comunidades. O levantamento apresentou dados assustadores sobre a situação dos cidadãos locais, que tem comido em menor quantidade e com menos frequência que em outros períodos.

Os números apontaram que 85% dessas famílias precisaram substituir o peixe ou a carne, pelo menos uma vez, em 30 dias. Além disso, 65% comeram menos do que gostariam nesse intervalo. Por fim, o estudo mostrou que 33% dessas pessoas não puderam realizar todas as suas refeições durante um dia, e 17% não comeram nada, ao menos uma vez, por 24 horas.

Ao contrário do que acontece no Nordeste, por exemplo, as cheias são extremamente responsáveis por esse período de dificuldade. Na mesma pesquisa comandada por Daniel Tregidgo, foi constatado que uma elevação de 15 metros no nível do rio Purus é suficiente para promover resultados catastróficos nas camadas sociais e econômicas dessas comunidades.

Segundo a publicação, esse volume resulta em uma captura de peixes 73% menor em relação aos períodos de seca. Isso representa um esforço três vezes maior para capturar a quantidade de animais necessários para a sobrevivência do local. Quando o resultado da pesca não é o suficiente, a população opta por caçar animais silvestres para saciar suas necessidades. Seres como antas, patos e macacos são as principais opções nesses casos.

Principais áreas atingidas

imagem de barcos a beira de rio

De acordo com a Defesa Civil, até o dia 26 de março desse ano quase 98 mil pessoas foram diretamente atingidas pelas cheias, apenas nas calhas dos rios Juruá e Perus. Além disso, até aquele momento, os seguintes municípios estavam em situação de emergência:

  • Na calha do rio Juruá, os municípios de Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati e Juruá.
  • Na calha do rio Purus, os municípios de Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Pauini e Tapauá.

Em Boca do Acre, segundo dados também da Defesa Civil, as cheias causaram a inundação de 90% da cidade. O acesso foi comprometido ao ponto que o fornecimento de água potável foi suspenso, afetando mais de seis mil pessoas em toda a região.

Além disso, a pandemia

Não bastasse enfrentar os problemas causados pela falta de infraestrutura, os ribeirinhos ainda precisam lidar, assim como o resto do mundo, com a pandemia de COVID-19. A soma desses dois fatores resultou em perdas significativas para diversos pilares das comunidades.

Em uma reportagem especial, o UOL apresentou o relato da professora Zeneide de Melo, de 43 anos. A docente dava aulas para turmas do quinto ano do ensino fundamental, na região sul do Amazonas. Porém, viu suas carteiras serem carregadas pelo rio Aripuanã no período de cheias, e ainda precisou lidar com o afastamento dos alunos durante a pandemia. Sem ter onde morar, passou a viver nos fundos da escola com seu marido.

Visando manter as crianças próximas dos ambientes educacionais, ela visitou cada um dos pais de seus alunos para incentivar os garotos e garotas a não abandonarem seus estudos. A tarefa era ainda mais complicada pela falta de instrução das próprias famílias visto que, em alguns casos, apenas os mais novos eram alfabetizados.

Em um âmbito mais geral, a história de Zeneide de Melo é apenas mais uma adversidade a ser resolvida por entidades governamentais, que sequer conseguem lidar com o descontrole no sistema de saúde local. Até janeiro desse ano, 57% dos casos de COVID-19 foram diagnosticados no interior do estado.

Ao todo, sem contar as subnotificações, foram mais de 270 mil pessoas infectadas e mais de 10 mil vítimas fatais. O agravamento se intensifica à medida que o transporte de suprimentos se torna cada vez mais restrito. Em entrevista ao UOL, Raylton dos Santos, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDeSAm) falou sobre essa escassez, alegando que as medidas de prevenção podem prejudicar esses pontos.

Ele disse: “Com a pandemia, o acesso à cidade ficou ainda mais restrito, e alguns barcos que levavam alimentos deixaram de fazer esse fluxo de viagem”. Dessa forma, fica ainda mais evidente o quanto o trabalho de organizações independentes se torna necessário em um momento tão áspero. Além de fiscalizar entidades estatais, é preciso garantir que, mesmo sem elas, o povo amazonense receba a ajuda que precisa, antes, durante ou depois da pandemia.


Alguns produtos típicos da Amazônia brasileira

A Amazônia brasileira além de ser um dos biomas mais ricos do mundo, não deixa de ser fonte de várias iguarias. Alguns exemplos mais conhecidos são:

  • Buriti;
  • Camu camu;
  • Cará Roxo;
  • Pupunha;
  • Tucumã, entre outros.

Essa variedade é comum de ser encontrada nas feiras e mercados da capital do Amazonas. Além disso, são alimentos ricos em nutrientes, que proporcionam muitos benefícios à saúde de seus consumidores.

A seguir vamos especificar alguns alimentos típicos da Amazônia brasileira e suas propriedades. Ficou curioso? Então siga com a leitura!

Buriti

É fruta típica rica em vitamina A. Além disso, mesmo contendo um teor de gordura, é recomendada para dietas, visto seu potencial energético. Só é importante ter um pouco de cuidado, uma vez que produtos ricos em vitamina A podem causar problemas renais e hepáticos, mas isso se consumido em excesso. Recomenda-se preparar o suco da fruta ou fazer sorvetes, mousses, picolés etc.

Camu camu

A principal característica do Camu camu é o fato de ser a fruta que contém a maior quantidade de vitamina C do mundo. É encontrada nas regiões de várzea da Amazônia e recentemente começou a ser produzida em terra firme com o escopo de facilitar seu comércio.

Cará Roxo

É um produto composto por muita fibra e antocioanina, que é coadjuvante no envelhecimento das células do nosso organismo. Seu consumo se dá através do cozimento ou na confecção de tortas e bolos.

Caruru

Recomendado para pessoas que apresentam quadro de anemia, visto que é produto com grande teor de ferro. Pode ser usado em salada e no preparo de alguns pratos quentes.

Jerimum

É produto composto de vitamina A e fibras. Recomendam-se os produtos que apresentam coloração mais forte. É ideal para dietas, uma vez que dá saciedade e é pobre em teor calórico.

Macaxeira

Macaxeira é produto da família das raízes e tubérculos, da mesma forma que o inhame. Apresenta boa concentração de fibras e amido, tornando-se opção excelente de substituição do pão. A forma mais recomenda de consumo é cozida, visto que é a forma de preparo que mais mantém as propriedades.

Pupunha

A pupunha apresenta grande concentração de vitamina A e fibras. As de coloração mais acentuadas são as mais indicadas para consumo, por serem as mais ricas em nutrientes. Ou seja, quanto mais forte a cor, mais rica em nutrientes e vitamina A.

Tucumã

O Tucumã é outro produto rico em vitamina A e fonte de fibras, que são excelentes para o bom funcionamento do intestino. Quanto maior a coloração, maior será a quantidade de vitaminas. Os especialistas recomendam que se compre o produto para ser descascado e higienizado em casa, pois se evita risco de contaminação.

Plantas da Amazônia com poder de cura

Hibisco

A Amazônia brasileira não se resume apenas a frutas ou produtos comestíveis ricos em vitaminas e nutrientes. Um grande destaque do bioma são as plantas que apresentam poder de cura.

Não e à toa que o conhecimento popular indígena dita que sempre há alguma planta para cura de alguma doença. Abaixo reunimos as principais plantas medicinais da Amazônia e suas propriedades contra algumas doenças. Veja:

Açoita cavalo: combate a má circulação sanguínea, o colesterol alto, hipertensão, artrites, diarreia, tumor, entre outros.

Anauera: excelente contra doenças parasitárias causadas por amebas, giárdia e dores no estômago.

Assacu: ideal para o tratamento e prevenção de cânceres.

Banchá: auxilia na desintoxicação digestiva e é um bom diurético.

Confrei: dá estímulo à produção dos glóbulos vermelhos e pode usada como cicatrizante.

Damiana: excelente no combate de paralisias.

Endro: ajuda no combate da insônia.

Fucus: auxilia nos problemas da tireoide, tais como hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Guaco: combate as tosses fortes e rebeldes, auxilia na limpeza do pulmão.

Hibisco: Moderador de apetite, laxante natural e diurético.

Ipecacuanha: Usada no tratamento de bronquite asmática e pneumonias.

João da Costa: ajuda no combate de inflamações no útero.

Losna: ajuda mulheres que têm problemas de menstruação.

Murure: ajuda no combate da sífilis.

Nó de cachorro: poder afrodisíaco e estimulante.

Orégano: conhecido nosso no preparo de condimentos, mas também auxilia nas cólicas, enjoos etc.

Porangaba: ajuda nas infecções urinárias.

Quassia: ajuda no combate dos cálculos renais

Romã: ajuda nas infecções da garganta

Sucupira: auxilia no combate do reumatismo

Tília: usada no combate do vírus da gripe.

Umbaúbac: utilizada nos problemas de doenças de pele

Velame: auxilia no tratamento de crises epiléticas graves.

Os principais pratos típicos da Amazônia

Imagem de Amazonas Atual

Maniçoba: prato típico da Amazônia que é produzido com carne, mandioca e chicória. Sua origem é indígena e são usadas folhas de mandioca que precisam ser picadas e cozidas. É prato servido com arroz e farelo de mandioca.

Tacacá: é uma espécie de sopa produzida com jambu e tucupi (espécie de caldo de mandioca), camarão seco e pimentão amarelo. É servido bem quente em cuia ou cabaça.

Peixe: não é nenhuma novidade que os peixes fazem parte da dieta das populações da Amazônia. Basta considerarmos a extensão do Rio Amazonas e seus principais afluentes. Com isso, por ter peixe fresco em abundância, é muito comum encontrá-lo nos pratos.

Pato no tucupi: o pato é servido no molho de tucupi e apresenta um sabor bem específico e exótico. Torra, rala e cozinha com alho, chicória, manjericão e tucupi, depois serve com arroz e farinha de mandioca.


Observatório de meio ambiente é criado pelo CNJ

Sob o intuito de contribuir com a proteção da Amazônia Legal, observatório do Meio Ambiente do Poder Judiciário é criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A iniciativa é focada em promover estudos e ações que ajudem a impedir retrocessos em matéria ambiental.

O ministro Luiz Fux, presidente do STF, afirma que o objetivo do Observatório é “proporcionar um diálogo institucional e internacional que possa contribuir com o aprimoramento das ferramentas judiciais de tutela do meio ambiente, em especial da Amazônia Legal”.

O lançamento desse espaço aconteceu em dez de novembro de 2020, incumbido por portaria assinada pelo presidente do CNJ durante a abertura da 321ª Sessão Ordinária. A primeira reunião do Observatório do Meio Ambiente tem como data prevista o dia 24 de novembro.

Entenda o que é o observatório do meio ambiente

Um observatório é um local usado para estudo e pesquisa, o qual passa por um processo de disseminação de informações que dão suporte a decisões públicas. Ou seja, esse tipo de espaço é construído com uma finalidade específica gerada por uma problemática.

Nesse sentido, o Observatório do Meio Ambiente é para pesquisas e estudos com relação ao meio ambiente. Portanto, ele será usado para promoção do desenvolvimento sustentável e conservação da biodiversidade com relação ao meio ambiente natural.

O presidente do STF, Luiz Fux, afirmou que o Observatório tem como principal intuito em sua gestão proporcionar e impulsionar o país no mercado internacional.

Ele considera esse novo projeto uma ponte para a formação de um fórum interdisciplinar, nacional e que permita um diálogo entre o Judiciário e a sociedade civil.

Fux já havia anunciado o plano de criação do Observatório

Imagem do Juiz Luiz Fux sentado a mesa falando

Em seu primeiro discurso ao estar à frente do CNJ, Luiz Fux já havia anunciado o plano de criação do Observatório de Meio Ambiente. Nesse mesmo período, ele também defendeu a criação de varas colegiadas para o combate a organizações criminosas que violam o meio ambiente.

Isso ocorreu no mês de setembro deste ano. Agora, o Observatório é lançado sob Poder Judiciário e como principal eixo de atuação de Fux, segundo suas afirmações:

"Em nosso plano de gestão, o eixo do meio ambiente será muitíssimo importante porque o meio ambiente também é algo que propulsiona o Brasil no mercado internacional, como elemento primordial na realização de investimentos no país, os quais são necessários para a retomada da economia, em especial no cenário pós-pandemia”, fala pronunciada em seu discurso.

Objetivos e focos da proposta do observatório

O novo espaço atribuído à proteção do meio ambiente possui eixos norteadores, são eles:

  • construir diálogo tanto entre o aspecto interinstitucional quanto o internacional;
  • maximizar os instrumentos de enfrentamento judicial à tutela do meio ambiente, com relação à formulação de políticas, projetos e diretrizes;
  • identificar as dificuldades do sistema judicial e tribunais;
  • promoção e proteção da Amazônia, das reservas legais, do meio ambiente natural e das estações ecológicas;
  • criar parcerias para o intercâmbio de informações, dados, documentos e experiências;
  • estudar e elaborar pareceres de estratégias de proteção ao meio ambiente natural e à Amazônia Legal;
  • propor fechamento de acordos de cooperação ao seu escopo de atribuições;
  • possibilitar publicações de referências à atuação do Poder Judiciário com relação ao combate de violações ao meio ambiente;
  • promover seminários, audiências públicas e eventos na área;
  • elaborar proposta ao Plenário do CNJ sobre medidas pertinentes e adequadas ao aprimoramento da tutela do meio ambiente no que diz respeito ao Poder Judiciário;
  • criar unidades especializadas para combater violações que possam ocorrer.

Como será a atuação no novo espaço do meio ambiente

Sob Portaria assinada, o lançamento do novo espaço destinado à conservação da Amazônia terá como iniciativa possibilitar a troca de experiências que norteiem avanços nas ações, conforme aponta Fux:

“Estou certo de que a pluralidade de ideias e a troca de experiências entre os membros do Observatório e as instituições que eles representam apontarão caminhos para avançarmos na tutela do meio ambiente, bem como indicarão”.

Nesse sentido, um grupo de trabalho será formado e instituído para desenvolver diagnóstico de boas práticas, disseminar políticas do Poder Judiciário e implementar ações de tutela do meio ambiente diante da atuação judiciária.

O observatório também deverá se tornar um ponto de referência no que diz respeito ao acompanhamento, repasse de dados e coleta de informações, que poderão ser integradas ao DataJud, sendo ele a base de dados da Justiça.

Vale destaque o ponto da proposta que menciona a possibilidade de elaboração de produtos que apresentem resultados concretos e contribuam com o projeto de tutela judicial e proteção do meio ambiente.

Para tal, um mapa com medidas para ampliar os instrumentos de proteção da Amazônia deverá ser criado pelo comitê. O grupo será destinado ao acompanhamento e junção de dados e informações sobre condições ambientais, promovendo questões como:

  • instrumentalização de pesquisas;
  • estudos comparados;
  • análises de dados e estratégias;
  • debates e produção científica.

Conselheiros e coordenação do Observatório

Com relação à coordenação, o colegiado contará com a presidência do ministro Luiz Fux e será coordenado pelo secretário especial de Programas, Pesquisa e Gestão Estratégica do CNJ, Marcus Livio Gomes.

Além disso, será composto por:

  • juristas;
  • conselheiros;
  • acadêmicos;
  • membros de entidades representativas com experiência ou formação na área ambiental;
  • membros da sociedade civil.

No total, irá compor esse espaço 11 conselheiros do CNJ e mais 7 representantes da sociedade civil, entre eles estão:

  • Sebastião Salgado (fotógrafo);
  • Beto Veríssimo (pesquisador e co-fundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon);
  • Denise Hamú (representante do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente).

Na reunião prevista para o dia 24 de novembro, o grupo tem como objetivo tratar de algumas questões, entre elas: identificar as dificuldades e os gargalos no sistema de Justiça, além de tribunais que atuam com maior tempo de experiência e com as melhores práticas.