Julho tem mais de 5 mil focos de incêndio na Amazônia

Região continua sofrendo com o descaso institucional brasileiro

O mês de julho registrou mais de 5 mil focos de incêndio na Amazônia, conforme apontou um triste relatório desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo a entidade, os locais mais atingidos foram:

  • Porto Velho, com 340 focos
  • Lábrea, com 251 focos
  • Apuí, com 249 focos
  • Altamira, com 228 focos

Quer saber mais sobre esse assunto? Continue no nosso artigo.

Estatísticas corroboradas por outros especialistas

Contrariando o negacionismo promovido por alguns representantes do governo federal, o Greenpeace sobrevoou a região amazônica visando fortalecer os dados coletados pelo INPE. A organização filmou e fotografou os espaços e confirmou as informações divulgadas anteriormente. Além disso, pôde registrar a presença de diversas cabeças de gado em alguns desses espaços.

Informações publicadas no portal da entidade internacional indicam que essa destruição é crescente. Conforme um artigo publicado no dia 2 de agosto, “(...) o número de focos registrados na Amazônia em maio e junho já havia sido o maior para esses meses desde 2007”.

Em entrevista publicada no mesmo material, Cristiane Mazzetti, gestora ambiental do Greenpeace, alerta para essa subida, que deve ser analisada de maneira ampla. Ela diz que “(...) é importante analisar os focos de calor considerando, também, o desmatamento ocorrido recentemente na Amazônia. Muitas áreas foram derrubadas e degradas recentemente e devem ser queimadas ilegalmente nos próximos meses, quando a vegetação remanescente fica mais seca e suscetível ao fogo”.

Todos os incêndios são criminosos?

O último ponto apresentado pela profissional se refere ao decreto 10.735, em vigor desde o dia 28 de junho de 2021. Segundo o texto, a utilização de fogo em território brasileiro fora proibida por 120 dias, suspendendo o decreto 2.661, de 8 de julho de 1998. Os únicos adendos destacados pelo documento explicam que a regra “(...) não se aplica às seguintes hipóteses:

  • Práticas de prevenção e combate a incêndios realizados ou supervisionados pelas instituições públicas responsáveis pela prevenção e pelo combate aos incêndios florestais no país.
  • Práticas agrícolas de subsistência executadas pelas populações tradicionais e indígenas.
  • Atividades de pesquisa científica realizadas por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT), desde que autorizadas pelo órgão ambiental competente.
  • Controle fitossanitário, desde que autorizado pelo órgão ambiental competente.
  • Queimas controladas, em áreas não localizadas nos biomas Amazônia e Pantanal, desde que sejam:

- Imprescindíveis à realização de práticas agrícolas

- Previamente autorizadas pelo órgão ambiental estadual ou distrital, nos termos do disposto no decreto 2.661, de 1998”.

No mesmo dia em que o decreto 10.735 foi publicado, o governo federal autorizou, mais uma vez, a utilização de tropas militares como alternativa de combate aos crimes ambientais da região, ação sustentada pela Garantia da Lei e da Ordem. No entanto, conforme indicou o Greenpeace, essa estratégia é “(...) comprovadamente ineficiente”, visto que nunca conseguiu reduzir a devastação em grandes áreas.

Em 2020, a mesma técnica foi adotada por mandatários desse setor, seguindo os mesmos meses escolhidos para 2021. No entanto, dados do INPE registraram 6.091 focos de incêndio no mês de julho daquele ano, um aumento de 14,5% em relação ao mesmo período de 2019.

Provando que essa tendência não mudou, a organização contabilizou 1.007 pontos de calor em seu sistema de monitoramento em 30 de julho de 2021, marcando em seus registros o dia que mais queimou nesse mês nos últimos 15 anos. Em 2014, ano em que esses números atingiram seu menor patamar, foram 2.166.

Esse enfrentamento improdutivo é grave e coloca em risco espaços públicos de conservação, segundo apontou a entidade. Afinal, nos apontamentos feitos pela organização, parques nacionais e florestas de responsabilidade estatal foram alguns dos alvos escolhidos, diminuindo ainda mais as áreas protegidas.

A intensificação através de fenômenos naturais

Além da atividade humana, as chamas se alastram pela região amazônica graças a alguns fenômenos naturais. Um material produzido pelo G1 destaca que essa tendência aumenta durante os meses mais secos desse ecossistema, geralmente registrados entre agosto e novembro.

Ao Greenpeace, Cristiane Mazzetti explica que esse ponto está diretamente relacionado aos problemas anteriores, e afirma que “(...) muitas áreas foram derrubadas e degradadas recentemente e devem ser queimadas ilegalmente nos próximos meses, quando a vegetação remanescente fica mais seca e suscetível ao fogo. O pior ainda está por vir, além dos próximos meses serem mais secos na Amazônia, os órgãos ambientais seguem enfraquecidos”.

Dados coletados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em parceria com o Woodwell Climate Research Center (WCRC), publicados em 30 de julho desse ano, sugerem que uma área de aproximadamente 5 mil quilômetros quadrados está sob risco de queimadas durante esse período. O mesmo estudo indica que áreas desmatadas no sul da região amazônica podem impulsionar as chamas, uma vez que a seca intensa provocada pelo fenômeno La Niña deve interferir nessa probabilidade.

Segundo o texto, “(...) quando as florestas são cortadas, as árvores e os galhos mortos são empilhados para secar, completando o ciclo do desmatamento. Esse fogo, de grande intensidade, pode escapar para a floresta e, se combinado a condições secas, causar grandes danos. Tias condições têm se tornado mais frequentes como resultado da combinação dos efeitos locais do desmatamento com as mudanças climáticas globais”.

A corroboração estatal

Não bastasse a soma dos fatores acima intensificarem a gravidade desses problemas, ambientalistas tem alertado para movimentos políticos voltados à exploração de terras amazônicas. No dia 3 de agosto, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei (PL) 2633, batizado por pesquisadores e ativistas como “PL da Grilagem”.

Pouco depois, no dia 6 de agosto, o Estadão noticiou uma mudança no texto do projeto que “(...) segundo especialistas na área ambiental, fragilizam ainda mais o processo de regularização de terras”. No mesmo artigo, o portal explica que “(...) a regularização de terras por meio de autodeclaração é baseada em informações fornecidas pelos próprios ocupantes do imóvel rural, sem a necessidade de uma inspeção de campo ou vistoria de autoridades no local”.


Mapeamento mostra que Amazônia brasileira teve quase 20% de seu território queimado

As queimadas não param mesmo com todos os alertas de órgãos ambientais

A realidade da floresta amazônica é mais cruel do que imaginamos e isso tende a piorar. Segundo estudos do projeto MapBiomas, entre 1985 e 2020, esse bioma teve quase 20% de seu território queimado. A situação preocupa o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e outras entidades que lutam pela preservação da Amazônia.

A diretora do IPAM, Ane Alencar, chama a atenção para o problema que pode aumentar consideravelmente ao longo dos próximos anos. “Com o clima seco, as queimadas ocorrem com mais frequência, degradando a floresta. O impacto disso é que as espécies que são mais resistentes vão dominar e a biodiversidade ficará mais pobre”, explicou Ane, em entrevista à CNN.

O levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa revela que a taxa de recorrência do incêndio florestal está na mesma proporção do fogo que atinge o Pantanal e o Cerrado. Diferentemente da Amazônia, esses biomas têm o fogo presente na sua dinâmica.  “O fogo é um agente de transformação da paisagem, mas a ação humana tem intensificado o uso desse fogo e impactado alguns biomas.”, ressalta a diretora do IPAM.

Os incêndios trazem muitas transformações para o bioma tropical, como redução da qualidade do habitat e perdas econômicas. Há também perda de infraestrutura e impactos na saúde da população durante a época de queimadas.  Para combatê-las, as pesquisas e estudos realizados por meio do Projeto MapBiomas são fundamentais no planejamento eficaz.

Aumento no número de queimadas

Mesmo com todos os alertas sobre os problemas ocasionados pelas queimadas, elas não param de aumentar. Só para se ter uma ideia, até agora, o mês de agosto é o que apresentou o maior número de queimadas na região do Amazonas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 4.167 queimadas foram registradas até o dia 14 de agosto. O índice é bem maior do que o registrado em julho, que apresentou 1.173 focos de calor.

Os índices de queimadas tão elevados têm tornado a Amazônia um lugar prejudicial ao clima mundial. Isso porque as regiões afetadas pela degradação estão levando a floresta brasileira a emitir mais carbono do que consegue absorver. O levantamento é de uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estudo foi publicado na revista científica Nature.

De acordo com a pesquisadora Luciana Gatti, as queimadas e o desmatamento tornaram a Amazônia uma fonte de carbono.

Emissão de carbono

Gatti explica que além da emissão de carbono, uma outra descoberta preocupa. A pesquisadora explica que o desmatamento provoca a emissão indireta do carbono. Isso é causado pelo impacto da diminuição das chuvas na fotossíntese.

Os estudos demonstram que as regiões desmatadas apresentam maior perda de chuva, principalmente na estação seca. A redução do volume das chuvas e o aumento da temperatura na floresta têm afetado a fotossíntese. Esse efeito faz com que as árvores emitam mais CO2 do que em situações normais com a finalidade de compensar o desequilíbrio.

As árvores deixam de fazer fotossíntese quando há um aumento da temperatura causado pelo desmatamento, emitindo apenas os gases para a atmosfera, e não mais absorvendo-os.

Segundo a pesquisa da revista científica Nature, a floresta emite mais carbono do que consegue absorver. Os dados mostram que atualmente são emitidos 0,29 bilhão de toneladas de carbono por ano na atmosfera.

Ainda de acordo com dados da pesquisa, o desequilíbrio é maior na região sudeste da Amazônia, que faz fronteira com outros biomas. A área concentra a maior parte da devastação, por isso é conhecida como "Arco do desmatamento". Essa é uma das regiões mais vulneráveis do bioma pelas pressões do desmate e das queimadas.

Para ter acesso às informações relevantes, a pesquisa contou com uma metodologia que coletou 590 amostras do ar em diferentes altitudes. Foram coletadas de uma altura que variava de 4.420 metros a 300 metros acima do nível do mar com o auxílio de aviões no período de 2010 a 2018.

Segundo a pesquisadora Ane Gatti, é a primeira vez que um levantamento aponta a redução no potencial de absorção da floresta e um aumento na emissão do CO2.

Regiões que mais apresentam emissão do gás na atmosfera:

  • Região Sudeste da Amazônia: Sul do estado do Pará, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.
  • Região de floresta ecótona: entre o bioma amazônico e o Cerrado.

Essas áreas são historicamente muito desmatadas. Em vez de pararem o desmatamento, grileiros, madeireiros e pecuaristas ilegais, continuam com as suas ações destrutivas. Com isso, as estações secas tornam-se cada vez mais longas e mais cruéis para o equilíbrio climático. Conter os avanços das queimadas torna-se cada vez mais difícil, já que as medidas do governo federal são ineficazes e as fiscalizações raramente ocorrem.

O futuro da Amazônia é incerto e coloca em risco tanto as gerações atuais quanto as futuras.


Garimpos ilegais no Brasil nos últimos 10 anos

Os problemas causados pela mineração/extração ilegal voltaram a ser notícia depois que a Polícia Federal realizou uma operação junto com outras forças de segurança pública. De fato, isso teve como fim o fechamento do garimpo Maria Bonita, no estado do Pará.

Operação Muiraquitã 2

A PF, entre os dias 23 e 25 de agosto, deu início à Operação Muiraquitã 2. Assim, fez parte dessa ação:

  • Exército;
  • Força Nacional de Segurança;
  • IBAMA;
  • FUNAI;
  • Bem como, o Ministério Público Federal.

A atividade teve como missão, acabar com a prática da extração ilegal de minérios no território dos índios Kayapó. Aliás, o mesmo fica entre os municípios de Cumaru do Norte e Ourilândia do Norte.

Essa manobra contou com a ajuda de 220 agentes de segurança pública. O efetivo partiu de Marabá em helicópteros rumo ao garimpo Maria Bonita.

Já na chegada eles lançaram bombas de gás lacrimogêneo, a fim de impedir os garimpeiros criminosos de esconderem as máquinas na área da floresta.

A força tarefa não tinha como objetivo prender os trabalhadores do local, mas sim, desfazer a estrutura de extração ilegal de ouro daquele lugar. Por fim, apreenderam vários equipamentos e destruíram alguns maquinários.

O garimpo Maria Bonita

Um fato que chama a atenção é o domínio dessa atividade. Afinal, o Maria Bonita cresceu, nos últimos 5 anos, cerca de 495%. Dessa forma, ocupa hoje uma área igual a 2.200 campos de futebol. E, sem dúvida, gerou muito impacto ambiental na região.

Na área do garimpo, a polícia encontrou vários acampamentos menores, conhecidos como “pontos de extração”. Logo, sofreram vistorias, com o intuito de garantir que não houvessem trabalhadores nos locais. Mas, no final, acabaram sendo destruídos.

Durante esse trabalho, também encontraram ainda mais equipamentos e máquinas usadas na exploração de ouro, além de uma grande quantidade de combustível. Assim, as apreensões incluem:

  • 26 escavadeiras hidráulicas;
  • 67 motores bombas;
  • 59 mil litros de combustível (óleo diesel);
  • 3 caminhões, um deles bitrem;
  • 4 pessoas presas em flagrante e duas resgatadas de uma situação de escravidão.

Máquinas destruídas

A equipe também coletou amostras de ouro do garimpo. Assim, as mesmas serão registradas no banco de dados da PF. Dessa forma, vão poder ajudar a saber a origem de eventuais apreensões futuras do mineral.

Certos equipamentos achados no local eram grandes e pesados demais. Portanto, a sua retirada do local teria um custo muito alto. Por isso, a polícia optou pela destruição dos mesmos. Além disso, resultaria em um processo de logística muito difícil.

Proteção dos povos indígenas

Isso faz parte das ações da PF, a fim de oferecer proteção às tribos de índios mais indefesas. Com isso, uma vez identificadas quais são as áreas com maior presença de invasores, mais medidas protetivas poderão ser tomadas.

Tal tarefa tem como base uma decisão da justiça dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apresenta como objetivo principal da atuação, a retirada de criminosos da região em questão, bem como a intenção de desativar os garimpos.

Com os materiais apreendidos e máquinas destruídas, a prática ilegal foi desarmada. Também foi possível combater outros crimes ambientais gerados por meio da extração ilegal de minérios.

Por conta dos diversos pontos de mineração, a dificuldade de acesso por terra e o tamanho da área, exigiu-se o uso de helicópteros ao longo da operação: três das Forças Armadas e um da própria PF.

O que é Muiraquitã

De acordo com a Polícia, o título se refere a objetos construídos em um tipo de pedra conhecida como amazonita e representam animais, por exemplo, répteis e anfíbios.

Inclusive, os mesmos eram muito usados pelas tribos Tapajós e Konduri, desde antes da chegada dos europeus, servindo de talismã, ou seja, um símbolo de poder. Além disso, esse amuleto era dado pelas índias guerreiras aos seus companheiros.

Brasil e suas riquezas naturais

O subsolo do país chama a atenção pela grande variedade de minérios que existem ali. Assim, ele ocupa um lugar de destaque no cenário mundial, o que favorece a expansão da ação extrativista.

A Amazônia, berço de tantos recursos, é também a área com maior exploração mineral (cerca de 72,5% da área), sendo que as maiores produções são as de ferro, alumínio e ouro.

O que também se destaca é que a mineração industrial, isto é, aquela que é feita dentro da lei, com licenças ambientais, diminuiu. Por outro lado, os garimpos ilegais aumentaram.

Isso acaba levando ao avanço dessa atividade para as áreas protegidas ou territórios dos índios, onde não há qualquer tipo de fiscalização. Assim, o impacto ambiental gerado é enorme.

Os problemas causados pelo garimpo ilegal

Imagem G1

Ele não segue as diretrizes ambientais de nenhum órgão. Logo, os danos causados por esse tipo de operação são bem graves. Dentre os problemas causados pelo extrativismo ilegal pode-se destacar:

  • Mudança no meio físico;
  • Desmatamento;
  • Erosão;
  • Poluição da água;
  • Disseminação de metais pesados;
  • Alteração da paisagem e do solo;
  • Espécies da flora e fauna locais em risco.

Além desses, o garimpo ocasiona impactos e alterações no modo como as populações que habitam na área ou nos seus arredores vivem. Sem dúvida, os mais afetados são os índios, que tem sua área invadida.

Entre os que mais sofrem devido à prática da atividade extrativista ilegal estão os Kayapó, os Munduruku (no Pará) e os Yanomami (em Roraima e no Amazonas).

Tribos cujos territórios somados equivalem a uma área do tamanho do estado de São Paulo e que vivem em alguns dos pontos mais preservados da parte brasileira da Amazônia.

Prejuízos financeiros

Além da destruição ambiental, os garimpos ilegais também geram danos financeiros. Isto é, não promovem lucro para os cofres públicos. Afinal, não há fiscalização sobre o que é produzido e tampouco existem taxas ou impostos sendo arrecadados.

Leis trabalhistas também não existem nesses locais e a exposição aos riscos dessa atividade é constante. Então, os trabalhadores que aceitam esse tipo de serviço são, em geral, pessoas que estão em regiões violentas ou com grande carência estrutural.

Na maioria das vezes, é possível encontrar os mesmos manipulando metil mercúrio, um metal pesado nocivo tanto ao meio ambiente quanto ao organismo humano, sem proteção alguma. Em outras palavras, tais áreas precisam de uma fiscalização constante.


Projeto de cuidado com o peixe-boi pode acabar

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia pega peixes-boi órfãos e cuidam deles. Mas, a falta de dinheiro impede que continuem com o projeto, mesmo com os animais em ameaça de extinção. A seguir, entenda melhor o que está acontecendo.

Peixes-boi: conheça a espécie

Um local do Brasil que possui um grande número de peixes-boi é a Amazônia. Além disso, alguns deles, por causa da pesca, ficam órfãos. Já que suas mães muitas vezes ficam presas em redes ou são caçadas, assim, deixando seus filhotes sem amparo.

Todo animal quando jovem precisa da mãe para o ajudar a viver. Logo, não é diferente com esses bebês de peixe-boi. Por isso, o INPA, Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia, está cuidando disso há um tempo.

Essa instituição pega esses mamíferos órfãos e os trata até que possam voltar para a natureza. Por isso, precisam de verbas para sustentar os gastos com tal tarefa. Porém, os recursos que chegam para esse fim não dão conta de todas as necessidades.

Ciclo de vida do peixe-boi

Imagem de G1

Ao contrário do que muitos pensam, por causa do nome, o peixe-boi não é um peixe. Ele é um animal mamífero aquático que vive em águas rasas. E existem trê espécies desse animal:

  • O africano;
  • Marinho;
  • Amazônico.

A espécie dos filhotes órfãos é o amazônico, o menor dos três tipos acima. Ainda podem ter até três metros de comprimento e pesar 480 quilos. Aliás, seus tons de pele podem variar de cinza escuro até o preto e com manchas brancas.

Reprodução

O período de reprodução ocorre no tempo de chuvas. Uma vez que os rios sobem e junto a vegetação ajudam as fêmeas na gestação e lactação. Então, é quando a cópula ocorre e após um ano nasce o filhote.

 

Dura três anos o ciclo para que a fêmea do peixe-boi possa gerar. Logo, é um período lento em comparação com outros mamíferos marinhos.

Cuidados

Enquanto estão nos primeiros anos de vida, eles são cuidados pelas mães. Além do mais, durante dois anos eles podem receber leite materno. Em seguida, se separam e vão viver suas vidas.

Nas instituições, os filhotes  podem passar mais tempo ainda sendo cuidados. Por causa disso, é caro manter os animais nos tanques.

O local de reprodução facilita a caça

Um problema ligado a isso é que torna mais fácil a predação desses animais. Posto que ficam em águas mais rasas e próximas à margem dos rios. Por isso, o número de peixes-boi órfãos é tão grande.

Entenda como eles chegam ao INPA

Como dito, muitas vezes as mães desses animais ficam presas em redes. Ou os caçadores as pegam, fazendo com que os filhotes fiquem órfãos. Por causa disso, as pessoas do INPA resgatam eles para cuidar.

Perigos das redes de pesca

A caça predatória desses animais é uma ameaça para que eles possam existir. Porque pegam eles sem se preocupar com a continuação da espécie. Sobretudo as redes de pesca que deixam eles presos sem poder sair para se alimentar.

INPA: o que é

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia é um órgão do Governo Federal. Por isso, eles recebem peixes-boi filhotes sem mãe para cuidar. Logo, abrigam os bebês em seus tanques enquanto eles não podem ir para a natureza.

Há mais de 45 anos que fazem esse trabalho na Amazônia. Também, contam com doações de grupos privados para existir.

Segundo o INPA, eles recebem cerca de 12 peixes-boi nos primeiros anos de vida, por ano. Então, cuidam deles com comida e abrigo para que fiquem fortes. Assim, os custos anuais são altos, porque o leite dos órfãos deve ser rico em nutrientes.

As pessoas encontram eles em redes de pesca e entregam na instituição. Posto que as outras entidades que existem na região não recebem mais, porque eles não têm mais dinheiro para manter esses animais.

O que é preciso para devolver o peixe-boi para a natureza

Quando chegam no INPA eles logo vão para os tanques. Depois disso, os cuidadores observam e cuidam deles para que fiquem fortes e todo esse processo leva cerca de dois anos para ser concluído.

Como o peixe-boi é tratado pelos pesquisadores

No instituto, os profissionais alimentam eles com um leite rico em gordura. Então, é parecido com o que a mãe oferece a eles. Com isso, eles criam força para viver no meio ambiente.

Monitoramento dos animais

Antes de soltarem os peixes-boi, alguns indivíduos recebem um aparelho. Assim, o INPA monitora como eles ficam fora dos tanques. Logo, isso requer tecnologia e verbas para o instituto.

Com esse cuidado, é possível ver se todo o processo anterior foi efetivo. Ainda, percebe a adaptação do animal ao meio ambiente.

A falta de recursos pode prejudicar a existência do peixe-boi

Com a falta de verbas, muitos institutos já pararam de receber os filhotes de peixe-boi. Assim, pode ser um problema para a existência desses animais. Uma vez que a medida que os bebês ficam sem amparo, podem morrer até por falta de alimento.

Não poderão mais cuidar dos animais

Segundo o instituto, os custos para manter os peixes-boi giram em torno de 2 milhões. Mas, eles sofreram uma redução de 16% nos valores que eles recebem. Então, existe uma ameaça de que falte até o alimento para os animais.

Ameaçados de extinção

Um dos animais na lista de bichos em ameaça de extinção é o peixe-boi da Amazônia. Já que a caça em busca da sua carne e couro por muito tempo foi sem controle. Logo, diminuiu a quantidade de espécies na Amazônia, seu habitat natural.

Outros problemas que eles enfrentam é a poluição dos rios. Além do mais, as mudanças climáticas e os acidentes com redes afetam essa espécie.  Como o seu ciclo de reprodução é lento, os danos são quase sem reversão. Por isso, precisam ter cuidado.

Os peixes-boi na Amazônia precisam de atenção

Todo animal é necessário para manter a natureza em sua melhor forma. Aliás, cada um deles contribui de alguma maneira para que tudo esteja no seu lugar. Por isso, cuidar para que eles existem é vital.

Outro fator para mantê-los é fazer com que as próximas gerações vejam os peixes-boi. Ou seja, faz parte do ato de garantir a sustentabilidade da natureza.


A riqueza da floresta Amazônica

A riqueza da floresta Amazônica é um motivo de orgulho e preocupação para o Brasil. Pois, dada a sua importância e abundância, atrai a atenção de todas as nações do mundo que querem explorar seus recursos estratégicos (água, minerais) em prol de suas economias.

Amazônia é a maior floresta tropical do mundo

Ela possui 6,5 milhões de km², ocupando cerca de metade de toda a América do Sul. Dessa forma, ela faz parte dos seguintes países:

  • Brasil, Colômbia, Peru;
  • Venezuela, Equador, Bolívia;
  • Guiana Inglesa, Guiana Francesa e Suriname.

Destes, o Brasil é onde ela está mais presente e 61% do território nacional pertence a ela.  Por outro lado, já em relação ao seu relevo, ela possui três formações diferentes:

  • Ao Norte, está o planalto das Guianas;
  • No centro, a planície sedimentar amazônica;
  • Ao Sul, o planalto Central.

Em sua planície, destaca-se as várzeas, sempre inundadas por estarem estendidas ao longo do rio. Além disso, há a terra firme, que é onde fica o domínio da imensa floresta.

Conheça a seguir, as principais riquezas que a mesma possui e que desperta o interesse de diversos países.

Solo pobre em nutrientes, mas rico em matéria orgânica

Imagem do fruto de guaraná

O solo da floresta não possui muitos nutrientes, sendo um tanto ácido, bem como arenoso. Portanto, com isso ele é dito como bastante pobre.

Vale destacar, no entanto, que ali há bastante matéria orgânica vinda dos Andes pelos rios. Dessa forma, as várzeas do lugar são as únicas áreas aptas para agricultura.

Os microrganismos do solo decompõem os nutrientes minerais que depois são absorvidos pelas árvores. Com isso, a natureza se mantém em equilíbrio na Amazônia. Então, a única função do solo é dar suporte a vegetação.

Recursos hídricos da floresta Amazônica

O sistema de água dali é o mais imponente do mundo. Para se ter uma ideia, o rio Amazonas possui mais de mil afluentes e agrupa 1 ⁄ 5 de toda a água doce líquida do planeta. Ele é o maior em volume de água e o segundo maior em extensão.

Já o clima é quente quase que o ano todo, com média de 25ºC. Assim, a área mais úmida da região tem chuvas de até 2000 mm de modo anual.

Elas, aliás, acontecem no inverno e duram cerca de 150 dias, em forma de grandes temporais.

A escassez de água no mundo

Esse tem sido um assunto bastante discutido nos últimos tempos. Dessa maneira, as razões dessa preocupação são por conta, em especial, do problema na distribuição hídrica nos continentes. Então, a falta de água é um processo gradual causada pelo:

  • Desperdício;
  • Mau uso;
  • E por impactos negativos no próprio meio ambiente.

O mundo está prestes a entrar em conflito por causa da escassez hídrica. Mas, por outro lado, a Bacia Hidrográfica da Amazônia tem um potencial de água alto e valor estratégico, econômico e social.

São cerca de 7 milhões de metros quadrados de área de bacia, ou seja, é a maior do mundo. De fato, boa parcela do abastecimento, é graças às chuvas intensas que ocorrem na região. Que, aliás, é gerada pelo próprio clima úmido da floresta.

A sua incrível biodiversidade

Estima-se que exista ali cerca de 20% de todas as espécies vivas no planeta, dentre elas:

  • 20 mil de vegetais superiores;
  • 300 de mamíferos;
  • 1400 de peixes;
  • 1300 de pássaros.

Há ainda as milhares de espécies de insetos, invertebrados e microrganismos. Por exemplo, há mais variedade de plantas em um hectare da Amazônia do que em toda a Europa.

A castanheira é o símbolo da floresta, a típica árvore amazônica. Assim, de toda a sua diversidade, metade delas ainda é desconhecida da própria ciência. Por outro lado, a vegetação é dividida em:

  • Terra firme, seca;
  • Várzea, fica alagada no período de chuvas;
  • Igapó, sempre alagada.

Em menor quantidade, há ainda as áreas de campos, cerrado e a vegetação do litoral.

Recursos minerais e a produção de energia

Certas plantas dali são ideais para a produção energética, por combustão direta da madeira ou ainda por meio dos óleos vegetais.

Um deles é o óleo de copaíba, um possível substituto do diesel. Além disso, há o babaçu, onde dá para produzir:

  • Álcool;
  • Carvão siderúrgico;
  • Óleo vegetal;
  • Biogás.

Essas duas espécies são bastante comuns de se encontrar na floresta Amazônica.

A sua riqueza em minérios

Sabe-se que a região é farta nesse quesito. De fato, a exploração de modo sustentável e racional, geraria muita riqueza para o país. Dito isso, veja a seguir quais são os mais importantes:

  • Ferro: 18 bilhões de toneladas em Carajás;
  • Alumínio: cerca de 4 bilhões de toneladas em Trombetas, Paragominas e Almeirim;
  • Manganês: 80 bilhões de toneladas em Carajás e Serra do Navio;
  • Cobre: 10 milhões de toneladas também em Carajás;
  • Ouro: 250 toneladas em Tapajós;
  • Estanho: 400 mil toneladas;
  • Níquel: 90 mil toneladas.

Em menor quantidade, também é possível achar na Amazônia: diamante, petróleo, urânio e sal-gema.

Floresta é explorada de forma errada

Os recursos naturais ali são explorados de modo inadequado desde a chegada dos portugueses.

Com o desmatamento, há uma grande perda na diversidade. Várias queimadas são causadas, a fim de tomar posse da terra.

Toda essa degradação tem acontecido em um ritmo acelerado, o que dificulta planos alternativos ao uso dos recursos naturais. No entanto, muito ainda pode ser feito, basta que medidas de emergência sejam adotadas e aplicadas logo.

A importância da Amazônia para a humanidade

O significado da mesma vai além do seu papel em manter o equilíbrio ecológico no mundo. Já que a região é o lar de muitas tribos indígenas e abriga matérias-primas minerais, energéticas, medicinais, florestais e alimentares.

Em uma floresta gigante, com árvores imensas, é difícil crer que está tão ameaçada. Mas, ela está, devido a exploração desordenada de seus recursos, o aumento da agropecuária e o garimpo.

O desmatamento afeta a biodiversidade. E isso, sem dúvida, é um problema muito grave, pois tem impactado determinadas espécies que existem em apenas um local. Então, soma-se a isso, as retiradas que prejudicam o solo, que compacta e fica à mercê da erosão.

A Amazônia é essencial para a vida, por isso, requer o máximo de atenção possível em prol da sua preservação. E esse, sem dúvida, é um trabalho que não tem fim.


Por que o aumento de pastagens representa risco constante a natureza?

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil, mas também é uma das que mais impactam a natureza de forma negativa. Dessa maneira, entenda aqui a relação entre o aumento das pastagens e o crescente risco que isso causa à natureza.

Veja como a pecuária impacta o meio ambiente

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do país como um todo, não só da região Sul.

Com isso, ela vem ganhando o mercado mundial e se expandindo cada vez mais. Sabe-se que o setor mais produtivo do ramo é o de gado leiteiro e em seguida, o de corte.

Há anos, a agricultura e a pecuária do Brasil acontecem de modo separados. No entanto, essa prática fez com que a degradação da natureza aumentasse, tanto nas áreas de pastagens quanto de lavouras.

Em relação à primeira, o impacto negativo tem como resultado:

  • A degradação do solo;
  • E a perda da biodiversidade.

Com a demanda de mercado cada vez maior, as consequências para o meio ambiente são impossíveis de se calcular.

O que é um problema que vai além da questão ecológica, mas sim de sobrevivência, pois o gado precisa da natureza para a sua dessedentação e alimentação.

Sistemas de exploração de pastagens causam impactos ao ambiente

Em geral, os pecuaristas fazem uso de três modelos de exploração de pastagens, assim são eles:

  • Extensivo, os animais ocupam uma área maior, o que gera mais impacto;
  • Semiextensivo, gado é criado solto, mas com uma nutrição melhor;
  • Intensivo, uso maior de tecnologias, animais ficam em um espaço restrito.

Cada um gera, por sua vez, um grau diferente de impacto. De fato, como dito antes, o extensivo é o pior deles, por causa do superpastoreio. O pisoteio em excesso, altera a camada do solo, bem como as espécies vegetais.

Imagem de pasto com gado

Pecuária sustentável é a solução

O superpastoreio compacta o solo e remove a cobertura vegetal, isso faz com que ocorra a erosão.

Esse processo acontece quando o solo perde a sua camada mais superficial em decorrência da água, do vento e de outros fatores.

Quando o terreno fica sem essa parte que o cobre, ele não retém mais água para as plantas, bem como nutrientes. Dessa forma, ocorre a degradação.

É fundamental informar os pecuaristas sobre modos mais sustentáveis

Para evitar tudo isso, é preciso implantar uma pecuária sustentável. Dessa forma, o primeiro passo é conscientizar os pecuaristas a respeito da conservação ambiental.

O segundo passo é dar a ele os meios necessários para aplicar a sustentabilidade em sua criação.

Uma das opções é integrar as atividades de lavoura-pecuária. Já que traz diversos benefícios para o produtor. Pois neste sistema, o solo é usado de modo eficiente e sem degradação.

Também há a vantagem econômica, porque a utilização de defensivos agrícolas é menor, o que, aliás, melhora a qualidade dos produtos.

O ciclo de impactos gerados pela pecuária

Com o aumento das áreas de pastagens, mais cobertura vegetal é retirada. Logo, isso acaba comprometendo:

  • A biodiversidade;
  • O ciclo da água, pois diminui a infiltração e o armazenamento;
  • Libera mais CO₂ no ar, o que contribui para o aquecimento global;
  • Aumenta a lixiviação;
  • O que por sua vez, vai compactar o solo e torná-lo erosivo.

O solo e a água, sem dúvida, são essenciais para o sustento da vida. No entanto, são recursos mal geridos e preservados. Por exemplo, cerca de 11% da área mundial é para a agropecuária.

Resíduos animais são as principais fontes poluidoras

Com o aumento das pastagens, cresce a capacidade de agrupar mais animais. Mas, estes também são fontes de poluição, em especial:

  • Os resíduos de animais;
  • Antibióticos e hormônios;
  • Produtos químicos que vem dos curtumes;
  • Fertilizantes e pesticidas, maiores vilões do meio ambiente.

De acordo com o Inpe, quase 63% da área desmatada na Amazônia até 2008 foi ocupada por pastagens. Além disso, grande parte do espaço também é para o plantio de grãos usados na alimentação dos animais.

Também segundo o IBGE, o Brasil é o país com maior número de gado comercial no mundo, com mais ou menos 209 milhões de bois.

O solo não é o único recurso afetado

A água é impactada com a pecuária. Afinal, com o solo compactado, infiltra menos água para os lençóis freáticos e também degrada a margem dos rios.

Diante desse cenário, a questão que fica é como solucionar tudo isso. Isto é, como prosperar na economia e preservar a natureza ao mesmo tempo. Assim, surgiu uma opção: os sistemas Silvipastoris, ou seja, o SSP.

 

Plantio de árvores em pastagens se faz essencial

No contexto do SSP, esse modelo agroflorestal agrega em um único espaço: animais, árvores e pastagens.

Com o manejo correto, é possível conseguir ao mesmo tempo, leite, carne e madeira. Dessa forma, dá para garantir o lucro para o produtor e benefícios para o meio ambiente e a sociedade.

As vantagens no uso do Silvipastoril

Segundo a Embrapa, as árvores ajudam a preservar melhor a estrutura do solo e a sua qualidade. Pois ele controla a erosão e ainda agrega matéria orgânica, tornando a terra mais úmida, sendo desnecessário inserir nutrientes.

Também contribui para o bem-estar do rebanho, já que as árvores servem como proteção contra as chuvas, vento e calor. Em outras palavras, isso interfere na saúde dos animais, deixando-os mais saudáveis, o que estimula a produtividade.

Aplicar esse método é cada vez mais importante, até mesmo para a economia, porque assim o Brasil ganha mais destaque no mercado mundial. E isso faz com que o produto seja mais valorizado, rendendo maiores lucros aos pecuaristas.

O aumento das pastagens requer soluções sustentáveis

A partir de agora, você tem uma ideia do quanto a pecuária pode afetar a natureza. Bem como, desgastar os seus recursos naturais, que ao contrário do que muitos acreditam, são finitos.

Os impactos são sérios, com desmate e compactação do solo devido a criação de gado em áreas grandes. Aliás, muitas das vezes sem qualquer tipo de manejo.

É essencial, então, controlar melhor o deslocamento do rebanho. Além disso, implantar técnicas mais evoluídas de criação.

Os sistemas silvipastoris e a integração lavoura-pecuária ajudam nessas questões e reduzem os impactos ao meio ambiente.

Inclusive, plantar árvores de grande porte como madeireiras, frutíferas e forrageiras ainda servem de alimento para os bovinos. Logo, é um sistema que vale a pena do ponto de vista ambiental e socioeconômico.


3.325 km² foram desmatados na Amazônia em 2021

O primeiro semestre de 2021 na Amazônia mostrou dados preocupantes sobre o desmatamento na região, onde cerca de 3.325 km² de áreas foram perdidas. Assim, acompanhe e descubra o que o governo brasileiro pretende fazer para controlar a situação.

Veja como está o desmatamento em 2021 no país

A área em alerta de desmate na Amazônia Legal é a maior em seis anos, de acordo com o Inpe, responsável pelo monitoramento.

Esses dados são de 1º de janeiro a 25 de junho, sem contar os últimos cinco dias do sexto mês do ano. Para se ter uma noção da dimensão de 3.325 km² de área, é o equivalente a duas São Paulo.

O estado mais afetado, no entanto, foi o Pará, representando mais de um terço, ou seja, 1.251,96 km².

Entenda como funciona o sistema do Inpe

O chamado Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real) envia sinais quando há qualquer alteração no terreno acima de 3 hectares. Dessa forma, isso é registrado tanto em áreas desmatadas quanto naquelas sob degradação florestal, isto é:

  • Exploração de madeira;
  • Mineração;
  • Queimadas, dentre outras.

Neste ano, março, abril e maio quebraram recordes. O mês de junho, por outro lado, mesmo alto, ainda está abaixo dos índices apresentados em 2019 e 2020.

Risco de incêndios florestais também estão em jogo

Nesta grande área desmatada, há ainda o risco de que ela sofra queimadas, de acordo com o Ipam e o Woodwell Climate Research.

Segundo eles, é preciso ficar de olho nessa região mais ao sul do bioma, a fim de combater o fogo. Em especial, devido a seca intensa causada pelo fenômeno La Ninã.

Estima-se que existam cerca de 5 mil quilômetros de área em risco, ou seja, o equivalente a quatro cidades de SP.

A queimada é, de fato, a última etapa do processo de desmatamento. Afinal, o terreno está com a vegetação derrubada e seca, assim só falta alguém vir e incendiar o resto. Esse é o jeito mais barato para limpar a área, uma prática ilegal que é bem comum no Brasil.

O desmate em maio foi o maior desde 2016

Para quem não sabe, a Amazônia Legal representa 59% do território do Brasil. Além disso, abrange 9 estados, dentre eles:

  • Acre;
  • Mato Grosso;
  • Amapá;
  • Pará;
  • Rondônia;
  • Amazona;
  • Roraima;
  • Tocantins;
  • E uma parte do Maranhão.

Mais uma vez, o Pará liderou o ranking, desmatando 425 km² em maio, ou seja, 36% do total registrado até o dia 28.

Logo em seguida, a região do Amazonas com 289 km² e o Mato Grosso, em terceiro, com 242 km². Por outro lado, em Rondônia o desmate chegou a 180 km², no Acre 31 km² e no Maranhão, 11 km².

Os estados de Roraima e Tocantins, cada um com 1 km², por fim, o Amapá não teve nenhum quilômetro de área perdida.

Nos últimos tempos o desmatamento na Amazônia só tem piorado

A situação na Amazônia vem piorando cada vez mais, com índices bem alarmantes. Dessa maneira, chegou a tal ponto que o país vem sofrendo pressão do exterior para resolver essa questão com políticas voltadas para a proteção às florestas.

Em junho de 2021, houve 2.308 focos de calor em terrenos que estariam sendo desmatados. Isso é 2,6% a mais do que no ano passado no mesmo mês. Aliás, em 2020, o índice já era considerado um recorde histórico, de acordo com o Inpe.

Todos esses registros são bem preocupantes, porque a temporada de fogo nem mesmo teve início. Já que ela começa em agosto e tem cerca de quatro meses de duração. Assim, nos últimos 30 anos, cerca de 428 mil km² foram desmatados na região Amazônica.

Os planos do governo brasileiro para o futuro ambiental do país

Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, vinha estudando maneiras de reduzir a emissão de gás carbônico no país. Algo que vem sendo muito cobrado por diversos países.

O desafio do Brasil, contudo, se resume em duas frentes. Dessa maneira, a primeira é fazer com que a lei de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia seja cumprida. Aliás, esses índices cada vez mais altos tem feito o país ser desmoralizado no exterior.

A segunda frente é ter um bom plano de como diminuir a emissão de carbono na atmosfera.

O governo brasileiro vai enviar os militares para fiscalizar a Amazônia

Hamilton Mourão, vice-presidente do Brasil, declarou que vai mandar 3 mil militares das Forças Armadas para apoiar o combate ao desmatamento. De fato, essa investida tem o nome de “Operação Samaúma”.

A meta de Mourão é diminuir de 10% a 12% o desmate na região. Vale destacar que nos meses anteriores, os militares estavam na área fiscalizando, mas depois de um tempo saíram do local. Com isso, os números voltaram a subir novamente.

O plano é que eles fiquem na floresta até o final do mês de agosto. No entanto, o prazo pode se estender, caso o governo ache preciso.

Segundo Mourão, a ação militar na área segura o avanço tanto do desmatamento quanto das queimadas.

Índice de desmatamento em unidades de conservação federal crescem

Em maio deste ano, em comparação a 2020, houve um aumento de 312%. As florestas sob proteção são vigiadas pelo ICMBio e perderam cerca de 11.296 hectares, no ano passado no mesmo período, o número chegou a 2.741 hectares.

O Brasil está se preparando para a Conferência do Clima

Todas as medidas que o governo está tomando é para que os índices de desmatamento diminuam. Já que a COP-26 acontece em novembro, logo, reduzindo os números alarmantes, a pressão dos outros países será menor.

Entre essas medidas, está a contratação de mil brigadistas pelo MMA. Além disso, a Operação Samaúma vai atuar em 26 municípios do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Onde o desmatamento tem sido maior.

Os custos não foram divulgados, mas sabe-se que na operação anterior, chamada de Verde Brasil 2, a despesa foi de R$ 410 milhões. Aliás, isso aconteceu entre maio de 2020 e abril de 2021.

Samaúma é uma homenagem à maior árvore da floresta amazônica, que mede cerca de 70 metros de altura.

Faça a sua parte e ajude na preservação das florestas você também, por meio do FAMAZONIA Foundation. Saiba mais sobre a ONG e seus projetos.