Mapeamento mostra que Amazônia brasileira teve quase 20% de seu território queimado

As queimadas não param mesmo com todos os alertas de órgãos ambientais

A realidade da floresta amazônica é mais cruel do que imaginamos e isso tende a piorar. Segundo estudos do projeto MapBiomas, entre 1985 e 2020, esse bioma teve quase 20% de seu território queimado. A situação preocupa o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e outras entidades que lutam pela preservação da Amazônia.

A diretora do IPAM, Ane Alencar, chama a atenção para o problema que pode aumentar consideravelmente ao longo dos próximos anos. “Com o clima seco, as queimadas ocorrem com mais frequência, degradando a floresta. O impacto disso é que as espécies que são mais resistentes vão dominar e a biodiversidade ficará mais pobre”, explicou Ane, em entrevista à CNN.

O levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa revela que a taxa de recorrência do incêndio florestal está na mesma proporção do fogo que atinge o Pantanal e o Cerrado. Diferentemente da Amazônia, esses biomas têm o fogo presente na sua dinâmica.  “O fogo é um agente de transformação da paisagem, mas a ação humana tem intensificado o uso desse fogo e impactado alguns biomas.”, ressalta a diretora do IPAM.

Os incêndios trazem muitas transformações para o bioma tropical, como redução da qualidade do habitat e perdas econômicas. Há também perda de infraestrutura e impactos na saúde da população durante a época de queimadas.  Para combatê-las, as pesquisas e estudos realizados por meio do Projeto MapBiomas são fundamentais no planejamento eficaz.

Aumento no número de queimadas

Mesmo com todos os alertas sobre os problemas ocasionados pelas queimadas, elas não param de aumentar. Só para se ter uma ideia, até agora, o mês de agosto é o que apresentou o maior número de queimadas na região do Amazonas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 4.167 queimadas foram registradas até o dia 14 de agosto. O índice é bem maior do que o registrado em julho, que apresentou 1.173 focos de calor.

Os índices de queimadas tão elevados têm tornado a Amazônia um lugar prejudicial ao clima mundial. Isso porque as regiões afetadas pela degradação estão levando a floresta brasileira a emitir mais carbono do que consegue absorver. O levantamento é de uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estudo foi publicado na revista científica Nature.

De acordo com a pesquisadora Luciana Gatti, as queimadas e o desmatamento tornaram a Amazônia uma fonte de carbono.

Emissão de carbono

Gatti explica que além da emissão de carbono, uma outra descoberta preocupa. A pesquisadora explica que o desmatamento provoca a emissão indireta do carbono. Isso é causado pelo impacto da diminuição das chuvas na fotossíntese.

Os estudos demonstram que as regiões desmatadas apresentam maior perda de chuva, principalmente na estação seca. A redução do volume das chuvas e o aumento da temperatura na floresta têm afetado a fotossíntese. Esse efeito faz com que as árvores emitam mais CO2 do que em situações normais com a finalidade de compensar o desequilíbrio.

As árvores deixam de fazer fotossíntese quando há um aumento da temperatura causado pelo desmatamento, emitindo apenas os gases para a atmosfera, e não mais absorvendo-os.

Segundo a pesquisa da revista científica Nature, a floresta emite mais carbono do que consegue absorver. Os dados mostram que atualmente são emitidos 0,29 bilhão de toneladas de carbono por ano na atmosfera.

Ainda de acordo com dados da pesquisa, o desequilíbrio é maior na região sudeste da Amazônia, que faz fronteira com outros biomas. A área concentra a maior parte da devastação, por isso é conhecida como "Arco do desmatamento". Essa é uma das regiões mais vulneráveis do bioma pelas pressões do desmate e das queimadas.

Para ter acesso às informações relevantes, a pesquisa contou com uma metodologia que coletou 590 amostras do ar em diferentes altitudes. Foram coletadas de uma altura que variava de 4.420 metros a 300 metros acima do nível do mar com o auxílio de aviões no período de 2010 a 2018.

Segundo a pesquisadora Ane Gatti, é a primeira vez que um levantamento aponta a redução no potencial de absorção da floresta e um aumento na emissão do CO2.

Regiões que mais apresentam emissão do gás na atmosfera:

  • Região Sudeste da Amazônia: Sul do estado do Pará, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.
  • Região de floresta ecótona: entre o bioma amazônico e o Cerrado.

Essas áreas são historicamente muito desmatadas. Em vez de pararem o desmatamento, grileiros, madeireiros e pecuaristas ilegais, continuam com as suas ações destrutivas. Com isso, as estações secas tornam-se cada vez mais longas e mais cruéis para o equilíbrio climático. Conter os avanços das queimadas torna-se cada vez mais difícil, já que as medidas do governo federal são ineficazes e as fiscalizações raramente ocorrem.

O futuro da Amazônia é incerto e coloca em risco tanto as gerações atuais quanto as futuras.


Garimpos ilegais no Brasil nos últimos 10 anos

Os problemas causados pela mineração/extração ilegal voltaram a ser notícia depois que a Polícia Federal realizou uma operação junto com outras forças de segurança pública. De fato, isso teve como fim o fechamento do garimpo Maria Bonita, no estado do Pará.

Operação Muiraquitã 2

A PF, entre os dias 23 e 25 de agosto, deu início à Operação Muiraquitã 2. Assim, fez parte dessa ação:

  • Exército;
  • Força Nacional de Segurança;
  • IBAMA;
  • FUNAI;
  • Bem como, o Ministério Público Federal.

A atividade teve como missão, acabar com a prática da extração ilegal de minérios no território dos índios Kayapó. Aliás, o mesmo fica entre os municípios de Cumaru do Norte e Ourilândia do Norte.

Essa manobra contou com a ajuda de 220 agentes de segurança pública. O efetivo partiu de Marabá em helicópteros rumo ao garimpo Maria Bonita.

Já na chegada eles lançaram bombas de gás lacrimogêneo, a fim de impedir os garimpeiros criminosos de esconderem as máquinas na área da floresta.

A força tarefa não tinha como objetivo prender os trabalhadores do local, mas sim, desfazer a estrutura de extração ilegal de ouro daquele lugar. Por fim, apreenderam vários equipamentos e destruíram alguns maquinários.

O garimpo Maria Bonita

Um fato que chama a atenção é o domínio dessa atividade. Afinal, o Maria Bonita cresceu, nos últimos 5 anos, cerca de 495%. Dessa forma, ocupa hoje uma área igual a 2.200 campos de futebol. E, sem dúvida, gerou muito impacto ambiental na região.

Na área do garimpo, a polícia encontrou vários acampamentos menores, conhecidos como “pontos de extração”. Logo, sofreram vistorias, com o intuito de garantir que não houvessem trabalhadores nos locais. Mas, no final, acabaram sendo destruídos.

Durante esse trabalho, também encontraram ainda mais equipamentos e máquinas usadas na exploração de ouro, além de uma grande quantidade de combustível. Assim, as apreensões incluem:

  • 26 escavadeiras hidráulicas;
  • 67 motores bombas;
  • 59 mil litros de combustível (óleo diesel);
  • 3 caminhões, um deles bitrem;
  • 4 pessoas presas em flagrante e duas resgatadas de uma situação de escravidão.

Máquinas destruídas

A equipe também coletou amostras de ouro do garimpo. Assim, as mesmas serão registradas no banco de dados da PF. Dessa forma, vão poder ajudar a saber a origem de eventuais apreensões futuras do mineral.

Certos equipamentos achados no local eram grandes e pesados demais. Portanto, a sua retirada do local teria um custo muito alto. Por isso, a polícia optou pela destruição dos mesmos. Além disso, resultaria em um processo de logística muito difícil.

Proteção dos povos indígenas

Isso faz parte das ações da PF, a fim de oferecer proteção às tribos de índios mais indefesas. Com isso, uma vez identificadas quais são as áreas com maior presença de invasores, mais medidas protetivas poderão ser tomadas.

Tal tarefa tem como base uma decisão da justiça dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apresenta como objetivo principal da atuação, a retirada de criminosos da região em questão, bem como a intenção de desativar os garimpos.

Com os materiais apreendidos e máquinas destruídas, a prática ilegal foi desarmada. Também foi possível combater outros crimes ambientais gerados por meio da extração ilegal de minérios.

Por conta dos diversos pontos de mineração, a dificuldade de acesso por terra e o tamanho da área, exigiu-se o uso de helicópteros ao longo da operação: três das Forças Armadas e um da própria PF.

O que é Muiraquitã

De acordo com a Polícia, o título se refere a objetos construídos em um tipo de pedra conhecida como amazonita e representam animais, por exemplo, répteis e anfíbios.

Inclusive, os mesmos eram muito usados pelas tribos Tapajós e Konduri, desde antes da chegada dos europeus, servindo de talismã, ou seja, um símbolo de poder. Além disso, esse amuleto era dado pelas índias guerreiras aos seus companheiros.

Brasil e suas riquezas naturais

O subsolo do país chama a atenção pela grande variedade de minérios que existem ali. Assim, ele ocupa um lugar de destaque no cenário mundial, o que favorece a expansão da ação extrativista.

A Amazônia, berço de tantos recursos, é também a área com maior exploração mineral (cerca de 72,5% da área), sendo que as maiores produções são as de ferro, alumínio e ouro.

O que também se destaca é que a mineração industrial, isto é, aquela que é feita dentro da lei, com licenças ambientais, diminuiu. Por outro lado, os garimpos ilegais aumentaram.

Isso acaba levando ao avanço dessa atividade para as áreas protegidas ou territórios dos índios, onde não há qualquer tipo de fiscalização. Assim, o impacto ambiental gerado é enorme.

Os problemas causados pelo garimpo ilegal

Imagem G1

Ele não segue as diretrizes ambientais de nenhum órgão. Logo, os danos causados por esse tipo de operação são bem graves. Dentre os problemas causados pelo extrativismo ilegal pode-se destacar:

  • Mudança no meio físico;
  • Desmatamento;
  • Erosão;
  • Poluição da água;
  • Disseminação de metais pesados;
  • Alteração da paisagem e do solo;
  • Espécies da flora e fauna locais em risco.

Além desses, o garimpo ocasiona impactos e alterações no modo como as populações que habitam na área ou nos seus arredores vivem. Sem dúvida, os mais afetados são os índios, que tem sua área invadida.

Entre os que mais sofrem devido à prática da atividade extrativista ilegal estão os Kayapó, os Munduruku (no Pará) e os Yanomami (em Roraima e no Amazonas).

Tribos cujos territórios somados equivalem a uma área do tamanho do estado de São Paulo e que vivem em alguns dos pontos mais preservados da parte brasileira da Amazônia.

Prejuízos financeiros

Além da destruição ambiental, os garimpos ilegais também geram danos financeiros. Isto é, não promovem lucro para os cofres públicos. Afinal, não há fiscalização sobre o que é produzido e tampouco existem taxas ou impostos sendo arrecadados.

Leis trabalhistas também não existem nesses locais e a exposição aos riscos dessa atividade é constante. Então, os trabalhadores que aceitam esse tipo de serviço são, em geral, pessoas que estão em regiões violentas ou com grande carência estrutural.

Na maioria das vezes, é possível encontrar os mesmos manipulando metil mercúrio, um metal pesado nocivo tanto ao meio ambiente quanto ao organismo humano, sem proteção alguma. Em outras palavras, tais áreas precisam de uma fiscalização constante.


Projeto de cuidado com o peixe-boi pode acabar

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia pega peixes-boi órfãos e cuidam deles. Mas, a falta de dinheiro impede que continuem com o projeto, mesmo com os animais em ameaça de extinção. A seguir, entenda melhor o que está acontecendo.

Peixes-boi: conheça a espécie

Um local do Brasil que possui um grande número de peixes-boi é a Amazônia. Além disso, alguns deles, por causa da pesca, ficam órfãos. Já que suas mães muitas vezes ficam presas em redes ou são caçadas, assim, deixando seus filhotes sem amparo.

Todo animal quando jovem precisa da mãe para o ajudar a viver. Logo, não é diferente com esses bebês de peixe-boi. Por isso, o INPA, Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia, está cuidando disso há um tempo.

Essa instituição pega esses mamíferos órfãos e os trata até que possam voltar para a natureza. Por isso, precisam de verbas para sustentar os gastos com tal tarefa. Porém, os recursos que chegam para esse fim não dão conta de todas as necessidades.

Ciclo de vida do peixe-boi

Imagem de G1

Ao contrário do que muitos pensam, por causa do nome, o peixe-boi não é um peixe. Ele é um animal mamífero aquático que vive em águas rasas. E existem trê espécies desse animal:

  • O africano;
  • Marinho;
  • Amazônico.

A espécie dos filhotes órfãos é o amazônico, o menor dos três tipos acima. Ainda podem ter até três metros de comprimento e pesar 480 quilos. Aliás, seus tons de pele podem variar de cinza escuro até o preto e com manchas brancas.

Reprodução

O período de reprodução ocorre no tempo de chuvas. Uma vez que os rios sobem e junto a vegetação ajudam as fêmeas na gestação e lactação. Então, é quando a cópula ocorre e após um ano nasce o filhote.

 

Dura três anos o ciclo para que a fêmea do peixe-boi possa gerar. Logo, é um período lento em comparação com outros mamíferos marinhos.

Cuidados

Enquanto estão nos primeiros anos de vida, eles são cuidados pelas mães. Além do mais, durante dois anos eles podem receber leite materno. Em seguida, se separam e vão viver suas vidas.

Nas instituições, os filhotes  podem passar mais tempo ainda sendo cuidados. Por causa disso, é caro manter os animais nos tanques.

O local de reprodução facilita a caça

Um problema ligado a isso é que torna mais fácil a predação desses animais. Posto que ficam em águas mais rasas e próximas à margem dos rios. Por isso, o número de peixes-boi órfãos é tão grande.

Entenda como eles chegam ao INPA

Como dito, muitas vezes as mães desses animais ficam presas em redes. Ou os caçadores as pegam, fazendo com que os filhotes fiquem órfãos. Por causa disso, as pessoas do INPA resgatam eles para cuidar.

Perigos das redes de pesca

A caça predatória desses animais é uma ameaça para que eles possam existir. Porque pegam eles sem se preocupar com a continuação da espécie. Sobretudo as redes de pesca que deixam eles presos sem poder sair para se alimentar.

INPA: o que é

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia é um órgão do Governo Federal. Por isso, eles recebem peixes-boi filhotes sem mãe para cuidar. Logo, abrigam os bebês em seus tanques enquanto eles não podem ir para a natureza.

Há mais de 45 anos que fazem esse trabalho na Amazônia. Também, contam com doações de grupos privados para existir.

Segundo o INPA, eles recebem cerca de 12 peixes-boi nos primeiros anos de vida, por ano. Então, cuidam deles com comida e abrigo para que fiquem fortes. Assim, os custos anuais são altos, porque o leite dos órfãos deve ser rico em nutrientes.

As pessoas encontram eles em redes de pesca e entregam na instituição. Posto que as outras entidades que existem na região não recebem mais, porque eles não têm mais dinheiro para manter esses animais.

O que é preciso para devolver o peixe-boi para a natureza

Quando chegam no INPA eles logo vão para os tanques. Depois disso, os cuidadores observam e cuidam deles para que fiquem fortes e todo esse processo leva cerca de dois anos para ser concluído.

Como o peixe-boi é tratado pelos pesquisadores

No instituto, os profissionais alimentam eles com um leite rico em gordura. Então, é parecido com o que a mãe oferece a eles. Com isso, eles criam força para viver no meio ambiente.

Monitoramento dos animais

Antes de soltarem os peixes-boi, alguns indivíduos recebem um aparelho. Assim, o INPA monitora como eles ficam fora dos tanques. Logo, isso requer tecnologia e verbas para o instituto.

Com esse cuidado, é possível ver se todo o processo anterior foi efetivo. Ainda, percebe a adaptação do animal ao meio ambiente.

A falta de recursos pode prejudicar a existência do peixe-boi

Com a falta de verbas, muitos institutos já pararam de receber os filhotes de peixe-boi. Assim, pode ser um problema para a existência desses animais. Uma vez que a medida que os bebês ficam sem amparo, podem morrer até por falta de alimento.

Não poderão mais cuidar dos animais

Segundo o instituto, os custos para manter os peixes-boi giram em torno de 2 milhões. Mas, eles sofreram uma redução de 16% nos valores que eles recebem. Então, existe uma ameaça de que falte até o alimento para os animais.

Ameaçados de extinção

Um dos animais na lista de bichos em ameaça de extinção é o peixe-boi da Amazônia. Já que a caça em busca da sua carne e couro por muito tempo foi sem controle. Logo, diminuiu a quantidade de espécies na Amazônia, seu habitat natural.

Outros problemas que eles enfrentam é a poluição dos rios. Além do mais, as mudanças climáticas e os acidentes com redes afetam essa espécie.  Como o seu ciclo de reprodução é lento, os danos são quase sem reversão. Por isso, precisam ter cuidado.

Os peixes-boi na Amazônia precisam de atenção

Todo animal é necessário para manter a natureza em sua melhor forma. Aliás, cada um deles contribui de alguma maneira para que tudo esteja no seu lugar. Por isso, cuidar para que eles existem é vital.

Outro fator para mantê-los é fazer com que as próximas gerações vejam os peixes-boi. Ou seja, faz parte do ato de garantir a sustentabilidade da natureza.


A riqueza da floresta Amazônica

A riqueza da floresta Amazônica é um motivo de orgulho e preocupação para o Brasil. Pois, dada a sua importância e abundância, atrai a atenção de todas as nações do mundo que querem explorar seus recursos estratégicos (água, minerais) em prol de suas economias.

Amazônia é a maior floresta tropical do mundo

Ela possui 6,5 milhões de km², ocupando cerca de metade de toda a América do Sul. Dessa forma, ela faz parte dos seguintes países:

  • Brasil, Colômbia, Peru;
  • Venezuela, Equador, Bolívia;
  • Guiana Inglesa, Guiana Francesa e Suriname.

Destes, o Brasil é onde ela está mais presente e 61% do território nacional pertence a ela.  Por outro lado, já em relação ao seu relevo, ela possui três formações diferentes:

  • Ao Norte, está o planalto das Guianas;
  • No centro, a planície sedimentar amazônica;
  • Ao Sul, o planalto Central.

Em sua planície, destaca-se as várzeas, sempre inundadas por estarem estendidas ao longo do rio. Além disso, há a terra firme, que é onde fica o domínio da imensa floresta.

Conheça a seguir, as principais riquezas que a mesma possui e que desperta o interesse de diversos países.

Solo pobre em nutrientes, mas rico em matéria orgânica

Imagem do fruto de guaraná

O solo da floresta não possui muitos nutrientes, sendo um tanto ácido, bem como arenoso. Portanto, com isso ele é dito como bastante pobre.

Vale destacar, no entanto, que ali há bastante matéria orgânica vinda dos Andes pelos rios. Dessa forma, as várzeas do lugar são as únicas áreas aptas para agricultura.

Os microrganismos do solo decompõem os nutrientes minerais que depois são absorvidos pelas árvores. Com isso, a natureza se mantém em equilíbrio na Amazônia. Então, a única função do solo é dar suporte a vegetação.

Recursos hídricos da floresta Amazônica

O sistema de água dali é o mais imponente do mundo. Para se ter uma ideia, o rio Amazonas possui mais de mil afluentes e agrupa 1 ⁄ 5 de toda a água doce líquida do planeta. Ele é o maior em volume de água e o segundo maior em extensão.

Já o clima é quente quase que o ano todo, com média de 25ºC. Assim, a área mais úmida da região tem chuvas de até 2000 mm de modo anual.

Elas, aliás, acontecem no inverno e duram cerca de 150 dias, em forma de grandes temporais.

A escassez de água no mundo

Esse tem sido um assunto bastante discutido nos últimos tempos. Dessa maneira, as razões dessa preocupação são por conta, em especial, do problema na distribuição hídrica nos continentes. Então, a falta de água é um processo gradual causada pelo:

  • Desperdício;
  • Mau uso;
  • E por impactos negativos no próprio meio ambiente.

O mundo está prestes a entrar em conflito por causa da escassez hídrica. Mas, por outro lado, a Bacia Hidrográfica da Amazônia tem um potencial de água alto e valor estratégico, econômico e social.

São cerca de 7 milhões de metros quadrados de área de bacia, ou seja, é a maior do mundo. De fato, boa parcela do abastecimento, é graças às chuvas intensas que ocorrem na região. Que, aliás, é gerada pelo próprio clima úmido da floresta.

A sua incrível biodiversidade

Estima-se que exista ali cerca de 20% de todas as espécies vivas no planeta, dentre elas:

  • 20 mil de vegetais superiores;
  • 300 de mamíferos;
  • 1400 de peixes;
  • 1300 de pássaros.

Há ainda as milhares de espécies de insetos, invertebrados e microrganismos. Por exemplo, há mais variedade de plantas em um hectare da Amazônia do que em toda a Europa.

A castanheira é o símbolo da floresta, a típica árvore amazônica. Assim, de toda a sua diversidade, metade delas ainda é desconhecida da própria ciência. Por outro lado, a vegetação é dividida em:

  • Terra firme, seca;
  • Várzea, fica alagada no período de chuvas;
  • Igapó, sempre alagada.

Em menor quantidade, há ainda as áreas de campos, cerrado e a vegetação do litoral.

Recursos minerais e a produção de energia

Certas plantas dali são ideais para a produção energética, por combustão direta da madeira ou ainda por meio dos óleos vegetais.

Um deles é o óleo de copaíba, um possível substituto do diesel. Além disso, há o babaçu, onde dá para produzir:

  • Álcool;
  • Carvão siderúrgico;
  • Óleo vegetal;
  • Biogás.

Essas duas espécies são bastante comuns de se encontrar na floresta Amazônica.

A sua riqueza em minérios

Sabe-se que a região é farta nesse quesito. De fato, a exploração de modo sustentável e racional, geraria muita riqueza para o país. Dito isso, veja a seguir quais são os mais importantes:

  • Ferro: 18 bilhões de toneladas em Carajás;
  • Alumínio: cerca de 4 bilhões de toneladas em Trombetas, Paragominas e Almeirim;
  • Manganês: 80 bilhões de toneladas em Carajás e Serra do Navio;
  • Cobre: 10 milhões de toneladas também em Carajás;
  • Ouro: 250 toneladas em Tapajós;
  • Estanho: 400 mil toneladas;
  • Níquel: 90 mil toneladas.

Em menor quantidade, também é possível achar na Amazônia: diamante, petróleo, urânio e sal-gema.

Floresta é explorada de forma errada

Os recursos naturais ali são explorados de modo inadequado desde a chegada dos portugueses.

Com o desmatamento, há uma grande perda na diversidade. Várias queimadas são causadas, a fim de tomar posse da terra.

Toda essa degradação tem acontecido em um ritmo acelerado, o que dificulta planos alternativos ao uso dos recursos naturais. No entanto, muito ainda pode ser feito, basta que medidas de emergência sejam adotadas e aplicadas logo.

A importância da Amazônia para a humanidade

O significado da mesma vai além do seu papel em manter o equilíbrio ecológico no mundo. Já que a região é o lar de muitas tribos indígenas e abriga matérias-primas minerais, energéticas, medicinais, florestais e alimentares.

Em uma floresta gigante, com árvores imensas, é difícil crer que está tão ameaçada. Mas, ela está, devido a exploração desordenada de seus recursos, o aumento da agropecuária e o garimpo.

O desmatamento afeta a biodiversidade. E isso, sem dúvida, é um problema muito grave, pois tem impactado determinadas espécies que existem em apenas um local. Então, soma-se a isso, as retiradas que prejudicam o solo, que compacta e fica à mercê da erosão.

A Amazônia é essencial para a vida, por isso, requer o máximo de atenção possível em prol da sua preservação. E esse, sem dúvida, é um trabalho que não tem fim.


Por que o aumento de pastagens representa risco constante a natureza?

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil, mas também é uma das que mais impactam a natureza de forma negativa. Dessa maneira, entenda aqui a relação entre o aumento das pastagens e o crescente risco que isso causa à natureza.

Veja como a pecuária impacta o meio ambiente

A pecuária é uma das atividades econômicas mais importantes do país como um todo, não só da região Sul.

Com isso, ela vem ganhando o mercado mundial e se expandindo cada vez mais. Sabe-se que o setor mais produtivo do ramo é o de gado leiteiro e em seguida, o de corte.

Há anos, a agricultura e a pecuária do Brasil acontecem de modo separados. No entanto, essa prática fez com que a degradação da natureza aumentasse, tanto nas áreas de pastagens quanto de lavouras.

Em relação à primeira, o impacto negativo tem como resultado:

  • A degradação do solo;
  • E a perda da biodiversidade.

Com a demanda de mercado cada vez maior, as consequências para o meio ambiente são impossíveis de se calcular.

O que é um problema que vai além da questão ecológica, mas sim de sobrevivência, pois o gado precisa da natureza para a sua dessedentação e alimentação.

Sistemas de exploração de pastagens causam impactos ao ambiente

Em geral, os pecuaristas fazem uso de três modelos de exploração de pastagens, assim são eles:

  • Extensivo, os animais ocupam uma área maior, o que gera mais impacto;
  • Semiextensivo, gado é criado solto, mas com uma nutrição melhor;
  • Intensivo, uso maior de tecnologias, animais ficam em um espaço restrito.

Cada um gera, por sua vez, um grau diferente de impacto. De fato, como dito antes, o extensivo é o pior deles, por causa do superpastoreio. O pisoteio em excesso, altera a camada do solo, bem como as espécies vegetais.

Imagem de pasto com gado

Pecuária sustentável é a solução

O superpastoreio compacta o solo e remove a cobertura vegetal, isso faz com que ocorra a erosão.

Esse processo acontece quando o solo perde a sua camada mais superficial em decorrência da água, do vento e de outros fatores.

Quando o terreno fica sem essa parte que o cobre, ele não retém mais água para as plantas, bem como nutrientes. Dessa forma, ocorre a degradação.

É fundamental informar os pecuaristas sobre modos mais sustentáveis

Para evitar tudo isso, é preciso implantar uma pecuária sustentável. Dessa forma, o primeiro passo é conscientizar os pecuaristas a respeito da conservação ambiental.

O segundo passo é dar a ele os meios necessários para aplicar a sustentabilidade em sua criação.

Uma das opções é integrar as atividades de lavoura-pecuária. Já que traz diversos benefícios para o produtor. Pois neste sistema, o solo é usado de modo eficiente e sem degradação.

Também há a vantagem econômica, porque a utilização de defensivos agrícolas é menor, o que, aliás, melhora a qualidade dos produtos.

O ciclo de impactos gerados pela pecuária

Com o aumento das áreas de pastagens, mais cobertura vegetal é retirada. Logo, isso acaba comprometendo:

  • A biodiversidade;
  • O ciclo da água, pois diminui a infiltração e o armazenamento;
  • Libera mais CO₂ no ar, o que contribui para o aquecimento global;
  • Aumenta a lixiviação;
  • O que por sua vez, vai compactar o solo e torná-lo erosivo.

O solo e a água, sem dúvida, são essenciais para o sustento da vida. No entanto, são recursos mal geridos e preservados. Por exemplo, cerca de 11% da área mundial é para a agropecuária.

Resíduos animais são as principais fontes poluidoras

Com o aumento das pastagens, cresce a capacidade de agrupar mais animais. Mas, estes também são fontes de poluição, em especial:

  • Os resíduos de animais;
  • Antibióticos e hormônios;
  • Produtos químicos que vem dos curtumes;
  • Fertilizantes e pesticidas, maiores vilões do meio ambiente.

De acordo com o Inpe, quase 63% da área desmatada na Amazônia até 2008 foi ocupada por pastagens. Além disso, grande parte do espaço também é para o plantio de grãos usados na alimentação dos animais.

Também segundo o IBGE, o Brasil é o país com maior número de gado comercial no mundo, com mais ou menos 209 milhões de bois.

O solo não é o único recurso afetado

A água é impactada com a pecuária. Afinal, com o solo compactado, infiltra menos água para os lençóis freáticos e também degrada a margem dos rios.

Diante desse cenário, a questão que fica é como solucionar tudo isso. Isto é, como prosperar na economia e preservar a natureza ao mesmo tempo. Assim, surgiu uma opção: os sistemas Silvipastoris, ou seja, o SSP.

 

Plantio de árvores em pastagens se faz essencial

No contexto do SSP, esse modelo agroflorestal agrega em um único espaço: animais, árvores e pastagens.

Com o manejo correto, é possível conseguir ao mesmo tempo, leite, carne e madeira. Dessa forma, dá para garantir o lucro para o produtor e benefícios para o meio ambiente e a sociedade.

As vantagens no uso do Silvipastoril

Segundo a Embrapa, as árvores ajudam a preservar melhor a estrutura do solo e a sua qualidade. Pois ele controla a erosão e ainda agrega matéria orgânica, tornando a terra mais úmida, sendo desnecessário inserir nutrientes.

Também contribui para o bem-estar do rebanho, já que as árvores servem como proteção contra as chuvas, vento e calor. Em outras palavras, isso interfere na saúde dos animais, deixando-os mais saudáveis, o que estimula a produtividade.

Aplicar esse método é cada vez mais importante, até mesmo para a economia, porque assim o Brasil ganha mais destaque no mercado mundial. E isso faz com que o produto seja mais valorizado, rendendo maiores lucros aos pecuaristas.

O aumento das pastagens requer soluções sustentáveis

A partir de agora, você tem uma ideia do quanto a pecuária pode afetar a natureza. Bem como, desgastar os seus recursos naturais, que ao contrário do que muitos acreditam, são finitos.

Os impactos são sérios, com desmate e compactação do solo devido a criação de gado em áreas grandes. Aliás, muitas das vezes sem qualquer tipo de manejo.

É essencial, então, controlar melhor o deslocamento do rebanho. Além disso, implantar técnicas mais evoluídas de criação.

Os sistemas silvipastoris e a integração lavoura-pecuária ajudam nessas questões e reduzem os impactos ao meio ambiente.

Inclusive, plantar árvores de grande porte como madeireiras, frutíferas e forrageiras ainda servem de alimento para os bovinos. Logo, é um sistema que vale a pena do ponto de vista ambiental e socioeconômico.


3.325 km² foram desmatados na Amazônia em 2021

O primeiro semestre de 2021 na Amazônia mostrou dados preocupantes sobre o desmatamento na região, onde cerca de 3.325 km² de áreas foram perdidas. Assim, acompanhe e descubra o que o governo brasileiro pretende fazer para controlar a situação.

Veja como está o desmatamento em 2021 no país

A área em alerta de desmate na Amazônia Legal é a maior em seis anos, de acordo com o Inpe, responsável pelo monitoramento.

Esses dados são de 1º de janeiro a 25 de junho, sem contar os últimos cinco dias do sexto mês do ano. Para se ter uma noção da dimensão de 3.325 km² de área, é o equivalente a duas São Paulo.

O estado mais afetado, no entanto, foi o Pará, representando mais de um terço, ou seja, 1.251,96 km².

Entenda como funciona o sistema do Inpe

O chamado Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real) envia sinais quando há qualquer alteração no terreno acima de 3 hectares. Dessa forma, isso é registrado tanto em áreas desmatadas quanto naquelas sob degradação florestal, isto é:

  • Exploração de madeira;
  • Mineração;
  • Queimadas, dentre outras.

Neste ano, março, abril e maio quebraram recordes. O mês de junho, por outro lado, mesmo alto, ainda está abaixo dos índices apresentados em 2019 e 2020.

Risco de incêndios florestais também estão em jogo

Nesta grande área desmatada, há ainda o risco de que ela sofra queimadas, de acordo com o Ipam e o Woodwell Climate Research.

Segundo eles, é preciso ficar de olho nessa região mais ao sul do bioma, a fim de combater o fogo. Em especial, devido a seca intensa causada pelo fenômeno La Ninã.

Estima-se que existam cerca de 5 mil quilômetros de área em risco, ou seja, o equivalente a quatro cidades de SP.

A queimada é, de fato, a última etapa do processo de desmatamento. Afinal, o terreno está com a vegetação derrubada e seca, assim só falta alguém vir e incendiar o resto. Esse é o jeito mais barato para limpar a área, uma prática ilegal que é bem comum no Brasil.

O desmate em maio foi o maior desde 2016

Para quem não sabe, a Amazônia Legal representa 59% do território do Brasil. Além disso, abrange 9 estados, dentre eles:

  • Acre;
  • Mato Grosso;
  • Amapá;
  • Pará;
  • Rondônia;
  • Amazona;
  • Roraima;
  • Tocantins;
  • E uma parte do Maranhão.

Mais uma vez, o Pará liderou o ranking, desmatando 425 km² em maio, ou seja, 36% do total registrado até o dia 28.

Logo em seguida, a região do Amazonas com 289 km² e o Mato Grosso, em terceiro, com 242 km². Por outro lado, em Rondônia o desmate chegou a 180 km², no Acre 31 km² e no Maranhão, 11 km².

Os estados de Roraima e Tocantins, cada um com 1 km², por fim, o Amapá não teve nenhum quilômetro de área perdida.

Nos últimos tempos o desmatamento na Amazônia só tem piorado

A situação na Amazônia vem piorando cada vez mais, com índices bem alarmantes. Dessa maneira, chegou a tal ponto que o país vem sofrendo pressão do exterior para resolver essa questão com políticas voltadas para a proteção às florestas.

Em junho de 2021, houve 2.308 focos de calor em terrenos que estariam sendo desmatados. Isso é 2,6% a mais do que no ano passado no mesmo mês. Aliás, em 2020, o índice já era considerado um recorde histórico, de acordo com o Inpe.

Todos esses registros são bem preocupantes, porque a temporada de fogo nem mesmo teve início. Já que ela começa em agosto e tem cerca de quatro meses de duração. Assim, nos últimos 30 anos, cerca de 428 mil km² foram desmatados na região Amazônica.

Os planos do governo brasileiro para o futuro ambiental do país

Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, vinha estudando maneiras de reduzir a emissão de gás carbônico no país. Algo que vem sendo muito cobrado por diversos países.

O desafio do Brasil, contudo, se resume em duas frentes. Dessa maneira, a primeira é fazer com que a lei de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia seja cumprida. Aliás, esses índices cada vez mais altos tem feito o país ser desmoralizado no exterior.

A segunda frente é ter um bom plano de como diminuir a emissão de carbono na atmosfera.

O governo brasileiro vai enviar os militares para fiscalizar a Amazônia

Hamilton Mourão, vice-presidente do Brasil, declarou que vai mandar 3 mil militares das Forças Armadas para apoiar o combate ao desmatamento. De fato, essa investida tem o nome de “Operação Samaúma”.

A meta de Mourão é diminuir de 10% a 12% o desmate na região. Vale destacar que nos meses anteriores, os militares estavam na área fiscalizando, mas depois de um tempo saíram do local. Com isso, os números voltaram a subir novamente.

O plano é que eles fiquem na floresta até o final do mês de agosto. No entanto, o prazo pode se estender, caso o governo ache preciso.

Segundo Mourão, a ação militar na área segura o avanço tanto do desmatamento quanto das queimadas.

Índice de desmatamento em unidades de conservação federal crescem

Em maio deste ano, em comparação a 2020, houve um aumento de 312%. As florestas sob proteção são vigiadas pelo ICMBio e perderam cerca de 11.296 hectares, no ano passado no mesmo período, o número chegou a 2.741 hectares.

O Brasil está se preparando para a Conferência do Clima

Todas as medidas que o governo está tomando é para que os índices de desmatamento diminuam. Já que a COP-26 acontece em novembro, logo, reduzindo os números alarmantes, a pressão dos outros países será menor.

Entre essas medidas, está a contratação de mil brigadistas pelo MMA. Além disso, a Operação Samaúma vai atuar em 26 municípios do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Onde o desmatamento tem sido maior.

Os custos não foram divulgados, mas sabe-se que na operação anterior, chamada de Verde Brasil 2, a despesa foi de R$ 410 milhões. Aliás, isso aconteceu entre maio de 2020 e abril de 2021.

Samaúma é uma homenagem à maior árvore da floresta amazônica, que mede cerca de 70 metros de altura.

Faça a sua parte e ajude na preservação das florestas você também, por meio do FAMAZONIA Foundation. Saiba mais sobre a ONG e seus projetos.


Condições da Amazônia permitem que peixes gigantes possam se desenvolver

O ambiente nutritivo favorece o surgimento dos gigantes, que estão desaparecendo por causa da ação humana             

 

A região amazônica tem a maior biodiversidade do mundo e possui diversas particularidades. O bioma apresenta uma vegetação densa, a fauna e flora são diversificadas. A floresta também tem rios extensos e de extrema importância para o país.

O bioma da Amazônia corresponde a 49% do território brasileiro. Porém, não é só isso que chama atenção. A região tem a maior bacia hidrográfica e a maior floresta tropical do mundo, que ajudam a manter o equilíbrio ambiental do Planeta. Por todas essas características e importância, a preservação torna-se mais do que necessária.

Entretanto, o que vemos é o contrário do que se deveria fazer. Os altos índices de desmatamento têm prejudicado a floresta, os animais terrestres e os peixes. A exploração e a pesca predatória têm levado ao desaparecimento de muitas espécies, inclusive dos famosos peixes bagres, gigantes dos rios amazônicos.

Por que há peixes gigantes na Amazônia?

Imagem de homem carregando peixa
Imagem de Pinterest

Pirarucu e Dourada são uma das espécies gigantes que podem ser encontradas nas águas doces dos rios amazônicas. Muito apreciados na culinária, esses peixes têm um motivo para serem grandes. A Amazônia oferece condições que permitem o desenvolvimento desses gigantes, embora estejam cada vez mais sumidos.

Um dos motivos para os peixes gigantes é a mistura das águas do rio e do oceano, conhecido como estuários. O fenômeno é definido como um corpo de água semi fechado localizado no limite entre o continente e o oceano

Os estuários são muito produtivos. Isso porque os rios oferecem grandes quantidades de nutrientes. Já as ondas e marés ajudam a manter a água bem oxigenada e agitam o sedimento, suspendendo nutrientes e matéria orgânica do fundo. A região costeira oferece muitos recursos pesqueiros, geralmente muito explorados pela pesca comercial. As condições abióticas da área são propícias para a variedade de espécies.

É um ambiente nutritivo e que favorece o surgimento dos peixes tipo bagre. Só para ter ideia, muitos desses animais podem passar dos 2 metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos.

Cadê os peixes?

Assim como as florestas, os rios amazônicos são ricos em diversidade e a sua bacia hidrográfica abriga cerca de 3 mil tipos de peixes. Mas muitas dessas espécies estão ameaçadas por diversos motivos.

De acordo com o professor de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Carlos Freitas, há muitos fatores para o desaparecimento dos peixes, como pesca predatória, captura de peixes jovens ou durante a reprodução, quando a pesca é proibida. A sobrepesca, feita de forma desenfreada e insustentável, é uma das maneiras mais predatórias e que exterminam várias espécies.

As hidrelétricas também são um problema na Amazônia. A construção desses equipamentos ameaça os estoques de peixes dos rios, entre eles os bagres e outros tipos.

Todas as ações humanas têm contribuído para o sumiço de pequenos peixes, tanto quanto dos gigantes fluviais, causando um grande problema para os pescadores locais, que dependem da pesca para sobreviverem.

Uma pesquisa realizada pela revista "Fisheries Research", as hidrelétricas são as maiores responsáveis pelo sumiço dos gigantes fluviais. Somente em Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), a construção energética fez reduzir drasticamente os peixes amazônicos, impactando especialmente os migradores, como a Dourada.

De acordo com os dados do estudo, entre os anos de 1995 e 2009, houve uma queda de 74% no número de pescas da Dourada e de 63% dos peixes migratórios de longa distância.

Para o professor Carlos Freitas, as hidrelétricas causam impactos imensuráveis nos ecossistemas da Amazônia. Na sua opinião, o sistema deveria ser proibido em rios da região, evitando o sumiço dos peixes gigantes.

Freitas explica que a "piscina" construída ao lado das hidrelétricas, para que os peixes migratórios continuem o seu percurso, não são soluções viáveis para os bagres. Isso porque, os gigantes como o Piraíba e Dourada não conseguem saltar para escalar os degraus, dificultando o seu trajeto natural.

A pesca predatória também é um dos causadores do desaparecimento de peixes como o Pirarucu. A pesca sustentável ajudaria a tirar essa espécie do perigo da extinção e continuaria a fazer parte da economia local.

Então, reforçando as principais causas para o desaparecimento dos peixes gigantes são:

  • Construção de hidrelétricas;
  • Pesca predatória;
  • Desequilíbrio ambiental;
  • Sobrepesca.

Aplicativos para encontrar bagres

Mesmo com todos os problemas ocasionados com a exploração predatória da floresta e pelas ações humanas desastrosas, pesquisadores encontraram uma maneira de registrar aparições dos peixes gigantes que vivem nas águas da Amazônia.

Cientistas brasileiros e da América Latina desenvolveram o aplicativo Ictio, que é capaz de localizar os bagres. O registro dos peixes é realizado não apenas na natureza, mas no mercado. Os dados ajudam os estudiosos a entenderem mais sobre o sumiço das espécies, encontrando soluções para evitar o desaparecimento total.

O estudo também conta com o apoio de pescadores, que ao lado dos pesquisadores já conseguiram registrar mais de 7 mil peixes gigantes. O aplicativo ajuda na preservação e os dados fornecidos por ele devem ser utilizados para propor manejo das espécies de maneira mais consciente.


Por que a biodiversidade da floresta amazônica é tão importante para o mundo

Considerada o pulmão do mundo, a Amazônia representa equilíbrio ambiental e preservação da vida humana

A Amazônia é uma floresta essencial não só para o Brasil, mas para o mundo. A sua destruição representa o desequilíbrio ambiental que ameaça a sobrevivência da humanidade e do Planeta.

Um dos papéis fundamentais da floresta amazônica é estabilizar o clima global, influenciar o regime de chuvas e levar umidade para toda a América do Sul. Além disso, a biodiversidade garante a sustentabilidade natural para todas as espécies de fauna e flora. Além disso, o Rio Amazonas é responsável por quase um quinto das águas doces que desaguam nos oceanos no mundo.

Chuvas para a América do Sul

O regime de chuvas é provocado pela umidade da floresta tropical, produzindo imensas quantidades de água. Conhecida9 como “rios voadores”, a água gerada pela evapotranspiração influencia nas chuvas do Brasil e demais países da América do Sul, como Bolívia, Argentina, Uruguai e extremo sul do Chile. No Brasil, a Bacia Amazônica leva umidade para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Com base em vários estudos, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia constatou que apenas uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro bombeia cerca de 300 litros de água em forma de vapor por dia na atmosfera. Isso é mais que o dobro da água usada diariamente por um brasileiro.

Já uma árvore com copa de 20 metros de diâmetro evapora mais de 1.000 litros por dia. Essa quantidade de água é suficiente para gerar chuva suficiente para irrigar lavouras, encher rios e represas. O alto índice de desmatamento e de queimadas tem prejudicado o regime de chuvas. Não à toa, o país já vive a sua pior seca em 91 anos.

Emergência hídrica

A crise hídrica já ameaça o fornecimento de energia no país, causando risco de apagão. O governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro para cinco estados, entre eles São Paulo.

Como principais causas estão:

  • Desmatamento da Amazônia;
  • Aquecimento global;
  • O fenômeno La Niña.

A falta de chuvas também influencia na qualidade da lavoura, causando impactos negativos na agropecuária. Segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), o déficit de chuvas é considerado severo e ameaça o agronegócio brasileiro.

Esse é um dos vários motivos para preservar a floresta tropical brasileira. Caso isso não ocorra, a produção de alimentos e de energia no Brasil pode estar em perigo. O efeito em cadeia é inevitável.

O desmatamento afeta a rota dos rios e, consequentemente, afeta o regime de chuvas no restante do país, comprometendo atividades econômicas. Ao afetar a economia, problemas sociais são intensificados, como a fome e a desigualdade social.

Imagem de sapo na chuva segurando folha
Imagem de Envolverde

Mudanças climáticas

As florestas tropicais, inclusive a Amazônia, são responsáveis pelo armazenamento de 90 bilhões a 140 bilhões de toneladas métricas de carbono. A ação dos biomas é importante porque estabiliza o clima em todo o mundo. Enquanto isso, as florestas degradadas são as maiores fontes de emissões de gases do efeito estufa. Elas perdem apenas para a queima de combustíveis fósseis.

Para reter e armazenar carbono, as florestas precisam estar saudáveis, ou seja, preservadas. Porém, a intervenção humana tem levado a Amazônia a uma devastação desenfreada. Não só o desmatamento contribui para o aumentar as emissões de gases do efeito estufa, mas também o uso agrícola e a extração de madeira colaboram para desestabilizar o clima.

Pensando em uma maneira de ajudar na preservação de ecossistemas, diversos países se uniram para firmar o Acordo de Paris, em 2015. Uma das principais finalidades é impedir que a temperatura média do planeta não suba além de 2º C. Mas isso depende muito da preservação das florestas.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), já em 2015, o Brasil estava entre os dez países que mais emitem gases do efeito estufa no mundo. A contribuição brasileira à atmosfera representa 2,48% das emissões dos gases.

Para tentar resolver o problema, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir em 43% as emissões de gases do efeito estufa até 2030. Para isso, seria necessário:

  • Aumentar a participação de energia sustentável em sua matriz energética;
  • Reflorestar 12 milhões de hectares de florestas;
  • Fortalecer políticas e medidas com o objetivo de zerar até 2030 o desmatamento ilegal na Amazônia Legal;
  • Compensação das emissões de gases de efeito estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030.

Embora o país tenha se comprometido internacionalmente com a preservação do meio ambiente, nada foi feito com esse objetivo. Muito pelo contrário. O que se vê é o desmatamento crescente, invasão de terras públicas, queimadas e perseguição aos povos indígenas.

Por que preservar?

A biodiversidade da floresta amazônica é essencial para o equilíbrio ambiental do planeta. Até o momento, pouco se conhece sobre as milhares de espécies presentes nesse bioma. O que sabemos é que se não garantirmos a preservação da floresta tropical, prejudicamos a sustentabilidade natural de todas as formas de vida existentes na região e de outros ecossistemas que dependem da Amazônia.

Por exemplo, o recife de corais da Amazônia, entre a foz do Amazonas e o Caribe, serve como refúgio para corais ameaçados pelo aquecimento global. Destruí-los significa riscos de degradação dos oceanos.

A agricultura também é beneficiada com a biodiversidade da Amazônia. Áreas plantadas com florestas saudáveis em seu entorno são mais ricas de polinizadores. Plantações de alimentos, como café, milho e soja dependem da polinização para terem qualidade.

Por essas e outras razões, a biodiversidade da Amazônia deve ser preservada. Disso depende qualquer meio de vida, inclusive dos humanos.


Seca é faísca para queimadas

O período de seca no Brasil é um dos mais alarmantes em relação às queimadas, que aumentam nessa época por causa do clima e suas consequências. Saiba mais!

A época de queimadas no Brasil é também um período preocupante. O tempo seco, que é característico da estação do Outono, que ocorreu este ano de 20 de março a 21 de junho, aumenta as expectativas em relação ao número de queimadas. Afinal, com a desaceleração do clima chuvoso, os focos de incêndio crescem.

Isso acontece por causa da redução da água no solo, aumento da poluição, mudança brusca na climatização, tornando o ar bem mais seco e, consequentemente, em razão do maior foco de incêndio. No entanto, o Brasil é um país que independe de estação para o aumento das queimadas, já que segue com números alarmantes o ano todo.

Ou seja, embora a preocupação cresça nesse período, trata-se de uma situação que deve ser considerada durante o ano inteiro para que ações sejam traçadas e as queimadas combatidas. Mato Grosso é o estado que segue na liderança de queimadas este ano.

Continue lendo e compreenda melhor como a seca influencia no aumento do foco de incêndio no Brasil.

Como o clima influencia nos focos de incêndio

Para contextualizar, as queimadas podem ser definidas como fenômenos naturais que ocorrem em áreas secas que contenham vegetação, onde o clima pode se encontrar mais árido ou semiárido. O fato ocorre por meio do vento e da baixa umidade, que pode levantar fagulhas naturalmente e causar focos de incêndio. Em vários casos, o evento pode se expandir proporcionalmente e se tornar catastrófico.

Nas regiões do Cerrado, por exemplo, o segundo maior bioma da América do Sul, os focos de queimadas naturais podem surgir com grande proporção durante os períodos de estiagem, no inverno, que vai de julho a setembro. Inclusive, o Dia do Cerrado acaba sendo celebrado no momento que, normalmente, é mais crítico para a região, em 11 de setembro.

Vale dizer também que existem as queimadas artificiais, que são provocadas pelo ser humano, quando este ateia fogo em áreas de vegetação propositalmente, como acontece no caso do desmatamento. Trata-se de uma ação com altos riscos, já que o vento pode ser alterado e levar faíscas para outras áreas, aumentando os focos.

Os elementos do clima que mais estimulam o fogo são referentes a radiação (nebulosidade), umidade relativa do ar, temperatura e pressão atmosférica e também a pluviosidade. Além disso, a direção e velocidade dos ventos são o que acarreta na propagação dos focos.

Isso significa dizer que a ocorrência de incêndio em áreas naturais precisam de fatores climáticos propícios, como:

  • níveis baixos de umidade do ar (inferior a 60%);
  • alta temperatura atmosférica (superiora 28ºC);
  • fonte de ignição (de origem antrópica ou natural, ou seja, por eventos que contenham a interação humana ou quando ocorrem naturalmente).

O mais significativo de toda a situação quanto ao aumento de focos de incêndio nas vegetações florestais é que o número elevado acaba sendo consequência tanto do clima seco quanto das ações humanas, evidenciando o agravamento nos períodos de inverno, que está ocorrendo neste momento.

Dados sobre as queimadas naturais no Brasil

imagem de chão seco

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até 2019, houve uma média de 5,6 mil queimadas registradas nos últimos 20 anos, entre os meses de junho a setembro em Minas Gerais. E nos quatro primeiros meses deste ano, o estado mineiro registrou 497 focos de incêndio, 38,4% a mais do que em 2020.

Mas, a região mineira não foi a única a apresentar alarme quanto a isso: nos três primeiros meses de 2020, foram mais de 2500 queimadas no estado do Mato Grosso. E apesar de, neste ano ter havido 48% de redução no número de focos, de acordo com o Inpe, o estado segue liderando o ranking, com 1200 focos desde o começo de 2021 até agora.

Logo atrás do estado mato-grossense está a região baiana, que vem em segundo lugar do ranking atual de queimadas naturais. A Bahia sofreu aumento de 71% com relação ao mesmo período de 2020, entre janeiro e março, em que registrou 382 focos, sendo 654 este ano.

A temporada seca no Brasil também já começou batendo recorde de queimadas e devastação em regiões de concentração do bioma brasileiro, como Amazônia e Cerrado. Em maio, os focos de incêndio nessas regiões foram tão altos que ultrapassaram o maior já existente, lá de 2007.

Inclusive, o período superou também maio de 2020, que havia registrado o maior recorde de queimadas em uma década, o que chamou a atenção da imprensa internacional. No Brasil, as queimadas se tornam muito mais intensas a partir de junho, atingindo o ápice em agosto e setembro.

Unindo isso à situação do desmatamento na Amazônia, que segue batendo recorde período após período, a floresta pede socorro. Somente no mês de maio, foram devastados 1.180 km² da região, um aumento de 44% comparando com o mesmo mês em 2020, em que foram somados 645 km² de desmatamento.

Ou seja, maio foi um mês difícil, pois o Cerrado também obteve alta de queimadas, somando 2.649 focos de incêndio registrados, um total de 87% maior que o registrado no mesmo mês em 2020.

Por fim, os focos de queimadas no Brasil são ainda mais alarmantes em relação aos números já registrados somente nos cinco primeiros meses de 2021: uma soma de 15.492. Os próximos meses devem ser de extremo cuidado e vigilância, uma vez que a expectativa não é das melhores para as regiões vítimas desses eventos.


Vice-presidente levará 3 mil soldados para combater desmatamento na Amazônia

O desmatamento na Amazônia já registrou destruição em uma área quatro vezes maior que o tamanho da cidade de Nova York. Conheça as ações de combate!

As últimas notícias sobre a situação na Amazônia seguem sendo alarmantes. Só no primeiro semestre deste ano, o desmatamento cresceu 17% na região, fato este que foi influenciado pela derrubada de 3610 quilômetros quadrados de floresta. Em comparação com o mês de junho de 2020, o mesmo período do cenário atual obteve 1,8% de aumento na destruição.

Para os especialistas, o caso evidencia um sinal preocupante, já que o Brasil está mais próximo da alta na temporada de seca. A estimativa é que os meses de agosto e setembro sigam sendo o período em que os incêndios alcançam o ápice mais crítico.

Diante desse cenário, o vice-presidente Mourão decidiu organizar uma coletiva de soldados para ações de apoio e combate ao desmatamento na Amazônia. O evento foi batizado como “Operação Samaúma” para marcar a nova iniciativa militar. Continue lendo e entenda mais sobre essa manifestação do governo.

Atualização sobre o desmatamento da Amazônia

A Amazônia Legal é uma região correspondente a 59% do território brasileiro., abarcando 8 estados:

  • Acre;
  • Amapá;
  • Amazonas;
  • Mato Grosso;
  • Pará;
  • Rondônia;
  • Roraima;
  • Tocantins;
  • parte do Maranhão.

É uma área que vem sofrendo um processo de desmatamento por inúmeros motivos, como: exploração de madeira ilegal, desastres naturais, mineração, atividades agrícolas e urbanização. A remoção de árvores por meio de  corte e as queimadas são as duas principais formas de desmatar a Amazônia.

Segundo o Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais até 2020 foram desmatados 729.781,76 km2 do Bioma Amazînco e na Amazônia Legal o montante chegou a 813.063,44 km2. O Inpe vem desde 1988 produzindo estimativas do nível de desmatamento da Amazônia Legal.

Uma das taxas mais recentes evidenciou que o nível de desflorestamento da região subiu 17% de janeiro até junho deste ano, resultando em uma maior área em alerta dentro de 6 anos. A taxa equivale a quatro vezes mais o tamanho da cidade de Nova York, no Maranhão, que, de acordo com o IBGE, possui 978,340 km².

Em junho, 1.062 km² estavam sob alarme de desmate, sendo considerado o quarto mês consecutivo a evidenciar recorde histórico nos níveis de destruição mensal, ultrapassando o recorde de junho de 2020, que chegou a 1.043 km² de área em alerta. Além disso, a floresta amazônica teve uma alta no número de focos de queimadas, resultando no maior período dessa condição em 14 anos.

O desmatamento e os soldados de Mourão

Imagem de soldado em barco na amazônia
Imagem BBC

A liderança de Bolsonaro não tem sido vista como efetiva no que tange o combate aos focos de queimadas na floresta. Desde que assumiu o governo, os níveis de desmatamento subiram, visto que o presidente incentiva atividades agrícolas em áreas protegidas.

Segundo a rede do Observatório do Clima (OC), os índices indicam que o desmatamento anual, medido de agosto a julho, deve ultrapassar pela terceira vez consecutiva a marca de 10 mil km² de destruição, algo que não acontecia desde o ano de 2008.

Diante disso, recentemente o vice-presidente Hamilton Mourão, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, prometeu 12% de queda no desmatamento da Amazônia em ação militar. A Operação Samaúma visa levar 3 mil soldados militares à região para que atuem em combate a essa situação.

Sem informar demais detalhes dos custos da nova ação, o plano é que o grupo permaneça na floresta até o fim de agosto, com possibilidade de prorrogação se assim o governo julgar necessário. Segundo o vice-presidente, os militares têm impedido o avanço dos crimes na floresta.

"Nós vínhamos numa trajetória muito boa até o final do mês de abril. Após a saída das Forças Armadas, houve um aumento significativo do desmatamento, principalmente no mês de maio. Os índices foram bem elevados", disse Mourão.

Nesse período, que foi nos primeiros meses deste ano, o vice-presidente planejou ações com foco em 11 municípios críticos, que, segundo Mourão, concentravam 70% dos crimes ambientais, sendo distribuídos em quatro estados. Essa operação custou entre R$400 milhões e R$410 milhões e os municípios em estado crítico foram:

  • Pará - Itaituba, Rurópolis, Portel, Pacajá, São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso;
  • Amazonas - Apuí e Lábrea;
  • Rondônia - Porto Velho;
  • Mato Grosso - Colniza.

Em relação a isso, Mourão afirmou que logo que os militares retornaram da Amazônia, no fim de abril, o desmatamento sofreu aumento. No entanto, é importante observar que foi o período em que as chuvas cessaram, o que, naturalmente, ocasionou em mais criminosos nas áreas protegidas.

Desta vez, as forças armadas devem atuar nos estados do Amazonas, Rondônia, Pará e Mato Grosso, focando em 26 municípios:

  • Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré e Novo Aripuanã (Amazonas);
  • Apiacás, Aripuanã, Colniza, Cotriguaçu, Marcelândia, Nova Bandeirantes, Peixoto de Azevedo e Paranaíta (Mato Grosso);
  • Altamira, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, São Félix do Xingu e Trairão (Pará);
  • Candeias do Jamari, Cujubim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste e Porto Velho (Rondônia).

Ações em outras áreas só poderão ocorrer com pedido do governador do estado ao presidente da República, como no caso de Rondônia. Desde 2019, 2 operações das Forças Armadas ocorreram na Amazônia, chamadas de Verde Brasil 1 e 2. A última foi a de abril.

Por fim, Mourão também disse que o objetivo é que todas as agências possam colaborar sinergicamente nesse processo, pois o intuito é que se possa chegar ao final de julho com redução de 1 mil quilômetros quadrados de desflorestamento.