Famazonia é parceira da ADRA e garante curso de Pintor de Obras a brasileiros e venezuelanos em Roraima

Para que mais jovens e adultos de Boa Vista (Roraima) possam ter uma profissão, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/RR) e o FAMAZONIA Foundation (FAMAZONIA) promovem o curso de Pintor de Obras. Iniciado em janeiro, as aulas são ministradas no centro de Capacitação da ADRA com turmas composta por homens e mulheres. Além dos brasileiros, a capacitação atende imigrantes venezuelanos que buscam uma vida melhor no Brasil.

No local, os alunos têm aulas teóricas e práticas, que os preparam realmente para o mercado de trabalho. Aproveitar a oportunidade de aprender uma nova profissão foi o que eles e elas fizeram, a fim de conseguir uma vaga no mercado de Trabalho. O desenvolvimento profissional é muito importante para que esses trabalhadores tenham chances de levar o sustento para casa mesmo em época de pandemia.

A camada de cimento, argamassa e tinta não servem apenas para deixar um imóvel bonito, mas para dar esperança a centenas de brasileiros e de refugiados, que precisam recomeçar.

A venezuelana Johanna Josefina Villasana, de 33 anos, está em Roraima há 2 anos e vive de trabalhos esporádicos. Sem emprego fixo, aproveitou a oportunidade oferecida no curso de Pintor de Obras para ter uma carreira profissional. A dedicação às aulas foi tanta, que Johanna já está trabalhando como auxiliar de pedreiro antes mesmo de concluir o curso. Ela trabalha de duas a três vezes na semana ou aos sábados e domingos.

Outra história de recomeço é contada por um adolescente de 17 anos, que vive no abrigo masculino de Roraima. Para ele, o curso de Pintor de Obras não é apenas uma chance de encontrar emprego, mas de realizar o sonho da casa própria. O jovem conta que o seu maior sonho é construir sua própria casa, com conforte e segurança.

Parceria

A parceria da FAMAZONIA garante ao projeto da ADRA a aquisição de materiais de construção, oferecer o curso do início ao fim com direito a certificados, reformas das salas nas aulas práticas. Além disso, o apoio ajuda no planejamento de novas turmas para que mais pessoas sejam qualificadas.

O diretor regional da ADRA, Daniel Lessa, explica que os cursos ofertados à comunidade preparam migrantes refugiados e brasileiros a atuarem em diversas áreas da construção civil. Além disso, a capacitação permite restaurar a dignidade dessas pessoas, dando a elas oportunidades de mudar as suas vidas e de seus familiares, investindo em novos planos e numa carreira profissional.

Alimentação

Além do curso de capacitação, a ADRA oferece alimentação a centenas de refugiados da Venezuela. Almoço e jantar são entregues todos os dias a crianças e adultos, que buscam no Brasil uma oportunidade de melhorar suas vidas e de seus filhos.

Apoio FAMAZONIA

O FAMAZONIA Foundation (FAMAZONIA) é uma entidade financiadora de projetos e ações, desenvolvidos na região da Amazônia Legal. Para ser parceira, a entidade se baseia nos princípios definidos nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU (Organização das Nações Unidas). Para dar o apoio necessário às ONGs, a FAMAZONIA capta recursos para transferi-los as iniciativas que transformam positivamente a vida das pessoas e visam a preservação da floresta.

Dentre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável seguidos pelo FAMAZONIA Foundation estão:

  • Erradicação da pobreza;
  • Fome zero e agricultura sustentável;
  • Saúde e bem-estar;
  • Educação de qualidade;
  • Igualdade de gênero;
  • Água potável e saneamento básico;
  • Energia limpa;
  • Trabalho decente e crescimento econômico;
  • Indústria, inovação e infraestrutura;
  • Redução das desigualdades;
  • Cidades sustentáveis;
  • Consumo e produção responsáveis;
  • Ação contra a mudança global do clima;
  • Preservação da vida na água;
  • Vida terrestre;
  • Instituições eficazes;
  • Parcerias e meios de implementação.

O apoio ao curso de Pintor de Obras, promovido pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) atende a pelo menos três objetivos: erradicação da pobreza, trabalho decente e crescimento econômico e redução das desigualdades. Também é possível afirmar que quanto mais pessoas qualificadas profissionalmente, menos perigo para a floresta. Isso porque muita gente aceita desmatar a Amazonia por causa do dinheiro que recebem dos grileiros, já que não encontram emprego nas cidades.

Então, cursos como o da ADRA não são apenas uma maneira de sustento para famílias de refugiados e de brasileiros, mas uma forma de salvar a floresta. Ao apoiar iniciativas como essas, a FAMAZONIA tem como objetivo impactar e conscientizar as pessoas sobre a importância do meio ambiente, do desenvolvimento sustentável e da biodiversidade para a vida de gerações futuras.

Toda parceria é importante para que diversas ações continuem impactando positivamente não só o Brasil, mas o mundo. Os recursos usados pela FAMAZONIA para financiar projetos são fruto de várias parcerias e doações realizadas por pessoas anônimas, que querem a preservação da floresta amazônica e ao mesmo tempo a sobrevivência da população local.

O FAMAZONIA Foundation não pode fazer isso sozinho, por isso contamos com o apoio de empresas, organizações e pessoa, a fim de promover as transformações com resultados futuros.


Você sabia que as onças passam parte do ano em cima de árvores?

Atividade pode ser um recurso para escapar de eventos climáticos nesses locais

Um artigo publicado em janeiro de 2021 na revista Ecology apresentou dados singulares sobre os hábitos de algumas onças-pintadas amazonenses. Segundo as informações, coletadas por pesquisadores brasileiros, os felinos podem passar até um terço do ano em cima de árvores. Isso é facilitado por alguns fatores exclusivos de animais dessas áreas, como:

  • O porte, menor que média da espécie no pantanal;
  • A alimentação, que ocorre, consequentemente, em menor escala;
  • A reprodução, que se adapta ao clima.

Quer entender mais sobre esses bichos? Continue no nosso artigo!

Qual a origem do estudo?

Todo o processo foi realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), a primeira do ramo no Brasil. Ao todo, são mais de 11 mil quilômetros quadrados dispostos na região de Tefé, cidade à 522 quilômetros de Manaus. O espaço busca promover tanto trabalhos científicos quanto atividades de moradores locais, que exploram os recursos naturais da área a partir de planos de manejo consciente.

A proposta deu certo, uma vez que foi graças aos contatos da população que os pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (IDSM) descobriram esses hábitos. Para que essa rotina fosse catalogada, diversos felinos foram capturados e, em seguida, soltos utilizando uma coleira de monitoramento.

O material final compilava as informações de oito onças-pintadas, tanto machos quanto fêmeas, durante a época de cheias. Dessa forma, foi possível registrar, pela primeira vez na história, ações dessa categoria praticadas por bichos desse porte.

Por que isso ocorre?

Imagem de onça deitada em galho de árvore
Imagem de Viajar Verde

Todos os anos a região da RDSM sofre com uma temporada em que a média de chuvas é elevada, resultando em longos períodos de cheias por conta da ampliação das margens do rio Amazonas. Esse processo dura por volta de quatro meses, com inundações que podem atingir até sete metros de profundidade. Foi durante esses momentos que as atividades foram detectadas.

O biólogo Emiliano Ramalho, diretor técnico-científico do IDSM e um dos autores do artigo, explicou um pouco sobre essa prática. Em entrevista à Folha de Pernambuco, em abril desse ano, ele disse: “Uma área inteiramente de várzea como Mamirauá, com florestas que alagam todos os anos, é um ambiente peculiar, e os animais que vivem ali têm de ser adaptáveis, assim como as pessoas”.

Darwin explica...

A declaração de Emiliano Ramalho possui a flexão de um verbo essencial para compreender esse fenômeno, que é “adaptar”. Desde que Charles Darwin revolucionou os estudos da biologia com a publicação de sua principal obra, em 1859, essa palavra passou explicar muitos hábitos e características de diversos bichos ao redor do mundo.

No caso das onças-pintadas amazônicas, muitos desses pontos puderam ser percebidos e, consequentemente, foram apresentados no documento exposto pela revista Ecology. A começar pelo porte desses animais, que pode ser até 50% menor que indivíduos da mesma espécie encontrados no pantanal.

Em números mais diretos, esses dados mostram uma perda significativa de peso. Enquanto esses bichos podem chegar a, aproximadamente, 120 quilos na região centro-oeste do país, no Noroeste essa média cai para 60 quilos. Isso se deve, justamente, à situação de sobrevivência em cada um desses locais, visto que rotinas arborícolas são mais vantajosas conforme cada realidade.

A dieta também se molda conforme as particularidades desses espaços. Macacos, bichos-preguiças e outros seres desse tipo são as principais refeições desses felinos enquanto estão no topo das árvores. É possível que o peso desses predadores também esteja relacionado a essa alimentação, visto que suas presas não são animais grandes.

Por fim, a reprodução é outro fator extremamente exótico. Conforme os dados coletados pelo grupo de pesquisa, nenhuma fêmea dessa espécie abandonou a região durante os períodos de alagamentos. Dessa forma, todo esse processo ocorre em cima das árvores, porém, o período de gestação se mantém o mesmo, de cerca de três meses e meio.

Os resultados dos projetos

A soma dos dois programas auxiliou na construção de um aumento significativo no número de indivíduos dessa espécie. Isso pode ser percebido analisando a média do setor amazônico como um todo. Pesquisas apontam que dois a quatro felinos dessa categoria podem ser encontrados a cada 100 quilômetros quadrados desse ecossistema. Por outro lado, dentro da RDSM essa estimativa sobe para dez.

Mesmo em uma escala reduzida, esses números mostram um aumento considerável. Porém, em uma ótica mais ampla, esses dados são ainda mais promissores. Segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, do Instituo Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as onças-pintadas estão classificadas como “vulneráveis”, rótulo que tende a piorar. Dessa forma, essa melhora discreta representa algo positivo, mesmo à curto prazo.

O que isso significa para a Amazônia?

A região tende a perceber essa recuperação com mais afinco a longo prazo. Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, 55 mil animais dessa espécie viviam no Brasil até 2019, sendo 40 mil na Amazônia. Porém, tanto a caça quanto os sistemas viários se unem aos incêndios para reduzir esse número de forma contundente.

Em entrevista ao G1, Rogério Fonseca, coordenador do programa de pós-graduação em ciências florestais e ambientais da Universidade Federal do Amazonas (UFAm), falou sobre o assunto. Ele disse: “(...) as queimadas estão afetando as onças, e isso se deve à falta de um planejamento preventivo dos incêndios florestais na região. Não basta apenas combater, é necessário que haja um controle e um planejamento para evitar que incêndios florestais aconteçam”.

Dados fornecidos pela World Wide Fund for Nature (WWF) mostraram que nesses ataques, intensificados desde 2018, mais de 500 indivíduos dessa espécie foram afetados. Por isso, atividades de conservação promovidas por entidades privadas ou não governamentais são essenciais para fortalecer essa luta, que está longe de acabar.


Parque do Xingu completa 60 anos sob diversas ameaças

Áreas devastadas têm crescido apesar de iniciativas internas de preservação

O mês de abril de 2021 marca um aniversário histórico para os povos originários brasileiros. Há seis décadas, uma extensa campanha auxiliava na demarcação do Parque Indígena do Xingu, o primeiro dessa categoria no país. Desde então, 488 novas terras indígenas foram regularizadas, sendo elas:

  • 6% na região sudeste;
  • 10% na região sul;
  • 11% na região nordeste;
  • 19% na região centro-oeste;
  • 54% na região norte.

Porém, por possuírem a maior parte de seus territórios na Amazônia, essas culturas sofrem intensamente com ataques ambientais promovidos na região, principalmente causados pelo desmatamento.

Quer entender mais sobre a história e o presente desses locais? Continue no nosso artigo!

Importante!

Antes de continuar com a leitura, vale destacar que alguns termos dessa discussão, apesar de parecidos, não se referem às mesmas coisas. Segundo a Fundação Nacional do Índio (FuNaI), existem três categoriais principais nesse debate, que são:

  • As Terras Indígenas, que são uma parte do território nacional habitada por uma ou mais comunidades e utilizadas, em geral, para atividades produtivas, culturais, entre outras.
  • As Reservas Indígenas, que são terras doadas, adquiridas ou desapropriadas pelo governo, que são de posse permanente dos povos locais.
  • As Terras Dominiais, que são territórios de propriedade das comunidades indígenas obtidos através qualquer outra forma legal.

Caso queira compreender essas definições de maneiras mais detalhada, basta clicar aqui e ler o material completo no portal oficial da entidade.

Como tudo começou?

O início da década de 1960 marcava um aquecimento discreto para o golpe militar, que se concretizaria como um dos períodos mais sombrios da história nacional. Porém, em outros aspectos, o clima não estava tão hostil. Uma extensa campanha promovida pelo governo de Jânio Quadros com a participação do antropólogo Darcy Ribeiro e dos irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Vilas Boas estava prestes a criar um cenário positivo em meio ao caos.

Hoje podemos considerar que a operação foi bem sucedida, resultando na delimitação de um espaço de 2,8 milhões de hectares que, atualmente, abriga 16 povos indígenas distintos. Porém, na época, houve muita luta para que isso se concretizasse.

Em entrevista ao Jornal Nacional, em abril desse ano, o indigenista André Vilas Boas comentou sobre movimentos estatais para derrubar o projeto. Ele disse: O estado de Mato Grosso fez uma pressão imensa para que essa área não fosse criada e, paralelamente ao processo de criação, loteou toda aquela região. Loteou, vendeu e doou esta área para pessoas da elite regional”.

As medidas foram golpes baixos, mas se tornaram ineficazes tempos depois, uma vez que todo esse processo foi suprimido. Na mesma frase, André explica: “Esses títulos todos foram anulados posteriormente. Mas foi uma demonstração de contestação por parte do governo do estado à iniciativa do governo federal”.

Quais os reflexos dessa ação?

Imagem de Congresso em Foco, foto de Noel Villas Bôas

Os números proporcionados pelo Parque do Xingu são extremamente positivos, tanto em aspectos sociais quanto ecológicos. Desde que foi estabelecida, a demarcação facilitou o acesso à saúde de aproximadamente 7 mil indivíduos, além de contribuir com a preservação da biodiversidade local. Ao todo, 99% da vegetação nativa continua intacta, mas alguns movimentos parecem querer mudar esse ponto.

Dados revelados pelo Sirad X, boletim bimestral publicado pela Rede Xingu +, apontam que o desmatamento em unidades de conservação da bacia do rio Xingu cresceu 44,7% apenas entre maio e junho de 2019. Reforçando esses números, o Instituo Centro de Vida se baseou nas informações do MapBiomas para revelar que a região perdeu 32% de sua flora desde 1984.

Os ataques desenfreados à natureza impactaram significativamente a população desses locais. Na aldeia Kuikuro, a água consumida pelos moradores vem apenas de um poço, uma vez que os rios que costumavam servir de fonte para esses lugares não são mais potáveis.

No mesmo material produzido pelo Jornal Nacional em abril, Jair Kuikuro, um dos moradores da aldeia, esclarece que as batalhas pelos direitos desses povos não vão parar. Ele diz: “(...) continuamos nossa luta dentro da nossa comunidade, dentro do nosso território indígena do Xingu, sabendo que hoje a luta não vai parar por aqui. O mais importante para todos nós é o meio ambiente”.

Informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre os dias 10 e 30 de setembro de 2019, mostraram que mais de 60% dos focos de calor registrados pelo órgão foram na terra indígena de Kayapó, que possui mais de três milhões de hectares. Apesar dos dados apresentarem uma amostragem restrita, essa realidade é generalizada e, como apresentamos anteriormente, tem piorado cada vez mais.

Porém, visando mudar esse panorama, os próprios povos da região do Xingu passaram a criar alternativas para impulsionar a sustentabilidade. Foi seguindo esse rumo que um grupo de mulheres da aldeia Moygu, no Mato Grosso, se reuniu para reflorestar algumas regiões destruídas.

Denominadas Yarang, que no idioma ikpeng significa “formiga cortadeira”, o time passou utilizar técnicas ancestrais, muito baseadas nesses animais, para ajudar na recuperação local. O trabalho consiste em coletar sementes nativas dentro mata e plantá-las em locais danificados.

Nessa cultura, cada árvore é sagrada e possui um espírito diferente. Por isso, para recolher os grãos, é preciso realizar um ritual com muito respeito a todos os seres vivos que ali residem. Apesar de grande parte desses produtos serem retirados e vendidos para bancos de sementes, uma parte sempre fica para os animais. Algumas espécies, inclusive, sequer vão para o mercado, pois são considerados sacras por outras tribos do Parque Indígena do Xingú.

Depois de todo esse processo e um período de tratamento, as sementes selecionadas são levadas a locais definidos pelos próprios povos, onde serão colocadas na terra. Muitas dessas áreas foram devastadas por conta da atividade pecuária, que insere plantas invasoras para servir de alimento.

Por isso, é extremamente importante apoiar organizações que promovam a salvação da Amazônia. Dessa forma, com a ajuda das populações locais, os estragos centenários poderão ser corrigidos.


No que as cheias dos rios impactam na vida dos ribeirinhos?

Pandemia ajuda a intensificar os problemas econômicos nesses locais

Um boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil apontou que as cheias de 2021 tendem a ser as maiores dos últimos anos. Segundo o levantamento, existe a possibilidade de que os rios atinjam seus maiores níveis desde 2012, ano da máxima histórico, medida desde 1902.

Diversos locais continuam a registrar números alarmantes, que geram receio em relação à intensificação da crise causada pelo coronavírus. Entre esses lugares, estão:

  • Manacapuru, em que o rio Solimões já está acima do previsto
  • Itacoatiara, em que o rio Amazonas já está acima do previsto
  • Porto de Manaus, em que o rio Negro pode atingir sua cota máxima até o fim do ano

Dessa forma, a aplicação de serviços básicos à população ribeirinha tem ficado cada vez mais complexa e, consequentemente, tem gerado inúmeros efeitos negativos nessas comunidades.

Quer entender melhor essa situação? Continue no nosso artigo.

O aumento da fome amazonense

Dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em setembro de 2020, voltaram a colocar o Brasil no mapa da fome. Segundo as informações, referentes ao período entre junho de 2017 e julho 2018, cerca de 10,3 milhões de brasileiros não possuíam acesso regular a alimentação. E a região amazonense não é uma exceção.

O biólogo inglês Daniel Tregidgo, funcionário do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (ISDM), promoveu uma pesquisa junto a membros da Universidade Federal de Lavras (UFLa), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade de Lancaster para entender essa condição de forma mais direcionada.

A equipe percorreu mais de mil quilómetros ao longo do rio Purus, em seis meses, para visitar 331 famílias ribeirinhas em 22 comunidades. O levantamento apresentou dados assustadores sobre a situação dos cidadãos locais, que tem comido em menor quantidade e com menos frequência que em outros períodos.

Os números apontaram que 85% dessas famílias precisaram substituir o peixe ou a carne, pelo menos uma vez, em 30 dias. Além disso, 65% comeram menos do que gostariam nesse intervalo. Por fim, o estudo mostrou que 33% dessas pessoas não puderam realizar todas as suas refeições durante um dia, e 17% não comeram nada, ao menos uma vez, por 24 horas.

Ao contrário do que acontece no Nordeste, por exemplo, as cheias são extremamente responsáveis por esse período de dificuldade. Na mesma pesquisa comandada por Daniel Tregidgo, foi constatado que uma elevação de 15 metros no nível do rio Purus é suficiente para promover resultados catastróficos nas camadas sociais e econômicas dessas comunidades.

Segundo a publicação, esse volume resulta em uma captura de peixes 73% menor em relação aos períodos de seca. Isso representa um esforço três vezes maior para capturar a quantidade de animais necessários para a sobrevivência do local. Quando o resultado da pesca não é o suficiente, a população opta por caçar animais silvestres para saciar suas necessidades. Seres como antas, patos e macacos são as principais opções nesses casos.

Principais áreas atingidas

imagem de barcos a beira de rio

De acordo com a Defesa Civil, até o dia 26 de março desse ano quase 98 mil pessoas foram diretamente atingidas pelas cheias, apenas nas calhas dos rios Juruá e Perus. Além disso, até aquele momento, os seguintes municípios estavam em situação de emergência:

  • Na calha do rio Juruá, os municípios de Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati e Juruá.
  • Na calha do rio Purus, os municípios de Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Pauini e Tapauá.

Em Boca do Acre, segundo dados também da Defesa Civil, as cheias causaram a inundação de 90% da cidade. O acesso foi comprometido ao ponto que o fornecimento de água potável foi suspenso, afetando mais de seis mil pessoas em toda a região.

Além disso, a pandemia

Não bastasse enfrentar os problemas causados pela falta de infraestrutura, os ribeirinhos ainda precisam lidar, assim como o resto do mundo, com a pandemia de COVID-19. A soma desses dois fatores resultou em perdas significativas para diversos pilares das comunidades.

Em uma reportagem especial, o UOL apresentou o relato da professora Zeneide de Melo, de 43 anos. A docente dava aulas para turmas do quinto ano do ensino fundamental, na região sul do Amazonas. Porém, viu suas carteiras serem carregadas pelo rio Aripuanã no período de cheias, e ainda precisou lidar com o afastamento dos alunos durante a pandemia. Sem ter onde morar, passou a viver nos fundos da escola com seu marido.

Visando manter as crianças próximas dos ambientes educacionais, ela visitou cada um dos pais de seus alunos para incentivar os garotos e garotas a não abandonarem seus estudos. A tarefa era ainda mais complicada pela falta de instrução das próprias famílias visto que, em alguns casos, apenas os mais novos eram alfabetizados.

Em um âmbito mais geral, a história de Zeneide de Melo é apenas mais uma adversidade a ser resolvida por entidades governamentais, que sequer conseguem lidar com o descontrole no sistema de saúde local. Até janeiro desse ano, 57% dos casos de COVID-19 foram diagnosticados no interior do estado.

Ao todo, sem contar as subnotificações, foram mais de 270 mil pessoas infectadas e mais de 10 mil vítimas fatais. O agravamento se intensifica à medida que o transporte de suprimentos se torna cada vez mais restrito. Em entrevista ao UOL, Raylton dos Santos, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDeSAm) falou sobre essa escassez, alegando que as medidas de prevenção podem prejudicar esses pontos.

Ele disse: “Com a pandemia, o acesso à cidade ficou ainda mais restrito, e alguns barcos que levavam alimentos deixaram de fazer esse fluxo de viagem”. Dessa forma, fica ainda mais evidente o quanto o trabalho de organizações independentes se torna necessário em um momento tão áspero. Além de fiscalizar entidades estatais, é preciso garantir que, mesmo sem elas, o povo amazonense receba a ajuda que precisa, antes, durante ou depois da pandemia.


Empresas se comprometem a investir na Amazônia

A preservação da floresta Amazônica é vital para o mundo. Não à toa, empresas nacionais e internacionais comprometeram-se a investir no patrimônio natural mais importante do planeta.

Sob ameaças constantes, o bioma tem sofrido ainda mais durante a pandemia do coronavírus, quando houve uma redução significativa da fiscalização. Isso facilitou a grilagem e outros crimes ambientais.

Para tentar conter os desmatamentos, o governo federal criou o programa Adote um Parque, que permitirá que pessoas físicas ou jurídicas (nacionais ou estrangeiras) adotem por até 5 anos uma das 132 unidades de conservação na Amazônia. O programa é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.

O Carrefour Brasil foi a primeira empresa a se comprometer com o programa do governo. Segundo representantes do grupo, serão investidos cerca de R$ 4 milhões por ano na preservação de uma área de conservação.

Quem pode investir na floresta?

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, companhias nacionais e internacionais, fundos de investimento e pessoas físicas podem participar do programa “Adote um Parque”. Para patrocinar uma unidade de conservação da floresta, o governo estipulou valores de 10 euros por hectare para empresas estrangeiras e R$ 50 para empresas nacionais.

Além de incentivar a preservação, o programa tem como objetivo conter as críticas contra o ministro Ricardo Salles e o presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a gestão da floresta. Com isso, o governo transfere parte da responsabilidade às empresas privadas.

Estão disponíveis para investimentos privados 15% da Floresta Amazônica, ou seja, 63 milhões de hectares.

O Carrefour Brasil ficará responsável pela preservação de 75 mil hectares de floresta, uma área do tamanho da cidade de Nova York. O acordo prevê patrocínio por um ano, renovável por mais quatro. Além da francesa, outras cinco empresas já sinalizaram que vão aderir ao programa de adoção nos próximos dias. Isso é o que informou o Ministério do Meio Ambiente, que não revelou os nomes das corporações. Segundo o ministro Ricardo Salles, a previsão é que, juntas, as seis empresas destinem mais de R$ 14 milhões para a preservação da Amazônia.

O programa é muito importante para frear o desmatamento e as queimadas. Só para se ter uma ideia, caso as 5 empresas previstas fechem acordo com o governo, o valor previsto para investimentos equivale à metade do apoio financeiro alocado a cada ano para a proteção dessas áreas pelo governo federal.

Atualmente, a gestão de Bolsonaro investe cerca de R$ 28 milhões por ano para manter todas as áreas de conservação da Amazônia. As cinco empresas que estão para adotar uma área junto com a Carrefour já garantiram R$ 14 milhões, metade do que é investindo hoje pelo Ministério do Meio Ambiente.

É importante salientar que o programa “Adote um Parque” não é de concessão ou venda de terras. A finalidade da parceria é que as empresas assumam a obrigação de proteger as áreas. Os objetivos são:

  • Recuperação ambiental de áreas degradadas;
  • Apoio à prevenção e ao combate de incêndios florestais e do desmatamento ilegal;
  • Promoção de melhorias de infraestrutura e de manutenção;
  • Monitoramento;
  • Consolidação e a implementação de planos de manejo das UCs.

O que prevê o projeto

Para uma empresa começar a investir na preservação, é necessário aguardar o chamamento público. Isso porque a assinatura não garante que a empresa será de fato a adotante da reserva florestal. O ministério explica que podem aparecer outras empresas interessadas na adoção de uma mesma unidade de conservação. Por isso, o chamamento público é importante, a fim de que sejam escolhidas as melhores propostas. Estas serão avaliadas, conforme critérios previamente estabelecidos no decreto que lançou o programa.

O Ministério não divulgou mais informações sobre como tramitará o processo de chamamento público nem divulgou o que consta da proposta de adoção feita pelo Carrefour.

O que se sabe é que o programa do governo federal não transfere às empresas a fiscalização e a gestão ambiental. A responsabilidade continua com os órgãos governamentais, que também vão supervisionar as adotantes para garantir os acordos firmados, levando em conta as diretrizes estabelecidas pelos Planos de Manejo de cada unidade de conservação.

Outro ponto estabelecido pelo decreto é que somente serão aceitas adoções que atendam à integralidade do edital de chamamento público. O Artigo 8º do Decreto nº 10.623/2021 descreve que não será aceita doação parcial ou fora do escopo do edital do programa Adote um Parque.

Segundo o decreto, as empresas adotantes podem executar de maneira direta ou indireta as ações previstas no plano de trabalho da adoção de áreas florestais. Caso não possam realizar os trabalhos de maneira direta, poderão contratar profissionais ou empresas especializadas em manejo. Todas as ações serão supervisionadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Estados Unidos

Outro objetivo do governo brasileiro é estreitar os laços com os Estados Unidos, que já demonstraram interesse em investir na preservação da Amazônia. Em fevereiro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se encontrou com o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman. Durante a conversa, ele prometeu resolver qualquer mal-entendido sobre a gestão florestal.

Salles explicou que aguarda um posicionamento do governo americano e diz que os recursos, cerca de US$ 20 bilhões, seriam bem-vindos para ajudar na preservação ambiental da Amazônia.

 


Terras protegidas da Amazônia estão à venda no Facebook

A internet é um oceano infinito de serviços e comércio. Qualquer coisa é vendida ou negociada em sites, aplicativos e nas redes sociais. Lá, você encontra até mesmo lotes de terras protegidas da Amazônia. Foi o que descobriu uma reportagem da BBC.

A ousadia dos criminosos ambientais junto com a falta de fiscalização é o maior facilitador do comércio ilegal de áreas da floresta tropical. O esquema é o seguinte: grileiros invadem as terras, desmatam e depois anunciam a venda no Facebook. Há dezenas de anúncios na plataforma à espera de um comprador.

Por meio da rede social, vendedores negociam pedaços da floresta ou áreas recém-desmatadas por valores consideráveis. A maior parte dos lotes é vendida por milhões de reais.

Não há limite para os comerciantes de terras ilegais. Eles vendem até mesmo dentro de unidades de conservação e de terras indígenas. Sem nenhum tipo de punição ou com punições brandas, os criminosos fazem a “festa” comercializando áreas que são proibidas e que deveriam ser protegidas por órgãos governamentais. Nada é escondido, mas está apenas a um clique de distância de quem deseja barganhar terras de qualidade na Amazônia.

Amazônia à venda

As áreas de domínio público deveriam apenas servir exclusivamente aos povos tradicionais, mas o que a investigação mostrou foi uma Amazônia loteada e à venda. Isso já acontecia mesmo antes da internet e das redes sociais, mais essas ferramentas tornaram o processo mais prático e mais eficiente.

Em um Brasil onde as autoridades não estão preocupadas com a saúde da floresta, grileiros encontram um terreno fértil para desmatar, traficar ou matar animais e expulsar a população tradicional. Tudo isso visando exclusivamente o lucro.

A omissão do governo ajuda a aquecer o mercado ilegal de terras na Amazônia. A cada ano grileiros invadem floresta adentro sem nenhuma cerimônia e sem serem incomodados. Índios denunciam o fato, mas são ignorados enquanto perdem as suas terras.

O esquema vai além das invasões. Antes de comercializarem as áreas, os grileiros certificam-se de que nada vai dar errado e tornam o ilegal em legal da noite para o dia. Acontece da seguinte maneira: grupos organizados de grileiros abrem uma associação com CNPJ, contratam advogados e, por meio de relações políticas, pressionam órgãos públicos a lhes conceder as áreas invadidas.

Para conseguirem o direito de comercializar as terras, muitos invasores usam o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para reivindicar as áreas griladas. Essa é a maneira mais comum para dar aspecto de legalidade às transações de compra e venda. Porém, o CAR não é documento de direito à propriedade sobre uma área. O cadastro é auto declaratório, o que possibilita que qualquer pessoa registre uma área do território nacional como se fosse proprietário.

Segundo a lei ambiental, quem comercializa terras sem possuir títulos de propriedade pode ser enquadrado no crime de estelionato, podendo ser preso por até cinco anos.  Segundo advogados especialistas, os compradores podem perder as terras, tendo a posse invalidada pela Justiça. Eles também podem responder criminalmente por invasão de terras públicas.

Representantes do Facebook no Brasil afirmaram em nota que estão à disposição das autoridades para responderem o que for preciso.

Comércio e desmatamento

Para conseguirem comercializar as terras, os grileiros sabem bem quais estratégias devem usar. Os métodos têm como finalidade driblar a fiscalização e evitar multas.

Uma das maneiras encontradas é dificultar o acesso aos terrenos grilados, mantendo documentos em nome de terceiros. Com isso, impera a impunidade. E a venda de terras públicas da floresta pelo Facebook apenas revela o tamanho da impunidade. Infelizmente, nada ainda foi feito para por fim a prática criminosa.

Com as vendas a todo vapor, grileiros ficam cada vez mais fortes e conduzem os seus negócios sem serem incomodados. Se antes das redes sociais, as vendas já eram lucrativas, agora, com o alcance irrestrito dos anúncios, tudo ficou ainda mais fácil. Isso coloca a floresta em maior perigo, agravando o desmatamento na Amazônia, em alta desde 2019.

Só para se ter uma ideia, entre os meses de agosto de 2019 e julho de 2020, a floresta perdeu 11.088 Km², o maior índice desde 2008. É crime desmatar floresta sem autorização. A pena chega até quatro anos de prisão e multa.

Entre os estados que mais têm terras ilegais negociadas nas redes sociais está Rondônia. São muitos anúncios do tipo no Facebook. De 1980 até aqui, o estado já perdeu cerca de um terço de suas matas nativas.

Durante a investigação foram identificadas terras indígenas à venda em Rondônia e Amazonas. São elas:

  • Uru Eu Wau Wau (RO);
  • Duas áreas na Floresta Nacional do Aripuanã (AM);
  • Reserva Extrativista Angelim (RO).

Na maior parte das vezes, as áreas ilegais são utilizadas para pecuária e agricultura.

Expansão da agropecuária

A agropecuária é um dos principais motivos para o desmate da floresta amazônica. Cada vez mais, pastos são abertos enquanto a floresta morre.

Durante sua investigação, a BBC descobriu que duas áreas colocadas à venda na Floresta Nacional do Aripuanã têm sido bastante procuradas por empresários do setor. As duas somam 1.660 hectares (o equivalente 1.660 campos de futebol) e custam cerca de R$ 3,2 milhões no total.

A venda ilegal no Facebook é muito fácil de ser negociada. Os lotes citados em Aripuanã foram anunciados na plataforma por um corretor de Porto Velho, que tem um escritório no centro da cidade.

Além de desmatarem, os grileiros também vendem áreas para serem desmatadas pelos novos “proprietários”. É o que promete o anúncio encontrado no Facebook. Segundo o anunciante, o lote possui uma área de 21 alqueires (57 campos de futebol). A localidade está conservada e de acordo com o anúncio, com toda madeira ainda para tirar. O local fica no município de Buritis (RO), por R$ 126 mil.

As terras são indígenas e habitadas por 209 índios, que foram contabilizados. Segundo dados do governo, a área possui cinco grupos isolados. O número real de habitantes é desconhecido.

Ao desmatarem a floresta, os grileiros não colocam em risco apenas a floresta, mas a toda humanidade. O governo precisa acabar com a prática criminosa, a fim de preservar vidas.

 


Alguns produtos típicos da Amazônia brasileira

A Amazônia brasileira além de ser um dos biomas mais ricos do mundo, não deixa de ser fonte de várias iguarias. Alguns exemplos mais conhecidos são:

  • Buriti;
  • Camu camu;
  • Cará Roxo;
  • Pupunha;
  • Tucumã, entre outros.

Essa variedade é comum de ser encontrada nas feiras e mercados da capital do Amazonas. Além disso, são alimentos ricos em nutrientes, que proporcionam muitos benefícios à saúde de seus consumidores.

A seguir vamos especificar alguns alimentos típicos da Amazônia brasileira e suas propriedades. Ficou curioso? Então siga com a leitura!

Buriti

É fruta típica rica em vitamina A. Além disso, mesmo contendo um teor de gordura, é recomendada para dietas, visto seu potencial energético. Só é importante ter um pouco de cuidado, uma vez que produtos ricos em vitamina A podem causar problemas renais e hepáticos, mas isso se consumido em excesso. Recomenda-se preparar o suco da fruta ou fazer sorvetes, mousses, picolés etc.

Camu camu

A principal característica do Camu camu é o fato de ser a fruta que contém a maior quantidade de vitamina C do mundo. É encontrada nas regiões de várzea da Amazônia e recentemente começou a ser produzida em terra firme com o escopo de facilitar seu comércio.

Cará Roxo

É um produto composto por muita fibra e antocioanina, que é coadjuvante no envelhecimento das células do nosso organismo. Seu consumo se dá através do cozimento ou na confecção de tortas e bolos.

Caruru

Recomendado para pessoas que apresentam quadro de anemia, visto que é produto com grande teor de ferro. Pode ser usado em salada e no preparo de alguns pratos quentes.

Jerimum

É produto composto de vitamina A e fibras. Recomendam-se os produtos que apresentam coloração mais forte. É ideal para dietas, uma vez que dá saciedade e é pobre em teor calórico.

Macaxeira

Macaxeira é produto da família das raízes e tubérculos, da mesma forma que o inhame. Apresenta boa concentração de fibras e amido, tornando-se opção excelente de substituição do pão. A forma mais recomenda de consumo é cozida, visto que é a forma de preparo que mais mantém as propriedades.

Pupunha

A pupunha apresenta grande concentração de vitamina A e fibras. As de coloração mais acentuadas são as mais indicadas para consumo, por serem as mais ricas em nutrientes. Ou seja, quanto mais forte a cor, mais rica em nutrientes e vitamina A.

Tucumã

O Tucumã é outro produto rico em vitamina A e fonte de fibras, que são excelentes para o bom funcionamento do intestino. Quanto maior a coloração, maior será a quantidade de vitaminas. Os especialistas recomendam que se compre o produto para ser descascado e higienizado em casa, pois se evita risco de contaminação.

Plantas da Amazônia com poder de cura

Hibisco

A Amazônia brasileira não se resume apenas a frutas ou produtos comestíveis ricos em vitaminas e nutrientes. Um grande destaque do bioma são as plantas que apresentam poder de cura.

Não e à toa que o conhecimento popular indígena dita que sempre há alguma planta para cura de alguma doença. Abaixo reunimos as principais plantas medicinais da Amazônia e suas propriedades contra algumas doenças. Veja:

Açoita cavalo: combate a má circulação sanguínea, o colesterol alto, hipertensão, artrites, diarreia, tumor, entre outros.

Anauera: excelente contra doenças parasitárias causadas por amebas, giárdia e dores no estômago.

Assacu: ideal para o tratamento e prevenção de cânceres.

Banchá: auxilia na desintoxicação digestiva e é um bom diurético.

Confrei: dá estímulo à produção dos glóbulos vermelhos e pode usada como cicatrizante.

Damiana: excelente no combate de paralisias.

Endro: ajuda no combate da insônia.

Fucus: auxilia nos problemas da tireoide, tais como hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Guaco: combate as tosses fortes e rebeldes, auxilia na limpeza do pulmão.

Hibisco: Moderador de apetite, laxante natural e diurético.

Ipecacuanha: Usada no tratamento de bronquite asmática e pneumonias.

João da Costa: ajuda no combate de inflamações no útero.

Losna: ajuda mulheres que têm problemas de menstruação.

Murure: ajuda no combate da sífilis.

Nó de cachorro: poder afrodisíaco e estimulante.

Orégano: conhecido nosso no preparo de condimentos, mas também auxilia nas cólicas, enjoos etc.

Porangaba: ajuda nas infecções urinárias.

Quassia: ajuda no combate dos cálculos renais

Romã: ajuda nas infecções da garganta

Sucupira: auxilia no combate do reumatismo

Tília: usada no combate do vírus da gripe.

Umbaúbac: utilizada nos problemas de doenças de pele

Velame: auxilia no tratamento de crises epiléticas graves.

Os principais pratos típicos da Amazônia

Imagem de Amazonas Atual

Maniçoba: prato típico da Amazônia que é produzido com carne, mandioca e chicória. Sua origem é indígena e são usadas folhas de mandioca que precisam ser picadas e cozidas. É prato servido com arroz e farelo de mandioca.

Tacacá: é uma espécie de sopa produzida com jambu e tucupi (espécie de caldo de mandioca), camarão seco e pimentão amarelo. É servido bem quente em cuia ou cabaça.

Peixe: não é nenhuma novidade que os peixes fazem parte da dieta das populações da Amazônia. Basta considerarmos a extensão do Rio Amazonas e seus principais afluentes. Com isso, por ter peixe fresco em abundância, é muito comum encontrá-lo nos pratos.

Pato no tucupi: o pato é servido no molho de tucupi e apresenta um sabor bem específico e exótico. Torra, rala e cozinha com alho, chicória, manjericão e tucupi, depois serve com arroz e farinha de mandioca.


Primeiro satélite brasileiro de monitoramento do desmatamento

Foi lançado ao espaço o primeiro satélite 100% brasileiro, o ”Amazônia 1”, no domingo, dia 28/02/2021. O lançamento aconteceu em torno de 1h54, no Centro de Lançamento de Sriharikota, localizado na Índia. O primeiro satélite brasileiro foi lançado ao espaço em conjunto com os satélites Sindhu Netra, Nanoconnect-2 e SpaceBee, todos dos Estados Unidos (EUA).

Após aproximadamente 17 minutos do lançamento do foguete, o satélite se segmentou e já fez suas tarefas previstas, tais como:

  • Abrir o painel do sol;
  • Precisão de sua orientação em relação ao planeta Terra;
  • Análise dos sistemas e modo de prontidão.

Segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas (INPE), senhor Clezio de Nardin, o próximo passo é iniciar os testes e ajustar as lentes das câmeras, afirmou.

O utensílio veio para integrar o sistema Deter e contribuir para análise do desmatamento na Região Amazônica. Ademais, pesa 640 quilos, tem 4 metros e vai estar em uma distância de 750 quilômetros da superfície terrestre. Sua órbita será entre os polos norte e sul e vai pegar imagens de alta resolução. O início das fotos se dará após cinco dias que o satélite se estabilizar na órbita.

A criação do satélite se deu no Instituto Nacional de Pesquisas (INPE), localizado em São José dos Campos e foi transportado para ser lançado na Índia. Marcos Pontes, Ministro da Ciência e Tecnologia, e o diretor do INPE foram os brasileiros que acompanharam o lançamento do satélite.

Já em órbita terrestre, o satélite emitirá sinal para três estações de monitoramento brasileiras localizadas respectivamente:

  • Cuiabá (Mato Grosso);
  • Alcântara (Maranhão);
  • Cachoeira Paulista (São Paulo).

Os movimentos do satélite também serão coordenados por outra estação localizada no INPE.

O desenvolvimento do projeto

O projeto surgiu há oito anos, no INPE, e contou com recursos na casa dos 400 milhões de reais e trabalho de inúmeros pesquisadores. Após cerca de oito anos do início do projeto, houve estagnação do projeto por falta de recursos. Ocorre que em dezembro de 2020 foi concluído.  Antes de ser lançado à órbita em dezembro, o satélite passou por muitas análises.

A data inicial de lançamento estava prevista para o dia 22 janeiro, mas acabou sendo remarcada. A alteração ocorreu a pedido dos profissionais responsáveis pelo lançamento, que requereu mais tempo para a preparação do lançamento.

Foi planejado todo um sistema de transporte já com o satélite desmontado. Foi transportado por meio de um avião tipo cargueiro e passou por Senegal antes de chegar à Índia.

Os investimentos

E o mais contraditório é que, em pouco tempo anterior ao lançamento do satélite, o INPE suspendeu as bolsas de 107 pesquisadores alegando falta de verba. A espécie das bolsas era PCI, a qual mantinha os pesquisadores exercendo trabalho e não só pesquisa no instituto.

O corte alcançou sete cientistas responsáveis pelo Amazônia 1, responsável pela etapa final do projeto e lançamento. Sem contar mais com os recursos, os cientistas estavam impossibilitados de exercer suas atividades e isso poderia colocar em risco o lançamento já previsto.

Então, a fim de preservar a data do lançamento e evitar mais uma vez seu adiamento, a Agência Espacial Brasileira (AEB) interviu e bancou as bolsas. Daí antes de embarcar para Índia, o ministro Marcos Pontes, afirmou que a verba destinada às bolsas voltará e, consequentemente, as bolsas serão mantidas.

A importância do primeiro satélite 100% brasileiro

Conforme preconizado pelo próprio INPE, os dados gerados pelo satélite serão importantes para abarcar outras ocupações correlatas:

  • Monitorar a região costeira;
  • Monitorar alguns reservatórios de água;
  • Monitorar as florestas naturais e cultiváveis;
  • Monitorar a existência de alguns desastres ambientais, entre outros.

Além da existência do primeiro satélite 100% brasileiro, o Brasil já conta com os satélites CBERS-4 e CBERS-4A em atividades nas órbitas.

“Agora podemos contar com três satélites trabalhando ao mesmo tempo. Assim, conseguiremos adquirir um volume muito maior de dados atinentes às questões ambientais”, afirmou, Clezio Marcos de Nardin, engenheiro eletricista responsável pela direção do INPE.

Ainda segundo Nardin, há previsão de lançamento de mais dois satélites para os próximos anos:

  • Amazônia 1B;
  • Amazônia 2.

“Através do Amazônia 1 haverá reforço no sistema de levantamento de dados e geração de imagens”, relatou Nardin. Explicou, também, que o aparelho deve produzir números sobre vegetação, agricultura, emitir alertas, etc., afirmou o diretor. De acordo com o diretor do INPE, haverá um ganho considerável nos volume de dados.

 

Utilidade na agricultura

O material adquirido pelo satélite também será útil para agricultura. Segundo especialistas, o uso servirá para o monitoramento da agricultura e da existência das queimadas persistentes.

O satélite foi produzido para gerar imagens do planeta de cinco em cinco dias. E em relação a um ponto específico é responsável pela produção de imagens em apenas dois dias.

Se por ventura, haja algum desastre ambiental específico, tal como o rompimento da barragem de Mariana/MG, o equipamento poderá ser direcionado àquele ponto específico. Além disso, os focos de queimadas também poderão ser ajustados.

Conforme ressaltou o engenheiro agrônomo, Cláudio Almeida, responsável pelo monitoramento da Amazônia e de outros biomas, a maior vantagem será por conta da soma dos três satélites. Já com três satélites em operação, um ponto específico poderá ser revisto de 2 em 2 dias.

O material coletado deverá ser transmitido para os cientistas, uma vez que o INPE se comprometeu pela disponibilização dos dados de forma gratuita. A política deverá ser mantida a fim de que toda comunidade tenha acesso aos dados.

 


Cacau amazônico, castanha e açaí: conheça algumas das delícias amazônicas

Veja algumas das comidas mais tradicionais dessa região e aprenda algumas receitas muito saborosas

O bom gosto gastronômico brasileiro conquista até os habitantes mais amargos dessas terras tupiniquins. Por mais aguçado que seja o seu paladar, sempre há um prato típico de alguma região do país que causa água na boca, mesmo se estiver sem fome.

A seguir, você vai conhecer mais sobre as iguarias da região Norte e, ainda, aprender algumas receitas características dessas terras. Você pode aprender a preparar pratos com:

  • Açaí;
  • Buriti;
  • Cacau;
  • Camu-camu;

Continue nesse artigo para se deliciar, mesmo que virtualmente!

Açaí

Um dos frutos mais tradicionais do Brasil, o açaí faz parte da lista de mercado de diversos consumidores. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM), cada amazonense bebe 10 litros de açaí por ano. Não bastasse o mercado local, a exportação desse fruto impulsiona ainda mais sua produção.

Segundo a mesma pesquisa, o Amazonas produziu 69 mil toneladas de açaí em 2018, número que representou uma queda de 16% em relação às quase 82 mil toneladas do ano anterior. Esses dados também apontam que mais de 13 mil agricultores geram seu sustento com base nesse fruto.

Creme de açaí

Uma das receitas mais simples que você pode encontrar!

Você vai precisar de:

  • Um litro de poupa de açaí
  • Duas latas de leite condensado
  • Uma lata de creme de leite
  • 350 gramas de farinha de tapioca

Modo de preparo:

  • Em um liquidificador, bata todos os ingredientes até que a massa fique homogênea e consistente.
  • Transfira o creme para um recipiente e leve ao congelador.
  • Sirva com frutas e outros acompanhamentos à gosto.

Buriti

Tigela com buritis
Buriti

Essa fruta pequena e avermelhada é um dos principais nomes do estado. Seu gosto é levemente azedo e sua textura é densa. Além de servir como alimentado, também é utilizado na fabricação de cosméticos. O extrato da polpa do buriti, por exemplo, é usado para a produção de um óleo rico em ácidos graxos vitamina A. Por isso, aumenta a elasticidade e diminui o ressecamento da pele.

Na cidade de Ipiranga do Piauí, localizada no semiárido do estado, a colheita desse fruto garante uma renda extra para mais de 200 famílias da região. Um levantamento feito pelo G1, em 2012, mostrou que a atividade aumentou a renda dos agricultores locais em 40% naquele período.

Bolo de buriti

Um ótimo acompanhamento para o café da tarde!

Você vai precisar de:

  • Uma xícara de buriti triturado e peneirado
  • Três ovos
  • Uma xícara de açúcar
  • Duas xícaras de farinha de trigo
  • Uma colher de fermento
  • Uma colher de margarina
  • 300 ml de leite

Modo de preparo:

  • Em um liquidificador, bata o buriti, os ovos, a margarina e o leite.
  • Em uma bacia, misture o açúcar, a farinha de trigo, o fermento.
  • Coloque o conteúdo do liquidificador na bacia e misture.
  • Por fim, despeje a composição em uma forma untada com farinha e leve ao forno.

Cacau

Elemento essencial para a sobrevivência de qualquer chocólatra, o cacau é produzido em grande escala na região Norte. No Pará, o maior produtor desse fruto no Brasil, foram comercializadas mais de 140 mil toneladas desse produto. A população ribeirinha dessas áreas utiliza essa cultura para aumentar sua renda e proteger o ecossistema local.

A fabricação do chocolate também gera resultados positivos para essa comunidade. Em entrevista ao UOL, Manoel do Carmo Monteiro da Silva, mais conhecido como Xiba, falou sobre a degustação de suas barras no Salão do Chocolate, em Paris, a maior feira desse setor na França. Comentando a avaliação positiva dos críticos, ele disse: “(...) aí eu soube que estava fazendo um produto de grande qualidade”.

Cocada com cacau

A sobremesa ideal para um fim de semana!

Você vai precisar de:

  • Sementes de um cacau grande
  • Meio coco seco
  • Meio quilo de açúcar
  • Um litro de leite

Modo de preparo:

  • Em um liquidificador, bata as sementes de cacau com um pouco de leite.
  • Coloque o cacau batido em um recipiente.
  • Bata o coco com o resto do leite no liquidificador.
  • Despeje todos os conteúdos juntos em uma panela.
  • Mexa até que a massa fique consistente e desgrude do fundo.
  • Despeje o conteúdo em uma forma untada.
  • Depois de levar ao forno, corte os doces em quadrados.

Camu-camu

Essa é mais uma fruta que não se restringe ao mercado alimentício. O camu-camu é rico em vitamina C e pode ser utilizado no tratamento de diversas infecções virais, além de asma e gengivite. Seu efeito antioxidante elimina toxinas do organismo e pode ajudar a prevenir catarata.

Conforme dados apresentados por Máximo Alfonso Rodrigues Billacrês, em sua tese para Universidade Federal do Amazonas (UFA), as famílias do município de Silves tiveram sua organização “tradicional” modificado por conta desse fruto. O local, pertencente à região metropolitana de Manaus, observou um crescimento na renda local por conta das mulheres, que passaram a trabalhar na colheita de camu-camu para complementar suas rendas domésticas.

Geleia de camu-camu

Ótima para combinar com o bolo de buriti!

Você vai precisar de:

  • 500 gramas de camu-camu
  • Um quilo de açúcar
  • Cinco cravos da índia

Modo de preparo:

  • Em um liquidificador, bata o camu-camu sem os caroços.
  • Após a mistura ficar consistente, leve ao fogo com o açúcar e os cravos.
  • Misture até chegar a um ponto do seu agrado.
  • Deixe esfriar e sirva como quiser.

 

 

Castanha

Conforme um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a castanha é o segundo produto não-madeireiro mais retirado da região norte do país. Em 2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CoNAb), 32 mil toneladas desse alimento foram comercializadas. Dessas, sete mil foram destinadas ao mercado externo.

Além disso, a coleta desses materiais ajuda a sustentar comunidades indígenas de diversas regiões. O povo Paiter Suruí, residente em Roraima, trabalha exclusivamente com essa atividade. Segundo o Instituto Socioambiental (ISa), quase 1400 pessoas vivem nesses grupos e participam do processo de extração, secagem e embalagem das castanhas.

Tapioca de tacumã com castanha

A receita mais adaptável dessa lista!

Você vai precisar de:

  • 600 gramas de goma
  • Banana frita a gosto
  • Castanha a gosto
  • Tucumã a gosto
  • Cinco fatias de queijo coalho

Modo de preparo:

  • Misture a goma e a castanha.
  • Coloque em uma frigideira pré-aquecida.
  • Espere desgrudar o fundo e vire.
  • Sirva com queijo coalho e banana frita a gosto.

A Amazônia tem um projeto nacional?

Não é tão simples entender o rumo traçado para defender esse ecossistema

A região amazônica nunca recebeu a atenção que deveria ou merecia por parte de instituições governamentais. Por um lado, o trabalho era feito, mas sempre de forma insuficiente, tanto que os índices do desmatamento nesse estado não estiveram completamente controlados em nenhum momento, desde que começaram a ser medidos. Porém, na atualidade, o que se percebe é uma guerra ao meio ambiente.

Entre as ações mais explícitas colocadas em prática, estão:

  • O corte de verbas;
  • O afrouxamento de leis ambientais;
  • O ataque sistemático aos que lutam por essa causa;
  • A censura de profissionais da área.

Apesar de todos esses obstáculos, ainda existe quem permaneça na linha de frente, dentro e fora dos ambientes públicos. Quer entender mais sobre esse assunto? Continue no artigo.

Afinal, qual é o problema?

Muito se discute sobre o fim dos problemas ambientais relacionados à Amazônia, porém, poucos se aprofundam nesse segmento. Afinal, qual a origem do que está sendo combatido?

O desmatamento, por exemplo, é um imbróglio com diversas camadas. Não basta lutar contra o “chão de fábrica”, ou seja, contra as pessoas que, efetivamente, derrubam áreas protegidas. Nesse tabuleiro, esses indivíduos são as menores peças e, muitas vezes, as mais fracas.

O foco deve ser os que trabalham para que esses peões tenham espaço, ou nesse caso, as políticas públicas que visam aumentar a exploração desses locais. Por isso, é importante observar os que propõem, os que defendem e os que aprovam essas medidas. Nos últimos anos, dois movimentos foram simbólicos nessa direção, ambos orquestrados pelo governo federal.

Visando enfraquecer essas organizações, algumas reestruturações – ou desestruturações – foram realizadas no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e no Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). Ambos tiveram cortes em seus quadros de funcionários e perderam muita de sua autonomia.

Também vale ressaltar que outras ações são tomadas, o tempo todo, longe de Brasília. A grilagem, por exemplo, é um dos problemas mais graves da região amazônica, que continua sufocando mais com a assinatura de papéis do que com motosserras.

Pensando em solucionar impasses como esses, o mundo se reuniu para tentar promover algumas soluções.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Os ODS são um conjunto de metas definidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que visam tornar a sociedade global mais saudável e justa. São 17 pontos, cada um com suas características próprias, que podem ser divididos em alguns grupos. A pauta ambiental pode ser composta pelos seguintes:

  • Ação contra a mudança global do clima;
  • Água potável e saneamento;
  • Cidades e comunidades sustentáveis;
  • Consumo e produção responsável;
  • Energia limpa e acessível;
  • Fome zero e agricultura sustentável;
  • Vida na água;
  • Vida terrestre.

Como atingir os ODS?

Apesar de perseguições recentes promovidas por alguns grupos, as Organizações Não Governamentais (ONGs) ainda são uma das principais esperanças dessa luta, tanto no Brasil quanto em outros países.

Muitas delas se estruturaram para defender esses pontos que, frequentemente, são negligenciados pelos próprios agentes públicos, que os usam apenas como bandeira política. Além disso, projetos a longo prazo são, muitas vezes, abandonados por novos governos, que mudam esses planos antes que sejam concluídos. Isso cria um círculo vicioso que, a longo prazo, não resolve nada relevante.

Isso pode ser combatido através de algumas medidas:

  • Gestão participativa local

A proximidade com populações locais deve ser considerado um ponto extremamente relevante. Ouvir o exterior é cômodo, mas entender as necessidades de povos nativos é essencial para conseguir aliados e não gastar energia com projetos distantes da realidade. Por isso, trabalhar em conjunto com esses indivíduos e a comunidade científica é tão importante para atingir esses objetivos.

 

  • Abordagem sistêmica

Por mais que alguns pontos pareças distantes, os ODS estão fortemente relacionados entre si. Por isso, para que qualquer um deles seja concluído, os outros também precisam ser levados em consideração. A ideia é trabalhar com a integração desses objetivos, entendo que qualquer atitude pode interferir, positiva ou negativamente, em mais de um deles.

  • Processos científicos

A coluna vertebral de qualquer trabalho nesse sentido deve ser constituída por estudos e análises de dados. Através disso, será possível melhorar a eficiência e a qualidade de qualquer projeto, visto que as ações e reações serão compreendidas com maior facilidade.

Além desses pontos, é essencial que o vício por descontinuar projetos encaminhados por governos anteriores seja combatido. Como citamos antes, esse costume é intrínseco de algumas figuras públicas que, quando assumem alguns postos da vida política, acabam com diversos projetos de mandatos anteriores. Esse desperdício de recursos precisa acabar urgentemente.

Os benefícios da internacionalização

Diferente de algumas causas sociais, a Amazônia ganha destaque por sua vastidão territorial. Defender esse ecossistema, portanto, não significa necessariamente excluir outros países. Por isso, possuir relações com entidades de outras nações pode ser a chave para beneficiar projetos nacionais e internacionais.

Bandeiras como a WWF ou o Greenpeace internacionalizam a luta, que passa a receber a atenção e fiscalização de outros países. Em setembro de 2020, por exemplo, embaixadores de oito países assinaram uma carta que cobrava medidas mais duras contra a devastação da Amazônia.

À época, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Itália, Noruega e Reino Unido exigiram um “(...) compromisso político firme e renovado por parte do governo brasileiro”.

Dessa forma, fica claro que o projeto nacional de defesa da Amazônia não se restringe a meros protestos e, muito menos, ao próprio Brasil. É necessário que haja união e inteligência, além de muito empenho por partes das Ongs, que tendem a ser cada vez mais essenciais nessas batalhas cotidianas.