O que o constante desmatamento tem a ver com novas pandemias
O desmatamento de florestas contribui para o surgimento de vírus que podem dar origem a pandemias. Isso acontece por vários motivos e torna-se um fenômeno cada vez mais frequente no mundo.
Amazônia e a biodiversidade
Assim como os diferentes tipos de animais e de vegetação, existem também na floresta amazônica uma diversidade enorme de vírus. Por isso, a região é considerada como a mais abundante do mundo em diferentes tipos de bactérias e agentes contaminantes. Sem a interferência humana, eles vivem em equilíbrio em seus hospedeiros naturais, que podem ser macacos, morcegos ou outras espécies.
Os agentes transmissíveis são os seres mais abundantes do mundo e podem ser encontrados em qualquer ecossistema, não só na Amazônia. Apesar disso, eles só atingem as pessoas quando perdem o seu espaço e o seu hospedeiro. A transmissão de doenças infecciosas entre animais e pessoas ocorre com o desmatamento florestal, tráfico e extinção de animais, caça ilegal e ao alimentar-se das espécies. Tudo isso causa desequilíbrio, que pode ser perigoso para o ser humano.
As queimadas cada vez mais constantes em florestas tropicais como as da região da Amazônia Legal e de outras, como as localizadas no continente africano e no sudeste asiático, causam extrema preocupação entre os especialistas. Segundo eles, a população que vive às margens do desmatamento são as mais expostas às doenças que podem surgir. O grande temor entre pesquisadores e cientistas é que a próxima pandemia surja por causa da devastação desses biomas.
Acredita-se que o próprio coronavírus tenha tido origem na interferência humana na natureza, após o consumo de animais selvagens. Essa tese ainda não foi confirmada, porém é a mais defendida.
Só para se ter uma ideia da gravidade do desmatamento, vamos relembrar o que aconteceu em 1997 na Indonésia, quando uma grande área de floresta tropical foi completamente destruída para a expansão agrícola. Na época, a queimada atingiu o bioma, forçando morcegos a procurarem alimentos em locais onde havia presença humana. Naquele momento, aqueles morcegos levavam um vírus de uma doença mortal. Ao comerem as frutas nas localidades, os animais a infectaram por meio da saliva. Foi daí que tudo começou.
Os porcos da região eram alimentados com os frutos já mordiscadas pelos morcegos, sendo contaminados e mortos pela doença. Os moradores locais que também se alimentaram dos frutos e dos porcos já infestados, também contraíram o vírus conhecido com Nipah. A partir daí, 265 pessoas desenvolveram uma grave inflamação cerebral, levando à morte 105 delas. Até hoje há uma série de surtos referentes à doença em todo o sudeste asiático.
Esse exemplo só demonstra a força das infecções virais que se alastram pelo mundo por causa da devastação da vida selvagem. Nos últimos 20 anos, pesquisas científicas apontam o desmatamento como uma das principais causas para o surgimento de novos patógenos. A complexa cadeia de acontecimentos favorece a contaminação entre os humanos, levando a diversos óbitos. O desequilíbrio ambiental deve beneficiar o aparecimento de vírus ainda mais perigosos e difíceis de combater.
Conheça algumas dessas doenças infecciosas causadas por desmatamento florestal.
- Vírus Nipah: É uma doença transmitida por meio do contato com fluidos ou excrementos de morcegos infectados, ou por meio do contato pessoa-pessoa. A doença já foi encontrada na Indonésia, Malásia, Singapura, Índia e Bangladesh. Os sintomas são semelhantes aos de uma gripe e podem evoluir rapidamente, resultando em complicações neurológicas graves que levam à morte. Em algumas pessoas, os sintomas são leves e a recuperação se dá entre 3 e 14 dias após o aparecimento da doença. Os contaminados podem apresentar:
- dor muscular;
- encefalite (inflamação do cérebro);
- desorientação;
- náuseas;
- febre;
- dores de cabeça;
- redução das funções mentais,
- levando ao coma em 24 e 48 horas.
- Febre de Lassa: surgiu em 1969 na cidade de Lassa, na Nigéria. Nos humanos, a infecção ocorre pela exposição a excrementos de animais por meio do trato respiratório ou área gastrointestinal. A doença também pode ser contraída por meio de rachaduras ou ferimentos e cortes na pele, caso as membranas das mucosas sejam expostas diretamente ao material infectado. Alguns sintomas:
- vômito com sangue;
- diarreia com sangue;
- dor de estômago;
- constipação;
- dificuldade de engolir;
- hepatites;
- hipertensão;
- taquicardia;
- tosse;
- faringite;
- encefalites meningites;
- déficit de audição unilateral ou bilateral.
- Doença de Lyme ou borreliose: É uma infecção bacteriana transmitida por carrapatos, presentes em animais domésticos ou silvestres. Os primeiros sintomas são mancha vermelha no local da picada, cansaço, febre, rigidez no pescoço, dores de cabeça. As complicações podem evoluir para artrite e condições neurológicas. Pessoas que fazem trilhas ou tem contato com animais devem ter extremo cuidado e usar roupas que evitem a picada dos carrapatos, como calças e camisas de mangas compridas.
- Parasitas causadores da malária: A transmissão da malária ocorre por meio da picada de um mosquito infectado com o protozoário ou por uso incorreto ou compartilhamento de agulhas e de instrumentos cortantes. O mosquito infectado transmite protozoários para o ser humano por meio de uma picada. A partir daí, a pessoa torna-se um portador de malária. Os protozoários instalam-se no fígado e se reproduzem, passando a afetar os glóbulos vermelhos. Sintomas: febre alta; calafrios; suor; dores musculares, dor de cabeça; taquicardia; aumento do baço; cansaço vômitos e convulsões. A doença anda de braços dados com o desmatamento e mata mais de 1 milhão de pessoas por ano no mundo. No Brasil, após anos de queda, o número de casos voltou a crescer e estão relacionados ao aumento do desmatamento.
O que fazer para evitar?
Segundo o ecologista especializado em doenças do Instituto de Geociências da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, Andy MacDonald, o desmatamento é tido como um grande fator de transmissão de doenças infecciosas. Ele ressalta que quanto mais degradadas as florestas, mais expostos estaremos a situações de epidemias.
Por causa dessa realidade, pesquisadores estão cada vez mais preocupados com o que vai acontecer com a transmissão de doenças infecciosas após o fim das queimadas na floresta amazônica. Um dos alertas é com o aumento significativo da malária, que na década de 1940 infectava cerca de 6 milhões de brasileiros por ano.
Não à toa, ecologistas e ambientalistas defendem medidas eficazes contra desmatamentos e queimadas na maior floresta tropical brasileira. Essa é uma das maneiras de evitar a proliferação da malária e o surgimento de outras doenças infecciosas que podem se tornar uma pandemia mortal.
Veja como funciona regularização fundiária
Regularização fundiária é um tema que está em debate na sociedade. Afinal, tem grande impacto no meio ambiente, sendo algo que afeta os grandes proprietários de terra do país.
Como esse grupo por muito tempo esteve no topo da economia, seus interesses são decisivos. Mas, a função desse instrumento é conciliar tanto os direitos da população local quanto dos proprietários. Então, separamos algumas informações sobre ele.
Continue lendo o artigo para entender o que é e como funciona este processo. Também conheça a Famazonia.
O que é regularização fundiária?
A regularização fundiária é um conjunto de medidas para transformar assentamentos irregulares em legais. Assim, entre tais ações estão as:
- Judiciais;
- Ambientais;
- Urbanas;
Todas têm a finalidade de integrar os cidadãos que vivem nessas moradias. Aliás, existem dois tipos possíveis de ilegalidade nesses locais, que são:
- Irregularidades nominais (quando o terreno é ocupado sem garantia legal);
- Urbana e ambiental (quando o assentamento não está licenciado devidamente);
O principal objetivo de regularizar as construções é integrá-las socialmente. Mas, quando se trata de pessoas de baixa renda, isso não é suficiente e as medidas sociais são necessárias.
É só por meio da inserção plena do indivíduo na sociedade que esse conceito funciona. Já que todas essas ações fazem parte do direito humano. Então, é uma forma de promover cidadania.
Alterações na lei
As últimas mudanças nas leis para regularização fundiária foram feitas em 2017. Assim, a lei 13.465/2017 mudou algumas das maneiras de atuação, no total foram mais ou menos 20 modificações legais.
Entre elas, as de maior destaque foram:
- Estatuto da Cidadania;
- Lei de Registros Públicos.
Isso se deu porque trouxeram novas aplicações para regularizar os assentamentos. Então, com as alterações, a questão urbana se torna “apenas” ter o título do imóvel. Mas, antes havia várias condições para que isso acontecesse.
Novos conceitos também surgiram como:
- Reurb-S (Regularização fundiária de interesse social);
- Reurb-E (Regularização fundiária de interesse específico).
Qual o consenso sobre o assunto?
Um dos principais impasses para um consenso sobre a regularização fundiária é o desmatamento, porque é importante garantir a sustentabilidade no país.
Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria, favorece os negócios e o combate à ilegalidade, mas, no dia 15 de abril houve a aprovação da proposta que regulariza algumas ocupações.
Nessa aprovação, as casas construídas antes de 10 de outubro de 2008 estão regularizadas. Além disso, outro projeto incentiva a correção de irregularidades na declaração do Imposto de Renda.
Não houve um consenso geral sobre a situação fundiária, mas com algumas aprovações é possível que aos poucos haja um acordo.
Princípios da regularização fundiária
Por precisar ser articulada junto a outras políticas públicas, a regularização fundiária segue princípios, que orientam seu uso.
Primeiro
Como primeiro princípio está o aumento do acesso à terra urbanizada. Isso para pessoas de baixa renda, para que possam ficar nelas. Além disso, assegura moradias e a sustentabilidade urbanística.
Segundo
O segundo princípio está baseado na articulação de programas públicos. Sendo assim, voltados para melhor a habitação, o saneamento básico e a mobilidade.
Terceiro
A terceira base prevê que todos podem ajudar nesse processo e que os interessados podem participar das etapas de regulação.
Resolver conflitos de maneira extrajudicial é outro princípio. Por fim, o último concede preferência de concessão do título para mulheres.
Perigos da regularização fundiária
Dentre os perigos da regularização fundiária está o fato de ter sido editada sem debate público. Logo, traz pouca credibilidade para esse instrumento pela falta de técnica para legislar.
Alguns pesquisadores indicam que essa medida é inconstitucional, porque abre margem para a legalização da grilagem. Então, é ruim pois essa prática consiste em envelhecer documentos para forjar a posse de terras.
Para os profissionais urbanistas, essa lei tira a autoridade dos municípios. Uma vez que legaliza habitações irregulares como cortiços sem o habite-se. Ele é um documento que certifica as condições de moradia e é responsabilidade do município.
A gestão ambiental com a regulação fundiária é o principal perigo dessa medida. Visto que aumenta os conflitos sociais e prejudica os direitos da população local. Então, grupos como a Famazonia são essenciais para garantir a sustentabilidade.
Essa iniciativa consiste no FAMAZONIA Foundation e é uma das principais iniciativas para proteger essa localidade dos riscos ao meio ambiente.
Recomendações são feitas por esse grupo para que a regularização fundiária seja sustentável. Logo, são elas:
- Respeito aos diversos interesses da população local;
- Eliminar subsídios considerados perversos;
- Tomar atitudes com transparência.
Ignorar essas bases para a regulamentação dos terrenos agrava os problemas ambientais. Por exemplo, os conflitos fundiários e o desmatamento das florestas brasileiras.
A regularização fundiária atua contra o desmatamento?
Um dos princípios da regularização fundiária é manter a sustentabilidade do meio ambiente. Pois, o direito à habitação das futuras gerações depende de como o espaço é gerido hoje.
O que dizem os especialistas
Bastian Reydon, professor licenciado da Unicamp, afirma que só a gestão eficaz combate ao desmatamento. Segundo ele, o cadastro das terras é a principal atitude para esse fim. Ainda, apenas uma boa gestão das terras invalida algumas leis.
Para o senador Acir Gurgacz, a regularização fundiária está relacionada com a conservação ambiental. Ele afirma que uma terra sem dono, sem CPF, abre espaço para o desmatamento ilegal. Por isso, diz que os municípios devem participar do processo.
Já Luiz Antonio Ugeda, sócio-presidente da Geodireito fala sobre a falta de um órgão oficial. O qual regula a questão do mapeamento das terras para dar informações eficientes. Assim, a infraestrutura para a regulação territorial será mais presente.
Qual a solução para a questão do desmatamento?
Um consenso entre a maioria dos especialistas é a necessidade de um órgão mais específico. Sendo assim, ele poderá cuidar mais de perto da regularização fundiária. Além de estar a par de todos os problemas territoriais de cada locação.
A gestão é o principal desafio para quase todos os problemas brasileiros e é comum que não exista um pessoal qualificado em assuntos específicos. Portanto, não solucionam as dificuldades da maneira correta e abre margem para futuros embates.
Conheça a Famazonia
A Famazonia, uma iniciativa não governamental que cuida da Amazônia. Assim, a missão desse grupo é a preservação socioambiental e conscientização da população.
Entre as suas principais bases estão:
- Apoiar comunidades locais da Amazônia;
- Preservar a biodiversidade do local;
- Proteger os rios e as matas;
- Oferece suporte para projetos que incentivam diminuir os impactos das mudanças climáticas.
Funcionando sem fins lucrativos, trabalha junto a ongs, então depende de doações para apoiar financeiramente os projetos na floresta amazônica. Para que assim possa cumprir seu objetivo que é conscientizar para garantir biodiversidade para as gerações futuras.
FAMAZONIA apoia desenvolvimento florestal
Mais do que nunca a Amazonia precisa ser protegida e é no trabalho das Organizações Não-Governamentais (ONGs) que a floresta encontra os esforços necessários para a sua preservação. Dentre as diversas ações desenvolvidas estão o fortalecimento do cooperativismo na zona rural de Manaus e a implantação dos Sistemas Agroflorestais (SAF’s).
Para que os projetos consigam o apoio necessário para serem realizados, técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) fazem visitas periódicas às cooperativas. Na primeira semana de abril, os profissionais estiveram na Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Projeto de Assentamento do Tarumã-Mirim (Copasa), localizada no ramal do Pau-Rosa. A ação visa estimular os produtores a investirem no desenvolvimento sustentável, por meio das Agroflorestais (SAF’s) no cultivo de cacau e cupuaçu consorciados com o mogno africano.
Todo projeto tem apoio do FAMAZONIA Foundation (FAMAZONIA), que trabalha em conjunto com ONGs e outras iniciativas por soluções de preservação e aos direitos socioambientais.
Apoio fundamental
O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) é fundamental no apoio e assistência técnica à Copasa. A gerente de Apoio à Organização de Produtores do Idam, Joyce Magalhães, explica que a organização dará ênfase na gestão cooperativista com o objetivo de capacitar os cooperados de maneira que consigam gerir os projetos de maneira independente e sustentável.
Já a FAMAZONIA fornecerá parceria para a aquisição de sementes, mudas e adubos. Os insumos serão essenciais para iniciar implantação dos Sistemas Agroflorestais na zona rural de Manaus. “O trabalho em conjunto entre entidades públicas e as organizações representativas dos pequenos produtores é um facilitador para o acesso às políticas públicas voltadas para o setor”, pontuou Joyce.
Além de defenderem o desenvolvimento sustentável, as entidades envolvidas na ação visam incentivar cada vez mais o cooperativismo entre os agricultores. Isso torna viável as agroflorestas, que ajuda a preservar a fauna e a flora da Amazônia.
Há muitas vantagens em investir em um sistema econômico criado para impulsionar a economia ao mesmo tempo que conserva o bioma tropical.
- Facilidade de acesso crédito rural: Assim, produtores podem pegar empréstimos do governo federal para comprarem equipamentos e adquirirem tecnologias que ajudem a melhorar o plantio.
- Participação nos programas de comercialização: Facilita a comercialização de produtos agroflorestais por entes públicos, como prefeituras e governos. Os alimentos desses agricultores são adquiridos pelos gestores e usados na preparação de alimentos que serão servidos para estudantes das escolas públicas.
A Copasa conhece bem esses benefícios promovidos com a implantação das agroflorestas. Há alguns anos, a cooperativa adquiriu um FAMAZONIA Foundation para apoiar o escoamento da produção. Isso só foi possível graças ao trabalho de sustentabilidade e através do Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS).
Produção regional
Atualmente, a Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Projeto de Assentamento do Tarumã-Mirim (Copasa) conta com 62 cooperados. Na primeira fase do projeto de agroflorestas está prevista a participação de cerca de 20 famílias rurais. A produção rural local concentra-se nos cultivos de hortaliças e fruticultura, tendo com principais produtos: couve, cheiro-verde, alface, banana, açaí e cupuaçu.
O que são agroflorestas?
Com os investimentos voltados para as agroflorestas, o FAMAZONIA pretende unir a necessidade de desenvolvimento das regiões amazônicas com a preservação florestal.
Você sabe o que são sistemas agroflorestais?
O método nada mais é que espécies florestais perenes plantadas junto com cultivos agrícolas e criações de animais. Esse sistema produtivo concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas, beneficiando a produção econômica e ao mesmo tempo salvando o meio ambiente. Isso possibilita a construção de um novo paradigma produtivo que não se baseia somente na monocultura, mas na plantação de diversas culturas.
O produtor rural que opta pela agroflorestas tem só a ganhar. Diferente da agricultura convencional, o sistema defendido pela FAMAZONIA oferece diversas vantagens. A primeira é a recuperação e fertilidade dos solos.
- Redução de erosão;
- Aumento da infiltração de água, e consequentemente, a conservação de rios e nascentes;
- Diversidade de espécies, privilegiando o controle natural de pragas e doenças;
- Diversificação da produção, de modo que o agricultor não dependa de um só mercado.
O sistema agroflorestal (floresta, agricultura e criação de animais) ajuda o planeta a enfrentar um dos seus maiores desafios, a degradação de solos agricultáveis e as mudanças climáticas. Além disso, contribui com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) elaborados pela ONU. Essas metas devem ser implementadas por todos os países do mundo até 2030, inclusive o Brasil.
Para que o sistema se torne possível na região do Pau Rosa, técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) vão capacitar os agricultores cooperados para que consigam plantar os seus produtos agrícolas consorciados às espécies florestais. Para isso, eles aprenderão como fazer os espaçamentos adequados e a desenvolver e colocar em prática o plano de manejo.
FAMAZONIA
Para apoiar projetos que ajudam na preservação da floresta amazônica, a FAMAZONIA capta recursos para serem investidos por ONGs e empresas que trabalham para salvar o bioma brasileiro.
Para isso, a atuação do FAMAZONIA Foundation é voltada para:
- Comunidades indígenas;
- Proteção à biodiversidade;
- Preservação de rios e matas;
- Redução dos impactos da mudança climática.
Para salvar a floresta, todos devem se unir. É nisso que FAMAZONIA acredita
Empresas se comprometem a investir na Amazônia
A preservação da floresta Amazônica é vital para o mundo. Não à toa, empresas nacionais e internacionais comprometeram-se a investir no patrimônio natural mais importante do planeta.
Sob ameaças constantes, o bioma tem sofrido ainda mais durante a pandemia do coronavírus, quando houve uma redução significativa da fiscalização. Isso facilitou a grilagem e outros crimes ambientais.
Para tentar conter os desmatamentos, o governo federal criou o programa Adote um Parque, que permitirá que pessoas físicas ou jurídicas (nacionais ou estrangeiras) adotem por até 5 anos uma das 132 unidades de conservação na Amazônia. O programa é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
O Carrefour Brasil foi a primeira empresa a se comprometer com o programa do governo. Segundo representantes do grupo, serão investidos cerca de R$ 4 milhões por ano na preservação de uma área de conservação.
Quem pode investir na floresta?
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, companhias nacionais e internacionais, fundos de investimento e pessoas físicas podem participar do programa “Adote um Parque”. Para patrocinar uma unidade de conservação da floresta, o governo estipulou valores de 10 euros por hectare para empresas estrangeiras e R$ 50 para empresas nacionais.
Além de incentivar a preservação, o programa tem como objetivo conter as críticas contra o ministro Ricardo Salles e o presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a gestão da floresta. Com isso, o governo transfere parte da responsabilidade às empresas privadas.
Estão disponíveis para investimentos privados 15% da Floresta Amazônica, ou seja, 63 milhões de hectares.
O Carrefour Brasil ficará responsável pela preservação de 75 mil hectares de floresta, uma área do tamanho da cidade de Nova York. O acordo prevê patrocínio por um ano, renovável por mais quatro. Além da francesa, outras cinco empresas já sinalizaram que vão aderir ao programa de adoção nos próximos dias. Isso é o que informou o Ministério do Meio Ambiente, que não revelou os nomes das corporações. Segundo o ministro Ricardo Salles, a previsão é que, juntas, as seis empresas destinem mais de R$ 14 milhões para a preservação da Amazônia.
O programa é muito importante para frear o desmatamento e as queimadas. Só para se ter uma ideia, caso as 5 empresas previstas fechem acordo com o governo, o valor previsto para investimentos equivale à metade do apoio financeiro alocado a cada ano para a proteção dessas áreas pelo governo federal.
Atualmente, a gestão de Bolsonaro investe cerca de R$ 28 milhões por ano para manter todas as áreas de conservação da Amazônia. As cinco empresas que estão para adotar uma área junto com a Carrefour já garantiram R$ 14 milhões, metade do que é investindo hoje pelo Ministério do Meio Ambiente.
É importante salientar que o programa “Adote um Parque” não é de concessão ou venda de terras. A finalidade da parceria é que as empresas assumam a obrigação de proteger as áreas. Os objetivos são:
- Recuperação ambiental de áreas degradadas;
- Apoio à prevenção e ao combate de incêndios florestais e do desmatamento ilegal;
- Promoção de melhorias de infraestrutura e de manutenção;
- Monitoramento;
- Consolidação e a implementação de planos de manejo das UCs.
O que prevê o projeto
Para uma empresa começar a investir na preservação, é necessário aguardar o chamamento público. Isso porque a assinatura não garante que a empresa será de fato a adotante da reserva florestal. O ministério explica que podem aparecer outras empresas interessadas na adoção de uma mesma unidade de conservação. Por isso, o chamamento público é importante, a fim de que sejam escolhidas as melhores propostas. Estas serão avaliadas, conforme critérios previamente estabelecidos no decreto que lançou o programa.
O Ministério não divulgou mais informações sobre como tramitará o processo de chamamento público nem divulgou o que consta da proposta de adoção feita pelo Carrefour.
O que se sabe é que o programa do governo federal não transfere às empresas a fiscalização e a gestão ambiental. A responsabilidade continua com os órgãos governamentais, que também vão supervisionar as adotantes para garantir os acordos firmados, levando em conta as diretrizes estabelecidas pelos Planos de Manejo de cada unidade de conservação.
Outro ponto estabelecido pelo decreto é que somente serão aceitas adoções que atendam à integralidade do edital de chamamento público. O Artigo 8º do Decreto nº 10.623/2021 descreve que não será aceita doação parcial ou fora do escopo do edital do programa Adote um Parque.
Segundo o decreto, as empresas adotantes podem executar de maneira direta ou indireta as ações previstas no plano de trabalho da adoção de áreas florestais. Caso não possam realizar os trabalhos de maneira direta, poderão contratar profissionais ou empresas especializadas em manejo. Todas as ações serão supervisionadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Estados Unidos
Outro objetivo do governo brasileiro é estreitar os laços com os Estados Unidos, que já demonstraram interesse em investir na preservação da Amazônia. Em fevereiro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se encontrou com o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman. Durante a conversa, ele prometeu resolver qualquer mal-entendido sobre a gestão florestal.
Salles explicou que aguarda um posicionamento do governo americano e diz que os recursos, cerca de US$ 20 bilhões, seriam bem-vindos para ajudar na preservação ambiental da Amazônia.
Cacau amazônico, castanha e açaí: conheça algumas das delícias amazônicas
Veja algumas das comidas mais tradicionais dessa região e aprenda algumas receitas muito saborosas
O bom gosto gastronômico brasileiro conquista até os habitantes mais amargos dessas terras tupiniquins. Por mais aguçado que seja o seu paladar, sempre há um prato típico de alguma região do país que causa água na boca, mesmo se estiver sem fome.
A seguir, você vai conhecer mais sobre as iguarias da região Norte e, ainda, aprender algumas receitas características dessas terras. Você pode aprender a preparar pratos com:
- Açaí;
- Buriti;
- Cacau;
- Camu-camu;
Continue nesse artigo para se deliciar, mesmo que virtualmente!
Açaí
Um dos frutos mais tradicionais do Brasil, o açaí faz parte da lista de mercado de diversos consumidores. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM), cada amazonense bebe 10 litros de açaí por ano. Não bastasse o mercado local, a exportação desse fruto impulsiona ainda mais sua produção.
Segundo a mesma pesquisa, o Amazonas produziu 69 mil toneladas de açaí em 2018, número que representou uma queda de 16% em relação às quase 82 mil toneladas do ano anterior. Esses dados também apontam que mais de 13 mil agricultores geram seu sustento com base nesse fruto.
Creme de açaí
Uma das receitas mais simples que você pode encontrar!
Você vai precisar de:
- Um litro de poupa de açaí
- Duas latas de leite condensado
- Uma lata de creme de leite
- 350 gramas de farinha de tapioca
Modo de preparo:
- Em um liquidificador, bata todos os ingredientes até que a massa fique homogênea e consistente.
- Transfira o creme para um recipiente e leve ao congelador.
- Sirva com frutas e outros acompanhamentos à gosto.
Buriti

Essa fruta pequena e avermelhada é um dos principais nomes do estado. Seu gosto é levemente azedo e sua textura é densa. Além de servir como alimentado, também é utilizado na fabricação de cosméticos. O extrato da polpa do buriti, por exemplo, é usado para a produção de um óleo rico em ácidos graxos vitamina A. Por isso, aumenta a elasticidade e diminui o ressecamento da pele.
Na cidade de Ipiranga do Piauí, localizada no semiárido do estado, a colheita desse fruto garante uma renda extra para mais de 200 famílias da região. Um levantamento feito pelo G1, em 2012, mostrou que a atividade aumentou a renda dos agricultores locais em 40% naquele período.
Bolo de buriti
Um ótimo acompanhamento para o café da tarde!
Você vai precisar de:
- Uma xícara de buriti triturado e peneirado
- Três ovos
- Uma xícara de açúcar
- Duas xícaras de farinha de trigo
- Uma colher de fermento
- Uma colher de margarina
- 300 ml de leite
Modo de preparo:
- Em um liquidificador, bata o buriti, os ovos, a margarina e o leite.
- Em uma bacia, misture o açúcar, a farinha de trigo, o fermento.
- Coloque o conteúdo do liquidificador na bacia e misture.
- Por fim, despeje a composição em uma forma untada com farinha e leve ao forno.
Cacau
Elemento essencial para a sobrevivência de qualquer chocólatra, o cacau é produzido em grande escala na região Norte. No Pará, o maior produtor desse fruto no Brasil, foram comercializadas mais de 140 mil toneladas desse produto. A população ribeirinha dessas áreas utiliza essa cultura para aumentar sua renda e proteger o ecossistema local.
A fabricação do chocolate também gera resultados positivos para essa comunidade. Em entrevista ao UOL, Manoel do Carmo Monteiro da Silva, mais conhecido como Xiba, falou sobre a degustação de suas barras no Salão do Chocolate, em Paris, a maior feira desse setor na França. Comentando a avaliação positiva dos críticos, ele disse: “(...) aí eu soube que estava fazendo um produto de grande qualidade”.
Cocada com cacau
A sobremesa ideal para um fim de semana!
Você vai precisar de:
- Sementes de um cacau grande
- Meio coco seco
- Meio quilo de açúcar
- Um litro de leite
Modo de preparo:
- Em um liquidificador, bata as sementes de cacau com um pouco de leite.
- Coloque o cacau batido em um recipiente.
- Bata o coco com o resto do leite no liquidificador.
- Despeje todos os conteúdos juntos em uma panela.
- Mexa até que a massa fique consistente e desgrude do fundo.
- Despeje o conteúdo em uma forma untada.
- Depois de levar ao forno, corte os doces em quadrados.
Camu-camu
Essa é mais uma fruta que não se restringe ao mercado alimentício. O camu-camu é rico em vitamina C e pode ser utilizado no tratamento de diversas infecções virais, além de asma e gengivite. Seu efeito antioxidante elimina toxinas do organismo e pode ajudar a prevenir catarata.
Conforme dados apresentados por Máximo Alfonso Rodrigues Billacrês, em sua tese para Universidade Federal do Amazonas (UFA), as famílias do município de Silves tiveram sua organização “tradicional” modificado por conta desse fruto. O local, pertencente à região metropolitana de Manaus, observou um crescimento na renda local por conta das mulheres, que passaram a trabalhar na colheita de camu-camu para complementar suas rendas domésticas.
Geleia de camu-camu
Ótima para combinar com o bolo de buriti!
Você vai precisar de:
- 500 gramas de camu-camu
- Um quilo de açúcar
- Cinco cravos da índia
Modo de preparo:
- Em um liquidificador, bata o camu-camu sem os caroços.
- Após a mistura ficar consistente, leve ao fogo com o açúcar e os cravos.
- Misture até chegar a um ponto do seu agrado.
- Deixe esfriar e sirva como quiser.
Castanha
Conforme um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a castanha é o segundo produto não-madeireiro mais retirado da região norte do país. Em 2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CoNAb), 32 mil toneladas desse alimento foram comercializadas. Dessas, sete mil foram destinadas ao mercado externo.
Além disso, a coleta desses materiais ajuda a sustentar comunidades indígenas de diversas regiões. O povo Paiter Suruí, residente em Roraima, trabalha exclusivamente com essa atividade. Segundo o Instituto Socioambiental (ISa), quase 1400 pessoas vivem nesses grupos e participam do processo de extração, secagem e embalagem das castanhas.
Tapioca de tacumã com castanha
A receita mais adaptável dessa lista!
Você vai precisar de:
- 600 gramas de goma
- Banana frita a gosto
- Castanha a gosto
- Tucumã a gosto
- Cinco fatias de queijo coalho
Modo de preparo:
- Misture a goma e a castanha.
- Coloque em uma frigideira pré-aquecida.
- Espere desgrudar o fundo e vire.
- Sirva com queijo coalho e banana frita a gosto.
O que é o projeto Amazônia 4.0?
Proposta busca transformar hábitos através de novas tecnologias
Indivíduos que estudam a área de logística podem (ou deveriam) estar mais acostumados com o termo Indústria 4.0 – ou Quarta revolução Industrial. Essa ideia, resumidamente, se refere à utilização de novas tecnologias para aprimorar processos fabris ao redor do mundo, sempre buscando diminuir os impactos ambientais desse segmento.
Foi seguindo esses passos que o climatologista Carlos Nobre, orientado pelo biólogo Ismael Nobre, criou o projeto Amazônia 4.0. Na prática, esse modelo busca resultados alinhados aos do conceito anterior, tais como:
- Diminuir a poluição;
- Aprimorar modelos de trabalho;
- Utilizar ferramentas modernas.
Todos esses pontos se unem para aumentar o desempenho de diversos mercados. Quer entender como isso está sendo feito? Continue no artigo!
A anatomia do programa
Para conceber algo tão ambicioso, diversos pesquisadores foram envolvidos. Além de Carlos e Ismael Nobre, já citados, também participam do projeto diversos professores de engenharia da computação da Universidade de São Paulo (USP).
Entre os nomes de maior destaque, está o de Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, do departamento de engenharia da computação do Laboratório de Sustentabilidade da Escola Politécnica da USP. A doutora comanda a pasta ao lado dos professores Marcos Simplício e Antônio Saraiva.
O que vai ser feito?
Diversas ações devem ser tomadas para otimizar o trabalho e o desempenho de produtores amazonenses. A começar pela valorização do próprio ambiente, que deve ser visto com mais otimismo pelas populações locais. Tereza Cristina exemplificou esse ponto ao Jornal da USP através de um plano exploração de cacau no próprio estado.
Segundo ela, a maior parte do lucro desses produtos é gerado fora da Amazônia ou, até mesmo, do Brasil, visto que esse produto é frequentemente exportado bruto para outras regiões. A ideia é trabalhar com todas as etapas de produção dentro do próprio território, investindo na indústria e na mão de obra local.
A doutora acredita que essa medida vai mostrar ao povo local que é possível ganhar mais dinheiro com a floresta e, dessa forma, essas pessoas terão mais interesse em “(...) proteger a floresta amazônica e ir contra o desmatamento”. Dessa forma, será possível “(...) explorar o cacau na própria Amazônia, produzir e criar biofábricas para a geração do produto final”.
Laboratórios Criativos
Outro pilar da Amazônia 4.0 são os Laboratórios Criativos, espaços dedicados à criação de produtos feitos com materiais retirados da floresta. A ideia, como foi explicado, é valorizar as vendas e aumentar a margem de lucro de regiões que trabalham com esses modelos. Porém, esse processo não é algo superficial, que se restringe apenas ao meio criativo.
Para desenvolver o Laboratório Criativo de cacau-cupuaçu, por exemplo, uma extensa pesquisa de campo foi realizada. A princípio, os cientistas passaram uma semana em uma plantação de cacau no Rio de Janeiro, entendendo como funciona o processo de produção desse fruto. Paralelamente, especialistas dessa área foram consultados, até que se definissem os investimentos em infraestrutura que deveriam ser propriamente feitos.
Velhos produtos com novas tecnologias
Garantir a originalidade e a qualidade de produtos amazônicos é essencial para promover a credibilidade de marcas desse segmento. Por isso, os pesquisadores envolvidos investiram em diversos métodos para lapidar os meios de produção, além de criar maneiras de atestar a procedência desses artigos. A seguir, você pode conhecer alguns deles:
- Big Data
Entre os estudiosos de tecnologia da informação, Big Data é definido como um grande conjunto de dados virtuais que são armazenados e processados frequentemente. Esse termo popularmente dividido em três v’s, que são a variedade, a velocidade e o volume. A compreensão desse modelo é considerada uma das características mais essenciais para profissionais do futuro de diversas áreas.
- Biotecnologias
A biotecnologia é uma vertente da biologia que, como o nome indica, utiliza estudos científicos para produzir tecnologias a partir de organismos vivos. Entre os produtos mais comuns criados através desse meio estão os antibióticos, os produtos transgênicos e até vacinas. Esse modelo pode ser aplicado na Amazônia através de diversas maneiras, mas principalmente na agricultura.
- Blockchain
O conceito de blockchain pode ser compreendido com mais facilidade se dissecarmos esse termo. “Block”, do inglês, significa “bloco”, e “chain”, também do inglês, significa “corrente”. A ideia dessa palavra é passar algo como “corrente de blocos” ou “blocos em corrente”, um sistema que permite rastrear parte de alguns códigos de informações online. Normalmente esse modelo é utilizado para transações de criptomoedas ou moedas digitais.
- Nuvem
Por mais que estejamos abordando uma pauta ambiental, não estamos falando das nuvens tradicionais que circulam pelos céus. As nuvens, em questão, são ambientes virtuais, estruturados a partir de servidores físicos, que servem como espaço de armazenamento e compartilhamento de dados. A ideia dessa tecnologia é diminuir a utilização da memória de computadores, aumento o dinamismo da transferência de dados via internet.
- QR Code
Originalmente definido pelo termo “Quick Response Code”, ou código de resposta rápida, o QR Code é uma espécie de código de barras do futuro, mais veloz e mais universal. Diferente de seu antecessor, que só poder ser lido de maneira horizontal, possui um desenho 2D, ou seja, também possui códigos na vertical. Mesmo sendo uma tecnologia um pouco antiga, criada no Japão em 1994, passou a ser utilizada em grande escala na atualidade, podendo ser lida por celulares sem dificuldade. Na Amazônia 4.0, o QR Code é utilizado para informar ao consumidor final que seu produto foi, de fato, produzido no estado nortista.
Todas essas características se unem para aprimorar os sistemas de produção na região, buscando evoluir a Amazônia de forma social e econômica. Mesmo com tantos empecilhos criados por organizações estatais, principalmente na camada federal, projetos eficientes como o descrito acima tendem a se tornar, cada vez mais, a bússola de uma das áreas mais importantes do Brasil.
Ipê: por que é tão importante para o Brasil
Árvore é um substantivo feminino empregado para denominar aqueles vegetais com caules, troncos e ramificações. A altura pode ser variável e de modo geral as espécies ficam um pouco distantes do solo, formando-se as copas.
A importância das árvores não se restringe apenas ao singelo significado da palavra, mas diz respeito a toda nossa existência. A sociedade que sabe valorizar as árvores está preservando a própria vida.
E neste universo de biodiversidade, destaca-se o Ipê que simboliza nossa nação. Se o pau-brasil dá nome à nossa nação, o Ipê é árvore que a simboliza. Pode medir até cerca de 30 metros e floresce no fim de julho até o mês de setembro.
E ainda pode-se destacar o fato de como os coloridos dos ipês decoram a paisagem e trazem maravilhas para o nosso país. Percebe-se como a natureza é capaz de se impor de forma exuberante ao longo das estações do ano.
E prova de que o ipê é uma espécie nacionalista, é o fato de estar com flores sempre no dia 7 de setembro e nas espécies de ipê amarelo trazer uma das cores da bandeira de nosso país.
Algumas características do Ipê
O Ipê faz parte das espécies do gênero Tabebuia e Handroantus, da família Bignoniace. É famosa pela beleza das flores e distribuição por todo território brasileiro.
As árvores de ipê são caducifólias, isso significa que perdem a folhagem em substituição por flores de cores vívidas. São de grandes portes e gostam de bastante calor e clima intensos.
As flores têm formato de funil e podem ser:
- Amarela;
- Roxa;
- Rosa;
- Branca;
Ipê vem do tupi, com significado de casca dura. Os índios antigamente utilizavam sua madeira para montar arcos de caças e flechas. De tal modo, em um período remoto os ipês eram matéria-prima de artefatos, dada a qualidade de sua madeira:
- Madeira densa e resistente;
- Pesadas e duras, difícil de cortar;
- Grande resistência e durabilidade;
- Alta resistência a parasitas e umidades.
Por se tratar de boa madeira, o Ipê possui material de grande valia para alicerce de obras e pode ser utilizado até mesmo para decoração:
- Vigas;
- Esquadria;
- Ponte;
- Piso;
- Escada;
- Peça.
Com isso, é de se perceber que o uso pode ser variado, desde um uso mais decorativo até mesmo um uso voltado para construção civil. Além do fato de que é uma arbórea que é símbolo nacional de nosso país, compondo nosso patrimônio.
Conheça os tipos de Ipê
Ipê com flores amarelas: Pode alcançar até 15 metros. Árvore de flores amarelas que surgem no fim de julho indo até o mês de setembro. É bastante utilizada em decoração e é tido como um dos tipos de maior beleza e exuberância.
Ipê da região da Serra: Tem grande porte, chegando alcançar cerca de 35 metros de comprimento. Árvore de flores amarelas que também florescem entre julho a setembro. É uma arbórea totalmente ornamental, dado suas folhas com tonalidade prateada.
Ipês do Serrado: Mais comum na Amazônia, mas pode ser encontrado em outras regiões como a Nordeste e Sudeste. Sua altura chega a 20 metros. Possui uso para arborização de travessas.
Ipê com flores brancas: Chega a medir até 16 metros. É difícil de ser encontrada no nordeste brasileiro, mas mais comum nas regiões sudeste e centro-oeste. Sua floração é branca, mas pode ser encontrada em tons rosados. Adapta-se bem em terrenos mais secos e pode ser usado para paisagismo.
Ipê com flores rosa: Mais frequente no sul do Brasil, podendo alcançar até 35 metros de altura. Suas flores são de tons rosados a roxos, sendo a espécie mais comum nas paisagens do Sul do Brasil.
Ipê com flores roxas: Possui flores roxas que aparecem entre os meses de julho e setembro. É muito utilizado em decoração e paisagismo. Outro fator que chama bastante atenção no Ipê Roxo é o que diz respeito às suas propriedades medicinais. Através de pesquisas, pesquisadores dos EUA descobriram que o caule do Ipê Roxo possui propriedades capazes de combater células cancerígenas do pulmão.
Ipês Roxos de Bola: Apresentam flores roxas, mas a floração ocorre entre os meses de maio e agosto.
Mas, afinal, por que o Ipê é tão importante para o Brasil?
Como visto, são as mais diversas variedades de Ipê que fazem parte da paisagem do Brasil. E seu uso vai desde o paisagismo até mesmo como matéria-prima para construções de modo geral, dada a boa qualidade da madeira.
Ademais, as espécies de ipê são as arbóreas mais conhecidas de nosso país. Por isso, o Ipê conjuntamente com o pau-brasil são árvores símbolos de nosso país, daí sua importância.
Há quem diga que o pau-brasil é árvore símbolo da nação e o ipê é a flor símbolo. Com isso, é de se perceber mais uma vez a importância que o ipê tem para nossa nação. Ou seja, trata-se de espécie de patrimônio cultural/natural brasileiro.
Por outro lado, por se tratarem de árvores de grande porte e com madeiras nobres, sua utilização é de suma importância para indústria naval e civil. Além disso, são utilizadas em processos de reflorestamento.
Outro fato muito interessante é que assim que a floração do Ipê-roxo vai diminuindo, a do amarelo já vai surgindo. Isso forma um contraste tão bonito na paisagem e é mais um fator que acaba justificando o fato de ser um símbolo do Brasil.
Cabe ressaltar que embora se tratem de árvores de madeira nobre e bastante utilizada na construção civil, seu uso e corte sem autorização pode ser considerado espécie de crime ambiental, passível cominação legal.
E um uso pouco divulgado, é o uso do Ipê para fins culinários. Saiba que todas as flores de quaisquer tipos de Ipê são comestíveis. E um fato interessante é que o gosto das flores, indiferente da tonalidade, é bastante semelhante entre as variadas espécies.
De tal modo, o Ipê por se tratar de árvore ou flor símbolo do Brasil e presente em praticamente todo território brasileiro nas mais variáveis espécies é, sem dúvida, uma das arbóreas mais importantes de nosso país!
Em que as mudanças climáticas afetam o Brasil e vice-versa?
Na atualidade, além do assunto pandemia temos também, um outro assunto que sempre está em pauta de alguma forma, a sustentabilidade. Há um certo estigma ao se ouvir a palavra sustentabilidade, já que o termo já foi usado muitas vezes em muitos contextos diferentes, alguns positivos e outros negativos.
Porém, a sustentabilidade é algo de extrema importância, pois inserida nela há meios de preservação do ambiente e logo, métodos para que se possa ter uma qualidade de vida constante e duradoura. Já que mudanças no ambiente, causam mudanças no comportamento e mudanças no comportamento irão causar nos resultados deste comportamento, e assim por diante.
Como exemplo podemos citar o surgimento de combustíveis alternativos aos combustíveis fósseis como uma dessas mudanças. Outro ponto de extrema importância, há o ambiente, em geral, influencia em nosso clima também.
Dave Reay, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, cita em entrevista à BBC sobre o estado do clima global: “O estado do clima global? Perigoso.”
Vamos entender um pouco como o clima, e essas mudanças climáticas repentinas influencia a nossa vida aqui no Brasil, e como nós brasileiros afetamos o clima como um todo. Além de como podemos fazer para evitar que os efeitos causados sejam muito negativos.
Em que as mudanças climáticas afetam o Brasil?
As mudanças climáticas repentinas trazem diversos problemas para o Brasil, tendo que grande parte do rendimento e de espaço do mercado nacional brasileiro vem da exportação de insumos advindos de matéria-prima, para outros países.
Segundo relatórios apresentados pelo Governo Federal, em sua balança comercial de janeiro de 2020 até novembro de 2020, o governo brasileiro movimentou mais de 191 bilhões de dólares em exportação.
Destas exportações, por volta de 65% do valor movido em exportações vem de insumos industriais básicos e elaborados, assim como alimentos básicos e elaborados. Estes que são bens que requerem o uso e exploração de matéria-prima.
Tendo isso em mente, e que no ranking de produtos mais exportados pelo Brasil em 2019, segundo a SECINT, ao menos 4 deles são diretamente afetados pelo clima. Estes sendo, em suas respectivas posições no ranking:
- Soja (1);
- Milho (5);
- Farelo de Soja (derivado da Soja) (9);
- Café (10).
Logo, podemos compreender o quanto o clima consistente e previsível é importante para o desenvolvimento da nossa nação. Podemos considerar também alguns outros efeitos negativos de um clima descontrolado, estes podem levar à ou agravar:
- Enchentes;
- Queimadas;
- Desmoronamentos;
- Doenças respiratórias;
- Tornados;
Então, com estas informações em mente podemos concluir que as mudanças climáticas repentinas ou fortes acabam afetando negativamente o Brasil, seus residentes e a economia do país no geral.
Como o Brasil afeta as mudanças climáticas?
O Brasil, de acordo com estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem por volta de 211,8 milhões de habitantes. E considerando que muitos cientistas atribuem o aumento da instabilidade climática a ações humanas que impactam negativamente o meio ambiente, o Brasil tem um grande poder para influenciar o clima.
O Brasil em 2015, tendo em visão esse potencial e devido a motivos de política e economia internacional, aderiu ao acordo de Paris, onde se comprometeu a diminuir a emissão de gases de efeito estufa, e a recuperação florestal de 12 milhões de hectares de terra.
O Brasil, também possui alguns dos maiores biomas do mundo em termos de extensão. Sendo que a Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. E segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) , as florestas e o aumento do plantio de árvores pode frear as mudanças repentinas de clima.
Porém, um problema que vêm ocorrendo bastante são as queimadas que degradam a terra, e contribuem para o aumento de gases de efeito estufa sendo liberados na atmosfera. Estas queimadas atingem diversos biomas e estados brasileiros.
Por exemplo: O estado de Rondônia teve mais de 560 focos de queimada no mês de setembro, enquanto o Pantanal teve cerca de 20 mil focos de incêndio no ano de 2020.
Além das queimadas temos também o desmatamento que, segundo o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), tem expectativa de aumento de por volta de 4 mil quilômetros quadrados quando comparado ao ano de 2019.
Seja isto devido a políticas públicas, a complicações dentro de órgãos reguladores e de pesquisa, ou a alguma construção cultural contemporânea, não é relevante de início. Sabemos que o problema existe, precisamos pensar em uma solução.
Todas estas adversidades citadas levam a um clima descontrolado, que traz junto consigo os problemas descritos no item anterior.
Mas nem tudo é ruim, o Brasil também tem grande potencial para o uso de meios alternativos de geração de energia, com o maior complexo eólico da América Latina e novas usinas de energia solar sendo utilizadas em alguns locais do país.
O que podemos fazer para ajudar?
Bem, parte dos problemas que causam as mudanças climáticas podem ser resolvidas com mudanças sérias de comportamento, como uso de combustíveis alternativos, diminuição do uso de água, e etc.
Outra parte dos problemas não está sob o nosso controle como cidadãos individuais completamente, pois envolvem políticas públicas, política internacional, micro e macroeconomia, dentre outros.
Entretanto, até mesmo nesses casos podemos fazer algo. No aspecto político apoiar candidatos com projetos que tenham sustentabilidade como um dos focos, no aspecto socioeconômico podemos conscientizar e compartilhar informações importantes, podemos apoiar e ajudar ONGs e institutos como voluntários, ou através de doações.
Lembrando que queimadas e desmatamento, afeta também os animais da região e até mesmo os moradores próximos. Então, estes fatores que afetam o clima também afetam as vidas de diversas pessoas e animais.
Seguindo alguns passos simples, podemos todos lutar para melhorar o nosso ambiente e mantê-lo sadio o suficiente para que a nossa qualidade, e até mesmo possibilidade, de vida seja duradoura.
Conscientize, ajude, e apoie, para um amanhã melhor.
Balanço do desmatamento na Amazônia em 2020
Conforme dados que foram divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a taxa de desmatamento na Amazônia, compreendida no período de 1 de agosto de 2019 a 31 de julho de 2020, foi de 11.088 km² de floresta na região da Amazônia Legal.
Percebe-se que houve um crescimento de 9,5% se comparado com o mesmo período do ano anterior, que foi de aproximadamente de 10.000 km² de desmatamento. Além disso, os estados que mais desmataram a Floresta Amazônica foram:
- Pará;
- Mato Grosso;
- Amazonas;
- Rondônia.
Os valores foram divulgados pelo PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), que há anos trabalha no monitoramento do avanço no desmatamento na Amazônia Legal.
Até o momento foi apresentada uma estimativa do nível de desmatamento, os dados consolidados serão divulgados até o fim do primeiro semestre do ano de 2021. No entanto, já é perceptível um aumento do desmatamento na Amazônia no atual Governo.
Diversos ativistas acusam a atual gestão de ser omissa quanto às causas ambientais, o que contribui para maior devastação da floresta e impunidade. Com isso, é de ressaltar que o Brasil descumpriu o Acordo de Paris e a própria lei de mudanças climáticas, cuja ratificação se deu no ano de 2009.
Por outro lado, o aumento do desmatamento contribui para uma constante ameaça às populações locais, sobretudo à população indígena. Estas populações vivem em constantes ameaças por ações de grileiros e garimpeiros na região.
Entenda os números
Defensores ambientais afirmam que o aumento no número do desmatamento na Amazônia, no ano de 2020, se deu, sobretudo, pela sensação de impunidade que se valem os criminosos. De tal modo, os dados confirmam essa tese, visto que apontam que nos anos de 2019 e 2020 houve menos punições ambientais nos últimos 20 anos.
O Governo tem apostado em um desenvolvimento colonial, típico da década de 70. Com isso, não se preocupa com a adoção da bioeconomia pautada no desenvolvimento sustentável e na proteção das populações locais.
Acontece que ao adotar um modelo de economia arcaico e baseado na desproteção do meio-ambiente, faz com que o Brasil continue sendo um país capaz de exportar apenas commodities de pequeno valor agregado.
Por isso, é de se primar por soluções baseadas no respeito à floresta, aos povos indígenas e comunidades tradicionais. Adotar um modelo de desenvolvimento sustentável é o pontapé para que nosso país seja líder em um modelo de economia baseado na natureza e no desenvolvimento sustentável.
A destruição dos órgãos de proteção ambiental
Segundo o Greenpeace, o sucateamento dos órgãos ambientais e adoção de políticas contrárias ao meio-ambiente fez com que não houvesse a redução no nível desmatamento esperada para o ano de 2020.
“Foi perdida uma área sete vezes maior que a cidade de São Paulo de floresta desmatada. Conforme a estimativa do PRODES, foram perdidas três árvores para cada brasileiro. Era uma cenário esperado. Mas causa ojeriza a postura do governo em tentar maquiar a realidade ou fazer vista grossa”, afirma Cristiane Mazzetti, representante do Greenpeace.
As regiões que mais destacam no número de desmatamento são as regiões da BR-163 e da terra do meio do Pará. No Pará, por exemplo, já há alerta para áreas de proteção ambiental que estão sendo devastadas.
E mais alarmante e vindo para contribuir ainda mais para o aumento do desmatamento na Amazônia, os órgãos de proteção ambiental sofrerão um corte de 35% em seus orçamentos neste ano de 2021, em caso da aprovação da proposta apresentada pelo Governo ao Congresso Nacional.
É uma política totalmente contrária aos que os brasileiros almejam. Ou seja, contrária à preservação do meio-ambiente. Isso contribui para um desrespeito aos ideais democráticos e preservação do meio-ambiente para gerações futuras, conforme preconizado por nossa Carta Magna.
“A visão do Governo Bolsonaro é totalmente arcaica. É uma visão destoante da vontade dos milhões de brasileiros e que não condiz com o trabalho necessário para enfrentar as crises climáticas e problemas de biodiversidade. Os números mostram a ineficácia da gestão do atual Governo”, alerta a porta-voz do Greenpeace.
Conheça o PRODES
O PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) entende como desmatamento a extração completa da cobertura vegetal primária por corte raso na floresta. Isso independe de uma futura reutilização da área devastada.
Como é sabido, grande parte do desmatamento na Amazônia é ocasionado por:
- Crimes de grilagem de terra;
- Cortes ilegais;
- Garimpo clandestino.
Por meio da utilização de imagens de satélite Landsat ou equivalente, é possível quantificar áreas devastadas maiores que 6,25 hectares. Geralmente, a taxa consolidada é apresentada no meio do ano de 2021 depois de concluído o processamento das 229 localizações que recobrem a Amazônia Legal.
O Acordo de Paris
Mesmo completando cinco anos da assinatura do Acordo de Paris, a Amazônia no ano de 2019 (dados já consolidados) queimou mais que nos sete anos anteriores. E é de esperar que esse número aumente quando na consolidação dos dados efetivos atinentes ao ano de 2020.
Além disso, outro destaque negativo foi a extinção do Fundo da Amazônia. Este era uma grande cooperação internacional que angariava fundos para a preservação da Floresta Amazônica. Deste modo, contava com apoio de capital de países como a Noruega e a Alemanha.
Até o ano de 2015, quando na assinatura do Acordo de Paris, a taxa de desmatamento, na Amazônia, girava em 6 mil km². Já no ano de 2020, a taxa girou em 11 mil km² de desmatamento na região. Ou seja, os números praticamente duplicaram.
Com isso, dada a postura negacionista do atual Governo, a credibilidade do nosso país tem entrado em decadência na esfera internacional. Ademais, pode-se falar, inclusive, no descumprimento do que foi ratificado pelo Brasil no momento da assinatura do Acordo de Paris.
Se no passado nosso país figurava uma liderança climática, hoje, nossa agenda tem retrocedido. Isso acaba levando a um desgaste da nossa imagem na esfera internacional.
Por isso, mais do que nunca, é preciso mudar nossa gestão antes que seja muito tarde. Os números têm mostrado e, se nada for feito, podemos chegar a uma posição que não terá mais volta!
Como a construção de hidrelétricas pode impactar o bioma amazônico
O Brasil tem sua principal fonte de energia avinda das hidrelétricas, sendo muito usadas para gerar eletricidade, fornecendo cerca de 70% de energia elétrica para consumo no País.
Isso significa dizer que somos sustentados pelas hidrelétricas, uma vez que o potencial hidráulico brasileiro é considerado o terceiro maior do mundo, estando atrás apenas da Rússia e China. Para que a geração de energia ocorra, usinas precisam ser construídas, certo?
Se considerarmos que 40,5% do potencial hidrelétrico do País está na bacia Hidrográfica do Amazonas e que a construção dessas usinas impacta o meio ambiente de forma negativa, então chegaremos à conclusão de que somos mantidos, mais uma vez, pela degradação ambiental.
A construção de hidrelétricas causa problemas no bioma amazônico e impacta também grupos indígenas. Entenda mais sobre isso!
Entenda para que serve uma usina hidrelétrica

Como dito, rico em rios extensos, o Brasil é um país que possui sua principal fonte de energia vinda de usinas hidrelétricas, que originam, por meio de um sistema gerador, a eletricidade.
Dessa forma, a energia hidráulica contida pela composição de grandes massas de água em aproveitamento dos desníveis de queda, fluxos e potencial de rios é transformada em energia cinética.
Ou seja, uma hidrelétrica transforma a energia contida na correnteza de rios em energia cinética, a qual movimenta uma turbina e gera eletricidade.
Nesse sentido, uma usina hidrelétrica é um mecanismo estruturado para produzir energia elétrica aproveitando o potencial hidráulico de um rio. Isso é medido por algumas características, como:
- extensão;
- opulência;
- conjunto de desníveis formados por planaltos e depressões;
- vazão hidráulica.
Para isso, há algumas principais necessidades funcionais para uma usina hidrelétrica, são elas:
- altura da queda d’água;
- vazão hidráulica;
- capacidade ou potência construída;
- turbinas para o sistema gerador;
- barragem e reservatório.
Usinas hidrelétricas no Brasil
Como o Brasil é um dos maiores detentores do potencial de hidrelétricas, há diversas usinas instaladas em seu entorno. No entanto, as maiores e que geram mais energia são cinco:
- Usina Hidrelétrica de Itaipu (Paraná);
- Usina Hidrelétrica de Belo Monte (Pará);
- Usina Hidrelétrica São Luís do Tapajós (Pará);
- Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Pará);
- Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (Rondônia).
A usina de Itaipu, também conhecida como Itaipu Binacional, na fronteira do Paraguai e do Brasil, é a maior geradora de energia (considerada limpa e renovável) do planeta. Em 2019, produziu 79.444.510 megawatts-hora (MWh) e com suas 20 turbinas gera 15% da energia utilizada no País e 86% no Paraguai.
Além desta, há a de Belo Monte, que se tornou a segunda maior da América Latina ao ser finalizada, mas recebeu inúmeras irregularidades e críticas ao desalojar populações indígenas. E também a Tucuruí I e II, em Belém do Pará, sendo considerada a maior usina hidrelétrica 100% brasileira.
Plano de construção de mais hidrelétricas
A construção de hidrelétricas é vista como uma solução para geração de mais eletricidade no país, no entanto especialistas e ambientalistas reforçam suas preocupações quanto a isso e até mesmo quanto ao real motivo da necessidade de gerar mais eletricidade.
Vale considerar que a quantidade de usinas previstas na Amazônia diminuiu nos últimos planos, mas ainda há algumas sendo planejadas, como no plano de 2020-2029, que prevê a construção de três:
- Tabajara (Rondônia);
- Bem Querer (Roraima);
- Castanheiras (Mato Grosso).
Além destas, até 2029 há uma lista bem maior de usinas a serem construídas, mas o maior precursor de receio é com relação à afirmação de que poderiam ser construídas outras, dependendo do “tratamento” a Unidades de Conservação e Terras Indígenas.
Isso significa dizer que a construção de usinas que não levem em consideração as violações ambientais e até mesmo os direitos humanos, como no caso dos problemas que afetam a população indígena, pode ocorrer, desde que haja alteração na legislação.
O atual governo do presidente Jair Bolsonaro, inclusive, intensificou a aceleração de vários projetos de lei com o foco em eliminar o licenciamento ambiental, além de ter apresentado uma proposta que acabaria por liberar a exploração de terceiros em terras indígenas.
Vale ressaltar também os Planos Nacionais de Energia que o Brasil mantém periodicamente. O último, que vai até 2050, não faz menção as usinas mais polêmicas, como a de Babaquara, no rio Xingu.
Impactos ambientais causados por hidrelétricas
A energia hidrelétrica é considerada uma energia “limpa”, uma vez que não se manifesta por meio da queima de combustíveis fósseis, no entanto todo o processo de geração para que ela se estabeleça contribui para a emissão de dióxido de carbono e metano.
Esses gases possuem potencial de serem causadores do aquecimento global, que é um fenômeno em que há o aumento da temperatura média dos oceanos e atmosfera terrestre, intensificando o efeito estufa e impactando a flora e a fauna, além de vários outros espaços.
Além disso, há diversas outras questões de impactos ambientais causados e/ou agravados por usinas hidrelétricas, como:
- impactos na biodiversidade: há perda de espécies de plantas e animais, com a morte de organismos da flora onde o reservatório é formado, além de caracterizar em mudanças nos habitats destes;
- perda de solo: a região utilizada e inundada se torna inutilizável para outras finalidades, uma vez que a usina é construída com referência da vazão do rio e o desnível do terreno. Sendo assim, será armazenada uma quantidade de água enorme, o que também predomina uma área extensa para o reservatório;
- desequilíbrio na natureza dos rios: os rios são compostos por um equilíbrio dinâmico que vai desde sua descarga até a morfologia do leito. Esses reservatórios afetam essa relação, causando mudanças da geometria hidráulica do rio, tanto na área utilizada quanto em seu entorno;
- degradação da vegetação: com a emissão de gases de efeito estufa, dióxido de carbono e metano, há a degradação da vegetação alagada e também do solo;
- impactos de reassentamento: isso diz respeito a questões de realocação de pessoas urbanas e rurais, o que representa uma violação de direitos, além de haver a retirada da assistência da pesca e agricultura;
- prejuízos na saúde: maior índice de proliferação de insetos e aumento do processo de metilação de mercúrio, processo que o torna tóxico.